Até Tu, Uribe?


Trechos do artigo de Andrés Oppenheimer "A nova reeleição, uma proposta autodestrutiva".

1. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, que goza de alta popularidade pela sua exitosa campanha contra os narcoterroristas, está a um passo de mudar a constituição e se apresentar a um terceiro mandato. Isso converterá a Colômbia em uma república bananeira.  Desde que Uribe assumiu a presidência o número de guerrilheiros das FARC reduziu-se de 23 mil a 8,5 mil e os sequestros de 2.900 casos anuais a 437. Pela primeira vez em muitos anos os colombianos podem viajar com tranquilidade por seu país.

2. A economia está crescendo, a pobreza diminuiu 11% em seis anos e o investimento estrangeiro alcançou um recorde ano passado com 10 bilhões de dólares. Os críticos da nova reeleição, e que reconhecem o bom trabalho, dizem que Uribe não deveria postular-se de novo, precisamente para garantir a continuidade de seus logros. Todos os pré-candidatos garantem a continuidade.

3. Da mesma forma que o narcisista-leninista Hugo Chávez, é provável que inclua a pergunta num plebiscito para dizer que o processo é legal. Frederick Jones, porta voz de John Kerry, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado do EUA, me disse sobre a terceira presidência de Uribe: "O senador Kerry crê firmemente que a alternância no poder é uma característica fundamental de uma democracia funcional e saudável".  

4. Minha opinião é que uma terceira presidência consecutiva seria prejudicial para Uribe, para a Colômbia e para a América Latina. Para Uribe, pois terminará mal, como Menem e Fujimori, que tentaram ficar pela terceira vez. Para a Colômbia que se converteria numa democracia tramposa em função da popularidade. E para a América Latina porque desmontaria os argumentos das forças democráticas e permitiria que Chávez e seus discípulos autocratas o usassem como exemplo.

5. Por favor, presidente Uribe, converta-se num campeão da democracia e abandone esse projeto. É uma ideia que terminará destruindo a você e seu país.


Um país como (o mesmo de) nossos pais


Hoje foi dia de nostalgia quando conversava com o Joel ( @brigulino ), meu amigo PTista (Joel… você não vai achar ruim comigo né? Se bronquear, eu tiro a observação) e acabei fazendo uma sessão nostalgia. Já foi o tempo eu que eu pegava a bandeira partidária e saía por aí gritando ao léo (esse léo não é nenhum outro amigo não). Acabei lembrando de um desafio poético sobre política que participei. Acabei indo até o site onde “estoco” minhas coisas antigas e reli, mais do que poesias e textos, momentos da vida. Coisas da época em que eu ainda acreditava no ideal das mudanças e que elas viriam com o tempo.
Não… isso não é nostalgia não. Lembranças enterradas sim, mas desistência ou arrependimento nunca! Foram momentos que moldaram a minha essência de hoje. Um certo ceticismo em relação à política, mas nunca à vida ou ao sentimento persistente de que sempre haverá tempo para mudar. Mudar nossas idéias sem “deletar” os nossos sonhos. Ajustar os nossos ideais sem ajustar o nosso caráter ou nossa ordem de valores. Simplesmente manter nossa essência coerente com o “estado da arte”, como dizem por aí.
Quando eu revi as poesias (poemas não se classificam mais) notei que, embora eu as tenha escrito há mais de 8 anos (publicadas há sete) eram da época de FHC, anterior à Lula e aproveito para fazer duas perguntas para reflexão:
Inspirado na propaganda da Semp Toshiba (agência Talent dos anos 80): “Os Lulas, Sarneys, Collors, Renans, Jucás, Wellingtons daquela época eram mais criativos que os de hoje?”
Tristes únicas respostas, não? Parafraseando Lula: “A caravana passa e os cães ladram”. Eu disse LADRAM, sem til, mas com os mesmos TIOS de sempre.
Viva a democracia! Viva a Liberdade! Viva o esquecimento!
E mil vivas para a mesmice… deles e nossa! Continua>>>

Toda unanimidade é burra



Caso fosse publicada, divulgada está noticia abaixo choveria de comentários e manifestações de complexados bradando: Isso é um absurdo, um ato de racismo explicito. Leiam com atenção e vejam que mudei apenas as palavras marcadas com asteriscos (*). As verdadeiras vocês com certeza sabem quais são.

Estatuto da Igualdade Racial é aprovado por unanimidade por comissão da Câmara


Em sessão histórica finalizada com aplausos e em clima de festa, o Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005, do Senado) foi aprovado por unanimidade na tarde desta quarta-feira (9 de setembro) pela Comissão Especial da Câmara criada para debater o tema. "A aprovação foi um grande avanço. Por meio dele, o Estado fica obrigado a agir em relação às desigualdades existentes no país. É uma lei que vai unir a sociedade e gerar vários benefícios para populações historicamente excluídas", avalia o ministro da Igualdade Racial, Edson Santos.


