A hipocrisia e a falta de ética de Aécio Neves

A descoberta recente da desapropriação de uma fazenda da família Neves, em Cláudio-MG, pelo Governo de Minas, na gestão Aécio Neves, para a construção de um aeroporto, causa espécie pelos contornos do fato em si e desnuda a cultura do atraso das elites tradicionais na gestão da coisa pública, em nosso País: patrimonialismo medieval, corrupção e coronelismo, tão bem dissecados por Sérgio Buarque de Holanda (Raízes do Brasil) e Raimundo Faoro (Os Donos do Poder). 


Charge cedida pelo Latuff publicada no jornal Sul 21.
Charge do Latuff publicada no jornal Sul 21.


Do ponto de vista jurídico, a desapropriação de uma propriedade ocorre quando assim o justifica o interesse público, momento em que o Estado assume a propriedade particular, mediante o pagamento de um preço justo e prévio. É uma intervenção excepcional do Estado, cujo interesse público deve estar bem delineado, a partir dos parâmetros orientados pelos princípios constitucionais da administração pública, dentre eles o da eficiência, impessoalidade e moralidade administrativa. Salta aos olhos a inexistência, sequer de longe, de alguns desses elementos no episódio em questão.

Conselho da Vovo Briguilina

Nunca, jamais reaja agressivamente as criticas. Analise-as. Se tiverem fundamento?...
Corrija-se!
Se nao, siga teu caminho, prossiga com teus planos e alcançara teus objetivos.
Insista, persista e nao desista que seu dia chegara.

Presidente Dilma não deixa provocação sem resposta

[...] afiada, ela usa estilo "bateu, levou!

247- A presidente Dilma Rousseff deixou no cabide o figurino de candidata vestido em 2010, quando venceu a disputa usando um modelito do melhor estilo 'paz e amor'. Protegida pelo então presidente Lula, ela não precisou entrar em bolas divididas com o adversário José Serra e flanou sobre o eleitorado enquanto seu padrinho político se encarregava de comprar suas brigas.

Agora é diferente, já se viu na longa entrevista à mídia tradicional concedida ontem pela presidente. Diante de uma certa pressão nas perguntas, o que se viu foi uma Dilma segura, objetiva e nada disposta a aceitar calada as críticas feitas ao seu governo. Ela igualmente não se incomodou em deixar, com frases curtas e palavras fortes, suas posições sobre temas do momento.
Essa Dilma que parece à vontade no chamado estilo 'bateu, levou' surge nitidamente em suas posições a respeito dos ataques desferidos, diariamente, à gestão da política econômica:
- O pessimismo da fase pré-Copa passou para a política econômica, afirma a presidente, ganhando com a frase a manchete desta terça-feira 29 do jornal Folha de S. Paulo. A se considerar o tom das últimas notícias destacadas no mesmo espaço pela publicação da família Frias, Dilma conseguiu o melhor momento para o seu governo, ali, em semanas.
A presidente também não ficou nem por um minuto quieta diante da gafe cometida pelo banco espanhol Santander no Brasil, com o relatório para clientes de alta renda com a associação nominal da presidente ao fracasso econômico futuro.
- Bancos interferirem na política é inadmissível, rebateu uma Dilma, como se diz, curta e grossa.
A ênfase de Dilma vai sendo apurada, no tocante a efeitos eleitorais, em pesquisas feitas por sua equipe de campanha. O que se sabe, inicialmente, é que pouca gente vai estranhar uma candidata que avança pela linha do 'fala o que pensa', uma vez que Dilma nunca foi dada, no governo, a floreios sobre suas posições. Em outras palavras, a Dilma 'bate, levou' combina mais com o momento atual da presidente, cercada por ataques nas frentes econômica e política, do que a Dilma 'paz e amor'.
No governo, o momento da presidente tem levado, também, à tomada de posições claras e objetivas. Depois de se fortalecer com a reunião dos Brics, realizada no Brasil, e a aproximação com a Unasul, Dilma posicionou o Brasil na linha de frente à oposição à Israel, na faixa de Gaza:
- O que há da parte de Israel não é um genocídio, e sim um massacre, atalhou a presidente diante de uma das perguntas que lhe foram dirigidas ontem. Dilma não se intimidou com a postura crítica à decisão brasileira de censurar o governo de Benjamin Netanyahu pelo "uso desproporcional" da força na faixa de Gaza.
A Dilma afiada, com respostas na ponta da língua, sem medo de devolver perguntas difíceis com respostas desconcertantes pela clareza, é que está entrando em campo para a disputa pela reeleição. Osso duro.

Paulo Nogueira: as revelações de Dilma na sabatina

E aos 15 minutos do segundo tempo da prorrogação veio o melhor momento da entrevista que a presidente concedeu a jornalistas da Folha de São Paulo, do portal UOL, da rádio Jovem Pan e do SBT.

Dilma Roussef revelou que traz dois hábitos dos tempos que fugia dos agentes da ditadura.

O primeiro ter dinheiro em espécie à mão, para emergências. Como está declarado em sua declaração de bens, ela tem uns 150 mil reais.

