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Palpite infeliz


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  • Discriminação e elitismo ímpar. Uma vergonha José de Abreu. Sinceramente acho que deveria vir a público pedir desculpas por este palpite infeliz.
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    Bem assim

    Se as pessoas que lutam contra:

    • O racismo
    • A intolerância sexual
    • A violência contra a mulher
    São taxadas de petralhas, apedeutas, esquerdistas, concluo que os antipetistas e esquerdistas são a favor e apoiam estes preconceitos e discriminações.

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    Charge do dia


    Mas, mudando de corrupção para discriminação, anotem: no dia que fizeram uma charge de um corrupto travestido de macaco, imediatamente o chargista será processado por racismo. Alguém poderia me explicar o motivo dessa forma de tratar os animais?*

    Manchete imunda não atrapalha tri campeonato do Flamengo na Copinha

    Aline Torres:

    "Corpo de nordestino assassinado não atrapalha dia de praia em Florianópolis"

    Para a diplomada chamar ainda mais atenção deveria ter manchetiado:

    Corpo de nordestino negro e gordo não atrapalha dia de praia em Florianópolis

    ***

    Gente, chega dessa palhaçada de querer usar chavões ultrapassados para chamar atenção, já encheu o saco.

    Vê se para com essa babaquice, abusou.

    Oraite, ou precisamos desenhar?

    Não sou apenas eu que tô de saco cheio com essas apelações fuleras, tem muito mais gente que alguns desnorteados imaginam.

    Cadê o Brasil brasileiro

    Quem não conhece o país e se pauta pela tv e redes sociais imagina que no Brasil só existem pessoas brancas e negras.

    Mestiços, cafusos, mamelucos?...

    Existem, não.

    E tem mais uma coisa, os negros ricos e famosos são de quando em vez vítimas de racismo (pausa para eu gargalhar), isso dá o maior *Ibop.

    Sinceramente, tá parecendo uma maneira pra chamar ainda mais atenção.

    Triste.

    O pior que acho disso tudo é que desejam pelo fim da força carimbar o Brasil como um país racista.

    O Brasil não é racista.

    O Brasil é pior que racista.

    O Brasil é discriminador.

    O Brasil julga as pessoas não pelo que elas são, mas pelo que elas possuem.

    O Brasil não tem preconceito nem discrimina ninguém pela cor da pele. Discrimina pela condição social.

    Isto é fato. O mais é sustentabilidade e blablarinagem, que só beneficia a patota.




    Por que só negros reclamam de racismo?




    Gostaria de saber:
    Tenho 51 anos de idade e nunca vi, nunca ouvi, nunca li nenhuma notícia sobre um mameluco, um cafuso, um mestiço, um amarelo, um braquelo uma loira ou louro ter denunciado que foi vítima de racismo, por que será?

    Nem preconceito nem discriminação

    Só a verdade

    - A modelo perfeita: hum metro e setenta e três de altura e cinquenta e três quilos [quase tudo de ossos).

    - Perfeita pra quem, cara-pálida?

    e fez-se um vácuo,
    além do silêncio.

    - Vão responder não? Pois afirmo e reafirmo:

    99,99% dos que deliram com essas medidas são dos que se orgulham de fazerem parte da turma LGBT.  Eu sou hetero e não tenho orgulho nem vergonha de ser o que sou. Oraite?

    Ódio conservador invade as ruas e redes

    Dilma abre vantagem 54% x 46%
    por Rodrigo Vianna

    As pesquisas DataFolha e Ibope mostram o avanço de Dilma Rousseff na reta final. Ela abre uma vantagem que parece estar entre 6 e 8 pontos: 54% x 46%  (IBOPE) ou 53% x 47% (DataFolha). Mas esse não é o tema central deste texto.
    Minha preocupação é entender como lidar com o ódio que se espalha pelas ruas. A perspectiva da derrota deixa o aparato conservador ainda mais ouriçado. 
    O ódio não brotou da terra. Foi insuflado por colunistas insanos, comentaristas gagos, ex-cineastas e ex-roqueiros apopléticos, blogueiros dementes, revistas da marginal e marginais de revista. Todos eles sob o comando da Globo.