Por meio de um acordo costurado pelo ministro e lideranças do Congresso, o projeto não precisará passar pelo Plenário da Câmara. Ele volta para a Casa originária: o Senado Federal. A expectativa do ministro é que a aprovação final da proposta ocorra até 20 de novembro, Dia da Consciência *Branca. "Lá no Senado não vamos apresentar recurso ao Plenário. A partir de hoje o DEM apoia e defende o Estatuto", disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM/RS), representante do partido que mais fez oposição ao projeto.


Comemoração - Entre os participantes da sessão que durou menos de duas horas e foi comemorada pelos deputados, também estava o senador Paulo Paim (PT/RS), autor do projeto original do Estatuto. Representantes do movimento *branco também festejaram. "Sem sombra de dúvida foi um grande avanço para nós, ativistas", disse a  presidente do Conselho de Comunidade *Branca de São Paulo, Elisa Lucas Rodrigues.


Para o coordenador-geral da União de *Brancos pela Igualdade (Un*Branco), Edson França, a decisão "reafirma a vanguarda do Brasil no ordenamento jurídico para a promoção da igualdade racial".  Na opinião do representante da entidade Agentes Pastoral dos *Brancos (AP*Bs), Nuno Coelho, foi um golaço do ministro, que conseguiu aproximar o movimento social, o Parlamento e o governo em prol do Estatuto. A secretária nacional de combate ao racismo do PT, Cida Abreu, considerou a aprovação o reconhecimento da história de luta do movimento *branco brasileiro.


"As dificuldades enfrentadas pela comunidade *branca ainda são muito latentes. O que se conseguiu foi um acordo para que as elites não perdessem os dedos, mas deixassem os aneis. Mesmo assim, o *branco está em festa, é uma data histórica", afirmou Eduardo de Oliveira. O representante do Coordenação Nacional de Entidades *Brancas (Cone*B) resumiu a aprovação como uma grande vitória da luta *branca. "Espero que, no Senado, tudo ocorra com a mesma tranquilidade", concluiu.


Algumas frases dos parlamentares


Carlos Santana (PT/RJ), presidente da Comissão - "Eu considero o momento de festa e de muita esperança para o nosso povo *branco. Parabéns!"


Leonardo Quintão (PMDB/MG) - "Hoje nós iremos iniciar a história do Brasil para pagarmos os 121 que ficaram para trás (desde a escravidão) e avançarmos."


Márcio Marinho (PR/BA) -  "Hoje é um dia de felicidade porque conseguimos aprovar este Estatuto que é uma porta para várias conquistas."


Janete Rocha Pietá (PT/SP), 3ª vice-presidente da Comissão - "Este é um processo de luta dos nossos ancestrais. Queremos elogiar as políticas públicas que este Estatuto ampliará."


João Almeida (PSDB/BA) - "O Estatuto é uma norma que o Parlamento está devendo para a sociedade brasileira. Induz a uma política afirmativa."


Raul Jungmann (PPS/PE) - "Vamos votar rápido para que gente não perca hora. 'Quem sabe faz a hora não espera acontecer."


Coordenação de Comunicação Social
Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
Presidência da República
Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 9º andar - 70.054-906 - Brasília (DF)
Telefone: (61) 3411-3659 

São Paulo em risco de afogamento

Marco Antônio Leite

A Prefeitura de São Paulo nega que problemas de varrição tenham contribuído para as enchentes. Caso elas voltem a ocorrer nos próximos dias, porém, a situação nas ruas pode piorar. 

Isso porque os garis prometem entrar em greve a partir da próxima semana, em resposta à demissão de quase 2 mil dos 8.500 trabalhadores da área. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou o corte de 20% no Orçamento para varrição.

A ameaça de paralisação é do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Prestação de Serviços em Limpeza Pública (Siemaco). O presidente da entidade, José Moacyr Malvino Pereira, diz que o número de trabalhadores dispensados caracteriza demissão em massa e, por isso, a medida deveria ter sido discutida com a categoria. Ele diz acreditar que a paralisação deverá pressionar a Prefeitura.

Serviço terceirizado

Hoje, o serviço de varrição é terceirizado, com cinco empresas contratadas: Unileste, Delta Construções, Qualix, Paulitec e Construfert. "Os trabalhadores demitidos têm vínculo com as empresas e, portanto, a greve será contra as empreiteiras", explica. Pereira quer levar a discussão para a Justiça.

