A adaga dos covardes

[...] ou o limite da imbecilidade direitista

by Boitempo - Editorial

"A delicada conjuntura em que nos encontramos está cheia de blefes, o que torna difícil a análise. A direita ameaça com o impedimento da presidente, um ex-presidente ameaça colocar o “exercito” de outros para defender o seu governo, outro ex-presidente tece pendores democráticos e de respeito a legalidade enquanto seu partido conspira na direção oposta. Como sempre, para superar a borbulha enganosa da aparência, é necessário descer às determinações de classe e aos interesses em jogo..."

Consulta psiquiatrica

A paciente chega no consutório e diz ao psiquiatra:

- Dôto, meu marido pensa que é uma geladeira.
- Não se preocupe. É um complexo inofensivo.
- Mas dotô, o problema é que ele dorme de boca aberta.
- E daí, o que tem demais ele dormir de boca aberta?
- Ora mais, o problema é que não sei dormir com luz acesa.

Política e manifestações

A pesquisa realizada pelo DataFolha apresenta um número revelador de quem pretende derrubar a presidente Dilma Roussef. São os que tem uma renda razoável - mais de 5 salários minímos - eleitores majoritariamente do Psdb e que constituem menos de 10% do eleitorado brasileiro. 

Resumindo:


A minoria do eleitorado, derrotado nas urnas, pretende ganhar no grito. E no grito, levam não. 

Se organizem, trabalhem e elejam seus candidatos, democraticamente.

Tapetão tem vez não.

Oraite?

José Dirceu - O papel do PT agora

O país acordou ontem (2ª feira, 16) sob o impacto das manifestações do domingo, amplamente convocadas durante todo o dia pela mídia de oposição e, de forma envergonhada, pelos partidos, a começar pelo PSDB. Envergonhada, sim, porque muitos participantes manifestavam repúdio a toda a classe política, a todos os partidos.
De maneira geral, as palavras de ordem das manifestações foram contra o governo Dilma e contra o PT e suas lideranças. Os manifestantes pediram a saída da presidenta da República e/ou seu impedimento. Os que foram às ruas se manifestaram contra a corrupção. Interessante, que na cruzada contra a corrupção, estivesse, à frente da manifestação na capital gaúcha, o PP, partido cuja bancada – e mais um suplente – no Rio Grande do Sul está toda sendo investigada na operação Lava-Jato.
Ainda sobre a contradição entre as manifestações e a bandeira contra a corrupção, em Brasília, o senador Agripino Maia (RN), presidente nacional do DEM, desfilou entre os manifestantes, apesar de um empresário potiguar ter denunciado que ele teria recebido propina de R$ 1 milhão. Só para não deixar passar: muitos dos que têm conta bancária suspeita no HSBC na Suíça – escândalo Swissleaks – estavam nas rua ou aplaudiam na midia os protestos contra a corrupção.
O que se viu, pelas bandeiras e palavras de ordem mais frequentes na manifestação, é que os que protestam – a classe média alta e a classe média – não têm propostas e demandas a apresentar ao governo. Querem derrubar a presidenta.
Uma minoria, ainda bem, pedia a volta dos militares

#DevolveGilmar

Tá mais que na hora do ministro Gilmar Mendes devolver projeto
por Marcio Valley

Passadas as marchas pró e contra o governo, é hora de nós, brasileiros e brasileiras, nos juntarmos para, sem coloração partidária, sem ressentimentos e sem rivalidades mesquinhas, promovermos ações políticas coletivas que estejam acima de qualquer suspeita de ambos os lados.
Tanto nas passeatas do dia 13, como nas do dia 15, era imenso o número de pessoas portando cartazes e faixas contra a corrupção. Trata-se, pois, de uma agenda política de todos os brasileiros. Que tal representantes de ambos os lados da disputa política, como, por exemplo, Lobão e Stédile ou FHC e Lula, demonstrarem que não se limitam à retórica emocional dos palanques? Que estão dispostos a abraçar uma causa objetiva e concreta que possui amplas possibilidades de produzir algum efeito positivo em nossa política?
A partir dessa repugnância à corrupção demonstrada por todos e dadas as informações que são reveladas a partir da Operação Lava-Jato, a primeira dessas ações concretas que merece ser abraçada parece ser o financiamento privado das campanhas políticas. E nem há necessidade de produção de projeto de emenda constitucional ou de lei de iniciativa pública. Já há uma interpretação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal prontinha para entrar em vigor. Basta apenas exigir que Gilmar Mendes cumpra o seu dever constitucional, como integrante do Poder Judiciário, de impedir ou mitigar os conflitos sociais. Juiz não existe para produzir questões, mas para resolvê-las.
É hora de incrementar a campanha "Devolve, Gilmar".