    A eleição não está decidida. Dilma e os apoiadores da petista devem manter a guarda alta. E, ao mesmo tempo, desde já devem se preparar para uma nova escalada da ofensiva conservadora.
    O artigo do ex-governador Alberto Goldman (ex-comunistas são sempre os mais raivosos) é apenas o sinal mais visível da temperatura a que chegou o lado de lá. Goldman (clique aqui para ler) tenta tirar a legitimidade de um eventual segundo governo Dilma.
    O tucano usa um misto de preconceito odioso e golpismo matreiro em seu texto – que recebeu belíssima resposta de Breno Altman (leia aqui).
    Pelas redes sociais, surgem (dos núcleos duros do tucanato) propostas de “impeachment” de Dilma.
    Nessa reta final, os conservadores (apopléticos com o avanço de Dilma) promoveram um baile de bruxas na avenida Faria Lima, esparramando ódio pelas sarjetas do luxuoso shopping Iguatemi em São Paulo.
    Os tucanos já tiveram como candidatos a presidente o anódino Alckmin, e o antipático Serra… Mas dessa vez escolheram um rapaz que concentra todos os vícios da pior elite brasileira.
    Aécio jacta-se de jamais ter arrumado a cama em sua casa. Jacta-se de ser um filho daquelas famílias que possuem serviçais para atender todas suas vontades e caprichos (leia aqui no Tijolaço mais detalhes sobre isso).
    Aécio é o menino que fala em “meritocracia” – tendo ganho os primeiros empregos em órgãos públicos, sempre por indicação familiar. Já teve carteirinha de “puliça” em Minas (sem nunca ter sido policial pra valer). Ganhou rádios de presente, tem irmã pra cuidar das verbas públicas de comunicação, e tem a mania odiosa de perseguir jornalistas.
    Mas não é só isso. Aécio é aquele tipo de rapaz que toma umas e outras e não para em blitz. É o tipo de garotão tardio, que gosta da noite e da farra, mas na hora de se apresentar em público cria a imagem hipócrita de um “bom pai de família”.
    O PSDB de Serra centrava o debate em aspectos econômicos e políticos (apesar de ter resvalado, algumas vezes, para o terreno religioso – com aborto e outra sujeiras). Já o PSDB de Aécio aposta no “homem de bem” para “limpar” o Brasil.
    Se a ideia dos tucanos era essa, parecem ter escolhido o candidato errado.
    Homem “de bem” não levanta o dedo e a voz para mulheres, com a arrogância de Aécio (leia aqui o texto que mostra porque as mulheres rejeitam Aécio)
    Homem “de bem” não insufla seus seguidores, berrando que vai “libertar o Brasil do PT”.
    Embalado nessa onda, em São Paulo e no sul surge um lamentável discurso contra “pobres”, “favelados”, “nordestinos” – toda essa “raça” que “gosta de votar no PT”.
    A soma do ódio com a arrogância elitista desemboca agora num ensaio golpista.
    A oposição brasileira prepara um discurso muito parecido ao discurso da oposição venezuelana: “acabou”, “fora”, “não aguentamos mais”. Não é um discurso de quem pretenda conviver dentro da ordem democrática. Mas de quem flerta com o golpe e a desestabilização.
    Essa elite perversa tentou envergonhar o Brasil na Copa. Perdeu!
    Tentou incendiar o Brasil nas eleições. Vai perder!
    Mas os que a derrotam – com energia nas ruas, e com a força dos bons argumentos nas redes sociais – terão que mostrar ainda mais maturidade para enfrentar o que vem depois de outubro.
    A Casa-Grande, com seus aécios, lobões e pequenos militantes do preconceito prepara-se para novos ataques.
    Envolvidos pela baba do ódio, eles se tornam mais asquerosos e mais perigosos. E por isso é ainda mais importante que sejam isolados, e derrotados.
    É preciso estabelecer pontes e diálogo. Nem todo eleitor de Aécio é preconceituoso. Ouso dizer que a maioria não é.
    Mas o núcleo duro do tucanato e da oposição aposta no ódio.
    A política brasileira vai entrar em nova fase. Não há mais espaço para consensos produzidos apenas nos bastidores. O ódio na rua e nas redes precisa ser barrado com debate, política, ação, disputa simbólica permanente.
    A onda conservadora será derrotada nas urnas.
    Precisamos agora derrotá-la também na sociedade.

