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Veja os delírios de um piguista

A escravidão foi restaurada em 2013
Se algum dos médicos cubanos tentar escapar de vez da ditadura castrista e asilar-se no Brasil, será atendido pelo governo ou deportado para a ilha-presídio?
Formulada no comentário de 1 minuto para o site de VEJA, a pergunta acaba de ser respondida pelo advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. “Nesse caso me parece que não teriam direito a essa pretensão”, declarou à Folha o doutor federal. “Provavelmente, seriam devolvidos”.
Depois de ressalvar que “a possibilidade de deserção é remota”, Adams tentou justificar a abjeção: “Todos os tratados, quando se trata de asilo, consideram situações que configurem ameaça por razões de ordem política, de crença religiosa ou outra razão. É nesses condições que você analisa as situações de refúgio. E, nesse caso, não me parece que configuraria essa situação”.

Padilha, ministro da Saúde e Lula, ex-presidente do Brasil

Para o bacharel do Planalto, portanto, nenhum cubano tem motivos para trocar a ilha natal pelo Brasil, a ditadura pela democracia, a opressão pela liberdade. “Esses médicos vêm como profissionais, eles vêm em cima de um compromisso, de um acordo, de um programa, de uma relação de trabalho”, derramou-se o chefe da AGU.
Adams não vê nada de mais numa “relação de trabalho” deformada por violências repulsivas. Os 4 mil importados pelo ministro Alexandre Padilha terão de viver longe da família e permanentemente vigiados por monitores incumbidos de impedi-los de relacionar-se com brasileiros.
O dinheiro dos salários (R$10 mil por cabeça) será repassado diretamente ao governo cubano, que engolirá mais de 90% da bolada.
A ópera do absurdo foi ampliada pela confissão de Adams: os médicos caribenhos pertencem aos irmãos Castro. Muitos são escravos voluntários, e se engajaram com entusiasmo na tarefa de expandir o paraíso comunista. A maioria cumpre ordens.
Os que tentarem fugir serão capturados e devolvidos aos donos. Se conseguirem enganar os capitães -do-mato brasileiros, os parentes retidos na ilha sofrerão os castigos de praxe.
Alexandre Padilha, quem diria, acabou transformado numa Princesa Isabel às avessas. Abolida em maio de 1888 por uma filha de Dom Pedro II, a escravidão foi restaurada em agosto de 2013 por um filhote de Lula.

Porque prefiro ser tratado por médicos brasileiros. Ou não


Eu prefiro ser tratado por médicos brasileiros, embora 54,5% dos 2400 formandos que fizeram a prova do Conselho Regional de Medicina de SP não atingiram a nota mínima. O pior é que os erros se concentraram em áreas básicas. Mesmo assim vão poder exercer a profissão e atender aos infelizes que caírem em suas reprovadas mãos. Mas eu não moro em São Paulo.

Prefiro médicos brasileiros, porque eles são coisa nossa. Por exemplo, a gente liga pra marcar consulta e a telefonista do doutor pergunta: - é particular ou plano? Se for plano, empurram sua consulta lá pra frente. Particular, eles dão um jeitinho. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque quando chego ao consultório, fico esperando mais de uma hora pra ser atendido. É porque eles são bonzinhos, gostam de atender a todo mundo, e sabem que ali, no calor apertado da sala de espera, sempre pode rolar uma conversa agradável sobre sintomas e padecimentos com outros médicos. E a socialização é muito importante. Sem contar que podemos adquirir informação, com a leitura daquela Veja em que Airton Senna e Adriane Galisteu ainda estão namorando. Ah, tempo bom! É coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque quando a consulta é particular, eles fazem questão de não dar recibo, ou então a recepcionista pergunta se vou querer a nota fiscal, porque aí o preço é diferente. Não é sonegação, claro que não. É porque eles têm vergonha de espalhar quanto cobram pela consulta. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque eles vivem chorando miséria, mas, mesmo assim, no estacionamento dos médicos nos hospitais só tem carrão importado. Parece até pátio de delegacia de polícia. Coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque você faz todo o acompanhamento de sua doença com o doutor do seu plano de saúde, mas na hora da cirurgia, embora ela seja coberta pelo plano, o doutor sempre pede um por fora, pra ele e equipe. Inclusive o anestesista, aquele médico que não é médico, não tem plano, não obedece a sindicatos nem nada. É sempre por fora. É coisa nossa.

Prefiro médicos brasileiros, porque várias vezes você chega ao posto de saúde, a uma emergência ou ao hospital e ele simplesmente não foi trabalhar, e usa de sua criatividade, inventando até dedinhos de silicone, para receber aquele salário que eles dizem que é uma merreca. Mas, isso é mentira, na verdade eles não vão trabalhar porque os hospitais, ambulatórios, as emergências e postos de saúde não dão condições. Eles só não largam o emprego porque têm pena dos pacientes que vão deixar na mão - embora não trabalhem. Pelo menos é o que dizem. Coisa nossa.

Só escrevo este texto, porque tenho vários amigos médicos e, infelizmente, não vejo nenhum deles se levantar contra esse hediondo corporativismo, contra essa maluquice generalizada de que seus colegas cubanos (que trabalham no mundo inteiro) são despreparados e, pior, vão espalhar a ideologia comunista pelo Brasil. Esses médicos que acham que municípios sem médicos têm que continuar assim, enquanto não tiverem infraestrutura, como naquela história da época da ditadura, de que era preciso primeiramente fazer crescer o bolo para depois dividi-lo.

