O país acordou ontem (2ª feira, 16) sob o impacto das manifestações do domingo, amplamente convocadas durante todo o dia pela mídia de oposição e, de forma envergonhada, pelos partidos, a começar pelo PSDB. Envergonhada, sim, porque muitos participantes manifestavam repúdio a toda a classe política, a todos os partidos.
De maneira geral, as palavras de ordem das manifestações foram contra o governo Dilma e contra o PT e suas lideranças. Os manifestantes pediram a saída da presidenta da República e/ou seu impedimento. Os que foram às ruas se manifestaram contra a corrupção. Interessante, que na cruzada contra a corrupção, estivesse, à frente da manifestação na capital gaúcha, o PP, partido cuja bancada – e mais um suplente – no Rio Grande do Sul está toda sendo investigada na operação Lava-Jato.
Ainda sobre a contradição entre as manifestações e a bandeira contra a corrupção, em Brasília, o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, desfilou entre os manifestantes, apesar de um empresário potiguar ter denunciado que ele teria recebido propina de R$ 1 milhão. Só para não deixar passar: muitos dos que têm conta bancária suspeita no HSBC na Suíça – escândalo Swissleaks – estavam nas rua ou aplaudiam na midia os protestos contra a corrupção.
O que se viu, pelas bandeiras e palavras de ordem mais frequentes na manifestação, é que os que protestam – a classe média alta e a classe média – não têm propostas e demandas a apresentar ao governo. Querem derrubar a presidenta.
Uma minoria, ainda bem, pedia a volta dos militares