    Discriminação animal

    Muitos gremistas dizem que o goleiro Aranha foi xingado porque estava fazendo cera. Se ele estava fazendo cera, então a torcida racista do Grêmio deveria ter xingado o goleiro de “abelha ” e não de “macaco”.

    Eu:
    Chamar alguém de Papagaio, Cachorro, Aranha, Abelha...tudo bem. Por que essa discriminação contra os macacos? Cadê as ongs protetoras dos animais para combater essa discriminação animal?
    Assim não pode, assim não dá!...

    Mais um texto para galeria da série "Babaquices de complexados"

    Há esperança, mas não para nós – Fátima Bernardes, Miguel Falabella, Carlinos Brown e as negas
    1. Naquela oportunidade da entrevista com a patricinha fanática por seu clube não havia nenhum negro para participar do debate sobre o episódio de racismo contra Aranha, já no programa em questão, além do percussionista baiano, a plateia estava cheia de outras “negas lindas” assentindo com movimentos de cabeça a todas as bobagens ditas pelos presentes.
    2. Fátima, meio entusiasmada, a certa altura afirma: “elas [as negas] conquistaram isso porque se capacitaram”; alusão à meritocracia, isto é, se os negros quiserem e se dedicarem eles conquistarão seu espaço, simples assim. O preconceito estrutural não causaria nenhum óbice aos negros, deve ser isso o que pensa a apresentadora impensante.
    3. As atrizes-cantoras negras se afirmam por meio dos seus cabelos, por sua alegria de viver, apesar das pessoas do mal, desde o alto de seus tamancos que pisam o chão da Cidade Alta carioca. Todas elas sustentaram até o término do programa matutino um sorriso largo e obediente.
    4. O Falabella tem uma camareira negra que o inspirou a criar uma personagem da série: isso é amor.
    5. Carlinhos Brown, ao menos no que diz respeito a uma abordagem estapafúrdia do problema racial no Brasil, é o substituto imediato do Edson Arantes do Nascimento.
    6. Parece não haver saída.
    QUEM MANDOU GOSTAR DOS POEMAS DA ELISA LUCINDA
    Sempre achei os poemas da Elisa Lucinda muito chatos e algo afetados. A rigor nem são poemas, mas textos onde rimas aparecem como penduricalhos e que são ditos (com competência) por uma boa atriz, só isso. Ainda que esse preâmbulo não tenha a ver, ao menos aparentemente, com o assunto do meu comentário, me pareceu oportuno fazer a menção, pois ele dá um colorido especial tanto ao que vem a seguir, quanto ao seu desfecho.
    Não faz muito a atriz postou em seu perfil no facebook um texto em defesa do ator e diretor Miguel Falabella e do tal seriado “Sexo e as negas” do qual Falabella é o idealizador. De forma bem sucinta pretendo comentar alguns tópicos do arrazoado de Elisa Lucinda. Então vejamos.
    A defesa da atriz invoca, em primeiro lugar, a necessidade de espaço para os atores negros (mas a que custo?) na TV e na teledramaturgia brasileiras. Até aí tudo bem, todos já estamos cansados de assistir atores negros fazendo papel de negro, como se não fossem talhados para outra coisa a não ser repetir os estereótipos que a sociedade espera deles.
    Esses atores fazem parte de uma espécie de “núcleo étnico”. Curioso é que o conceito de “étnico” não inclui atores brancos de ascendência europeia. Mas, paradoxalmente, diante desse quadro, Elisa sugere que os atores negros não podem desperdiçar qualquer oportunidade de trabalho, inclusive porque, segundo o adágio popular que serve de base ao seu raciocínio, neste caso poderíamos suspirar algo do tipo “dos males o menor”. Como se os negros que hoje decoram o televisivo “Esquenta” estivessem em situação melhor do que as remotas mulatas do Sargentelli.
    Mas pior do que essa posição colaboracionista de Elisa Lucinda é sua justificativa para tolerarmos Falabella. Elisa diz que a mente do Falabella é suburbana ou simpática ao imaginário desse povo alegre, isto é, que ele teria o feeling para falar da comunidade e que, além disso, sempre escalou atores negros em suas produções e projetos.
    Resta saber que tipo de representações esses atores negros encarnaram ou ainda encarnam? Por isto, tais fatos não significam que este cidadão não traga em seu coração esteticamente suburbano concepções preconceituosas, racistas e misóginas, afinal, o racismo e o machismo também estão, sim, nas comunidades.