Se os médicos estivessem defendendo seu mercado de trabalho... Mas, não, os médicos estrangeiros só estão vindo ocupar vagas que foram recusadas por seus colegas brasileiros, que não querem trabalhar e também não querem que outros trabalhem. O paciente... ah, o paciente. Ele não é mais paciente, agora é cliente.

Claro que temos ótimos médicos. E muitos deles já se declararam a favor da vinda de seus colegas do exterior.

Temos ótimos médicos, repito. Vários deles trabalhando em condições precárias. Temos muito o que melhorar, e a presidenta Dilma reconheceu o problema em seu pronunciamento na TV:

Quero propor aos senhores e às senhoras acelerar os investimentos já contratados em hospitais, UPAs e unidades básicas de saúde. Por exemplo, ampliar também a adesão dos hospitais filantrópicos ao programa que troca dívidas por mais atendimento e incentivar a ida de médicos para as cidades que mais precisam e as regiões que mais precisam. Quando não houver a disponibilidade de médicos brasileiros, contrataremos profissionais estrangeiros para trabalhar com exclusividade no Sistema Único de Saúde. 
Neste último aspecto, sei que vamos enfrentar um bom debate democrático. De início, gostaria de dizer à classe médica brasileira que não se trata, nem de longe, de uma medida hostil ou desrespeitosa aos nossos profissionais. Trata-se de uma ação emergencial, localizada, tendo em vista a grande dificuldade que estamos enfrentando para encontrar médicos, em número suficiente ou com disposição para trabalhar nas áreas mais remotas do país ou nas zonas mais pobres das nossas grandes cidades. 
Sempre ofereceremos primeiro aos médicos brasileiros as vagas a serem preenchidas. Só depois chamaremos médicos estrangeiros. Mas é preciso ficar claro que a saúde do cidadão deve prevalecer sobre quaisquer outros interesses. O Brasil continua sendo um dos países do mundo que menos emprega médicos estrangeiros. Por exemplo, 37% dos médicos que trabalham na Inglaterra se graduaram no exterior. Nos Estados Unidos, são 25%. Na Austrália, 22%. Aqui no Brasil, temos apenas 1,79% de médicos estrangeiros. Enquanto isso, temos hoje regiões em nosso país em que a população não tem atendimento médico. Isso não pode continuar. Sabemos mais que ninguém que não vamos melhorar a saúde pública apenas com a contratação de médicos, brasileiros e estrangeiros. Por isso, vamos tomar, juntamente com os senhores, uma série de medidas para melhorar as condições físicas da rede de atendimento e todo o ambiente de trabalho dos atuais e futuros profissionais. 
Ao mesmo tempo, estamos tocando o maior programa da história de ampliação das vagas em cursos de Medicina e formação de especialistas. Isso vai significar, entre outras coisas, a criação de 11 mil e 447 novas vagas de graduação e 12 mil e 376 novas vagas de residência para estudantes brasileiros até 2017. [Fonte]

Mas, o que estamos vendo é que existe um grupo de médicos para quem os cidadãos brasileiros de municípios sem médicos devem sofrer calados ou pegar um ônibus, barca, trem, o que seja, para procurar uma cidade onde um senhoríssimo doutor (brasileiro) o atenda, quando der. A esses lembro que Deus é ironia, e eles podem amanhã ou depois sofrer um acidente, numa pequena cidade, um pequeno município daqueles que ninguém jamais ouviu falar, eu gostaria de saber o que sentiriam ao ouvir alguém lhe falar assim:

- Necesita de ayuda, señor?

artigo de Luciano Martins Costa do Observatório da Imprensa. 

Médicos cubanos serão processados por crime ecológico

[...] antes mesmo de chegarem ao Brasil, estão matando tucanos de raiva

Revoltados, médicos criam White Blocs

Adeptos dos White Blocs devem higienizar as mãos antes de quebrar vidraças
UTI - Acusado de não auscultar a classe médica, o ministro genérico Alexandre Padilha ofereceu soluções em doses homeopáticas para melhorar as condições de trabalho. "Em Brasília, espalhou-se a epidemia do fisiologismo e eu fui contaminado. Doutora Dilma tem priorizado a ampliação de ministérios em detrimento da criação de novos leitos. Temos que dar uma amostra grátis de nossa boa vontade e sermos pacientes", arrematou.

A declaração gerou um clima hipertenso e fez com que um bando de médicos tapasse o rosto com touca e máscara cirúrgica e saísse às ruas para quebrar tudo. "Vamos aumentar a potência dos aparelhos de pressão contra o braço governamental", receitou a doutora Emma Kalil, enquanto preparava coquetéis de semancol.

Munidos de grafias incompreensíveis para camuflar ainda mais suas identidades, clínicos gerais e cirurgiões abriram uma humilde exceção para aceitar adesões de menor relevância, como Jesus, Buda, Barack Obama e Chico Buarque. "O movimento White Bloc vai aonde o povo está, desde não seja no interior do país ou perto de algum cubano", diagnosticou Ivo Pitanguy.

