Charge do dia

(...) Era a dura, numa muito escura viatura 
minha nossa santa criatura 




Acorda Brasil


E quando escuto, leio, vejo famílias midiáticas apoiando Fhc, Eduardo Cunha, Rodrigo Janot, Gilmar Mendes, Sérgio Moro, Aécio Neves e a força tarefa seletiva da vaza jato me vem a cabeça esse trecho da canção:

(...) Era a dura, numa muito escura viatura 
minha nossa santa criatura 

"Não conhecia impeachment de vice-presidente", Gilmar Mendes ministro do STF



Constituição Federal do Brasil - 1988

Artigo 52. Compete privativamente ao Senado Federal:

  1. - Processar e julgar o presidente e o vice-presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os ministros de Estado e comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexos com aqueles. 

Esse pequeno exemplo dá uma noção do imenso saber jurídico do ministro Gilmar tucano Mendes - Supremo Tribunal Federal -.

Luís XV, nada. Agora é Cunha 2016.

Eduardo Cunha, Janot, Gilmar, Moro, Fhc, Aécio e Cia
Pois não é que o ladrão e sua gangue pretende decidir as regras de votação do golpe contra a Democracia, a Soberania do voto popular - via golpe contra a presidente Dilma Rousseff -, somente no dia e hora da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (Ptb-MG)...

Imagina, tu entrando numa disputa sem conhecer as regras do jogo. Como pode jogar?

É isso que a Câmara Federal (ops, Eduardo Cunha) acredita que fará.

Deixa o bandido pensar assim. Tá tomando corda pra se enforcar.

No final desse processo ele e sua quadrilha vão voltar para casa com o rabo entre as pernas e olhe lá se alguns não caírem numa ratoeira sem queijo suíço.

Quem viver verá!

Luís Nassif - o xadrez da bala de prata de Janot

Entra-se nos dias derradeiros para a primeira tentativa de impeachment com vários movimentos no nosso tabuleiro.
Movimento 1 - Rodrigo Janot usa a bala de prata contra Dilma.
A sequencia de ações contra Lula denotava uma intenção persecutória da Lava Jato. Caçar Lula tornou-se foco único. Depois, representações de toda ordem de outros procuradores, sempre tendo por alvo Lula e, por álibi, os factoides que provavelmente eles próprios plantavam na mídia.
No final do ano, quando a tese do impeachment esvaziou, coube ao Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot criar a nova linha de investigação, em cima do tríplex e do sítio de Atibaia.
À luz da razão, era nítida a perseguição. Mas o jurista por vezes tem razões que a própria razão desconhece. Aceitava-se, então, com alguma relutância a tese da impessoalidade das investigações e da perseguição ser mera consequência de um conjunto de circunstâncias.

Briguilinks

na Folha - os patos vão para o paraíso


por Laura Carvalho

Foi necessária a fuga de informações sobre centenas de milhares de operações oriundas da firma de advogados Mossack Fonseca, sediada no Panamá, para que o mundo tomasse conhecimento dos meandros e personagens de um amplo sistema "offshore" desenhado, sobretudo, para legalizar a sonegação de impostos e a lavagem de dinheiro.

As informações preliminares sugerem que entre os usuários do sistema estão a oligarquia russa; autocratas sauditas; o presidente da Argentina, Mauricio Macri; o jogador Lionel Messi; ao menos 29 multimilionários listados na revista "Forbes"; o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o filho de Paulo Skaf, presidente da Fiesp –a entidade que lançou a agora célebre campanha "Não vou pagar o pato".

No paraíso cartorial dos patos, convivem sonegadores, bancos que querem escapar da regulação, corruptores, corruptos, traficantes e até mesmo terroristas. É da necessidade de fuga –da lei, dos impostos ou da regulação– que se alimenta essa rede complexa, que não começa nem termina no Panamá.

Algo une todos os clientes: o mundo das "offshore" parece só ser acessível aos mais ricos. Como escreveu a deputada portuguesa Mariana Mortágua, "para os demais, os que trabalham e ganham o salário mínimo, ou o médio, fica o peso de uma administração tributária implacável e a responsabilidade de, com os seus impostos, financiar os Estados".

No Brasil, segundo a organização de pesquisa e consultoria Global Financial Integrity (GFI), a saída ilícita de capitais chegou a US$ 226,6 bilhões em dez anos (2004-2013), o que nos torna o sexto país em desenvolvimento a mais sofrer com a saída de recursos. Na Operação Zelotes, que trata de sonegação e corrupção –tudo junto e misturado– em território nacional, a Polícia Federal investiga desvios da ordem de R$ 20 bilhões.

Os tais patos, indignados com o olho grande do Estado sobre sua renda e/ou patrimônio, querem o melhor dos mundos, no qual a Mossack Fonseca vende lotes na terra prometida. Buscam ao mesmo tempo uma qualidade de vida escandinava e uma capacidade de fiscalização e arrecadação da Somália. Não parecem enxergar nenhuma incompatibilidade entre a conquista de tal qualidade de vida, que só existe de verdade ao final de uma travessia de alto crescimento e forte redução das desigualdades e, por exemplo, o tipo de ajuste fiscal que demandam do Estado brasileiro.

Concentram suas forças em pressionar o governo por amplas desonerações fiscais e impedir a volta da cobrança de Imposto de Renda da Pessoa Física sobre lucros distribuídos, a elevação dos impostos sobre grandes heranças ou a criação de um imposto sobre grandes fortunas.

Enquanto isso, trabalhadores e pequenos empresários sofrem com a carga tributária pesada e demasiado complexa sobre o consumo e a produção. Alguns desses, sem perceber que são os únicos patos dessa história, parecem sentir-se representados pela campanha da Fiesp. Se mais bem informados e conscientes de que direitos sociais, sonegação e corrupção não cabem no mesmo orçamento, certamente trocariam de alvo e substituiriam os gritos de "Vai pra Cuba!" pelos de "Vai pro Panamá!".