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Xadrez da delação do fim do mundo numa 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 3 – o desmonte do país

O desmonte está se dando nas seguintes frentes:

O projeto geopolítico

No dia 22 de fevereiro último, o Washington Post – jornal com estreitas ligações com fontes da CIA – produziu um artigo revelador (https://goo.gl/K2Hsov): “Como um escândalo que começou no Brasil está perturbando outros países da América Latina”.
A reportagem lembra o Brasil como estrela em ascensão quando conseguiu o direito e
sediar a Copa do Mundo e as Olimpíadas. E que a Odebrecht se tornou um símbolo do
crescimento da importância brasileira no mundo, da mesma forma que a Coca-Cola para os Estados Unidos e a Toyota para o Japão.
Constata o jornal que a Odebrecht se tornou peça central do soft power brasileiro. E – aí não é o jornal afirmando - valendo-se dos mesmos expedientes da Siemens alemã, da IBM norte-americana, da Dassault francesa. Em todos os casos, puniram-se dirigentes, mas preservaram-se as empresas, vistas como ativos nacionais.
A reportagem admite que a corrupção não surgiu no governo Lula, nem com a Odebrecht, mas que ela foi a única a ser pega. E mostra como a Lava Jato, com a ajuda do Poder Judiciário desses países, está ajudando a limpar a área de todos os governos de esquerda no continente.
No Brasil, o desmonte atinge todos os segmentos, dos estaleiros à indústria de defesa e toda rede de fornecedores, com a redução da obrigatoriedade do conteúdo nacional nas plataformas.
Agora, se prepara o golpe final contra as empreiteiras brasileiras, com a cooperação firmada com os Ministérios Públicos de mercados conquistados por elas e a tentativa do TCU (Tribunal de Contas da União) de proibir novos contratos com elas. Um órgão assessor do Congresso se tornou peça-chave na destruição de ativos nacionais.
Não apenas isso.

O desmanche social

E aqui se entra nos desdobramentos não previstos pelo golpe.
A estratégia de desmonte do Estado aprofundou brutalmente a crise fiscal e a crise social.
A cada dia aumenta o desemprego, as tensões sociais, a insegurança nas grandes metrópoles, a crise fiscal da União e dos estados.
Há um brutal endividamento nas empresas. As que mais cresceram no período anterior são as mais endividadas. O sistema bancário montou operações de resgate estendendo os prazos dos financiamentos. Mas sem perspectivas de melhora da economia, caminha-se para uma crise sistêmica.
Por qualquer ângulo que se analise, será impossível a manutenção da política econômica atual e do próprio governo Temer.

A ideologização primária

Hoje em dia uma ideologização pesada domina os debates, tanto à direita quanto à esquerda, dificultando enormemente a busca de consensos. A ideia de construção nacional, pactos de produção, de inovação, afirmação de políticas sociais, equilíbrio entre o papel do Estado e do setor privado, todos os meios tons que deveriam servir de base para políticas de desenvolvimento cederam lugar a uma radicalização profundamente simplificadora.
Rapidamente, o pacote Meirelles torna-se inviável. E não aparece uma alternativa no lugar. Não levará muito tempo para que a agenda neoliberal seja substituída por uma liderança forte – de esquerda ou direita, civil ou militar – repetindo o roteiro norte-americano e britânico. Não mais um centro-esquerda relativamente racional.
Ou seja, o pêndulo com movimentos próximos do centro, mais à direita com o PSDB, mais à esquerda com o PT, mas sem abrir mão dos princípios democráticos, em breve será substituído por alguma saída autocrática.
Aí entram em cena as delações da Odebrecht, como um dos momentos de corte. Peça 04 - as delações da Odebrecht e o MPF
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Xadrez da delação premiada do fim do mundo numa 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 4 – as delações da Odebrecht e o MPF

