A patética cavalgada da mídia para esconder a liderança de Lula nas pesquisas. Por Miguel Enriquez
Com a divulgação da pesquisa CNT/ MDA, a perplexidade tomou conta dos QGs dos principais veículos da mídia brasileira.
A constatação de que a despeito da desapiedada campanha de difamação e mentiras envolvendo o seu nome, cotidianamente nos últimos três anos, Luiz Inácio Lula da Silva estava à frente na preferência dos eleitores para as eleições presidenciais de 2018, em todos os cenários avaliados, provocou o pânico e a desorientação entre seus adversários de todos os matizes na imprensa.
Como mostram os números, nem mesmo a condenação de Lula em primeira instância pelo juiz Sérgio Moro no processo do triplex do Guarujá e, mais do que isso, a delação do ex-ministro Antônio Palocci foram capazes de abalar o crescimento de seu nome entre o eleitorado.
Para desespero de seus detratores, Lula foi de 16,6 % para 20,2% na pesquisa espontânea entre fevereiro, quando foi produzida a pesquisa anterior da CNT em setembro.
Ao mesmo tempo, assumiu um folgado primeiro lugar em todas as simulações de segundo turno, superando amplamente todos os seus eventuais opositores – de Jair Bolsonaro a Marina Silva, passando por figuras do tucanato como Geraldo Alckmin, João Doria e Aécio Neves.
A desorientação assumiu diferentes matizes. Na ala mais escrachadamente direitista, simbolizada pela rádio Jovem Pan, de São Paulo, uma emissora antilulista em tempo integral, o atordoamento chegou a assumir aspectos caricatos na terça feira.
No programa "Pingo nos Is", a apresentadora Joice Hasselmann, conhecida por sua estridência e desapreço pela verdade, se atreveu a questionar a pertinência da própria pesquisa e sua patrocinadora, a CNT.
Para Joice, punida pelo Comitê de Ética do Sindicato dos Jornalistas do Paraná por ter comprovadamente plagiado 65 reportagens escritas por 42 profissionais diferentes, era estranho que uma entidade de transportadores se preocupasse com esse tipo de coisa em vez de tratar de problemas de logística, de fretes e de condições das estradas, entre outros.
Folclore à parte, o que se viu, na verdade, foi uma repetição da postura da mídia tradicional em relação às caravanas de Lula pelo Nordeste. Na melhor das hipóteses, um registro burocrático. Na maioria dos casos, o silêncio puro e simples.