Nós somos médicos por vocação e não por dinheiro

...Trabalhamos porque nossa ajuda foi solicitada, e não por salário, nem no Brasil nem em nenhum lugar do mundo", afirmou o médico de família Nelson Rodriguez, ao desembarcar no aeroporto internacional de Recife (PE). Os médicos cubanos desembarcaram vestindo jaleco, com bandeiras do Brasil e de Cuba.Médicos estrangeiros chegam ao Brasil e já demonstram tudo o que os médicos brasileiros não tem: amor às pessoas. ( http://www.facebook.com/pages/Helena-Sthephanowitz/182426615269724 )

Os mesmos CRMs que passaram a mão na cabeça do Dr Abdelmassih agora se lançam na patriótica campanha do “Menos Médicos” ou “Médicos com Fronteiras”

Já até imagino a cena:
O médico cubano está atendendo a população no posto de saúde. Chega nosso “herói”, o Dr. CRM, acompanhado por dois policiais e diz:

- Esse é o meliante! Podem prender!

O médico sai algemado do posto. A população, sem entender nada, pergunta ao Dr. CRM:

- O senhor é médico? Vai nos atender? Temos vários doentes e…

- Eca ! Não vim atender ninguém! Estou aqui apenas para salvá-los desse charlatão comunista!
Jorge no Conversa Afiada

Paulo Moreira Leite: O debate sobre a chegada de médicos cubanos é vergonhoso.

Do ponto de vista da saúde pública, temos um quadro conhecido. Faltam médicos em milhares de cidades brasileiras, nenhum doutor formado no país tem interesse em trabalhar nesses lugares pobres, distantes, sem charme algum – nem aqueles que se formam em universidades públicas sentem algum impulso ético de retribuir alguma coisa ao país que lhes deu ensino, formação e futuro de graça. 
Respeitando o direito individual de cada pessoa resolver seu destino, o governo Dilma decidiu procurar médicos estrangeiros. Não poderia haver atitude mais democrática, com respeito às decisões de cada cidadão. 
 
O Ministério da Saúde conseguiu atrair médicos de Portugal, Espanha, Argentina, Uruguai. Mas continua pouco. Então, o governo resolveu fazer o que já havia anunciado: trazer médicos de Cuba. 
 
Como era de prever, a reação já começou.
 
E como eu sempre disse neste espaço, o conservadorismo brasileiro não consegue esconder sua submissão aos compromissos nostálgicos da Guerra Fria, base de um anticomunismo primitivo no plano ideológico e selvagem no plano dos métodos. É uma turma que se formou nesta escola, transmitiu a herança de pai para filho e para netos. Formou jovens despreparados para a realidade do país, embora tenham grande intimidade com Londres e Nova York. 
 
Hoje, eles repetem o passado como se estivessem falando de algo que tem futuro. 
 
Foi em nome desse anticomunismo que o país enfrentou 21 anos de treva da ditadura. E é em nome dele, mais uma vez, que se procura boicotar a chegada dos médicos cubanos com o argumento de que o Brasil estará ajudando a sobrevivência do regime de Fidel Castro. Os jornais, no pré-64, eram boicotados pelas grandes agencias de publicidade norte-americanas caso recusassem a pressão americana favorável à expulsão de Cuba da OEA. Juarez Bahia, que dirigiu o Correio da Manhã, já contou isso. 
 
Vamos combinar uma coisa. Se for para reduzir economia à política, cabe perguntar a quem adora mercadorias baratas da China Comunista: qual o efeito de ampliar o comércio entre os dois países? Por algum critério – político, geopolítico, estético, patético – qual país e qual regime podem criar problemas para o Brasil, no médio, curto ou longo prazo?
 
Sejamos sérios. Não sou nem nunca fui um fã incondicional do regime de Fidel. Já escrevi sobre suas falhas e imperfeições. Mas sei reconhecer que sua vitória marcou uma derrota do império norte-americano e compreendo sua importância como afirmação da soberania na América Latina.
 
Creio que os problemas dos cidadãos cubanos, que são reais, devem ser resolvidos por eles mesmos.
 
Como alguém já lembrou: se for para falar em causas humanitárias para proibir a entrada de médicos cubanos, por que aceitar milhares de bolivianos que hoje tocam pedaços inteiros da mais chique indústria de confecção do país? 
 
Denunciar o governo cubano de terceirizar seus médicos é apenas ridículo, num momento em que uma parcela do empresariado brasileiro quer uma carona na CLT e liberar a terceirização em todos os ramos da economia. Neste aspecto, temos a farsa dentro da farsa. Quem é radicalmente a favor da terceirização dos assalariados brasileiros quer impedir a chegada, em massa, de terceirizados cubanos. Dizem que são escravos e, é claro, vamos ver como são os trabalhadores nas fazendas de seus amigos. 
 
Falar em democracia é um truque velho demais. Não custa lembrar que se fez isso em 64, com apoio dos mesmos jornais que 49 anos depois condenam a chegada dos cubanos, erguendo o argumento absurdo de que eles virão fazer doutrinação revolucionária por aqui. Será que esse povo não lê jornais? 
 
Fidel Castro ainda tinha barbas escuras quando parou de falar em revolução. E seu irmão está fazendo reformas que seriam pura heresia há cinco anos.
 
O problema, nós sabemos, não é este. É material e mental. 
 
Nossos conservadores não acharam um novo marqueteiro para arrumar seu discurso para os dias de hoje. São contra os médicos cubanos, mas oferecem o que? Médicos do Sírio Libanês, do Einstein, do Santa Catarina? 
 
Não. Oferecem a morte sem necessidade, as pragas bíblicas. Por isso não têm propostas alternativas nem sugestões que possam ser discutidas. Nem se preocupam. Ficam irresponsavelmente mudos. É criminoso. Querem deixar tudo como está. Seus médicos seguem ganhando o que podem e cada vez mais. Está bem. Mas por que impedir quem não querem receber nem atender? 
 
