Quando tento apagar palavras, esquecer momentos...você cai como jato de água, surge como fogo.
Me queima, me banha...assanha minha pele, sentidos.
Escorre pelos meus poros, incendeia...coração, alma.
Chega como ventania arrastando tudo e me leva, me joga perto de ti.
Ouço palavras...sinto o silêncio, vejo músicas tocadas, lembro risos escondidos, olhares disfarçados.
Me engano !
Caio de bruços no chão da sala, estremeço de frio...te procuro.
Cigarros, na mão taça de vinhos, me embriago...escancaro o riso.
Sorrio de mim.
Debocho da minha loucura e acompanho minha insensatez.
Obsessão, por Leonia Teixeira
O conto do vigário de acordo entre Lula e Fhc
Seria bom que a esquerda oficial se curasse da atração pela direita, a que se entrega “por um corte de cetim”.
Basta um aceno de ocasião do carona FHC para sonharem com o conto de vigário de um acordo entre ele e Lula.
Personagem da mais espetacular e duradoura perseguição políitca por parte do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, Lula vai se transformando na mais desesperada alternativa dos conservadores para ultrapassar o lodaçal em que estão atolados.
Por mais que tentem, ainda não conseguiram demonstrar que Lula faz parte dessa lama e, justo por isso, os perseguidores contribuem mais do que ninguém para a consolidação da imagem de Lula.
Muito mais do que praticamente imbativel candidato à Presidência da República, em eleições normais, a Lava Jato e as Organizações Globo estão demonstrando ser Lula um dos raros homens públicos com biografia decente.
Com faro oportuno, é à sua sombra que FHC tentará se abrigar, fugindo da liquidação moral do PSDB.
FHC e o Banco Itau precisam de Lula, o que tem cacife eleitoral e moral, e que pode dispensar tanto FHC quanto o Itau.
Só os estrategistas da esquerda oficial não percebem isso.
A Lula restará decidir se se imola a uma coalizão à direita, em nome da restauração, ou se assume a oportunidade de circunstancial falência da direita (que ela tem conseguido disfarçar) e dá um passo à frente: sem eleição e plebiscito, não há o que conversar.
O FHC talvez até tope.
Artigo do professor Wanderley Guilherme dos Santos
Sobre palestras e a apropriação do público pelo privado, por Eugênio Aragão
"Quem bate esquece. Quem apanha, não", Ditado popular
Caro e prezado ex-colega Deltan Dallagnol
Primeiramente digo "ex", porque apesar de dizerem ser vitalício, o cargo de membro do ministério público, aposentei-me para não ter que manter relação de coleguismo atual com quem reputo ser uma catástrofe para o Brasil e sobretudo para o sofrido povo brasileiro. Sim, aposentado, considero-me "ex-membro" e só me interessam os assuntos domésticos do MPF na justa medida em que interferem com a política nacional. Pode deixar que não votarei no rol de malfeitores da república que vocês pretendem indicar, no lugar de quem deveria ser eleito para tanto (Temer não o foi), para o cargo de PGR.
Mas, vamos ao que interessa: seu mais recente vexame como menino-propaganda da entidade para-constitucional "Lava Jato". Coisa feia, hein? Se oferecer a dar palestras por cachês! Essa para mim é novíssima. Você, então, se apropriou de objeto de seu trabalho funcional, esse monstrengo conhecido por "Operação Lava Jato", uma novela sem fim que já vai para seu infinitésimo capítulo, para dele fazer dinheiro? É o que se diz num sítio eletrônico de venda de conferencistas. Se não for verdade, é bom processar os responsáveis pelo anúncio, porque a notícia, se não beira a calúnia é, no mínimo, difamatória. Como funcionário público que você é, reputação é um ativo imprescindível, sobretudo para quem fica jogando lama "circunstancializada" nos outros, pois, em suas acusações, quase sempre as circunstâncias parecem mais fortes que os fatos. E, aqui, as circunstâncias, o conjunto da obra, não lhe é nada favorável.
Piada do dia ou pura verdade?
"Napoleão Bonaparte, durante as batalhas, sempre usava uma camisa vermelha. Assim, se fosse ferido, os soldados não notariam o seu líder sangrando, e continuariam a lutar com o mesmo ímpeto. Dois séculos depois, inspirado no grande general francês, Temer só usa calça marrom."
Pinçada do Facebook de Altamiro Afonso Borges
Quando a Globo pedirá desculpas a Dilma Rousseff?
