Briguilinks do dia passado a limpo

Dilma edita medida provisória para proteger o Mais Médicos




Convocada para amanhã, no Planalto, a cerimônia de assinatura de uma Medida Provisória para proteger o programa Mais Médicos deve transformar-se num primeiro ato em defesa de um das melhores heranças de Dilma Rousseff, colocada sob ameaça por um eventual governo Michel Temer.
Criado por Dilma em 2013, como uma resposta coerente aos imensos protestos ocorridos no primeiro semestre daquele ano, o Mais Médicos atende 63 milhões de brasileiros e tornou-se um dos mais bem sucedidos programas sociais em vigor no país depois da chegada do condomínio Lula-Dilma no Planalto. O índice de satisfação da população beneficiária, residente em áreas carentes e pontos remotos, fica próximo do absoluto.
Num máximo 10, a nota média é de 8,7, contra 6,6 na situação anterior. Ouvidos em pesquisa coordenada pela Universidade Federal de Minas e pelo IPESP (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Economicas), junto a 14.179 pacientes, 227 gestores e 391 médicos, apurou-se que 95% dos usuários se declaram satisfeitos, 87% dizem os médicos são mais atenciosos, e 82% afirmam que encontraram soluções melhores ou muito melhores para seus problemas de saúde durante a consulta.
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O pacote Levy deixou a queda da selic para Temer chutar




Desde fins do ano passado se sabia que a queda da inflação já estava contratada a partir do segundo trimestre, na medida em que saíssem da contagem anual os impactos dos mega-reajustes tarifários do ano passado.

Ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária) já poderia ter dado início à redução da Selic, devido ao fato das taxas estarem caindo no mercado futuro, acompanhando as projeções de queda da inflação. Deixou o pontapé da vitória para Michel Temer.

A queda, além disso, desmente esses mitos alimentadas pelo mercado, da inflação ter relação direta com desajustes fiscais. A não ser em períodos de emissão descontrolada de moeda, a inflação tem relação com fatores tradicionais, demanda, choques de oferta, choques de preços administrados.

Ontem, o Copom alertava que a inflação caíra, apesar dos desajustes fiscais, mas poderia voltar a subir se a questão fiscal não fossem bem equacionada. Os desajustes fiscais de 2015 foram o principal álibi para a elevação da Selic, que aprofundou os desajustes.

É evidente que há que se equilibrar as contas.

A maneira encontrada por Joaquim Levy, no entanto, conseguiu o extraordinário feito de jogar a economia na maior recessão da história, enfraquecer o governo e deixá-lo presa fácil do golpismo, e legar o trabalho "limpo" (a redução da Selic) para o sucessor.

Não faltaram avisos para os erros do tal pacote fiscal em pleno processo de queda da atividade econômica. Derrubou mais ainda o nível de atividade, inviabilizando qualquer equilíbrio das contas públicas sem a recriação de impostos.

Ao mesmo tempo, enfraqueceu de forma terminal o governo, inviabilizando qualquer acordo político. Vendeu para a presidente a fantasia de que se fizesse o mal de uma vez, a recuperação seria milagrosamente rápida. Em março do ano passado, a presidente estava convicta de que o pior já havia passado.

Todo o desenho mágico se baseava em uma suposição irreal. A queda da inflação levaria a uma inversão das taxas longas de juros. Quando isto ocorresse, os investidores milagrosamente sairiam de seus bunkers e irrigariam a economia com investimentos de longo prazo.

Esse visão milagreira atinge todos os economistas que saltam do livro-texto para o cargo de Ministro da Fazenda ou presidente do Banco Central. Em suas fabulações consideram que a vontade comanda a economia. Basta vontade política e persistência para todos os males serem vencidos.

Não entendem a economia como um organismo complexo, vivo, composto por agentes econômicos que se entrelaçam, sendo mutuamente afetados. Grandes choques afetam profundamente esse equilíbrio. Como não entendem esse jogo julgam que o equilíbrio será imediatamente recomposto com a entrada de um agente externo (os investimentos), como se o cenário econômico também não condicionasse suas decisões.

No ano passado, o choque fiscal veio acompanhado de um choque monetário inútil. Enquanto o choque fiscal derrubava a demanda, deixando as empresas amarradas a estoques, o choque monetário as impedia de retornar para o estágio anterior, de fazer uma travessia menos traumática para um patamar menor de vendas. Mesmo sabendo-se que a inflação era decorrente de choques tarifários, e cairia assim que o impacto desses choques saísse da contagem anual.

Os resultados óbvios foram as quedas recordes do PIB em 2015 e em 2016. É o mantra defensivo do mercado, de que pacote não foi bem sucedido porque Dilma Rousseff não lhe deu o respaldo necessário. Ela deu ao pacote o máximo que um governante poderia oferecer: seu próprio mandato.