    A cor de pele no Brasil faz as vezes de um patrimônio (assim como o gênero), onde quer que estivermos a branquitude e o masculino se impõem como bônus. Então, Miguel Falabella até pode ser sensível ao sabor suburbano, mas disso não se segue que não seja um reprodutor dos tradicionais preconceitos contra o negro e a mulher.
    Em outro momento de sua postagem Elisa Lucinda repete o batido chavão da censura ao humor a propósito dos críticos do seriado “Sexo e as negas”, e propõe, em tom de manifesto, que devemos tirar o band aid dos traumas, insiste no valor do chiste como purgação dos medos, enfim, Elisa se utiliza de uma enfiada de clichês conciliatórios.
    Por outro lado, me pergunto: que humor covarde é esse que se compraz em colocar na alça de mira do seu riso reacionário aqueles que tradicionalmente, na escala social, são relegados à subalternidade ou à invisibilidade?
    Não é um humor em sentido forte – que subverte a convenção –, trata-se apenas de um humor classe média, votado a manter tudo e todos no mesmo lugar, um humor cujos alvos são sempre os mesmos: negros, homossexuais, gordos, pobres, mulheres, enfim, tudo isso que se transforma na zorra total patrocinada pelos filósofos do subúrbio cenográfico.
    Por fim, uma referência confusa que não entendi. Elisa Lucinda parece colocar em pé de igualdade ou estabelece uma analogia desse movimento de repúdio ao seriado “Sexo e as negas” com o ato criminoso e isolado do sujeito (os jornais o descrevem como sendo “de cor parda”) que tentou atear fogo à casa da torcedora racista envolvida no episódio com o jogador Aranha. Elisa lembrou que isso remete às técnicas de combate da Ku Klux Klan. Nossa! Tal comparação é de uma leviandade sem cabimento.
    Com essa tirada Elisa Lucinda se comporta, ao menos para mim, como uma mucama da casa-grande defendendo o seu sinhozinho a qualquer custo. Ou seja, aqueles que querem a punição para quem chama um negro de “macaco”, aqueles que percebem o preconceito sugerido num título como “Sexo e as negas”, seriam, portanto, os verdadeiros intolerantes com o bom humor e o combateriam usando os métodos mais racistas e violentos de que temos notícia? Impressionante.
    Minha cara, Elisa Lucinda, só tenho uma coisa a lhe dizer: por enquanto você é menos deletéria para o pensamento fazendo sua poesia. Ainda que sua poesia seja ruim, ao menos enquanto você se dedica a este afazer acaba atrapalhando menos.
    EPÍLOGO
    Em vista dos últimos acontecimentos referentes ao racismo no Brasil e devido a uma série de comentários adjacentes proferidos por muitos negros e brancos que acham que é melhor perdoar as ofensas – já que as ofensas, ao menos neste país, não visam ofender – e aceitar de bom grado uma visibilidade entre cafajeste e servil para os negros no espaço da mídia, pois isso seria melhor que nada, enfim, em vista de tudo isso, começo a ficar cada vez mais pessimista com o quadro.
    Tanto que, outro dia, enquanto assistia a um documentário sobre Antonio Callado, reparei na fala de um contemporâneo do escritor que dizia que Callado era de uma geração que em relação às questões de fundo do Brasil (as desigualdades e contradições), lutou todas as lutas importantes de seu tempo e, entretanto, perdeu todas elas. Assim, em relação ao racismo e, naturalmente, dentro dos meus modestos limites de intervenção e discussão, não me espanta que, aos cinquenta e três anos da minha idade, eu comece a experimentar uma análoga sensação de fracasso.
    Talvez eu esteja sendo dramático. É verdade que muitos estão reagindo, ótimo. Por outro lado, não consigo esquecer que Kafka escreve, em algum lugar e frente a um vertiginoso pesadelo, que deve haver esperança, sim, mas não para nós. Só que no pesadelo do qual não consigo escapar, esse “nós” não parece reunir uma mínima cota que seja de brancos.
    Ronald Augusto nasceu em Rio Grande (RS) a 04 de agosto de 1961. Poeta, músico, letrista e crítico de poesia. É autor de, entre outros, Homem ao Rubro (1983), Puya (1987), Kânhamo (1987), Vá de Valha (1992), Confissões Aplicadas (2004), No Assoalho Duro (2007), Cair de Costas (2012), Decupagens Assim (2012) e Empresto do Visitante (2013). Despacha no blog www.poesia-pau.bolgspot.com e é colunista do website www.sul21.com.br/jornal/

