Nas ruas e nas urnas Lula é Imbatível |
Em entrevista ao programa de rádio de Mário Kertèsz, na manhã de sexta (18), saiu-se com esta:
Nas ruas e nas urnas Lula é Imbatível |
Temer fechou o hospital do câncer, que atendia a 500 crianças; nos hospitais fluminenses está faltando anestesia e linha de sutura; museus estão fechando; os salários estão congelados e os investimentos públicos, parados; a dívida pública chegando na estratosfera (já é quase o triplo da dívida pública deixada por Dilma); a taxa de desemprego continua na sua taxa ascendente; a arrecadação, cada vez menor...
O país não está parado, mas regredindo. Só há dinheiro para as emendas parlamentares, para compras de votos, capazes de manter essa situação, e para o pagamento do sistema financeiro.
A corrupção nunca esteve tão ativa, começa no gabinete da presidência da república e termina nas periferias urbanas, entre policiais e bandidos, com os políticos em atividade única: impedir investigações, a operação Lava Jato acabou.
A Polícia Rodoviária Federal, por falta de combustível e manutenção da frota de veículos ficou limitada a atender aos acidentes com vítimas, com armas, drogas e contrabando em trânsito livre nas estradas brasileiras; a SAMU só está atendendo enfartados, acidentados no trânsito e suspeitos de traumatismo craniano ou de coluna vertebral, com os telefonistas fazendo as triagens, à distância; 200 000 caminhões estão parados, por falta de carga (ironia: os caminhoneiros foram fundamentais na queda de Dilma, por causa do aumento de centavos no preço do diesel, depois de ter ficado dois anos com o preço congelado).
E Lula com isso, cara pálida? Me perguntará o ocasional leitor mais atento.
Não se esqueça que uma PEC impôs esta situação pelos próximos vinte anos, o que quer dizer que, cumprindo-se o que está evidente, eleito, Lula terá que ter a maioria do parlamento para, com sucessivas PEC, desmanchar o desmonte promovido pelos golpistas nesse pouco mais de um ano de usurpação do poder.
Por mais completo e eficiente que seja um atleta, vestido numa camisa de força ou num escafandro o máximo que conseguirá será se manter de pé.
Ou a esquerda faz maioria no parlamento ou estaremos entregando Lula para o mesmo destino de Collor e Dilma, a deposição, ou para o incêndio da sua rica e rara biografia, por absoluta impossibilidade de fazer qualquer coisa.
Os golpistas entregarão a Lula um país em situação de pós guerra, arrasado, em situação muitíssimo pior que a que FHC o entregou.
Aos companheiros que ficam com essas perguntinhas altamente relevantes: “se as eleições fossem hoje, em quem você votaria, Lula ou Bolsonaro, Lula ou Ciro, Lula ou Aécio, Lula ou Marina...?”
Aconselho que comecem a perguntar: se as eleições fossem hoje, em que candidato a deputado federal você votaria, em que candidato a senador você votaria?
O mais é tietagem.
O golpe pode não terminar em 2018, mas se tornar mais violento e ilegítimo
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A situação política brasileira nunca foi tão imprevisível como atualmente; são tempos de enorme imponderabilidade. Denúncias e escândalos se sucedem vertiginosamente, a Nação é desmanchada com incrível ferocidade e o Estado de Direito está sendo violentado até a morte por ataques contínuos à democracia.
Isso tudo se desenrola num ambiente de exceção jurídica e de caos institucional em que viceja a atuação anômala dos não-eleitos – os empoderados sem voto popular – na arena da política: a mídia, o judiciário, ministério público, polícia federal, sistema financeiro e o grande capital.
Todo arsenal de análise da conjuntura e prospecção do futuro que era válido até antes do golpe de 2016, hoje já não oferece muita utilidade. Se é difícil estimar as tendências para o dia seguinte, prospectar saídas de médio e longo prazos para a situação atual é uma tarefa irrealizável.
Chegamos, por outro lado, a um ponto em que valores e referências como a sensatez, a decência e a legalidade perderam totalmente sentido. Quem, em sã consciência, poderia imaginar que o conspirador Michel Temer ainda continuaria ocupando o Palácio do Planalto mesmo após ser flagrado altas horas da noite, numa agenda secreta, combinando crimes com um empresário-corruptor?
A blindagem assegurada ao Temer pela Câmara dos Deputados, com o objetivo de impedir seu julgamento pelo STF, é um marco da desfaçatez, do cinismo e da hipocrisia reinantes. A mesma maioria corrupta [e titular de inigualável ficha criminal] que derrubou a Presidente Dilma, protegeu o chefe da cleptocracia flagrado praticando nada menos que os crimes de corrupção, organização criminosa, obstrução da justiça e prevaricação.
