A magia das palavras
Domingo passado, sentado à mesa de um restaurante, presenciei, entre surpreso e envergonhado, o comportamento de um jovem acompanhado de uma moça bonita. Na única mesa disponível, só havia uma cadeira. Com a maior naturalidade e cara de pau, o rapaz ocupou a cadeira enquanto a moça ficou-se ali, de pé, numa aceitação da descortesia como se fosse uma coisa natural. Antes mesmo que eu lhe oferecesse uma das que sobravam à minha mesa, ela se virou e gentilmente perguntou se podia fazer uso dela. O duplamente mal educado nem se deu ao trabalho de agradecer ou de facilitar a acomodação de sua companheira. Nem mesmo o feminismo que coloca as mulheres em pé de igualdade com os homens explicaria tal gesto de grosseria, falta de educação, cavalheirismo.
Os tempos são outros, é bem verdade.
A comunicação ficou cada vez mais eletrônica, mais cheia de palavras que nascem a cada dia e a cada dia parecem fazer menos sentido, a não ser para os contumazes navegadores que mentem seus nomes, suas idades, suas alturas, preferências, cor dos olhos e por aí, isso para não falar nos perigos das armadilhas, artimanhas, artifícios, etc.
No pulso do jovem equino, um Rolex.
As roupas eram de grife e o carro estacionado do lado de fora um SUV cheio de bossas, enquanto a educação era de periferia ou assimilada numa dessas 25 de Março Brasil afora, onde são adestrados cidadãos assim.
Pois bem, eu não tinha nada a ver com o comportamento do cavalo, mas lembrei que a aceitação de uma moça assim se dá pelo simples fato de que o "artigo" homem parece estar em falta.
Quando digo homem, quero dizer não apenas o macho, cabra da peste, mas o cavalheiro, o educado, o de bom senso, bom gosto, boas maneiras. Esse, está quase extinto e para não ficarem sozinhas, as mocinhas bonitas, mesmo com bons dotes, aceitam as companhias de animais que possuem RG e cartão de crédito e que frequentam bons lugares, bons restaurantes, como foi o caso.
É comum ver uma mesa, nos lugares da moda, cheias de mocinhas igualmente bonitas, bem vestidas, cheias de intenções que acabam ficando apenas nas intenções, enquanto os sarados da moda se reúnem em bando, alcateia, contando suas vantagens ou armando estratégias para "ganhar" essa ou aquela carente de um bom beijo na boca ou um abraço ousado até o fim da noite. É a vida! É o novo tempo, a moda, o momento.
Assim caminha a juventude e aí, fazer o quê? Às mocinhas resta o "aceitar ou largar" e ir para casa chupando o dedo e esperar pelo próximo fim de semana e ser cada vez menos exigente.
Os jovens estão pouco se lixando para uma noite estrelada, para uma Lua enorme fazendo graças suaves pela noite. Palavras bonitas? Nem pensar! Não sabem nem falar direito, quanto mais agrupá-las de forma que fiquem mágicas e exerçam algum poder para entrar nos corações das mocinhas tão carentes de bom tratamento, de romantismo.
No dia seguinte ao episódio, estive numa loja e uma mocinha igualmente bonita me reconheceu pelo nome. Era minha leitora. Confessou-me que muitas vezes fez uso das palavras das minhas crônicas para falar ao coração de cegos que não conseguiam ver o amor que tinha para dar dentro dela.
Palavras são mágicas, Soraya, poucos sabem o poder que elas têm.
Pode usar à vontade...
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Lixo - Responsabilidade de todos nós
No dia 2 de agosto passado, o presidente Lula sancionou, após 20 anos de tramitação, a Lei Nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, com princípios, objetivos, instrumentos e diretrizes relativos à gestão integrada de resíduos sólidos, às responsabilidades dos geradores e do poder público e aos instrumentos econômicos aplicáveis.
Ela estabelece, entre outros princípios, os da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; o do reconhecimento do resíduo sólido reutilizável e reciclável como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania.
Entre os instrumentos postos para a sua execução, estão os planos de resíduos sólidos; a coleta seletiva, os sistemas de logística reversa; o incentivo à criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de associação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; o monitoramento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; a educação ambiental; e os incentivos fiscais, financeiros e creditícios.
A Lei também estabelece que, na gestão e gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser observada a ordem de prioridade não geração, redução, reutilização, reciclagem, tratamento dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos.
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Mídia tucademo sai do armário e assume: O mal a evitar é a Democracia
A sete dias das eleições, o jornal O Estado de São Paulo adota a sugestão feita pelo Presidente Lula que, em recente entrevista ao Portal Terra, aconselhou a mídia demotucana a assumir honestamente a defesa de seu candidato nas eleições, sem insistir na patética simulação de uma eqüidistância jornalística ausente das páginas do noticiário.
A retardada coragem do jornal paulista é digna de registro.
Não tanto pelo impacto residual neste pleito, mas pelo efeito espelho capaz de desmascarar simulacros equivalentes, ou piores –caso da Folha, por exemplo, que insiste em evocar a condição ‘jornalística ‘ de uma pauta em intercurso explícito com a propaganda demotucana.
Há, como se sabe, uma longa fila de outros veículos agarrados ao armário das dissimulações nesse momento. Nisso se diferencia a família Mesquita ao publicar o editorial deste domingo, para dizer que, sim, sempre teve candidato na disputa sucessória de 2010.
A diferença com veículos como Carta Maior, por exemplo, que registrou seu apoio a Dilma Rousseff logo no início da corrida eleitoral, não é, todavia, apenas de escala temporal.
A verdade é que no caso do jornal da família Mesquita –mas também da Folha, Globo etc, persiste uma dissimulação de fundo mesmo quando se admite o engajamento.
‘O Mal a Evitar’ , titulo do manifesto de apoio a Serra publicado pelo Estadão, vem se juntar a uma longa lista de apoios antecedentes do mesmo gênero, expressos com a mesma ressalva mitigatória pelo jornal em diferentes momentos históricos.
Incluem-se nessa modalidade de ‘ação preventiva e profilática’ o apoio dado pelas convicções liberais do Estadão ao sangrento golpe desfechado em 1973 pelo General Pinochet contra o governo democraticamente eleito do socialista Salvador Allende, no Chile.
‘Mal a evitar’’, assim terá sido computado, igualmente, na complacente escala de valores liberais da família Mesquita, a derrubada do governo de João Goulart pelo golpe de 64.
Por uma dessas finas ironias da história, o jornal seria uma das vítimas da ditadura que ajudou a instaurar em defesa das 'instituições ameaçadas'.
Infelizmente, como sevê neste pleito, o revés foi contabilizado na rúbrica dos acidentes de percurso. Ontem, como hoje, na concepção que ombreia todos os veículos da chamada grande imprensa, o ‘mal a evitar’ será sempre a própria democracia quando passa a ser entendida como espaço de cidadania daqueles que nunca tiveram espaço na economia e na política do país.
É disso que se trata, admite o editorial, quando explicita a necessidade de ceifar pela raiz o mal exemplo que Lula representa para a massa ‘hipnotizada’ (o termo utilizado por Caetano Veloso foi emprestado pelo editorialista), ao afrontar aqueles que, historicamente, sempre foram e assim pretendem continuar, tutores inatacáveis das finalidades e da abrangência da democracia brasileira.
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