Joaquim Barbosa e companheiros estão de fora desta vez, mas o propósito é exatamente o mesmo: tirar o PT do poder.
Como no Mensalão, a mídia dá um espaço desmedido ao assunto, e mostra vontade zero em esclarecer as coisas.
Ao contrário, o esforço é claramente manipular dados que se ajustem a um quadro em que Dilma e a Petrobras apareçam em situação francamente desfavorável.
Num vídeo, Jabor parecia apoplético. Vomitava números e pedia prisão. Um deputado tucano anda falando em impeachment de Dilma.
Quanto mais as coisas mudam, menos mudam, como se observa ao comparar o Mensalão com a CPI. É o mesmo desespero inescrupuloso da oposição: na falta de votos e de ideias capazes de entusiasmar os eleitores, cede à tentação de um escândalo salvador.
É o caminho mais fácil, mas o menos eficiente, como o Mensalão mostrou.
A voz rouca das ruas, no Mensalão, não acompanhou os magníficos votos dos senhores ministros do STF.
Na verdade, os brasileiros mais simples ficaram com a sensação de que, por trás dos discursos empolados dos juízes, havia uma tentativa de lhes bater a carteira.
Imaginar que com a Petrobras o desfecho possa ser diferente é o triunfo da esperança.
Dilma é uma mulher de sorte. Ela poderia ser atacada pela oposição com base na desconcertante desigualdade que ainda reina no Brasil. Poderiam brandir contra ela a paralisia em relação à regulação da mídia ou a uma reforma tributária que corrija o peso avassalador que pesa sobre os mais pobres pelo foco nos impostos indiretos.
Mas não.
Preferem o circo, a pantomima, o engodo.
Não enganam o povo. Enganam a si mesmos. O povo mudou. Eles continuam iguais. Sorte de Dilma.