Com este vale-tudo da política e da justiça, toda classe de vilania e tirania passou a ser autorizada, aceita e validada. No Brasil golpeado e submetido ao regime de exceção, vige um “novo normal” à margem do Estado de Direito e da democracia.
Se tudo pode ser feito sem obediência às normas e às regras instituídas e, além disso, em afronta ao pacto social de 1988, então tudo estará autorizado, tudo estará validado, e o Brasil continuará o mergulho trágico nas profundezas do regime de exceção.
A partir do momento em que o establishment consumou, com a cumplicidade do STF, o processo fraudulento que derrubou uma Presidente honesta e inocente para colocar em seu lugar um conspirador corrupto, iniciou-se o festival de arbitrariedades e abusos que está longe de acabar.
Neste festival, encontra-se juiz de primeira instância atuando como acusador que aplica o direito penal do inimigo para condenar seu inimigo sem provas, e também se encontra juiz da Suprema Corte que, além de conceder liberdade a criminosos ricos com os quais mantém relações privadas, também atua como militante do PSDB e conselheiro político do réu entrincheirado no Planalto.
A oligarquia não desfechou o golpe de 2016 pensando em devolver a normalidade democrática ao Brasil em seguida, logo na eleição seguinte – no caso, na de 2018, se for mantida. Para assegurar que isso não aconteça, o establishment trabalha para impedir, por todas as maneiras e meios, que as forças progressistas, nacionalistas e de esquerda tenham chances eleitorais de reconquistar o governo do país.
A hipótese de impedimento judicial da candidatura do ex-presidente Lula ganhou força nos últimos meses. A dúvida que faz com que este recall do golpe [Lula banido] seja feito, é saber se a exclusão ilegal dele da eleição causará a comoção popular que se supunha. A elite já aposta que isso não deverá ocorrer.
A eleição de 2018 sem o Lula na urna eletrônica será uma eleição suja, manipulada; uma eleição com enorme déficit democrático. O governo eleito numa eleição como esta será um governo carente de legitimidade, que enfrentará instabilidade política e conflito social intenso.
A continuidade do desmanche selvagem do Brasil e o aprofundamento do pacto de dominação rentista-liberal é a opção de guerra da oligarquia dominante contra o povo brasileiro e o ideal de Nação.
Este processo, contudo, não se dará sem resistências que serão crescentes, em padrões presumivelmente mais radicais e duros que atualmente.
A tentativa de contenção da luta e da resistência democrática será na base da repressão, da violência institucional e da supressão de direitos civis que são típicos em Estados de Exceção.
Caso não ocorra uma drástica mudança da correlação de forças em favor do povo, o futuro imediato que se anuncia para o país não será de restauração democrática, mas de incremento da violência e da ilegitimidade do regime de exceção.
O banimento político do Lula, neste sentido, é essencial para a concretização do plano da oligarquia golpista. A caravana do Lula pelo Brasil, iniciada em Salvador ontem, 18/8/2017, consagra o vínculo épico e mítico do maior personagem popular com seu povo – a classe dominante demonstra faro estratégico quando decide exterminar Lula.
Ninguém acusa o juiz Moro de ser sofisticado em seus raciocínios – é certo. Tampouco a entrevista concedida ao autodenominado “grupo internacional de jornalismo colaborativo Investiga Lava Jato" poderá ser utilizada como prova de sua força argumentativa.
E, diga-se de passagem, igualmente, o que a Folha traz na sua edição de 30 de julho de 2017 não mostra que os jornalistas do tal grupo tenham feito qualquer força para tirar do juiz declarações que demonstrassem o contrário.
A bem da verdade, quando se espreme o conteúdo da entrevista, mais uma vez, está lá o juiz Moro se justificando de suas decisões.
Tal qual quando é questionado sobre as provas utilizadas na condenação do ex-presidente Lula. Moro inicia afirmando que tudo está na sentença e que não fará comentários. E, em seguida, comenta. Melhor teria feito se ficasse na declaração padrão: “tudo que tinha para ser dito está nos autos”.
Isso porque Moro se sai com a explicação da “arma fumegante” para o uso de provas circunstanciais. Qualquer um que já tenha visto um filme americano sobre tribunais – os americanos adoram esses filmes – já ouviu essa explicação da boca do ator que faz o papel do promotor. Não da boca do que faz o papel do juiz, no entanto.