Sem alternativa, os pobres e muito pobres serão empurrados para grandes arapucas de saúde. Jamais serão atendidos, nem examinados. Mas deixarão seu pouco e suado dinheiro nos cofres de tratantes sem escrúpulos. 
 
Em seu mundo ideal, tudo permanece igual ao que era antes. Mas não. Vivemos tempos em que os mais pobres e menos protegidos não aceitam sua condição como uma condenação eterna, com a qual devem se conformar em silêncio. Lutam, brigam, participam. E conseguem vitórias, como todas as estatísticas de todos os pesquisadores reconhecem. Os médicos, apenas, não são a maravilha curativa. Mas representam um passo, uma chance para quem não tem nenhuma. Por isso são tão importantes para quem não tem o número daquele doutor com formação internacional no celular.
 
O problema real é que a turma de cima não suporta qualquer melhoria que os debaixo possam conquistar. Receberam o Bolsa Família como se fosse um programa de corrupção dos mais humildes. Anunciaram que as leis trabalhistas eram um entrave ao crescimento econômico e tiveram de engolir a maior recuperação da carteira de trabalho de nossa história. Não precisamos de outros exemplos. 
 
Em 2013, estão recebendo um primeiro projeto de melhoria na saúde pública em anos com a mesma raiva, o mesmo egoísmo. 
 
Temem que o Brasil esteja mudando, para se tornar um país capaz de deixar o atraso maior, insuportável, para trás. O risco é mesmo este: a poeira da história, aquele avanço que, lento, incompleto, com progressos e recuos, deixa o pior cada vez mais distante. 
 
É por essa razão, só por essa, que se tenta impedir a chegada dos médicos cubanos e se tentará impedir qualquer melhoria numa área em que a vida e a morte se encontram o tempo inteiro. 
 
Essa presença será boa para o povo. Como já foi útil em outros momentos do Brasil, quando médicos cubanos foram trazidos com autorização de José Serra, ministro da Saúde do governo de FHC, e ninguém falou que eles iriam preparar uma guerrilha comunista. Graças aos médicos cubanos, a saúde pública da Venezuela tornou-se uma das melhores do continente, informa a Organização Mundial de Saúde. Também foram úteis em Cuba. 
 
Os inimigos dessas iniciativas temem qualquer progresso. Sabem que os médicos cubanos irão para o lugar onde a morte não encontra obstáculo, onde a doença leva quem poderia ser salvo com uma aspirina, um cobertor, um copo de água com açúcar. Por isso incomodam tanto. Só oferecem ameaça a quem nada tem a oferecer aos brasileiros além de seu egoísmo.

Mais Médicos: a invasão comunista




Neste final de semana começa a invasão comunista com terríveis guerrilheiros armados com estetoscópios, aspirinas, e diplomas de pós.

A sociedade de classes se manifesta no serviço médico

... para os muito pobres, nenhum médico; para os muito ricos, hospitais de ponta.
 
A furiosa campanha corporativista dos médicos contra a vinda de colegas estrangeiros procura alarmar o país. No entanto, a atração de profissionais do exterior é prática antiga a que muito devem os Estados Unidos, a Rússia e muitos outros países. Não podemos ceder a essa manifestação de egoísmo classista, sob pena de ofender os direitos básicos da grande maioria de nosso povo, principalmente quando se sabe que um dos gargalos do nosso desenvolvimento é a carência de mão-de-obra qualificada.

Pesquisa do Ipea, realizada com 2.273 pac ientes do SUS, mostrou que a falta de médicos é o principal problema de 58% dos brasileiros dependentes da rede pública. Temos algo como 300 mil médicos no exercício da profissão e 700 municípios (15% do total) sem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, "3 mil candidatos a paciente disputam a atenção de menos de um médico por 30 segundos por pessoa"! (IstoÉ,10/07/2013).
O cerne da crise da assistência médica, no Brasil, não está, lamentavelmente, apenas, no minguado número de médicos, e na sua precária distribuição. Está, antes, na própria qualidade da formação médica, a começar pela ausência das cadeiras de ética e deontologia na grande maioria dos cursos. O formando de hoje é  treinado para transformar a residência em especialização da subespecialização ditada pelo mercado, e ter seu consultório particular, se possível fechado aos que ainda podem pagar planos de saúde. SUS, ora isso é nome feio.
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O formando em medicina, principalmente em universidade pública, nas quais, em regra, os cursos são bons, é preparado psicológica e eticamente para trabalhar num Sírio Libanês, tendo ao seu lado equipamento de última geração e alimentando a expectativa de fama profissional.
Ex-ministro de Estado e vice-presidente nacional do PSB, Roberto Átila Amaral Vieira, cearense, 73 anos, é um dos pensadores mais lúcidos do país. Conheço sua trajetória e sua coerência desde quando militantes juntos no movimento estudantil em Fortaleza
 CLIQUE AQUI, LEIA MATÉRIA COMPLETA 

Médicos brasileiros e suas entidades não deviam mentir sobre os médicos e a medicina cubana


Aqueles que não concordam com o programa Mais Médicos do governo federal têm todo o direito de propor alternativas e de pressionar nas ruas e no Congresso Nacional. Agora, o que eles não podem é mentir sobre a medicina em Cuba, como vem acontecendo.