    Matheus Pichonelli: Não penso, logo relincho

    "Em alguns casos também podemos dizer: Penso que penso, logo posso relinchar ainda mais", Joel Neto

    Um glossário com a lista dos principais clichês repetidos pelas redes sociais para justificar, no discurso, um mundo de violência e exclusão.

    Dizem que uma mentira repetida à exaustão se transforma em verdade. Pura mentira. Uma mentira repetida à exaustão é só uma mentira, que descamba para o clichê, que descamba para o discurso. E o discurso, quando mal calibrado, é o terreno para legitimar ofensas, preconceitos, perseguições e exclusões ao longo da História. Nem sempre é resultado da má-fé. Por estranho que pareça, é na maioria das vezes fruto da indigência mental – uma indigência mental que assola as escolas, a imprensa, as tribunas, as mesas de bares, as redes sociais. Com os anos, a liberdade dos leitores para se manifestar sobre qualquer assunto e o exercício de moderação de comentários nos levam a reconhecer um clichê pelo cheiro. Listamos alguns deles abaixo com um apelo humanitário: ao replicar, você não está sendo original; está apenas repetindo uma fórmula pronta sem precisar pensar sobre tema algum. E um clichê repetido à exaustão, vale lembrar, não é debate. É apenas relincho*.

    “Negros têm preconceitos contra eles mesmos”
    Tentativa clássica de terceirizar o próprio racismo, é a frase mais falada das redes sociais durante o Dia da Consciência Negra. É propagada justamente por quem mais precisa colocar a mão na consciência em datas como esta: pessoas que nunca tomaram enquadro na rua nem foram preteridas em entrevistas de emprego sem motivos aparentes. O discurso é recorrente na boca de quem jamais se questionou por que a maioria da população brasileira não circula em ambientes frequentados pela elite financeira e intelectual do País, como universidades, centros culturais, restaurantes, shows e centros de compra. Tem a sua variação homofóbica aplicada durante a Parada Gay. O sujeito tende a imaginar que Dia Branco e Dia Hétero são equivalentes porque ignora os processos históricos de dominação e exclusão de seu próprio país.

    “Não precisamos de consciência preta, parda ou branca. Precisamos de consciência humana”
    Eis uma verdade fatiada que deixa algumas perguntas no contrapé: o manifestante a exigir direitos iguais não é gente? O que mais se busca, nessas datas, se não a consciência humana? Ou ela seria necessária, com ou sem feriado, caso a cor da pele (ou o gênero ou a sexualidade) não fosse, ainda hoje, fatores de exclusão e agressão?

