Vapt-vupt com Dilma Invocada

Briguilino: Presidenta, por que a senhora não vem a público e afirma ser exclusividade sua nomear ou demitir ministros e demais cargos de confiança no governo federal?

Dilma Invocada: Meu caro blogueiro, não tenho necessidade de reafirmar essa realidade. Para que perder tempo dando explicação a quem não deseja ouvir?

Briguilino: Presidenta, presidenta, presidentaaaaaaa....aff, a muié já foi embora, nãm.
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Dilma Invocada, a Petrobras e o deus mercado


O mercado e seus operadores desvalorizaram a Petrobras. Tudo bem, vamos começar a comprar ações da empresa em breve. Vamos desprivatiza-la.
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Poesia da tarde



Não sei se a vida é curta ou longa para nós
[ ou é apenas na medida certa ]
Mas sei que nada do que vivemos tem sentido
Se não tocarmos o coração das pessoas.

E basta ser:
Colo que acolhe
Braço que abraça
Palavra que conforta
Silêncio que acolhe
Alegria que contagia
Lágrima que escorre
Olhar que alivia
Desejo que sacia
Amor que promove, envolve e acaricia

de Cora Coralina
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Esse Bessinha

E para a maioria a Globo será sempre isso



Torta na cara do ministro Eduardo Cardozo, por Paulo Moreira Leite

Entre as deprimentes descobertas produzidas pela Operação Lava Jato, os emails da gerente Venina Velosa da Fonseca não são o fato mais grave do ponto de vista policial — mas constituem uma das mais preocupantes do ponto de vista político.

Explico. Conforme o 247 apurou, os emails da gerente — uma funcionária que fez carreira na Petrobras como protegida do corrupto confesso Paulo Roberto da Costa — já eram conhecidos, em Brasília, há pelo menos três meses.

Mas as mensagens eletrônicas só vieram a público num momento em que seriam de grande utilidade para enfraquecer o governo Dilma e dar uma nova contribuição no esforço para transformar uma investigação necessária, que interessa ao país, numa operação selvagem para atingir o coração da maior empresa brasileira.

A sequência é didática. Numa intervenção absurda, pois entre suas atribuições institucionais não consta a tarefa de aconselhar mudanças na direção de empresas estatais, muito menos em pronunciamentos públicos, na quarta-feira passada o procurador geral Rodrigo Janot fez um discurso duro sobre a situação da Petrobras, onde afirmou: “esperam-se as reformulações cabíveis, inclusive, sem expiar ou imputar previamente a culpa, a eventual substituição de sua diretoria.”

No mesmo dia, atendendo a uma determinação presidencial, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, defendeu a direção da Petrobas: “não há razão objetiva para que os diretores sejam afastados,” disse. Suas palavras perderam validade 48 horas depois, quando o Valor Econômico divulgou os emails da protegida de Paulo Roberto Costa.

A leitura das mensagens eletrônicas nada prova contra a presidente Graça Foster nem contra os demais diretores. Mas sua divulgação, no dia e hora em que ocorreu, criaram um fato novo, equivalente a uma torta de creme no rosto do ministro da Justiça. Cena de filme.

Não é a primeira vez que isso acontece com autoridades brasileiras muito menos na Operação Lava Jato, mas o momento é especial. Os vazamentos ocorridos nos meses anteriores à eleição presidencial, divulgados a conta-gotas, sob mendida para auxiliar os adversários de Dilma, constituíram episódios inaceitáveis e vergonhosos. Não podiam ser justificados, mas podiam ser compreendidos pela conjuntura política. Mesmo reconhecendo que todas iniciativas sem base legal devem ser investigadas e punidas, o que não aconteceu, era de se imaginar, com o país dividido, que surgissem braços dispostos a ajudar a campanha da oposição. Em 2006, foi um delegado da PF que entrou as emissoras de TV um CD com as imagens do dinheiro apreendido no escândalo dos Aloprados, iniciativa que ajudou a levar aquela eleição para o segundo turno.

O caso é preocupante agora. Com os votos que deu a Dilma, o eleitorado entregou ao governo a responsabilidade de dirigir as instituições de Estado e impedir que elas sejam empregadas para ações de natureza política, conforme a preferência partidária de quem está de plantão.

Ainda não faz um mês que a repórter Julia Dualibi revelou, através do Estado de S. Paulo, que o núcleo de delegados responsáveais pela Operação Lava Jato fazia investigações policiais durante o dia e trabalhava para Aécio Neves nas horas de folga, numa atividade que poderia, facilmente, ser enquadrada e punida pelo artigo 364 do regimento da Polícia Federal, onde se proibe “movimentos de apreço ou desapreço a quaisquer autoridades.”

Embora houvesse pressão pela punição dos delegados-militantes, eles foram mantidos em seus postos. Sequer foram afastados da investigação, o que era o mínimo a ser feito.

Dias depois, o diretor José Mário Cosenza, da Petrobrás, teve a imagem profissional manchada quando seu nome foi incluído — sem o menor fundamento real — numa lista de beneficiários pela corrupção. Alguém foi investigado? Punido? Afastado?