Em entrevista a revista Época, do grupo Globo, dos irmãos Marinhos, o corrupto e corruptor Joesley Batista (JBS), revelou ao Brasil que o golpe midiático-jurídico-parlamentar de 2016 instalou no Palácio do Planalto, Michel Temer o "Chefe da maior e mais perigosa (orcrim) organização criminosa do País". Ou seja, trocamos uma presidenta honesta, sobre quem não paira uma única acusação de corrupção, pelo governo mais corrupto e sem escrúpulos da nossa história. É necessário lembrar o papel da Globo, que convocou protestos, panelaços e pôs todos os seus colunistas a serviço da desestabilização do governo legítimo de Dilma Rousseff (PT). com o Brasil arruinado econômica e moralmente, a Globo tem, agora, a oportunidade de se redimir pelos seus erros e pedir desculpas a Dilma. Continue lendo>>>
Quando os golpistas pedirão desculpas a Dilma?
*– No final de 2014, último ano do primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff, o Brasil fechou o ano com a menor taxa de desemprego de sua história. No entanto, quando a situação econômica ainda era relativamente boa, a despeito da crise internacional, os meios de comunicação familiares no Brasil, liderados pela Globo, promoveram uma campanha diária de desestabilização do País. No segundo mandato, Dilma foi praticamente impedida de governar pela aliança formada por PMDB, PSDB, setores do Judiciário e mídia.
O resultado está aí: o Brasil mais do que dobrou a taxa de desemprego, o PIB encolheu 10% em três anos, o país virou piada internacional, líderes globais se recusam a pisar em solo brasileiro e o golpe parlamentar de 2016 instalou no poder aquele que, segundo o empresário Joesley Batista, é o "chefe da maior e mais perigosa organização criminosa do País".
O seja: o Brasil trocou uma presidente honesta, sobre quem não paira uma única acusação de corrupção, pelo governo mais corrupto e mais vergonhoso da história do País.
A Globo, que convocou protestos e panelaços, além de ter mobilizado todos os seus colunistas, foi decisiva nesse processo, que começou antes mesmo da derrota eleitoral tucana. Tudo teve início com os protestos de 2013 – a esse respeito leia Joesley e a Globo, de Leandro Fortes.
Com o Brasil arruinado econômica e moralmente, a Globo tem, agora, a oportunidade de se redimir pelos seus erros e pedir desculpas a Dilma. Quando apoiou o golpe de 1964, a Globo demorou 50 anos para pedir desculpas. Agora, há espaço para uma retratação mais célere.
do Brasil 247
Um dia na vida conturbada do urubu que tinha o rabo preso, por Sebastião Nunes
*
O almoço chegara ao fim. Deliciado, o urubu-rei-do-planalto-central raspava os derradeiros fiapos da carniça que ele e seu bando devoravam. Era uma carniça enorme, fedorenta como ela só. Talvez a carniça da Previdência Social. Quem sabe a carniça da Educação Fundamental. Ou ainda a carniça dos Direitos dos Trabalhadores. Mas que era deliciosa, fosse a carniça que fosse, lá isso era.
Saciado, o urubu-rei-do-planalto-central arrotou. Bocejou. Abriu as longas asas escuras espreguiçando-se com prazer. Apoiou as patas no chão e, bico erguido, lançou-se no espaço azul da manhã que findava.
– Diacho! – resmungou ele, constatando que as asas lhe pesavam que nem chumbo. – Estarei ficando mais velho do que sou? Nunca me pesou tanto o corpo nem jamais tive tanta dificuldade para alçar voo. Alguma coisa está errada. Virou o bico para trás e viu que, logo ali perto, voava o urubu-secretário-geral-do-planalto-central.
– Tudo bem, meu caro urubu-secretário-geral? Gostou do almoço?
– Adorei – ripostou o urubu-secretário-geral. – O diabo são essas asas pesando que nem chumbo. Tá difícil pra cacete voar assim.
Olhou o urubu-rei-do-planalto-central para o traseiro do urubu-secretário-geral e viu saindo dali, do emplumadíssimo rabo, inumeráveis outros urubus, enorme montoeira de urubus, presos por correntes de ouro ao rabo do urubu-secretário-geral.
CORRENTES SEM FIM
– Engraçado isso – espantou-se o urubu-rei-do-planalto-central. – Não sabia que o urubu-secretário-geral tinha o rabo preso a tantos outros urubus. Deve ser isso que está tornando tão difícil seu voo. Será que ele não percebe?
– Meu caro urubu-secretário-geral – explicou o urubu-rei-do-planalto-central –, o que deve estar pesando suas asas é essa quantidade enorme de urubus pendurados no seu rabo por correntes de ouro.
– No meu rabo? – Espantou-se por sua vez o urubu-secretário-geral. – Não vejo nada pendurado no meu rabo. No rabo de vossa excelência, sim, vejo centenas ou milhares de urubus, presos por correntes de ouro.
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