Considere-se inicialmente o papel do Ministério Público Federal no golpe. Sabia-se desde o início da extensa capivara dos líderes do PMDB no Congresso; sabia-se de Temer, Cunha, Geddel, Padilha, Moreira Franco, como se sabia de Aécio, Serra, Alckmin, tanto quanto de Dirceu, Pallocci. Se sabia que o impeachment jogaria o país nas mãos do pior agrupamento que a política brasileira gestou desde a redemocratização.
O álibi mais generoso para a ação golpista e antinacional do MPF é o da ignorância, um grupo de procuradores desinformados, sem conhecimento mínimo sobre economia, geopolítica, interesse nacional, acreditando que a Lava Jato tinha chegado ao cerne da corrupção brasileira, com os tríplex, pedalinhos e quetais. Ou acreditando que comeria os políticos pelas bordas, primeiro o PT, depois o PMDB. Mas poupando sempre o PSDB.
Aliás, não dá para esperar essa visão política mais sofisticada do MPF quando nem a presidência da República nem o seu Ministro da Justiça demonstravam a menor sensibilidade para esses temas.
O Brasil está sendo literalmente destruído por um processo amplo de ignorância coletiva.
Era tão hipócrita o discurso anti-corrupção que, para apear do poder uma presidente honesta – jogando no lixo os votos majoritariamente dos mais pobres – tiveram que apelar para a história das pedaladas.
No final do governo Dilma, firmou-se um pacto tácito entre os conspiradores. Para manter as aparência de luta contra a corrupção e de isenção das investigações, seria sacrificado pelo menos um cacique de cada partido. Do PMDB, preferencialmente Cunha e Renan Calheiros; do PSDB, Aécio.
O fator Rodrigo Janot embolou um pouco o meio campo. Peça 05 - o fator Rodrigo Janot
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Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4ª feira de cinza, por Luis Nassif

Peça 1 – a dupla conspiração

O leitor Marcos Antônio trouxe uma das melhores narrativas para explicar o quadro político atual (https://goo.gl/4PESgu). Tomo emprestado a tese principal.
A fragilidade política de Dilma Rousseff, o avanço da crise econômica e o pré-ensaio bem-sucedido da AP 470 despertaram dois movimentos simultâneos de desestabilização política do governo Dilma.
O primeiro, uma frente composta pelo PSDB, Lava Jato, Poder Judiciário e mídia, visando o impeachment da chapa Dilma-Temer, o terceiro turno inaugurado no mesmo dia da divulgação dos resultados das eleições de 2014. Os personagens centrais dessa estratégia foram Gilmar Mendes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e a Lava Jato acelerando as delações.
A tentativa de Gilmar acabou frustrada pela reação despertada e pelo fato do governador de São Paulo Geraldo Alckmin ter incorrido na mesma situação de Dilma: impugnar sua chapa significaria impugnar também a vitória de Alckmin.
Com isso, a primeira frente acabou sendo atropelada pela segunda, planejada antecipadamente por Eduardo Cunha e pela camarilha de Temer. A ideia do grupo foi montar uma superbancada na Câmara, valendo-se da influência que passou a exercer sobre a Petrobras, depois que a AP470 quase derrubou o governo Lula.
O grupo de Temer sempre se valeu da estratégia da chantagem. No episódio da compra de votos, por exemplo, chantageou Fernando Henrique Cardoso para conseguir cargos-chaves no governo tucano.
Quando a AP 470 colocou o governo Lula na berlinda, nova rodada de chantagem conferiu ao PMDB cargos-chaves no governo e, em especial, na Petrobras.