Para contribuir com o debate, publico alguns dados lembrados pelo amigo Max Altman sobre a medicina na Ilha. Reconhecida internacionalmente, ele lembra, por exemplo, que governos de 65 países recebem médicos cubanos, “cujos povos, seus governantes e os respectivos sistemas de saúde não cessam de agradecer”.

Cita também dados importantes, como baixo índice de mortalidade infantil na Ilha (4,5 por mil nascidos) e a alta expectativa de vida ao nascer da sua população: 78 anos de idade para homens e 80 para mulheres. Em termos de conquistas recentes em matéria de saúde, Altman cita algumas:

“Imunização das crianças mediante vacinas contra 13 enfermidades preveníveis, diminuição do impacto dos níveis de infestação provocados pelo Aedes Aegpyti, logrando reduzi-los  cada vez mais a  níveis epidemiológicos permissíveis (0,05), sem cessar o trabalho nesse sentido, bem como erradicação de 13 enfermidades, graças ao programa de imunização, produzindo no país 95 % das vacinas necessárias”.

Além disso, lembra que Cuba obteve valiosos resultados nos programas de trasplantes de órgãos e na luta contra diferentes tipos de câncer, reduzindo a mortalidade pela primeira vez na história desta afecção. Outras conquistas notáveis foram a realização de cerca de um milhão de intervenções cirúrgicas; e de 80,7 milhões de consultas nas instituições de saúde, dois milhões mais do que o planejado.

Já em relação à indústria farmacêutica, Cuba produziu novos medicamentos em seu polo científico, melhorando a qualidade de vida dos enfermos. “Um deles – explica Altman - o Heberprot-P, para o tratamento da úlcera do pé diabético, único de seu tipo no mundo, beneficiou mais de 90 mil pacientes, entre eles 16 mil são cubanos”. Ele também aponta que Cuba prioriza a formação de pessoal médico e matriculou em 2012 mais de 93 mil estudantes - 14 mil estrangeiros.

Em suas palavras, “essas são algumas poucas verdades em materia de saúde pública que não podem ser manipuladas, ainda que os inimigos de Cuba as ignorem deliberadamente”.

Max está coberto de razão. Aliás, os dados da OMC e da UNICEF sobre a medicina cubana são a prova da qualidade da saúde e da educação no país. E tudo isso, apesar do bloqueio criminoso repudiado pelas Nações Unidas - com exceção dos Estados Unidos, Israel e de mais três países.

por Zé Dirceu

O Brasil precisa dobrar o número de médicos

Conheça o retrato dramático da saúde pública no Brasil e saiba por que o programa do governo de importação de médicos pode ajudar a resolver esse flagelo
Por: Paulo Moreira Leite e Izabelle Torres, Com reportagem de Nathalia Ziemkiewicz
No início do ano, uma pesquisa do Ipea realizada com 2.773 frequentadores do SUS, o Sistema Único de Saúde, indicou que o principal problema de 58% dos brasileiros que procuram atendimento na rede pública é a falta de médicos. Num País com cerca de 400 mil médicos formados, no qual pouco mais de 300 mil exercem a profissão, nada menos que 700 municípios – ou 15% do total – não possuem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, 3 mil candidatos a paciente disputam a atenção estatística de menos de um médico por pessoa – imagine por 30 segundos como pode ser a consulta dessas pessoas. Na segunda-feira 8, no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff assinará uma medida provisória e três editais para tentar dar um basta a essa situação dramática em que está envolta a saúde pública do País. Trata-se da criação do programa Mais Hospitais, Mais Médicos. Embora inclua ampliação de bolsas de estudo para recém-formados e mudanças na prioridade para cursos de especialização, com foco nas necessidades próprias da população menos assistida, o ponto forte do programa envolve uma decisão política drástica – a de trazer milhares de médicos estrangeiros, da Espanha, de Portugal e de Cuba, para preencher 9,5 mil vagas em aberto nas regiões mais pobres do País.
Na última semana, ISTOÉ teve acesso aos bastidores do plano que pode revolucionar o SUS. Numa medida destinada a responder aos protestos que entidades médicas organizaram nas últimas semanas pelo País, o governo decidiu organizar a entrada dos médicos estrangeiros em duas etapas.

pena que os médicos não protestaram contra o fim da cpmf


Continuo apoiando a vinda de médicos estrangeiros para trabalhar no Brasil e o aumento de recursos para a saúde. Vejam, semana passada, inclusive, O Congresso Nacional adiantou-se nisso e aprovou a destinação de 25% do dinheiro dos royalties do petróleo para a área e os outros 75% para a educação. Caminhamos, estamos avançando, e o governo já avisou não vai vetar essa divisão.

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Pena que os médicos que fizeram protestos contra a vinda dos colegas estrangeiros em 25 Estados ontem, e em São Paulo ocuparam a avenida Paulista, não tenham saído às ruas quando na virada de 2006/2007 a Contribuição Provisória sobre Movimentação financeira (CPMF) foi rejeitada pela oposição, via Congresso nacional. Derrubada, mesmo com toda a receita indo para a saúde, para os Estados e municípios, e com a redução progressiva da alíquota até ficar em 0,8%, como propunha o governo Lula.

Era esta a proposta elaborada para a manutenção da CPMF, lembram-se? Além do que, ela continuaria como um dos mais eficientes instrumentos de combate à sonegação fiscal já elaborados no país, já que permitia cruzar os dados da movimentação financeira e bancária com a declaração de renda e patrimônio. Esta, aliás, foi a verdadeira causa da oposição contra a CPMF, e de a terem derrubado.