O segundo é mais estranho, ela dorme de sapatos. Quer dizer, estranho para quem não tem que se vestir com urgência para bater em retirada, situação vivida por Dilma na época dos militares.
Tanto a mídia vem escrevendo sobre Dilma, e os brasileiros desconheciam informações deliciosas como estas. Isso não depõe a favor de jornais e revistas, definitivamente.
Estamos sempre com os braços remando contra a corrente, rumo ao passado, como escreveu Fitzgerald em sua obra máxima, O Grande Gatsby.
O dinheiro guardado e os sapatos no sono são os remos de Dilma.
O resto da sabatina foi o que se esperava. Quatro jornalistas tentando morder Dilma de todas as formas.
Adjetivos negativos se espilharam.  A situação econômica, ouvimos, não é simplesmente complicada. É “bastante ruim”.
A rejeição a ela, ouvimos também, não é normal, compatível com a de outros presidentes em final de mandato: é uma calamidade.
O “mercado” vê nela, também ficamos sabendo,  a combinação de tudo que de ruim alguém pode fazer no Planalto: política fiscal “frouxa”, complacência com a inflação, crescimento baixo.
E a corrupção, ah, a corrupção foi inventada pelo PT.
Nem parece, enfim, que Dilma lidera as pesquisas, e que tem boas chances de ganhar no primeiro turno.
Se ela dependesse dos entrevistadores para calibrar sua autoestima, estaria frita.
Mas não.
Dilma pareceu serena diante da pancadaria. Sem ser uma oradora natural, sem ser um fenômeno da retórica, saiu-se bem nas respostas.
Em comparação com Aécio, é menos loquaz, mas não trai, como ele, contrariedade diante de perguntas duras. Uma coisa pela outra, a vantagem é dela.
O único momento em que pareceu irritada foi quando o Santander apareceu na conversa.
Dilma não ficou satisfeita com as desculpas do banco, “muito protocolares”. Ela pareceu disposta a dar uma bronca pessoalmente no presidente do banco, se encontrar uma vaga na agenda.
Foi diplomática ao falar de Israel. Não endossou a palavra “genocídio”, usada por alguém de seu governo.
Preferiu “massacre”.
Falou nas mulheres e nas crianças mortas em Gaza. Mas lembrou que o Brasil foi um dos primeiros países a reconhecer Israel.
Subiu ligeiramente de tom quando foram invocados negativamente os médicos cubanos por conta dos salários.
Disse, com razão, ser incrível que, em pleno 2014, Cuba ainda seja objeto de manifestações “fundamentalistas”.
Mas o melhor da sabatina esteve fora da política e dentro da vida pessoal – no dinheiro em espécie e nos sapatos ao dormir.
Ali se viu não a presidenta em busca de um segundo mandato, mas uma mulher em busca de seus anos dourados, como o Gatsby de Fitzgerald.
Paulo Nogueira
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Lugar comum

O pouco com os teus é muito, o muito sem os teus é pouco.
A galinha da vizinha é sempre mais gostosa que a minha.
Não deixe para amanhã o que pode fazer depois de amanhã.
Mais vale um aécioporto que um galeão - para ele e sua família -.
Quem conta com panela alheia, arrisca-se ficam sem ceia.

Frase do dia

Nossa elite não merece o povo que tem!
Joel Neto



LIDE 10 - Grupo Doria

Ontem a noite assiste trechos da entrevista do presidente do LIDE - João Dória Jr. -, ao Roda Viva. Fiquei comovido. Tanto pelo tratamento que Augusto Nunes - a âncora do programa - dispensava ao entrevistado, quanto pelos elevados ideais, moral e ética do excelentíssimo empresário. Cheguei a conclusão que:

Nossa elite não merece o povo que tem!

O que é o LIDE?
LIDE é uma organização de caráter privado, que reúne empresários em doze países e quatro continentes. O LIDE debate o fortalecimento da livre iniciativa do desenvolvimento econômico e social, assim como a defesa dos princípios éticos de governança corporativa no setor público e privado. Fundado no Brasil, em 2003, o LIDE é formado por líderes empresariais de corporações nacionais e internacionais, que promove a integração entre empresas, organizações e entidades privadas, por meio de programas de debates, fóruns e iniciativas de apoio à sustentabilidade, educação e responsabilidade social. O LIDE reúne lideranças que acreditam no fortalecimento da livre iniciativa no Brasil e no mundo.

Notaram os nível dessa gente?

Ah, o sr. Dória falou que o Grupo está analisando se a Petrobras permanecerá fazendo parte da instituição - insinuação sobre envolvimento da empresa em casos de corrupção -. Pergunto ao senhor Dória:

Mas, quem rouba a Petrobras? 
Os fornecedores? 
Empresários? 
Ladrões de galinha?
Outras perguntas: 
Quem sonega impostos, os empresários ou o consumidor?
No LIDE tem sonegador - Ladrão - filiado?
No LIDE tem empreiteiro filiado, banqueiro?

É realmente nossa elite não merece o povinho que tem!