Com a explosão de obras do período, montou uma supercaixinha que lhe deu condição de ambicionar agora não mais Ministérios, mas o centro do poder, tornando o governo refém da Câmara.
A expectativa de perda de mandato de Eduardo Cunha, o desgaste de Dilma, com uma sucessão inédita de erros, fez Cunha avançar o sinal, paralisar o governo com pautas-bombas e abrir o processo do impeachment.
Montou-se um acordo meia boca com o PSDB, em torno da tal Ponte para o Futuro, a promessa de revogação da Constituição de 1988.  Temer faria o trabalho sujo do desmonte da Constituição e abriria espaço para o PSDB em alguns ministérios.
A partir daí a camarilha saiu do segundo plano e passou a controlar o país, sem nenhuma estratégia anticíclica para enfrentar a crise, nenhuma ideia criativa, nenhum conceito de Nação. Assumiram com apenas dois mandatos: o desmonte do Estado nacional e, como prêmio, o maior assalto da história aos cofres públicos.
Com a estrada pavimentada, o PT destruído, sua obra anterior reduzida a pó, o PSDB poderia se aventurar em 2018, mesmo sem dispor de programas e de projetos de país, confiando em uma economia em recuperação.
Os principais passos desse balé da conspiração:
1.     A maior parte da corrupção da Petrobras estava sob o comando do PMDB. A Lava Jato tratou de esconder o lobista-mor, ligado ao PMDB, restringir as investigações ao período do PT e investir pesadamente sobre Lula, a fim de não atrapalhar a tomada do poder pelo PMDB.
2.     Já o Procurador Geral da República (PGR) Rodrigo Janot simulou jogar com o governo Dilma até fins de 2014. Quando sentiu que os ventos mudaram, pulou de mala e cuia para o barco da conspiração.
3.     O Supremo Tribunal Federal convalidou o golpe, especialmente após Luís Roberto Barroso e Luiz Edson Fachin terem abdicado de seu papel de defensores da Constituição.
4.     O chega prá-la no PMDB consistiu na derrubada de Eduardo Cunha e, gradativamente, de cada membro da camarilha de Temer. Trabalho facilitado, aliás, pela extensa capivara de cada um. O próximo a cair será Moreira Franco. Peça 02 - o assalto generalizado à República>>>
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Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 02 - o assalto generalizado à República
O quadro a seguir é dantesco.
No mais alto cargo do Executivo, hum presidente impopular, sem nenhum carisma, negocista, com uma carreira política pavimentada pelo fisiologismo e por suspeitas reiteradas de corrupção.
No Congresso e nas estatais, tem-se o maior assalto à luz do dia da história da República:
1.     A privatização do satélite brasileiro.
2.     A entrega das concessões públicas às empresas de telecomunicações e radiodifusão.
3.     A anulação das reservas indígenas.
4.     A autorização para a venda de terras a estrangeiros que, se consumada, sancionará o maior processo de lavagem de dinheiro da história.
5.     A legalização do jogo.
6.     A entrega do pré-sal às operadoras estrangeiras, sem nenhuma exigência de contrapartida.
7.     As sucessivas tentativas de importação de alimentos, reeditando alguns golpes históricos da Nova República.
8.     A venda de ativos da Petrobras na bacia das almas.
9.     O fim do conteúdo nacional nos projetos de construção das plataformas marítimas.
Essa esbórnia foi entregue de bandeja pela Lava Jato para a pior organização política da República, em nome do combate à corrupção.
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Xadrez da delação do fim do mundo em uma 4ª de cinza, por Luis Nassif

Peça 06 - o barril de pólvora
Com a divulgação da delação premiada da Odebrecht completa-se o quadro da mais completa desmoralização do poder civil no país desde os remotos de 1964.
A delação é o estopim em cima do seguinte barril de pólvora:
1.     Economia sem sinais de reativação. A necessidade de criar fatos faz a mídia comemorar possibilidade de crescimento do PIB de 1% no próximo ano, depois de queda de 8%. Ou saudar a entrada de investimentos externos, que estão vindo exclusivamente atrás de empresas em dificuldades, sendo vendidas na bacia das almas, como se fosse sinal de recuperação. Quem opera no mundo real, como a Fnac, está tirando o time do país.
2.     Desmoralização do discurso da austeridade, a ideia de que com mais arrocho se terá a volta do crescimento.
3.     A corrupção do grupo de Temer eliminando qualquer tentativa de legitimidade do Executivo, ao mesmo tempo em que se tenta colocar goela abaixo do país a reforma da Previdência. Os papéis distribuídos pelo Anonymous mostram estreitas relações de negócio entre Temer, José Yunes e Sandro Mabel (https://goo.gl/95WjSw). Tanto Mabel quanto Yunes foram nomeados assessores especiais por Temer, na sua cota pessoal. Yunes foi acusado de intermediar propinas para o PMDB, com o conhecimento de Temer (https://goo.gl/yjf8PF). Mabel é conhecido por intenso trabalho de lobby no Congresso (https://goo.gl/4aCwz2).
4.     Avanço avassalador do crime organizado nas principais regiões do país, movimento ampliado pelo fato da economia formal ser incapaz de gerar empregos.
5.     Aumento da criminalidade e da insegurança, devido à crise fiscal dos estados, desaparelhando as polícias, e ao aumento do desemprego. Em grande parte dos estados, as PMs abriram mão de suas responsabilidades em relação ao crime organizado para se tornarem polícias políticas. O caos do Espírito Santo expôs as vísceras de um modelo fiscal inviável.
6.     Desmanche da imagem do Brasil internacionalmente, como futura média potência. O arranjo político legado pela Lava Jato tornou o Brasil, aos olhos da opinião pública mundial esclarecida, uma republiqueta similar às piores republiquetas africanas (https://goo.gl/I1Y40t). Obviamente, em nome da grande causa de combate à corrupção. O artigo do Le Monde analisa o significado da indicação de Alexandre de Morais para o Supremo.

