por Marcelo Portela
Um grupo de integrantes do PSB mineiro reuniu-se com o ex-ministro Patrus Ananias nesta terça-feira, 31, para declarar apoio ao petista na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte. Patrus tem como principal adversário o atual prefeito, o socialista Marcio Lacerda, que concorre à reeleição em campanha capitaneada pelo PSDB. Além de declarar apoio ao adversário do candidato do próprio partido, o grupo de dissidentes do PSB ainda atacou a atual gestão.
Em manifesto assinado por 20 integrantes do partido distribuído durante o encontro, os socialistas afirmam que o Executivo municipal é marcado "por um gerenciamento dito empresarial, centralizador e autoritário", que "desrespeita a tradição democrática de ouvir a sociedade". "Muito mais que um gerente, Belo Horizonte necessita de um homem público que restaure o diálogo com a sociedade", diz o texto, em referência à origem empresarial de Marcio Lacerda.
O ex-presidente do PSB mineiro e integrante do diretório nacional da legenda, Waldo Silva, negou que o grupo seja dissidente. "Quem contraria o programa, o projeto e as ideias do PSB são eles", afirmou, referindo-se à atual direção do partido na capital mineira. Ele negou que o ato tenha sido orientado ou mesmo tenha o aval da direção nacional socialista, mas disse que "ninguém fez nenhuma crítica ou observação" em relação à decisão.
Waldo garantiu não temer retaliação. "Ele (Lacerda) contraria o projeto partidário e os ideais do PSB. Se tem alguém que merece alguma punição, são as pessoas que estão submissas ao projeto tucano", disparou, em clara referência à postura da direção municipal do partido que, seguindo orientação do senador Aécio Neves (PSDB-MG), recusou coligação proporcional com o PT, o que levou a um racha entre os partidos.
Por meio de nota, o presidente municipal do PSB, João Marcos Lobo, afirmou que o diretório "minimiza a importância" da dissidência "formada por cidadãos sem representatividade política". Na nota, ele afirma que a "gestão empresarial nada mais é do que planejamento".
Já Patrus comemorou o apoio e classificou o ato como de grande importância por causa da "dimensão altamente política e afetiva". "Política, por causa das ideias comuns, e afetiva porque são todas pessoas amigas. É um reencontro com companheiros de muitas lutas", declarou.