Mas, para o presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur), Ariovaldo Caodaglio, a atitude não deverá resultar na recontratação dos trabalhadores. "As empresas não demitiram porque quiseram. Elas foram motivadas pelo corte no orçamento. Temos de analisar que o principal prejudicado com tudo isso é o munícipe." Com as demissões, a capital passa a ter um gari para cada 1.743 habitantes.

Bursite e velhinho



Foto
O presidente Lula havia confirmado, no início do mandato, que não iria operar a bursite, já que não pretende lutar boxe ou carregar peso. E brincou:
- A não ser que eu precise de força para dar um soco no Ricardo Kotscho.
Seu veterano assessor de imprensa não deixou por menos:
- Se fizer isso, o senhor será enquadrado no Estatuto do Idoso, que prevê 11 anos de cadeia para quem agredir um velhinho...

Imoralidade Brasileira

Se o menor abandonado
Está nas ruas da cidade
Junto à criminalidade,
É culpa única do estado?

Também é da sociedade,
Que ao eleger um político
Não usa seu senso crítico
Pra votar com seriedade.

Ainda que certo o escolhido
Ele sempre, muito esquecido,
Não gosta de ser lembrado.
Do discurso de campanha
Ao se cobrar, ele estranha,
Mesmo se tendo gravado.

Segurança é o que queremos,
Porém, todo dia, bem cedo,
Sempre saimos com medo
Sem saber se voltaremos.

E o fim de semana esperado
Pra muito lazer e cerveja
Peço a Deus que me proteja
De ser novamente assaltado.

Do solto que já foi preso
Nem prefeito escapa ileso
Mesmo em carros blindados.
Por bandidos reincidentes
Armados até os dentes
Dois já foram assassinados.

Hoje em toda a cidade
A prostituição se revela
Não só na pobre favela
Mas também na sociedade.

Ainda na tenra idade
As meninas de programa
Levam homens pra cama
Pra pagar a faculdade.

Pior ainda é o deputado
Que se prostitui calado
E renega o seu estado.
Vende a alma pro diabo
E, liso como um quiabo,
Ainda cobra adiantado.

A falta de boas escolas
De norte a sul do Brasil
Transformam o ócio infantil
Em pedidos de esmolas.

E antes a cola da escola
Que se cola na cadeira
Do que a cola que se cheira
Depois de ganhar esmola.

Mas o colar mais viciado
É do membro do senado
Que não tem opinião.
Fica olhando parado
O seu colega do lado
E aperta o mesmo botão.

E por último, a corrupção,
Um problema tão sério
Que já, desde o império,
Impera em nossa nação.

A pessoa, mesmo séria,
Cobra como descarada,
E ao ser desmascarada
Diz ser vítima da miséria.

Mas a pior corrupção
Que causa preocupação
E rola, não só em Brasília...

É a do parlamentar
Que já, antes de entrar,
Emprega toda a família.


RSanchez
 (7/3/2002)

Papel de Trouxas


De Elimande Cantanhêde:
A francesa Dassault e a sueca Saab gastaram milhões de dólares para disputar a seleção de renovação da frota da FAB.
E eis que de repente, não mais que de repente, Lula vai comer uma moqueca com Obama e ambos anunciam ao mundo a escolha dos caça F-18E, da Americana Boeing.
O anúncio, num texto em diplomatês e à parte do comunicado conjunto longamente negociado, correspondeu a dizer que o processo não era para valer. Era só para franceses e suecos verem.
Isso, evidentemente, criou problemas na Aeronáutica, que comanda a indicação com seu jeito militar de ser: tudo tem regra, cronograma, informação técnica. Ou, como explicou Jobim no Planalto, processos de seleção, principalmente internacionais e na área de defesa, seguem "prazos e ritos".
Então, como explicar para a milicada, aqui dentro, e para os países e empresas concorrentes, lá fora, que a decisão foi tomada antes da conclusão do parecer técnico? Esse tipo de voluntarismo cabe bem em lutas sindicais, mas pode criar problemas em negociações muito mais complexas.
Na segunda, Lula e Obama anunciaram a escolha dos caça F-18E. Na terça, Jobim, em nota, deu o dito pelo não dito. Ontem, foi a vez do contorcionismo retórico para explicar o inexplicável, enquanto Lula tentava reduzir tudo a uma brincadeira: "Daqui a pouco eu vou receber de graça". (Atenção ao "eu". Não tem graça nenhuma.)
OK. Há muito mais do que vã filosofia, questões técnicas e até mesmo de preços por trás da preferência do Brasil pelos aviões americanos - ou melhor, pelos americanos. Mas não precisava esculhambar.
Bastava seguir os "trâmites normais", deixar a FAB concluir o seu trabalho, pressionar por melhores preços e juros e anunciar o negócio com os EUA com profissionalismo e compostura, para conferir ar de seriedade ao país e evitar questionamentos, até jurídicos, depois.