Temer não resistirá. O PSDB não resistirá. O PT está fora do jogo.
O que sobrará após as delações da Odebrecht? O que a Globo, o Supremo, o mercado, o PGR terão a oferecer para evitar o caos, como contrapartida à sua responsabilidade nesse desmanche do país?
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Xadrez da delação do fim do mundo numa 4ª feira de cinza, por Luis Nassif

Peça 05 - o fator Rodrigo Janot
 Para investigar o conterrâneo Aécio, a estratégia adotada por Janot tem sido a da postergação das investigações.
A informação de que Janot solicitou ao Ministro Gilmar Mendes prorrogação do inquérito aberto para investigar as ligações de Aécio com a Lista de Furnas, é a comprovação cabal de sua estratégia de postergação permanente dos inquéritos.
Tome-se o caso da Lista de Furnas.
Nas primeiras delações de Alberto Yousseff, apareceram as menções às propinas recebidas por Aécio através do diretor Dimas Toledo. Desde 2010, dormiam na gaveta da PGR as peças do inquérito aberto para investigar as contas de Aécio em Liechtenstein.
Em 29 de fevereiro de 2016 – um ano atrás! – foi homologada a delação do ex-senador Delcídio do Amaral.
DELCIDIO DO AMARAL teve conhecimento de um grande esquema de corrupção que ocorria em Furnas, operado por DIMAS TOLEDO. Tai esquema já foi mencionado, "en passant", anteriormente por ALBERTO YOUSSEF, tendo se referido à participação de AÉCIO NEVES no esquema.
DELCIDIO DO AMARAL confirma que esta referencia ao Sena dor Mineiro tem fundamento. A corroboração de que YOUSSEF tinha conhecimento do esquema, e o fato de que ele mencionou a pessoa de DIMAS TOLEDO, experiente e competente profissional do setor elétrico.
DIMAS TOLEDO era o operador do esquema de corrupção em Furnas pela PSDB. O esquema de Furnas atendia vários interesses espúrios do PP, do PSDB e depois de 2002, do próprio PT.
DELCIDIO DO AMARAL, em viagem a Campinas com o presidente LULA, foi perguntado pela Ex-Presidente sobre a atuação de DIMAS: "DELCÍDIO, quem e esse cara?" DELCIDIO respondeu: "E um profissional do setor elétrico. Por que o senhor me pergunta isso?" LULA respondeu: "E porque o Janene veio me pedir pela permanência dele, depois o AÉCIO e até o PT, que era contra, já virou a favor da permanência dele. Deve estar roubando muito!"
DELCIDIO sabe que DIMAS TOLEDO sempre teve informa<;6es relevantes de vários governos estaduais e federais, vez que era Diretor de Engenharia de FURNAS, tanto que o então Ministro JOSE DIRCEU afirmou: "Se colocarem o Dimas como ascensorista de Fumas, ele manda no presidente".
Dimas não era mais um operador: era o centro de uma extensa rede de corrupção, como se fosse a soma de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff. Qualquer investigação minimamente profissional e isenta daria prioridade total a investiga-lo pois, a partir dele, se mapearia toda a estrutura de corrupção em torno de Furnas.
Hoje em dia, são decretadas prisões preventivas às pencas, sob o argumento de que, solto, o suspeito poderia esconder provas. Dimas está solto há anos, tendo sido incomodado pouquíssimas vezes.
1.     Assim como o inquérito da helicoca, o da Lista de Furnas parou no TRF2 – o Tribunal Regional Federal da 2a Região, com sede em Belo Horizonte.
2.     O inquérito quebrou o sigilo de Dimas Toledo, mas o TRF2 manteve os dados em sigilo.
3.     O máximo que se avançou foi em uma acareação entre um delator, Fernando Antônio Horneaux de Mora e Dimas, na qual o delator acusou e Dimas se defendeu. E nada mais foi apurado.
Um ano após a homologação da delação de Delcídio, Janot solicita mais 60 dias de prorrogação do inquérito para que a PF traga os seguintes documentos:
·      Juntada de cópia do relatório final elaborado pelo TCU sobre o "Mensalão de Furnas", sobre possíveis irregularidades em contratos celebrados por DIMAS FABIANO TOLEDO, enquanto Diretor de Engenharia de FURNAS, conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0200/217 de fl. 481);
·      Juntada de cópia do relatório final elaborado pela Controladoria Geral da União sobre o "Mensalào de Furnas", conforme solicitado pela autoridade policial no Ofício 0201/2017 de fl. 482;
·      Juntada de autos que tramitaram perante a 3? Vara Criminal da Comarca do Rio de Janeiro, no qual houve quebra de sigilo bancário de DIMAS FABIANO TOLESO, conforme solicitado no Ofício 0202/2017 de fl. 487;
·      Oitiva de SILVIO PEREIRA (fl. 456); Oitiva de JOSÉ DIRCEU (fl. 455); Oitiva do colaborador DELCIDIO DO AMARAL GOMEZ; g) Oitiva do investigado.
Daqui a 60 dias, tudo pode ocorrer: uma nova solicitação de prorrogação de prazo, alguma medida de Gilmar visando paralisar o inquérito, a alegação de que nada foi encontrado capaz de corroborar as acusações. Peça 06 - o barril de pólvora>>>
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Chance Zero, por Lucinei