FIES: Governo terá critérios mínimos e assumirá controle de matrículas

Antes as matrículas eram feitas diretamente com a instituição, agora elas vão ter de passar pelo governo", informou a presidenta. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
Antes as matrículas eram feitas diretamente com a instituição, agora elas vão ter de passar pelo governo”, informou a presidenta. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.
A presidenta Dilma Rousseff esclareceu, nesta segunda-feira (16), que o governo federal mudou as regras do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), que terá agora critérios mínimos de seleção. Além disso, o Executivo controlará a disponibilização de vagas. “O governo cometeu um erro no Fies. (…) Em vez de controlar as matrículas, quem controlava as matrículas era o setor privado. Este é um erro que detectamos. Voltamos atrás e estamos ajustando o programa”, reconheceu.
Em entrevista coletiva após cerimônia de sanção do Código do Processo Civil, a presidenta lembrou essa sistemática não foi aplicada no Prouni, nem no Enem ou em qualquer outro programa do governo. “E isso não é culpa do setor privado, fomos nós que fizemos”. E explicou que, antes, “as matrículas eram feitas diretamente com as instituições, agora terão de passar pelo governo”. Ela informou que o Fies saltou de 74 mil pra 731 mil matrículas.
Quanto aos critérios para a concessão do financiamento, Dilma afirmou que agora haverá padrões mínimos para isso. “Não aceitamos mais que uma pessoa que tirar zero em português tenha direito a bolsa. Vai ter de ter um mínimo. [Antes] podia ter 450 pontos e zero em português. Tem de olhar como será daqui para frente, mas está regularizado, todas as pessoas, todas as matrículas para trás, todas”, enfatizou Dilma.

Corrupção eleitoral e empresarial, teu nome é Gilmar Mendes

O dia que Gilmar Mendes sentou na ADIM que já tinha maioria no STF - Supremo Tribunal Federal -
Há um ano o ministro tucano bloqueou a decisão que proíbe expediente que mascara propinas e a mafiosa grande mídia não dá um pio

por Pedro Porfírio

No dia 2 de abril de 2014, seis dos onze magistrados do Supremo Tribunal Federal  votaram a favor da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.650, proposta pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) - entre eles, o presidente Ricardo Lewandowski. Apenas um, Teori Zavascki, se manifestou contra. O número de votos favoráveis já havia definido a posição da corte.  No entanto, um senhor chamado Gilmar Ferreira Mendes, feito ministro no crepúsculo decadente do governo FHC,  em sintonia com todo esse ambiente que estamos vivendo hoje, resolveu protelar a decisão, ao pedir vistas. Daqui a 15 dias essa manobra abusiva fará um ano e não há sinais de que o ministro referido pretenda repor a matéria na pauta.
Ao sentar em cima do processo, Gilmar Ferreira Mendes, um mato-grossense baixinho, hoje com 59 anos, ofereceu a blindagem necessária para as espúrias doações privadas de campanha, de longe o caminho mais usado para o mascaramento das propinas nos serviços públicos, e não apenas na Petrobras.  Graças a ele, já em setembro de 2014 as doações para a campanha ultrapassavam  R$ 1 bilhão 130 milhões de reais, à frente delas as grandes empreiteiras e bancos privados.
O ministro Gilmar Ferreira Mendes fez uma senhora molecagem jurídica, abortou uma decisão que poderia inibir a corrupção eleitoral já nas últimas eleições e, no entanto, toda a mídia calou, mudou de assunto e não se falou mais nisso. Ao contrário, no seu afã de enganar os cidadãos de boa fé, propala que o fim desse instrumento de desfiguração do processo eleitoral vai depender de uma reforma política, cujos fundamentos ninguém conhece. Reforma que seria votada logo por quem chegou ao Parlamento e aos Executivos na aba de gastos milionários que tornam a disputa fatalmente desigual.
Esse silêncio cúmplice em relação ao boicote do ministro nomeado por Fernando Henrique Cardoso, a quem serviu antes como advogado geral da União, é o que se pode chamar de máxima expressão da hipocrisia. Ou alguém tem alguma dúvida sobre o nefasto dessas doações que têm idas e voltas?
Quem até hoje não deu um pio nessa blindagem de um expediente claramente corruptor tem moral para falar nos acontecimentos de hoje, cujas versões são claramente direcionadas segundo objetivos golpistas? Vamos lá, parceiro: o que você tem a falar a respeito?
Veja o que disse o cientista político João Roberto Lopes Pinto, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UniRio) e coordenador do INSTITUTO MAIS DEMOCRACIA: "O financiamento de empresas a campanhas políticas transforma o processo político em um negócio, com a lógica de captar recursos junto a empresas. Quando os partidos chegam ao poder, vão usar a máquina pública exatamente para beneficiar essas empresas em troca perpetuar essa mesma lógica. É realmente uma forma de deixar o sistema político refém do poder empresarial."
É necessário ressaltar que o mascaramento de propinas sob forma de doações de campanha ocorre em todos os âmbitos: só o orçamento do Estado de São Paulo para 2015 chegou a R$ 205 bilhões, dos quais R$ 20 bilhões só para investimentos. Para entender o que isso representa, a Prefeitura de Fortaleza trabalha este ano com um orçamento total de R$ 6 bilhões e 432 milhões.
O certo é que a turma da pesada age de forma orquestrada, numa espécie de santa aliança demolidora. Essa turma é cínica: patrocina a manipulação das eleições e  subordina mandatos políticos a seus interesses, mas tem sempre um jeito de criminalizar seletivamente aqueles que possam estar atrapalhando seus assaltos bem burilados, por  não rezarem  conforme seu breviário do primeiro ao último versículo.
O silêncio cúmplice em relação à manobra do ministro Gilmar Ferreira Mendes não é a única expressão do carnaval de hipocrisias que faz de parcela da população exaltadas buchas de canhão. Por isso, voltarei a falar a respeito, caso por caso, nos próximos dias. 
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