“Para ficar num exemplo clássico: uma testemunha que viu um homicídio. É uma prova direta. Uma prova indireta é alguém que não viu o homicídio, mas viu alguém deixando o local do crime com uma arma fumegando”.
Não, mesmo nos filmes, a explicação é mais profunda. Se alguém viu o assassinato ou se alguém viu uma pessoa com uma arma fumegante, trata-se de prova testemunhal. Qualquer júri de cinema consideraria que a testemunha “alega que viu”. E que somente isso não é prova suficiente para condenação. Afinal, é jargão dos tribunais chamar a prova testemunhal de “a prostitutas das provas”. Motivos óbvios.
A argumentação cinematográfica é de que se alguém é pego segurando uma arma fumegante junto ao cadáver de uma pessoa morta a tiros, isso por si só não é prova suficiente. Poderia tratar-se de um transeunte que, ao ver o cadáver e a arma junto a ele, cometeu a imprudência de apanhar e segurar a arma. Momento em que foi pego. Mas se essa pessoa, além de estar segurando a arma fumegante junto ao cadáver, era inimigo da vítima, isso é prova. Prova circunstancial, mas prova.
Pois bem, ninguém perguntou ao juiz Moro onde está a arma fumegante com as impressões digitais do Lula. Muito menos Moro esclareceu tal paradeiro, nos autos ou na entrevista.
Quando questionado sobre seus métodos e acordos em relação às delações premiadas que chegaram a ser classificados como "direito penal de Curitiba", com "normas que não têm a ver com a lei" pelo ministro Gilmar Mendes – insuspeito de qualquer traço de petismo, o juiz Moro poderia ter citado Maquiavel: fins nobres, tais quais o combate à corrupção, justificam-se por si próprios, não cabendo se questionar a nobreza dos meios utilizados para atingi-los.
Afinal, temos prisioneiros preventivos que nada delataram e por isso estão cumprindo pena há mais de dois anos e delatores réus confessos virtualmente perdoados.
Citando Maquiavel, Moro faria bela figura.
Moro, porém, preferiu a analogia com os resultados imprevisíveis do futebol que se diz ser uma “caixinha de surpresas” e alegou: “direito não é uma ciência exata”.
Interessante também outra analogia. Essa o juiz Moro faz entre a prisão de Eduardo Cunha – aliás, preso com fartura de provas obtidas pelo Ministério Público... da Suíça - e as queixas de falta de isenção da Lava Jato:
“... apesar das críticas de que há uma intensidade maior em relação a agentes do PT, temos preso e condenado um ex-presidente da Câmara [Eduardo Cunha], que era tido como inimigo do PT”.
Não. A isenção da Lava-Jato não se estabelece apenas por ela ter preso integrantes do PT, do PMBD e de outros partidos políticos. Mas sua seletividade sim, haja vista, ninguém do PSDB estar preso. Apesar dos “carecas”, “santos” e “mineirinhos”.
Eis aí outra vez Maquiavel: “aos amigos os favores, aos inimigos a fria letra da lei”.
Quando questionado sobre a divulgação dos grampos envolvendo a presidente Dilma, Moro saiu-se com uma inaudita análise constitucional de defesa da democracia liberal.
Que não se tente entender a profundidade do raciocínio “morino” que considera constitucional um juiz de primeira instância divulgar na imprensa gravações que envolvem a Presidência da República e que foram feitas ilegalmente – já que colhidas após o término da autorização judicial dada para a escuta de um investigado que, por óbvio, não era a presidente.
Basta que se entenda o que se resume em sua alegação da constitucionalidade dessa divulgação: “as pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos”.
Não sei em que artigo da Constituição Moro se baseou para afirmar tal direito de cidadania. No artigo 5º da Constituição, com certeza não. Até porque é de lá que se extrai que “são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas” e de que “é inviolável o sigilo... das comunicações telefônicas, salvo por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer”.
Mas, caso um dia, tal direito me seja acessível, gostaria de conhecer o que Moro disse em sorrisos ao pé do ouvido de Aécio Neves, quando daquela já clássica foto entre os dois.
E digo mais: “as pessoas tinham direito de saber a respeito do conteúdo daqueles diálogos”.
PS: Oficina de Concertos Gerais e Poesia: a verdade que surge do espanto. A pós-verdade que surge da impossibilidade da verdade. Qual verdade te engana mais?
Ganha corpo entre setores de esquerda uma teoria tão sedutora quanto furada: a de que a saída para o campo progressista seria "ultrapassar", "superar" ou mesmo "derrotar" o chamado lulismo.