Comentário do internauta Lucinei sobre o artigo Xadrez do pacote econômico alternativo [?] publicado por Luis Nassif no GGN. 
E o Nassif ainda querendo debate racional com fascistas...
Ora, ora,o golpe foi dado CONTRA todas essas propostas. Qualquer uma delas, mesmo que isoladamente, será considerada "retorno do lulopetismo".
Chance zero.
É um erro dizer que a UDN "não tem projeto". Será que não está claro que o projeto É o desmonte do estado social e o entreguismo infantil? Alguém realmente acredita que toda essa reação furibunda vai simplesmente dar meia volta? Destruíram a democracia e salgaram a terra pra depois dizerem "ok, passamos do ponto", é isso?
Não adianta: daqui a 20 anos, não importa a quantidade de injustiça e sofrimento humano causadas por essas mesquinharias ideológicas, a desculpa vai continuar sendo o Lula e o PT, PT, PT. É pra isso que serve bode expiatório.
Enquanto isso cientistas e analistas políticos repetem que a lava jato é uma operação "moralista" de combate a corrupção e que os ativistas envolvidos "não têm projeto"...
Schoppenhauer: Usar palavras demais para para expressar poucos pensamentos é sinal inconfundível de mediocridade. O homem inteligente, ao contrário, resume, muitos pensamentos e ideias em poucas palavras*

Xadrez do pós-golpe a morte do novo e a ressurreição do arcaico

Sobre o post "Xadrez do pós-impeachment e da morte do velho" do jornalista Luis Nassif não vou nem comentar os tópicos:

  1. A concretização do golpe
  2. Os protagonistas do pós golpe
  • Grupo Temer
  • Grupo Lula
  • Psdb
  • A lava jato e a PGR
  • Mídia e Mercado
    3. As novas movimentações
  • Internacionalizações e a era dos yuppies
  • A nova Esquerda
Vou me a ter apenas a frases final do artigo, que é a mais pura contradição: "Por enquanto vive-se esse terremoto, no qual o velho morreu e o novo ainda não se fez."

Lendo ao artigo a conclusão óbvia é: Por enquanto vive-se esse terremoto, no qual mataram o novo e ressuscitaram o velho.

Xadrez de Dilma de volta para o futuro


Belo título, belas ideias e propostas do jornalista Luis Nassif para uma campanha eleitoral. Porém o que meu Cândido não diz é que Dilma está sendo derrubada exatamente por suas qualidades:

Honestidade, Coragem e Coerência.

Alguém tem dúvida que se não tivesse contrariado interesses, limpado a Petrobras, Furnas e muitas outras estatais ela estaria governando em berço esplêndido e cor-de-rosa?

Eu tenho certeza que estaria sim.

Tem mais, se atentarmos bem, a desculpa para o golpe revela um dos principais motivos para o que está acontecendo.

E qual é esse motivo?

Dilma preferiu diminuir o superávit primário (pagamento de juros a agiotas nacionais e internacionais) para investir no social.

Essa talvez a razão principal para os golpistas e ladrões estarem apoiando o Traíra.

Portanto, meu caro Nassif fique ciente que: Falar é fácil. Difícil é fazer.

Que ele use e abuse do seu talento como escritor para fazer e vender programas de governo para as blablarinas da vida, o Itaú apoía e paga - enquanto tudo não passar de uma carta de boas intenções e não diminua seus imorais lucros -.

Leiam sobre o governo perfeito de Nassif Aqui

Luis Nassif - quem é quem no xadrez do impeachment






Os jogos em torno do impeachment não são de fácil diagnóstico. Que existe um movimento articulado, não se discute. Mas existem também tendências internacionais, estados de espírito internos que induzem as pessoas a certas atitudes, de tal maneira que se torna difícil separar o que é conspiração ou tendência induzida pelas circunstâncias históricas.
É evidente que a conspiração atua sobre as características políticas do momento. Mas nem todos que endossam esse movimento agem com intenção conspiratória. Meramente seguem tendências tornando-se massa de manobra.
Para facilitar o raciocínio, vamos separar as principais peças do jogo para tentar remonta-las mais adiante.