Agora sim, o Brasil vai dar certo



Derruba-se o governo com todas as suas politicas sociais, que só ‘oneram’ o Estado, enxugando-o e reduzindo-o ao mínimo para que possa atender quem realmente precisa dele.
Ao povo, cabe relembrar – os que esqueceram terão que puxar da memória e ensinar aos mais jovens – o antigo conselho de economistas gordos e corados. Apertar os cintos! Enquanto isso, eles trabalham para aumentar o bolo que nunca será divido.
O que se viveu nos últimos anos, através de um Estado de Bem Estar Social, cujos investimentos serão chamados de gastos, será esquecido na primeira curva do rio neoliberal. À base de machadadas no orçamento, ajuste fiscal (para ‘sanear’ o estado) o arrocho virá com tudo pra pegar, de jeito, a arigozada. Mas, não sem antes puxar a orelha desse povo que andou gastando o que não devia.
Quem mandou comprar geladeira?
Quem foi que mandou comprar carro?
Quem mandou comprar casa própria?
Ainda não sabe qual a parte que te cabe desse latifúndio?
Pobre tem que viver de aluguel, se amontoar em cortiços, se virar sardinha em coletivos (sem ar condicionado, óbvio) e penar nas filas dos SUS. Antes que o SUS acabe, claro.
Depois poderá morrer em paz na porta de alguma clínica ou hospital particular.
Mais saúde? Médicos cubanos – aqueles que conversam com o paciente por quase meia hora, aqueles que ouvem, dão conselhos, perguntam? Esqueça.
No lugar da medicina preventiva o trabalhador será entupido de remédios, que não conseguirá comprar.
Time is Money. Três minutos para cada “morrente”e de pé, de preferência, pois a fila tem que andar.
Quem não gostar que vá reclamar ao papa, aquele comunistazinho.
“Não existe almoço grátis” diz o bruxo dos neoliberais e, também, de uma dúzia de assalariados com mania de patrão. Nem almoço grátis, nem faculdade grátis (pra pobre).
O pobre vai ter que aprender a se esforçar como os ricos fazem. Acordar cedo, pegar dois ônibus, trabalhar e estudar. Fazer cursinhos de milhões e nunca desistir.
Virem-se, afinal, “todos nasceram com as mesmas oportunidades”. E, nunca esqueça: sempre aperte o cinto!
Sobre o Bolsa Família nem é preciso comentar. A sociedade da digestão bem feita do país já se posicionou. Nada de “Bolsa Vagabundo”. Pobre bom é pobre morrendo de fome.  O jejum santifica!
Pobre não tem que atrapalhar a economia, o desenvolvimento e muito menos o ‘progresso’ do país.
Os direitos trabalhistas terão que ser flexibilizados. É muito direito para o trabalhador e pouco para o empregador. 
“O país tem que voltar a dar lucro”.
Todas as estatais – Petrobras, Banco do Brasil, Caixa etc – devem ser privatizadas. Elas são um ‘peso’ para o estado, que é incompetente para administrar.
Essa turma aí, que quer dar o golpe, tem amigos bem mais competentes para isso e rola até um financiamentozinho via BNDES.
A imprensa terá papel fundamental nesse processo de ‘sacrifício libertador do povo brasileiro’.
“Podemos tirar se preferir”: alguma corrupçãozinha que, porventura, apareça. Corrupção era coisa do PT.
Em caso de alguns baderneiros insatisfeitos quererem atrapalhar os rumos da nação, a PM estará a postos para manter a ‘ordem’, uma vez que o ‘progresso’ já estará a todo vapor.
Programas de TV mostrando miseráveis são bem vindos, ajudam aos remediados a não reclamarem da sorte que têm.
Consultas ao FMI são aconselháveis. O superávit primário será mantido e os juros dos rentistas garantidos. Juros, aliás, como o deus mercado: lá no alto.
O aumento de tributos pode ser um fator animador e a igualdade deverá ser perseguida. Todos pagarão a mesma coisa: miseráveis, pobres, remediados, semi-ricos, quase ricos e, também, os ricos, que também são filhos de Deus.
E quando todo o plano estiver bem consolidado – e o plano da internet limitado – o brasileiro poderá sentar-se na beira da calçada, olhar para o nada, lembrar o passado recente e chorar até soluçar.
Certamente será de alegria, por ver o nosso país tomar rumo, dirigido pelas mãos honestas, competentes e confiáveis de Eduardo Cunha e Michel Temer. Gente que não rouba e que não trai.
Ah, e felizes porque a nossa bandeira não será vermelha, mas preta. De luto.

Economia e política

Sobre farsas e farsantes
por JB Costa

De farsa em farsa este país de políticos e agentes públicos farsantes assiste mais uma tragédia em forma de farsa(ou uma farsa em forma de tragédia?)