Esta é a questão. Não se pode admitir que setores do Estado sejam empregados para movimentos de natureza política, a margem das normas que definem o interesse público. O preço que se paga, neste caso, foi muito bem explicado num poema simples e belo, que já foi atribuído a Vladimir Maiakovski e a Bertold Brecht, mas seu autor é Eduardo Alves da Costa, brasileiro de Niterói.

O nome é “Despertar é Preciso”:

Na primeira noite eles aproximam-se e colhem uma flor do nosso jardim e não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam o nosso cão, e não dizemos nada.

Até que um dia o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e, conhecendo o nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.”
no Brasil 247
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coluna Ferreira Gullar

Não quero ter razão

Não resta duvida de que tenho muitos defeitos, mas se há uma coisa que não sou é ressentido. Aliás, não só não sou como acho bobagem ser, porque o ressentido fica sofrendo, com raiva do outro que já nem pensa nele. Ou seja, o ressentido é, no fundo, um masoquista, sofre porque gosta de sofrer.

Mas é claro que não é só por pensar desse modo que não me deixo levar pelos ressentimentos; é meu jeito apenas, não tenho vocação para ficar remoendo mágoas.

Não obstante, de vez em quando, alguém quando me entrevista entende mal o que digo e passa ao leitor a ideia de que odeio artistas contemporâneos e não esqueço a discordância com o grupo concretista de São Paulo, ocorrida há mais de 50 anos, e vai por aí. E, veja bem, esse desentendimento ocorreu há mais de 50 anos, em torno de questões de que ninguém mais se lembra.

Pois bem, é o cara que, no curso da entrevista, puxa esse assunto porque deseja por um pouco de pimenta na conversa. Respondo a suas perguntas e ele, quando escreve o que eu disse, imprime a minhas palavras um tom exacerbado que foi ele que inventou.

Se eu não me ressinto da ofensa que alguém me tenha feito há uma semana, vou estar furioso com um fato ocorrido há meio século? Só se eu fosse doente mental.

Mas a vida é assim mesmo, tem de tudo. Confesso que até já me habituei a esse tipo de desconsideração e, se agora a isso me refiro, é porque uma amiga me telefonou irritada com a tal entrevista e surpresa com o tom das frases a mim atribuídas. Tratei de tranquilizá-la, dizendo-lhe que continuo o mesmo cara bem humorado que não se enfurece à toa, muito menos com esse tipo de assunto.

Sucede, porém, que o tal entrevistador não se limitou à ruptura com os concretistas, não; procurou retratar-me como um inimigo dos artistas contemporâneos, alterando o que costumo afirmar.

Enfim, para quem não me conhece, a imagem que fica é a de um velho ultrapassado, contra tudo o que é novo. Ainda mais agora, quando acabo de entrar para a Academia Brasileira de Letras.

Com isso, claro, deixo um flanco aberto. Mas pouco me importa o que pensam pessoas sem isenção. Nunca pretendi ser uma unanimidade nem me considero acima de qualquer crítica. Errar, errei muito; a diferença talvez esteja no fato de que costumo reconhecer meu erro, quando é o caso, e trato de buscar o caminho certo. E posso errar de novo, claro. Mas que fazer? Por isso, afirmei certa vez: não quero ter razão, quero ser feliz.

No entanto, embora não pretenda ter sempre razão, não abdico do direito de opinar. Por exemplo, acho que o que se chama hoje de arte contemporânea nem sempre pode ser considerado arte. Certamente, todo mundo tem o direito de fazer o que deseja fazer, só que não sou obrigado a gostar do que fazem.

Por exemplo (como citou o tal repórter), enviar urubus numa gaiola para a Bienal, como se fosse obra de arte, pode ser, no máximo, uma piada. Não obstante, acho que o cara tem o direito de fazê-lo e eu, o direito de achar que não é arte.

Mas não o faço zangado, embora me diga respeito, já que dediquei grande parte de meu tempo a ler e refletir sobre arte.

Admito, mesmo que às vezes o faça de gozação, tal o disparate que tais coisas implicam. Acrescente-se que o surrealismo e o dadaísmo fazem parte de minha formação, e Breton e seus companheiros me ensinaram que o humor e a irreverência são parte da criação artística.

Se quer saber o que penso de tais manifestações, lhe digo: o cara está dizendo que a arte acabou, que tanto faz pintar um quadro como mandar urubus para uma exposição. Só que esse tipo de atitude antiarte é coisa velha, uma vez que o tal urinol de Marcel Duchamp, que foi a primeira manifestação desse tipo, completará um século daqui a três anos.

Não é por acaso que as bienais estão morrendo, como a atual Bienal de São Paulo, cuja visitação é uma melancólica perda de tempo.

Enquanto isso, os artistas de verdade continuam criando obras de arte, obras que não têm que ser obrigatoriamente pintura, escultura ou gravura. Pode ser, por exemplo, uma instalação, mas deve mostrar criatividade e comover as pessoas.

Congresso de vegetarianos

No Congresso anual dos vegetarianos nordestinos o mestre de cerimônias inicia o evento com um apelo:

- Companheiros, peço a todos que sejam breve nos discursos. É que se demorar muito o jantar murcha.

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