Primeiro conjunto: as tendências internacionais

A institucionalização da bestificação do discurso político não é meramente uma obra da mídia. Grupos de mídia são empresas comerciais, com interesses econômicos claros, que atuam quase sempre pró-ciclicamente – isto é, acentuando os movimentos de opinião pública.
Mas não são meros agentes passivos. Em tempos de alta intolerância, o poder dos grupos de mídia se potencializa. Com os ânimos exaltados, os nervos desencapados, a opinião pública fica muito mais suscetível à manipulação. Quebram-se os filtros da verossimilhança, qualquer denúncia cola, avultam as teorias conspiratórias e consegue-se manipular o estouro da boiada através da recriação de alguns mitos históricos, como o do inimigo externo, das ameaças insondáveis à família, do castigo eterno aos ímpios e outros mitos que, tendo como pano de fundo a superstição, alimentaram os piores episódios de intolerância do século 20.
É quando a besta – esse sentimento de intolerância massificado – sai da jaula a passa a ser tangida por palavras de ordem emanadas da mídia ou de lideranças populares. Aí, a  mídia adquire poder de vida e de morte sobre personalidades públicas. Vide o macarthismo, o uso da informação de massa pelo fascismo ou, mesmo sem o modelo de mídia ocidental, mas navegando nas mesmas águas da intolerância, a revolução cultural chinesa.

Os fatores de intolerância

Luís Nassif - Algumas considerações sobre a estratégia política e econômica de Dilma Rousseff.

Sua avaliação é que a crise política é decorrência da crise econômica. Resolvendo o nó político, aprovado o pacote fiscal, as coisas se ajeitam da seguinte maneira:

1. O empresariado passará a acreditar na solidez fiscal.

2.  A política monetária do Banco Central reduzirá as expectativas de inflação.

3. Com a queda nas expectativas futuras de inflação, haverá uma diminuição no prêmio de risco das taxas de juros longa, o que poderá ocorrer em meados do próximo ano.

4. Com as taxas despencando, e com as novas condições das concessões públicas, o empresariado voltará a investir, permitindo à economia sair do buraco.

É uma aposta de alto risco, na qual não há  espaço para uma estratégia B.

Luis Nassif: Uma pequena história da mídia brasileira, nos 50 anos da Globo


O avanço das telecomunicações, o desenvolvimento do micro ondas, abriram novas perspectivas para as redes de TV norte-americanas.
Em fins dos anos 50 elas começaram a planejar sua expansão internacional, de olho na América Latina.
Coube a Henry Luce, fundador e mentor do grupo Time-Life a grande revolução do período, que o tornou o norte-americano mais influente de sua época.
Antes da TV, Luce se consagrara com um conjunto de revistas campeãs, a Time (que se tornaria o modelo das revistas semanais de informação, espelho da futura Veja), a Life (copiada pela Manchete), a Fortune (de negócios) e a Sporteds Illustred, servindo de modelo para os novos grupos editoriais.
O lançamento da revista Time foi um divisor de águas na imprensa mundial, conferindo um novo status às revistas semanais, uma influência política sobre a opinião pública equiparável à dos grandes diários e inspirando similares em todos os países, muitos deles tendo a própria Time-Life como sócia.
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Oh meu "Cândido" ...

uantas oedas?

A corrida pela indicação do próximo Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) está assim:
  1. O Ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, fechou acordo com Eunício de Oliveira, do PMDB, para indicar o Ministro Luiz Felipe Salomão para a vaga de Joaquim Barbosa.
  2. A indicação foi articulada pelo Ministro da Justiça José Eduardo Cardozo e o ex-deputado Sigmaringa Seixas. Cardozo vetou todos os nomes indicados pelo presidente do STF Ricardo Lewandowski - os juristas Heleno de Freitas e o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) Marcos Vinicius – e o jurista paranaense Luiz Edson Fachin, o preferido do Ministro Teori Zavascki.
  3. Salomão é apadrinhado pelo PMDB carioca, especificamente pelo Ministro Luiz Fux e por Eduardo Cunha. É considerado um Ministro de trato fácil, social e politicamente falando.
  4. Sua indicação aprofunda o processo de peemedebização do governo Dilma e cria ressentimentos em Teori e Lewandowski,