    “Héteros morrem mais do que homossexuais. Portanto, somos mais vulneráveis”
    É o mesmo que medir o volume de um açude com uma régua escolar. Crimes como homicídio, latrocínio, roubo ou furto têm causas diversas: rouba-se ou mata-se por uma carteira, por ciúmes, por fome, por motivo fútil, por futebol, mas não necessariamente por causa da orientação sexual da vítima. O argumento é utilizado por quem nunca se perguntou por que ninguém acorda em um belo dia e decide estourar uma barra de ferro na cabeça de alguém só porque este alguém gosta e anda de mãos dadas com alguém do sexo oposto. O crime motivado por ódio contra heterossexuais é tão plausível quanto ser engolido por uma jaguatirica em plena Avenida Paulista.

    “Estamos criando uma ditadura gay (ou racial) no Brasil. O que essas pessoas querem é privilégio”
    Frase utilizada por quem jamais imaginou a seguinte cena: o sujeito acorda, vê na tevê sempre os mesmos apresentadores, sempre as mesmas pautas, sempre as mesmas gracinhas. No caminho do trabalho, ouve ofensas de pedestres, motoristas e para constantemente em uma mesma blitz que em tese serviria para todos. Mostra documento, RG. Ouve risada às suas costas. Precisa o tempo todo provar que trabalha e paga imposto (além, é claro, de trabalhar e pagar imposto). Chega ao trabalho e é recebido com deferência: “oi boneca”; “oi negão”; “veio sem camisa hoje?”. Quando joga futebol, vê a torcida imitando um macaco, jogando bananas ao campo, ou imitando gazelas. E engasga toda vez que vira as costas e se descobre alvo de algum comentário. Um dia diz: “apenas parem”. E ouve como resposta que ele tem preconceito contra a própria condição ou está em busca de privilégio. Resultado: precisamos de um novo glossário sobre privilégios.

    “A mulher deve se dar o valor”
    Repetida tanto por homens como por mulheres, é a confissão do recalque, em um caso, e da incompetência, no outro: o homem recorre ao mantra para terceirizar a culpa de não controlar seus próprios instintos; a mulher, por pura assimilação dos mandamentos do pai, do marido e dos irmãos. Nos dois casos o interlocutor acredita que, ao não se dar o valor, a menina assume por sua conta e risco toda e qualquer violência contra sua pretensão. Para se vestir como quer, andar como quer, dizer e fazer o que quer com quem bem quiser, ouvirá, na melhor das hipóteses, que não é a moça certa para casar; na pior, que foi ela quem provocou a agressão.

    “Os homens também precisam ser protegidos da violência feminina”
    Na Lua, é possível que a violência entre gêneros seja equivalente. Na Terra, ainda está para aparecer o homem que apanhou em casa porque foi chamado de gostoso na rua, levou mão na bunda, ouviu assobios ou ruídos com a língua sem pedir a opinião da mulher. Também não há relevância estatística para os homens que tiveram os corpos rasgados e invadidos por grupos de mulheres que dominam as delegacias do País e minimizam os crimes ao perguntar: “Quem mandou tirar a camisa?”.

    “Se ela se deixou ser filmada, é porque quis se exibir”.
    Verdade. Mas não leva em conta um detalhe: existe alguém do outro lado da tela, ou da câmera. Este alguém tem um colchão de conforto a seu favor. Se um dia o vídeo vazar, será carregado nos braços como comedor. Ela, enquanto isso, vai ser sempre a exibida. A puta. A idiota que deixou ser flagrada. A vergonha da família. A piada na escola. Parece uma relação bastante equilibrada, não?