Uma pesquisa mostra a falta de médicos

A pesquisa Perspectivas profissionais – nível técnico e superior (leiam, abaixo, a nota Categoria comete equívoco ao afirmar que não faltam médicos), divulgada ainda ontem pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (IPEA), só reforça a fato real de que faltam médicos em todo Brasil. Particularmente nas regiões pobres e afastadas, nas cidades pequenas e nos bairros pobres, e nas periferias das grandes metrópoles.

Os médicos afirmam que não há salário e nem condições que lhes possibilitem trabalhar nessas regiões, cidades e bairros. Pois o governo não apenas está propondo a vinda de médicos estrangeiros, como está aumentando os salários e os recursos para a saúde. No início desta semana, inclusive, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou que o governo decidiu elevar de R$ 8 mil para R$ 10 mil os salários desses profissionais que forem trabalhar no interior e nas periferias.

Garantiu que só serão preenchidas por médicos estrangeiros aquelas que os profissionais brasileiros não quiserem. Evidentemente os que vierem passarão por exames de revalidação que, aliás, e como na advocacia, por exemplo, deviam passar todos os médicos brasileiros e não apenas os estrangeiros.

Médicos atuam lá fora, mas vetam atuação de colegas aqui

Esses mesmos médicos que saem as ruas contra a vinda de colegas de outros países viajam para o exterior para estudar e se especializar. Estudam em outros países, recebem bolsas de estudos lá. Lá e aqui, trabalham em hospitais controlados por estrangeiros, receitam remédios e usam aparelhos e técnicas compradas no exterior.

Cursam faculdades hoje controladas por grupos estrangeiro e ambicionam ir para o exterior, como é justo e natural se especializar, pesquisar, trocar experiências. Mas, por corporativismo, não querem que o governo, adotando alternativa semelhante a que eles usam lá fora, resolva o problema da saúde pública aqui entre nós.

Zé Dirceu

Carta aos Médicos e aspirantes que hoje se revoltam


Por que SOMENTE AGORA, em que atingimos a marca insustentável de déficit de 168.424 médicos na atenção básica (sabem o que é isso? Atenção Primária em Saúde! Unidade de Saúde! Creio que muitos nunca sequer ouviram falar...ou, o que é muito pior, nunca quiseram ouvir falar... e digo isso por experiência própria!!) e que se faz necessário adoção de medidas EMERGENCIAIS para que a população brasileira tenha minimamente um diagnóstico decente, vocês resolveram protestar em defesa das condições estruturais do SUS???

Por que, nesses 23 anos (VINTE E TRÊS!!! Isso mesmo!!!) de existência do SUS, vocês não se juntaram à vocalização das demais categorias de saúde, em defesa desse sistema, público e universal, colocando seus poderosos lobbies políticos a serviço dos interesses da população?? Mas, ao contrário, permaneceram em defesa de uma prática privatista, mercantilizada, diretamente dependente do fracasso e do descrédito do SUS???

Por que, após 23 ANOS, muitas escolas médicas ainda NÃO PREPARAM os profissionais para atuar em um sistema que tem como foco a promoção da saúde; mas, ao contrário, junto com várias entidades de classe contribuem para a discriminação e desvalorização social dos colegas que fazem a escolha pela atuação generalista??? E ainda querem restringir o acesso da população aos serviços de outros profissionais da saúde???

Por que vocês precisam postar e compartilhar nas redes sociais fotos de ATENDIMENTO DOMICILIAR como se esses ambientes fossem consultórios não estruturados??? Desconhecem a existência dessa prática??

Por que seus representantes nunca se preocuparam em participar do CONTROLE SOCIAL , instâncias legítimas em que trabalhadores da saúde e população fiscalizam e contribuem para a gestão eficiente e idônea do sistemas em todos os níveis de gestão???

POR QUE SOMENTE AGORA??? HÁ 23 ANOS LUTAMOS POR UM SUS MELHOR E VOCÊS NÃO ESTIVERAM AO NOSSO LADO...

Aqueles profissionais que atuam no SUS e vivenciam seus problemas concretos, muitos deles em função de gestão institucional não qualificada ou não comprometida com os interesses públicos, estão à frente de uma luta que é legítima e tem meu apoio!!

Àqueles que nunca atuaram no SUS, nunca estiveram em defesa do sistema e não conhecem a realidade das condições de vida e saúde da população, sinto muito, mas SUA LUTA NÃO ME REPRESENTA E NEM AOS INTERESSES DA POPULAÇÃO BRASILEIRA!!!

Kátia Yumi Uchimura -Profissional de Saúde, trabalhadora do SUS e Militante em defesa do SUS há 23 anos

São contra vinda de médicos estrangeiros, por que?



Do G1 MA com informações da TV Mirante

Ontem, em entrevista no Bom Dia Mirante, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Maranhão afirmou desconhecer a afirmação de que, na cidade de Imperatriz existe, há três anos, uma vaga para pediatra intensivista com salário de R$ 30 mil. 

Apesar da declaração do presidente, o secretário-adjunto de Saúde do Município, Arnaldo Alencar confirma a existência da vaga.

Pergunta a quem não tem médico se ele se importa que o profissional seja cubano, inglês ou marciano?

Médicos param pela pela reserva de mercado e o povo paga o pato

Depois dessa, dá até arrepio depender do nosso sistema de saúde deformado pelo corporativismo



O anúncio da presidente Dilma Vânia Rousseff confirmando que o governo cogitava de contratar médicos no exterior para suprir sua falta em pelo menos 2.282 municípios brasileiros foi o bastante para que os médicos dos serviços públicos de Pernambuco, em todos os níveis, cruzassem os braços, deixando milhares de pacientes que não podem pagar planos de saúde sem assistência nenhuma, com os riscos das próprias vidas.