Edmar Roberto Prandini | A rude caricatura de Lula

Não li a publicação de Noblat. Mas, a resposta de Nassif evidencia que tratou-se de uma rude caricatura, que se pretendia desqualificar ao Lula, mereceu uma resposta que implodiu com o orgulho do caricaturista.
Há um aspecto da trajetória de Lula que sempre chamou-me a atenção e que pouco verifico as pessoas comentarem. O fato de que ele construiu-se como liderança incontestável sabendo a importância de fortalecer instituições: o Sindicato dos Metalúrgicos, o PT, a CUT, o cargo de deputado constituinte, de Presidente da República. Lula poderia ter-se eternizado em qualquer uma dessas instâncias. Por que não perpetuar-se na presidência de um poderoso sindicato como o de São Bernardo do Campo? Por que não usufruir tranquilamente do status alcançado? Para que deixar para um sucessor, Meneghelli, depois Vicentinho, depois Luis Marinho? 
E quando o PT estava vivo? Por que deixar a presidência para o Olívio Dutra, ao invés de manter-se no cargo por várias gestões? Como o Ulisses era inconteste no PMDB, depois o Temer, Lula também era. Mas enquanto Ulisses só deixou o cargo quando morreu no mar, Lula organizou e assegurou sua própria sucessão. E não mais voltou à presidência do partido, senão na esfera do cargo simbólico e na força exatamente das suas opiniões expressas no debate partidário. Estive num evento do PT estadual (SP) em que Lula, apesar de ser Lula, foi derrotado pelos delegados partidários e em que submeteu-se ao resultado da votação, como qualquer outro delegado.
O mesmo se deu na CUT.
E, após a Constituinte.
E após a derrota para Collor, Lula poderia ter se candidatado a deputado novamente ou a Senador, mas não o fez.
E quando propuseram um terceiro mandato, do alto da popularidade de que gozava, Lula rejeitou e insistiu na sucessão.
Ao contrário dos muitos que acusam Lula de ser populista ou de pretender liderar pela força de seu carisma, Lula investiu sempre em fortalecer organizações e instituições.
O que conforma Lula ao papel de estadista, que Nassif sempre quer encontrar, não me parece ser o fato de tudo submeter à lógica do Estado, como ele aponta, mas de tudo submeter à uma lógica de proliferação e fortalecimento de instituições democráticas, num conceito de democracia extensivo às noções de justiça social, de accountability, de participação popular, primando pela obediência e aprimoramento do quadro normativo e legal, do respeito federativo, da concertação social. 
Lula não apenas superou condições adversas para chegar ao status de maior mandatário do país, mas ao chegar lá, suplantou qualquer outro governante de nossa história não apenas por ter feito o melhor governo, mas por ter investido mais do que qualquer outro, na criação e fortalecimento de canais institucionais essenciais para a vitalidade da democracia.
 Também Leia>>> A Globo é assim

Luis Nassif: [Dilma] tornou-se a Geni do país, com todos os problemas debitados em sua conta


Vamos evoluir juntos, meu povo?