    “O humor politicamente correto é sacal”
    É a mais pura verdade em um mundo no qual o politicamente incorreto serve para manter as posições originais: ricos rindo de pobres, paulistas ridicularizando nordestinos, brancos ricos fazendo troça de mulatos pobres, machões buscando graça na vulnerabilidade de gays e mulheres. As provocações são brincadeiras saudáveis à medida que a plateia não se identifica com elas: a graça de uma piada sobre português é proporcional à distância do primeiro português daquele salão. Via de regra, a frase é usada por quem jura se ofender quando chamado de girafa branca tanto quanto um negro ao ser chamado de macaco. Só não vale perguntar se o interlocutor já foi chamado de “elemento suspeito”, com tapas e humilhações, pelo simples fato de ser alto como o artiodátilo.

    “Bolsa Família incentiva a vagabundagem. Pegar na enxada e trabalhar ninguém quer”
    Há duas origens para a sentença. Uma advém da bronca – manifestada, ironicamente, por quem jamais pegou em enxada – por não se encontrar hoje em dia uma boa empregada doméstica pelo mesmo preço e a mesma facilidade. A outra origem é da turma do “pegar o jornal e ler além do horóscopo ninguém quer”; se quisesse, o autor da frase saberia que o Bolsa Empreiteiro (que também dispensa a enxada) consome muito mais o orçamento público do que programa de transferência de renda. Ou que a maioria dos beneficiários de Bolsa Família não só trabalha como é obrigada a vacinar os filhos, manter a regularidade na escola e atravessar as portas de saída do programa. Mas a ojeriza sobre números e fatos é a mesma que consagrou a enxada como símbolo do nojo ao trabalho.

    “Na ditadura as coisas funcionavam”
    Frase geralmente acolhida por pacientes com síndrome de Estocolmo. Entre 1964 e 1985, a economia nacional crescia para poucos, às custas de endividamento externo e da subserviência a Washington; universalização do ensino e da saúde era piada pronta, ninguém podia escolher os seus representantes, a imprensa não podia criticar os generais e a sensação de segurança e honestidade era construída à base da omissão porque ninguém investigava ninguém. Em todo caso, qualquer desvio identificado era prontamente ofuscado com receitas de bolo na primeira página (os bolos eram de fato melhores).

    “Você defende direito de presos porque ele não agrediu ninguém da sua família”.
    É o sofisma usado geralmente contra quem defende o uso das leis para que a lei seja garantida. Para o sujeito, aplicação de penas e encarceramentos são privilégios bancados às custas dele, o contribuinte. Em sua lógica, o Estado só seria efetivo se garantisse a sua segurança e instituísse a vingança como base constitucional. Assim, a eventual agressão contra um integrante de uma família seria compensada com a agressão a um integrante da família do acusado. O acúmulo de experiência, aperfeiçoamento de leis e instituições, para ele, são papo de intelectual: bons eram os tempos dos linchamentos, dos apedrejamentos públicos, da Lei de Talião. Falta perguntar se o defensor do fuzilamento está disposto a dar a cara a tapa, ou a tiro, quando o filho dirigir bêbado, atropelar, agredir e violentar a família de quem, como ele, defende penas mais duras para crimes inafiançáveis.




    “A criminalidade só vai diminuir quando tiver pena de morte no Brasil”
    Frase repetida por quem admira o modelo prisional e o corredor da morte dos EUA, o país mais rico do mundo e ao mesmo tempo o mais violento entre as nações desenvolvidas. Lá o crime pode não compensar (em algum lugar compensa?), mas está longe de ser varrido junto com seus meliantes.

    “Político deveria ser tratado por médico cubano”
    Tradução: “não gosto de política nem de cubano”. Pelo raciocínio, todo paciente tratado por cubanos VAI morrer e todo político que precisa de tratamento médico DEVE morrer. Para o autor da frase, bons eram os tempos em que, na falta de médico brasileiro, deixava-se o paciente morrer – ou quando as leis eram criadas não pelo Legislativo, mas pelo humor de quem governa na canetada.