A ideia é cativante, porque embora tenha propiciado elevações de renda e emprego e aumentado sobremaneira os índices de investimento na economia, os governos petistas terminaram no desastre das administrações Dilma Rousseff. Estas nos legaram a pior depressão desde que o IBGE consegue quantificar a expansão do PIB (1900).
No entanto, com todas essas limitações, pode-se ver agora, o grande capital, as transnacionais e seus aliados internos no golpe (judiciário, partidos de direita e grande mídia) queriam muito mais.
Almejavam, com a Ponte para o Futuro, dinamitar todas as pontes com os setores de centro esquerda que estavam no governo e aumentar a taxa de exploração dos trabalhadores. Em uma palavra, se Dilma representou o desastre (especialmente em seu segundo mandato), o governo Temer é a hecatombe.
A tarefa principal de qualquer agrupamento progressista e popular não pode ser superar o lulismo, mas o golpismo e suas medidas regressivas.
A brutalidade antinacional e antipopular da gestão peemedebista deveria suscitar a formação da mais ampla frente única contra suas iniciativas. Titubear nessa ação significa - de alguma forma - dar fôlego ao inimigo.
Ampla frente significa fazer aliança com quem - mesmo sendo diferente e tendo posições consideradas nocivas em uma etapa anterior - pode se somar diante da hecatombe.
Diante disso, a proposta de "superar o lulismo" não apenas é equivocada, como estabelece uma conflagração entre potenciais aliados. Isso auxilia o outro lado. Não é apenas um equívoco ou um erro. É trabalhar objetivamente para abrir caminho à ação contrária.
Pouco importa onde você esteve no verão passado. Se agora quer derrotar o mesmo oponente que eu, objetivamente é meu aliado!
Quem ultrapassou o petismo foi a direita e não a esquerda.
É preciso repetir tal frase alto e bom som, mesmo que não se goste do PT, de Lula e de seus aliados mais próximos.
Não é hora para marolas desse tipo.
Golpe recolocou o Brasil no mapa da fome ou Joesley Batista nega existir conta de Lula e Dilma.
Eu aposto como nenhuma delas e você?
Alguns podem não entender ainda, mas estão a cada dia mais claras as razões pelas quais o ex-presidente Lula, mesmo sob o bombardeio da Lava Jato, e às vésperas de ser condenado, continua à frente nas pesquisas presidenciais de 2018. É a pobreza, estúpido! A manchete do jornal O Globo deste domingo é simbolo da enxurrada de dados negativos que comprovam o enorme retrocesso social dos últimos tempos: crise pode levar Brasil de volta ao mapa da fome, uma estatística da ONU, da qual havia saído há três anos.
Os personagens dessas estatísticas, na maioria parte do contingente de 14 milhões de desempregados, provavelmente não estão preocupados em verificar se a crise a qual se refere o jornal tem o nome Michel Temer ou Dilma Rousseff. Poderá mesmo vir a se chamar Rodrigo Maia.
Mas esse pessoal se lembra que, não muito tempo atrás, fazia parte da fatia de pelo menos 20 milhões de viventes que deixaram a linha da pobreza. Alguns conquistaram a casa própria no Minha Casa Minha Vida, compraram todos os eletrodomésticos que puderam no Minha Casa Melhor, viram seus filhos chegar à faculdade graças ao Fies ou ao ProUne, viajaram de avião… Chegaram, enfim, a fazer parte da chamada nova classe média.
Cadê ela, a nova classe média? Tomou doril. Mudou o governo, veio o ajuste fiscal, os programas sociais foram desidratados. Apesar de manter o discurso em torno do Bolsa Família, que atinge 25% da população, na prática o governo Temer excluiu beneficiários – num momento de crise em que a lógica indicaria exatamente o contrário – desacelerou o aumento no volume de recursos e, recentemente, suspendeu o reajuste previsto. Encolheram também outros programas, como o BPC, o Farmácia Popular, o PPA, de compra de alimentos da agricultura familiar para distribuição à população de baixa renda.
Todo mundo sabe que nunca nos livramos da pobreza no Brasil. Mas é inegável que ela foi enormemente reduzida nos anos petistas, e a fome praticamente erradicada. O retrocesso social, agora, tem peso muito maior. É sempre muito pior tirar de quem já teve acesso a algum tipo de melhoria de vida do que manter o estágio anterior de iniquidade em que tantos brasileiros nascem, vivem e morrem.
São essas pessoas, incluindo a ex-nova classe média, que votam no Lula. Seriam, segundo os especialistas, aqueles 30% que, em tese, o PT sempre teve – o que não dá para ganhar a eleição. Teoricamente, o PT precisa daquela fatia da classe média que, de 2002 a 2014, completou o que faltava para eleger e reeleleger Lula e Dilma.