Quem é Geni? Quem é o comandante do Zepelin gigante? Quem são aqueles que fazem pedidos tão sinceros e tão sentidos diante de um momento de desespero?
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Geni é um personagem que representa toda a pureza de amor possível de existir em quaisquer das diversas comunidades humanas, pouco importando credo, nação, ideologia ou qualquer outra limitação à sua identificação. Aos mais apressados, vão tomá-la por prostituta, só que de uma forma romantizada. Entretanto, a expressão chave que define Geni é "ela dá pra qualquer um"... Isto porque o que ela dava era seu corpo (1ª estrofe, 4º verso), mas permanecia donzela. Seu corpo ela doava a quem não tinha mais nada na vida. Em nenhum momento diz que ela recebia em dinheiro pela entrega de seu corpo. E ademais, entregar seu copro possui vários significados: sexo, carícias, abraços, ou somente conversas... 
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Ela dava a si mesma como forma de preencher os vazios da alma daqueles que a buscavam. Geni não fazia distinção em relação a quem se doaria, mas impôs, a si mesma, uma única condição moral: como pretendia permanecer donzela em seu espírito puro, assumiu as consequências de ser vista como feita para apanhar e boa para cuspir, pois, desta forma, matinha-se pura, conquanto os que a procuravam tinham suas marcas da perversidade humana registrados na carne, mas não na alma. 
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Enquanto ela se doava para os carentes de amor, ela também se preenchia da riqueza oriunda da solidariedade plena (doar-se sem receber nada em troca). Ela não reclamava da vida que tinha, só evitava "homens" ditos nobres e cheirando a brilho e cobre, porque tinha consciência de que está na aparência aparentemente perfeita e esbelta, enfeitada pelas pedras e metais ditos preciosos, os maiores podres morais da humanidade - o orgulho e o egoísmo - as faces mais cruéis da hipocrisia.
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Em sua consciência, ela se manteria pura não doando a si mesma na personificação de seu corpo à pessoa com essa má natureza. E Geni permaneceu pura, pois só aceitou doar a si mesmo quando toda a sociedade a pediu.
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Respeitosamente, é impossível não associar essa personagem bela e sofrida à figura histórica do próprio Jesus Cristo; que, sem ter cometido qualquer pecado capital, doou sua vida para a remissão de todos da sociedade. Assim como Jesus, Geni deu um "suspiro aliviado" e sabendo-se cumpridora fiel de sua missão, até tentou sorrir, mas não conseguiu por causa do seu esgotamento físico (Jesus também não teve seu último suspiro de alívio, sabendo-se cumpridor de sua missão?). Os mais atentos dirão que Geni não morreu após seu último suspiro. Mas para os que creem, Jesus também não era morto quando deixou seu corpo carnal (sob forma poética, não se tem a impressão, quase concreta, do desfalecimento corporal de Geni?) 
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Nesta comparação, o comandante do Zepelin prateado não poderia ser o diabo tentando/ incitando a sociedade contra aquela que era a única pura de coração na terra de "tanto horror e iniquidade"? Numa percepção cristão (de quem é crente, mas não necessariamente segue uma religião), se a sociedade não incita Geni a fazer aquilo que lha conferia "asco", salvar-se-iam todos! Contudo, aquele que se veste do mal, de forma astuciosa, quis ser mais esperto que aquele que se veste da forma mais plena de amor (a criação divina), e pretendeu corromper a incorruptível, conseguindo fazê-la aceitar seu lambuzar-se à noite toda até sua saciedade plena.
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O Comandante da Zepelin foi-se embora, em seguida, em nuvem fria (decepcionado), pois percebeu que Geni continuava pura e tudo o que teve dela foi um corpo sem valor moral (assim como todo brilho e cobre daquele que se gabava em ostentar). E, por fim, se observarmos, o comandante, que pretendia exterminar todos com seu Zepelin, viu-se obrigado a partir sem disparar uma única bala de canhão, pois aquela dama de coração nobre havia salvado toda a sua comunidade.
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E, infelizmente, meus amigos, sinto informar que, ao meu ver, aqueles que fazem pedidos tão sinceros e tão sentidos diante de um momento de desespero coletivo somos todos nós, a sociedade. Isso é concluído, inclusive, por exclusão. Novamente, usando a ideia cristã para me fazer entender: se não somos Jesus (Geni), se não somos o diabo (Comandante do Zepelin), se não somos a perfeição da criação em amor (Deus), só nos resta ser a sociedade. Obviamente, como somos muitos, estamos estratificados em castas de punibilidade. As autoridades religiosas (bispo de olhos vermelhos), governamental (prefeito de joelhos) econômicas (banqueiro com um milhão) e o resto do povo (em romaria). Quanto mais especializado o grupo a qual pertencemos, maior a responsabilidade pelo terror e iniquidade. Mas todos, praticamente nós todos, somos culpados, por ação ou omissão.
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Quem incita é culpado por ação, é quem grita, quem atira pedra, é quem quer ver o circo pegar fogo (como dizemos no popular). Quem permite a incitação é culpado por omissão, pois lhe falta a verdadeira coragem para se rebelar contra as injustiças. Vê o circo pegando fogo e nada ou pouco faz para efetivamente apagar. 
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E por favor, não faça como um dia eu mesma fiz, não se enconda sob o véu do inconsciente, onde consta nosso orgulho e egoísmo sob a forma mais primitiva de auto-preservação. Ou somos quem incita ou somos que consente ao calar-se. Não houve nem na história de Geni e nem na história pessoal de Jesus aquele único humano que tenha implorado para poupar a vida daquele que nunca havia feito uma única maldade contra a sociedade. 
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Moral da história: somos todos, com exceção para as raras Geni(s), responsáveis pelas maldades, terrores e iniquidades deste mundo de riquezas frias de metal e brilho.

por Lívia Honorato


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