Farsa grotesca porque inexiste previsão legal que a ampare e, farsa das farsas das farsas(até o infinito), quando denomina de "julgamento" um evento em que todos os "juízes" de antemão já inocentaram, mas e principalmente, condenaram a ré. Mais ou menos como escovar os dentes antes das refeições e morrer antes de nascer. Filosoficamente, o efeito antes da causa; no linguajar popular "o carro puxando os bois".

Pergunta-se: quanto custará ao mirrado, suado, dinheiro dos contribuintes esse "espetáculo"? Já não bastou a pantomima da Câmara dos Deputados, hoje já incluída não só no anedotário nacional, mas de todo o planeta? Por que nos submeter à discurseira demagógica e vazia dos ditos "pais da Pátria"(mais para "padrastos")?

Poupe-nos prezados senhores e senhoras, poupem-nos. Como tudo já está preliminarmente decidido, deixem de tanta hipocrisia, Numa única sessão vossas excelências podem dar cabo dessa contrafação.

Quem poderia, e deveria! ter dado alguma significância e seriedade a esse processo incide num desvio de caráter imperdoável, injustificável, abominável e execrável, o dito Supremo Tribunal Federal, que a rogo da alegada "não interferência em outros poderes", se omite covardemente num momento tão crucial para o país.

O Supremo não iria "supremar", apenas cumprir o seu mister de guardião da Ordem Institucional ora esgarçada por politiqueiros irresponsáveis, argentários gananciosos, revanchistas e arrivistas.

Estamos empenhando, provavelmente, com essas abomináveis demonstrações de irresponsabilidades, omissões e desamor à causa pública, parte dos sonhos e do bem-estar das próximas gerações.

O Povo brasileiro, o sofrido e sempre esperançoso povo brasileiro, não merecia, nem merece isso.

Charge do dia

– Charge do Paixão, na Gazeta do Povo.

A Marta é velha, por Carlos Souza

Semana passada, em pequeno artigo aqui publicado, premonitoriamente afirmei que Marta Suplicy quando chamada a votar não decepcionaria ao Cunha, ao Bolsonaro, ao Temer e aos golpistas em geral e certamente se posicionaria a favor do golpe.

Essa semana o GGN perguntou aos 81 senadores como votariam a questão do impeachment e Marta, como previsto, não decepcionou aos seus aliados golpistas.

O título acima, obviamente, não se refere à idade cronólogica de Marta. A senadora tem, e aparenta, mais de 70 anos, mas ninguém é velho por causa disso. Chico Buarque, Gilberto Gil, Gal Costa e tantos outros, só para ficar no exemplo de pessoas muito conhecidas, também já viveram sete décadas ou mais, e nem por isso envelheceram.

Quando afirmo que Marta é velha, me refiro à tudo que ela hoje representa. Marta é velha por estar ao lado do que há de pior na velhaca política nacional.

Marta é velha por trair ao PT que sempre a prestigiou e sem o qual ela jamais se destacaria na política.

Marta é velha por trair seus eleitores (sinto muito Fernando Morais) que pensavam votar em alguém dígno e progressista.

Marta é velha por estar do mesmo lado de Bolsonaro que apoia a volta da ditadura e defende os torturadores.

Marta é velha por estar do mesmo lado desse e de tantos outros políticos que não respeitam as mulheres e nem querem permitir a elas avanços ou conquistas.

Marta é velha por estar do lado da bancada BBB (Boi, Bala e Bíblia) que é contra o aborto e a liberdade sexual, a favor do preconceito e contra os homosexuais.

Marta é velha por que trai de forma despudorada, seus próprios declarados ideais.

Marta é velha por por praticar o que há de mais velho na política, que é a infidelidade e a traição.

Marta é velha pela traição à Presidente Dilma. Foi ministra prestigiada desse governo que agora ela acusa de ter praticado crimes de responsabilidade.

Marta é velha por apoiar esse futuro governo que antes de assumir já demosntra que virá para acabar com as poucas conquistas obtidas em anos recentes.

Marta vai estar do lado daqueles que acabarão com o Bolsa Família, com o Mais Médicos, com o ProUni, com o FIES, com o Minha Casa Minha Vida e com os reajustes do salário mínimo.

Como escrevi semana passada, Marta que sempre posou de moderninha e a favor da emancipação feminina, vai votar a favor do golpe, para tirar o mandato da primeira mulher eleita presidente no Brasil. Não sei do que posará e que aparência terá daqui prá fente.

Aspectos estéticos, que são relativos e pessoais, não tem nada a ver com política. O excesso de botox pode deformar e tirar a naturalidade de um rosto, mas ainda assim não influi na honestidade e na honra de uma pessoa. Ninguém vira canalha ou fica velho pelo excesso de botox.

Mas Marta pratica a velha política, e por isso Marta é Velha.