Essa greve é o retrato sem retoque de uma boa parte de uma classe formada em faculdades públicas e gratuitas para salvar vidas. A greve não prejudicou os familiares da presidente, dos ministros, dos governantes em geral ou dos parlamentares. Atingiu, sim, de forma desumana e cruel, a população pobre que não tem nada a ver com o peixe e que, infelizmente, parece condenada a morrer ou passar sufoco nas portas dos hospitais e postos de saúde, onde a falta de profissionais é crônica há anos, falta, inclusive, diga-se com todas as letras, pela baixa assiduidade. População que pode pagar o pato pelos humores de um corporativismo insano.

É uma greve que não passou nem de raspão pelos hospitais privados ou pelo atendimento igualmente precário nos consultórios e clínicas conveniados com os planos que remuneram muito mal aos nossos doutores, mas que lhes permite recorrer a um monte de exames em laboratórios compensatórios.

Essa decisão de negar atendimento aos dependentes dos serviços públicos não ficou por aí. As principais entidades de classe, lideradas pelo Conselho Federal de Medicina, estão programando para o próximo 3 de julho uma paralisação nacional no sistema público de saúde, o que, repito, causará transtornos a milhões de brasileiros que não podem pagar a planos privados.

Esses mesmos desatinados acabaram de demonstrar, em outra situação, que querem ser os ditadores da área de saúde, não importa o preço: assim, conseguiram que o Senado aprovasse uma Lei de EXCLUSIVIDADE, chamada de ato médico, que subordina todos os demais profissionais aos médicos, mesmo sabendo que isso poderá inviabilizar instituições de notória utilidade como a Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação, além de golpear mais de uma dezena de carreiras igualmente qualificadas.

É a mais inacreditável formação de cartel profissional, algo impensado, como se para sobreviverem os médicos dependam de casuísmos indiferentes à sorte dos pacientes.

Não quer socorrer e não quer deixar que socorram

Essa não é uma greve por melhores salários, por melhores condições de trabalho. A população que já passa semanas e meses para ter um atendimento em unidade pública vai penar por que a classe médica brasileira não quer ir para os grotões e não quer deixar que outros o façam, porque esses outros já demonstraram que têm muito mais espírito humanitário e vão acabar expondo as vísceras de uma medicina mercantilista, onde profissionais mal formados trocaram a consulta criteriosa pelo atendimento sumário e os exames a a bangu, como diagnosticou muito bem o médico Luiz Roberto Londres, diretor da 

Clínica São Vicente, reconhecida como o mais completo centro médico particular do Rio de Janeiro, em entrevista de página inteira ao jornal O GLOBO.

“(O termo) medicina diagnóstica, que se vê por aí, é uma mentira. O que existe é exame complementar. Um bom médico consegue ter uma hipótese correta em 90% dos casos, porque conversa com o paciente. A medicina seria baratíssima se ela se fiasse no encontro. Haveria menos hospitalização, menos cirurgias e menos exames complementares. Como hoje as escolas não ensinam mais, estão cada vez piores, os médicos não conversam, pedem exame e operam sem saber. Claro que quero ter internações aqui (na São Vicente), mas sem ferir um único preceito do código de ética.
É possível melhorar essa relação na saúde pública? Precisa-se de mais dinheiro?. Dizem que o problema é financiamento... será que é? Acho que falta comprometimento de todos. Todos estão preocupados com sua coisinha, sem participar.”
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Médico brasileiro comenta grita contra médicos cubanos

Olá, sou médico e gostaria de opinar sobre a gritaria em relação à vinda dos médicos cubanos ao Brasil
Bom, como opinião inteligente se constrói com o contraditório, vou tentar levantar aqui algumas informações sobre a vinda de médicos cubanos para regiões pobres do Brasil que ainda não vi serem abordadas.
médicos cubanos haiti brasil
Médicos cubanos no Haiti atendem mais de 15 milhões de miseráveis (Foto: Divulgação)
- O principal motivo de reclamação dos médicos, da imprensa e do CFM seria uma suposta validação automática dos diplomas destes médicos cubanos, coisa que em momento algum foi afirmado por qualquer membro do governo. Pelo contrário, o próprio ministro da saúde, Alexandre Padilha, já disse que concorda que a contratação de médicos estrangeiros deve seguir critérios de qualidade e responsabilidade profissional. Portanto, o governo não anunciou que trará médicos cubanos indiscriminadamente para o país. Isto é uma interpretação desonesta.

O espírito da medicina cubana


Comentário sobre a postagem "Médicos defendem "reserva de mercado"": 
O que a Grã-Bretanha pode aprender com o sistema médico de Cuba?

Assim começou uma reportagem de um dos mais prestigiosos programas jornalísticos britânicos, o Newsnight, da BBC.

Uma equipe do programa foi enviada a Cuba para entender por que é tão comum o “olhar de admiração” sobre a medicina cubana.

O Diário selecionou trechos que jogam luzes sobre um tema que vem despertando discussões apaixonadas no site e fora dele: a questão da importação de 6 000 médicos cubanos para trabalharem em áreas remotas no Brasil.

O relato do Newsnight foi acrescido de trechos do relatório de uma visita de integrantes do Comitê de Saúde do Parlamento britânico. Da mistura surgiu um retrato da saúde de Cuba.