    “Deveriam fazer testes de medicamento em presidiários, não em animais”
    Também conhecida como “não aprendemos nada com a parábola do filho Pródigo que tantas vezes rezamos na catequese”. É citada por quem não aceita tratamento desumano contra os bichos, mas não liga para o tratamento desumano contra humanos. É repetida também por quem se imagina livre de todo pecado e das grandes ironias da vida, como um certo fiscal da prefeitura de São Paulo que um certo dia criticou o direito ao indulto de presidiários e, no outro, estava preso acusado de participação na máfia do ISS. É como dizem: teste de laboratório na cela dos outros é refresco.

    “Por que você não vai para Cuba?”
    Também conhecida como “acabou meu estoque de argumentos. Estou andando na banguela”.

    http://www.cartacapital.com.br/sociedade/nao-penso-logo-relincho-4941.html


    Bosta é raça?

    Num programa de tv um sujeito sem graça tentou fazer uma piada e disse sobre o Nordeste:

    "aquela bosta"...

    Vi o vídeo. Realmente o cara nem tem nenhuma graça, peninha.

    Mas, isso não vem ao caso. É algo que não me diz respeito.

    O que me interessa é:

    bosta, merda é uma raça?

    É que indignados com essa bobagem que esse sem graça falou, exigiram que a empresa demitisse o "racista.

    Sei não, mas tenho a impressão que sei lá. Quidiabéisso?

    Tire suas conclusões, assista o vídeo.


    Para refletir

    "Se as pessoas podem ser abertamente gays, por que eu não posso ser abertamente racista?"
    Janelle Ambrosia

    Eu acho que ela ou quem quer que seja tem o direito de ser abertamente racista - o que significa ser abertamente imbecil -. O que ninguém tem é direito de discriminar o outro.

    Qual a tua opinião?

    Alex Castro - como funciona o privilégio

    Um filme só sobre homens é um filme.
    Um filme só sobre mulheres é um filme feminino.
    Um ensaio fotográfico só de mulheres brancas é um ensaio de mulheres.
    Um ensaio fotográfico só de mulheres negras é um ensaio negro.
    Um romance sobre um casal hétero é um romance.
    Um romance sobre um casal homossexual é um romance gay.
    Quantas vezes não somos nós mesmas, na nossa fala e nas nossas ações, a perpetuar esse tipo de normatização tirânica?

    #SomosTodosMacacos

    "...Estou na Espanha a onze anos e a onze anos é dessa maneira. Temos de rir dessa gente atrasada."
    Daniel Alves

    Posso concordar ou não com o que ele escreveu

    Mas, se fosse eu que tivesse escrito...fodam-se os incomodados. Eu não apago postagens minhas por causa de "repercussões", fui claro ou quer que eu pinte e borde?

    Meu desabafo acima é por causa disso abaixo:

    "Essa galera das novelas que querem mostrar e colocar na cabeça dos brasileiros que trair a mulher, ser gay entre outras coisas é normal e que é legar ser e fazer essas coisas. Não sou preconceituoso longe disso. Mas prefiro que meu filho não veja esse tipo de coisa e saiba que ter uma mulher construir uma família e ter valores é o certo foi o que meu pai me ensinou é assim que tem que ser. Fica esperto e não deixe seus filhos ver essas coisas. M.S.”, escreveu Maurício."

    Jogador de volei, que atualmente defende o Halkbank, da Turquia, apagou o post diante da repercusão negativa. 

    Pode ter certeza que seria assim

    Fernando Drummond publicou a foto abaixo e escreveu:
    Meu sapo.
    Se fosse uma criança negra e o pai tivesse publicado uma foto do mesmo jeito e escrito:
    Meu macaco...
    Vocês veriam tudo que é "movimento e ongs" contra racismo e discriminação fazendo espetáculo.

    Uma imagem vale mais que muitos blablablá

    Em nome da discriminação contra os negros
    movimentos sociais se reúnem em frente ao JK Iguatemi.
    E, o que vemos?...
    A maioria absoluta dos manifestantes são mestiços 
    - como é mestiço o povo brasileiro -.
    Que sentido faz afirmar que o país é racista?
    Quem se beneficia com essa afirmação?
    Digo e repito:
    No Brasil não existe racismo. Existe discriminação social.