Esses, da velha classe média, são justamente os que mais se impressionam e revoltam com a corrupção, calcanhar de Aquiles de Lula hoje, e não parecem dispostos a voltar a votar no PT. A ver. Afinal, é também um pessoal sensível ao desemprego que se alastrou, à falta de perspectiva para seus filhos no ensino superior e na vida profissinal, à violência crescente nas grandes cidades e, agora, à falta de dinheiro para hospitais (já que muitos não podem mais pagar o plano de saúde), para vaga nas escolas, para a vigilância da polícia rodoviária e para a emissão de passaportes.
No táxi, em plena 23 de maio. Motorista puxa conversa:
- E essa crise? Supermercados vazios, tudo vazio, ninguém tem dinheiro.
Euzinho, escaldado por anos de tretas com taxistas reaças paulistanos, jogo, de mansinho:
- Pois é, precisa mudar isso, tem que ter eleição pra gente escolher o presidente.
O cara, calado........ Aproveito a deixa:
- O senhor sabe que teve uma pessoa só que garantiu empregos e que as coisas eram bem melhores. Pense bem.. É o Lula, o senhor sabe.
Meio sem jeito, meio sem argumento, meio aberto a ouvir, retruca o motorista:
- Ah,mas o esse aí está para ser preso.
- Tá nada. É perseguição. Se tivessem algo contra ele, já estaria preso há tempos. O senhor não acha? Veja o Aécio, ameaçando matar o primo. Veja o Cunha, cheio de contas na Suíça. E contra o Lula? Não tem nada!
- É, você tem razão. Isso é verdade. Mas, eu não gosto do Lula.
- O senhor não gosta, mas lembra que na época dele tinha emprego, a economia crescia. Sabia que só em São Paulo o povo não gosta do Lula? No resto do Brasil, as pessoas tem saudade. Ele está com 35% nas pesquisas!
E segue o papo, com o condutor admitindo que não vota em ninguém, mas compartilhando minhas críticas à Globo.
(O clima tá mudando).
O ex-presidente Lula reiterou sua inocência nesta quinta-feira 22 durante entrevista concedida ao vivo ao programa Hora do Rango, da Rádio Brasil Atual, que foi transmitida pelo Facebook.
"Vou até as últimas consequências para provar minha inocência", declarou. "Não vou permitir que os meninos da Lava Jato tentem prejudicar uma pessoa que construiu sua história por 50 anos. Eles mexeram com a pessoa errada", afirmou. "Se os políticos têm medo deles, eu não tenho", completou.
Nos próximos dias, o juiz Sergio Moro pode anunciar a sentença contra Lula sobre o processo do triplex no Guarujá. "Eu acho que a peça de acusação não vai ser levada a sério por ninguém. Eu espero que ela não seja levada a sério pelo Moro", comentou Lula sobre o caso, ressaltando que está "disposto a enfrentar essa situação".
Lula diz que "o que está sendo julgado, na verdade, não é o Lula. É o governo, é o que deu certo nesse país". "Eu fui julgado pelo povo brasileiro, quando saí com 87% de bom e ótimo", lembrou, sobre o fim de seu governo. Ele comparou os números com a pesquisa mais recente sobre o governo Temer.
"O que eu tinha de ruim e péssimo quando saí do governo é o que o Temer tem hoje de bom e ótimo", disse. Na pesquisa do DataPorder360, o governo Temer é avaliado como ótimo e bom apenas por 2% da população. Lula deixou o Palácio do Planalto com 3% de avaliação negativa.
O petista voltou a falar em sua candidatura à presidência em 2018. "Se houver necessidade e não tiver outra pessoa, tenho a disposição de provar que o país precisa de alguém que saiba cuidar do povo".
O ex-presidente comentou também o atual cenário político sob o governo Temer. "Não é possível que em tão pouco tempo o Brasil tenha retrocedido tanto. Jamais imaginei que fosse ver o Brasil retroceder ao nível que estamos".
"Estamos diante de um golpe. O Brasil injuriado perante ao mundo. O presidente não é respeitado na Rússia, não é convidado para nada", destacou, em referência à constrangedora viagem feita por Temer ao país, onde foi ignorado pela mídia e não foi recebido pelo presidente Vladimir Putin.
"As pessoas que mentiram para o Brasil, que disseram que o problema era a Dilma e promoveram um impeachment, estão deixando o País pior do que estava. Agora, quem massacrava o PT como o partido mais corrupto está com vergonha. O Aécio então desapareceu", declarou.