Bom proveito.

“A lógica subjacente do sistema cubano é incrivelmente simples. Em razão principalmente do bloqueio econômico americano, a economia cubana continuamente sofre.

Saúde, no entanto, é uma prioridade nacional, por razões em parte românticas : Che Guevara, ícone do Partido Comunista, era médico. Mas muito mais por pragmatismo: a saúde admirável da população é certamente uma dos principais razões pelas quais a família Castro ainda está no poder.

A prioridade em Cuba é impedir que as pessoas fiquem doentes, em primeiro lugar.

Em Cuba você recebe anualmente a visita de um médico. A idéia não é apenas verificar a sua saúde, mas ter um olhar mais amplo sobre seu estilo de vida e o ambiente familiar. Essa visita é feita de surpresa, para ser mais eficiente.

Os médicos estão espalhados por toda a população, e o governo lhes fornece habitação, bem como às enfermeiras.

A expectativa de vida em Cuba é maior do que a dos Estados Unidos. A relação médico-paciente ser comparada a qualquer país da Europa Ocidental.

Há em Cuba um médico por cada 175 pessoas. No Reino Unido, é 1 por 600 pessoas.

Cuba dá ênfase à formação generalista. O currículo foi alterado na década de 80 para garantir que mais de 90 por cento de todos os graduados completem três anos em clínica geral.

Há um compromisso com o diagnóstico triplo (físico / psicológico / social). Os médicos são reavaliados frequentemente.

Também chama a atenção a Policlínica – uma engenhosa invenção que visa proporcionar serviços como odontologia, pequenas cirurgias, vasectomias e raios-X sem a necessidade de uma visita a um hospital.

Cada Policlínica tem uma série de especialistas (pediatria, ginecologia, dermatologia, psiquiatria) que resolvem boa parte dos problemas de saúde das comunidades e assim reduzem a necessidade de busca de hospital. Com isso, a lista de espera nos hospitais é quase inexistente.

Todos os lugares que visitamos eram geridos por profissionais da saúde (médicos e enfermeiros). 

Fizemos uma visita à Escola de Medicina América Latina, onde médicos estagiários de todo o mundo - muitos deles, para nossa surpresa, americanos – recebem treinamento à moda cubana.

E nos deparamos em nossa visita com pequenos detalhes que podem fazer uma grande diferença: pelotões de aposentados se exercitando todas as manhãs nos parques de Havana.

Apesar de os hospitais não serem equipados com o nível de TI encontrado no Reino Unido, por causa do bloqueio americano, os profissionais de saúde têm uma paixão por dados e estatísticas que eles usam com freqüência para fins de governança na saúde.

O contexto da revolução cubana e as estruturas sociais desenvolvidos localmente levaram ao envolvimento contínuo do Estado no sistema de saúde. Isto é visto não como a cereja no topo do bolo, mas como uma parte muito importante do próprio bolo. 

Médicos defendem "reserva de mercado"

Contra a contratação de médicos de outros países médicos brasileiros vão as ruas...

É, a coisa tá muito boa para eles, ainda tem tempo de fazer passeata, protesto contra a contratação de profissionais para prestar atendimento pelo SUS a população brasileira...

A desculpa esfarrapada que usam é: "à ação de pessoas cujos conhecimentos e competências não foram devidamente comprovados."

Só uma perguntinha: se por exemplo, os médicos cubanos são uns despreparados porque a medicina popular de lá é reconhecidamente muito melhor que a daqui?

O fato é que as entidades médicas brasileiras estão defendendo a reserva de mercado e a falta de profissionais nos fundões do Brasil.

E tenho dito!

Por que os médicos cubanos assustam

Elite corporativista teme mudança de foco que abale o nosso sistema mercantil de saúde

A virulenta reação do Conselho Federal de Medicina contra a vinda de 6 mil médicos cubanos para trabalhar em áreas absolutamente carentes do país é muito mais do que uma atitude corporativista: expõe o pavor que uma certa elite da classe médica tem diante dos êxitos inevitáveis do modelo adotado na ilha, que prioriza a prevenção e a educação para a saúde, reduzindo não apenas os índices de enfermidades, mas sobretudo a necessidade de atendimento e os custos com a saúde.

Essa não é a primeira investida radical do CFM e da Associação Médica Brasileira contra a prática vitoriosa dos médicos cubanos entre nós. Em 2005, quando o governador de Tocantins não conseguia médicos para a maioria dos seus pequenos e afastados municípios, recorreu a um convênio com Cuba e viu o quadro de saúde mudar rapidamente com a presença de apenas uma centena de profissionais daquele país.

A reação das entidades médicas de Tocantins, comprometidas com a baixa qualidade da medicina pública que favorece o atendimento privado, foi quase de desespero. Elas só descansaram quando obtiveram uma liminar de um juiz de primeira instância determinando em 2007 a imediata “expulsão” dos médicos cubanos.
 No Brasil, o apego às grandes cidades

Dos 371.788 médicos brasileiros, 260.251 estão nas regiões Sul e Sudeste
 
Neste momento, o governo da presidenta Dilma Rousseff só está cogitando de trazer os médicos cubanos, responsáveis pelos melhores índices de saúde do Continente, diante da impossibilidade de assegurar a presença de profissionais brasileiros em mais de um milhar de municípios, mesmo com a oferta de vencimentos bem superiores aos pagos nos grandes centros urbanos.
 

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