O editorialista do Estadão voltou das férias

O editorial do Restadão  (A Petrobrás deve respostas):


O espanto foi justificado, também, pelo fato de a Petrobrás ser uma empresa com ações cotadas no exterior e com acesso fácil, pelo menos até agora, ao mercado financeiro internacional. Em condições normais, não precisaria, portanto, concorrer com empresas nacionais - e, mais que isso, com empresas muito menores - na busca de empréstimos concedidos no mercado interno, especialmente de recursos destinados ao capital de giro, hoje muito escasso e muito caro para a maior parte das companhias.

O editorial, como sempre muito bem escrito, trata da polêmica sobre o empréstimo da Caixa Econômica Federal (CEF) à Petrobrás. Aliás, eu gostei de o Estadão ter escrito "Petrobrás" assim, com acento. Mas vamos ao que interessa. 
Diz o editorialista que a empresa petrolífera estatal (graças a Deus!) tem "acesso fácil" ao mercado financeiro internacional. E que, "em condições normais", não precisaria portanto "concorrer com empresas nacionais na busca de empréstimos concedidos no mercado interno". 
Pois eu tenho uma notícia exclusiva para o editorialista do Estadão. É um verdadeiro furo. Eu revelo agora a ele -e talvez ao país- que as condições do mercado financeiro internacional não têm sido "normais" nos últimos tempos. 
Há uma certa escassez de crédito e a situação das bolsas de valores não é exatamente propícia para operações de capitalização. Talvez o escriba esteja voltando de férias agora e tenha ficado meio desconectado. Mas isso não é problema. Ele pode acessar o excelente site www.estadao.com.br/economia e vai obter ali toda a informação necessária para ficar por dentro de como anda o mundo. 
É interessante a polêmica sobre o assunto. 
O que a Petrobrás fez? Como a empresa não deseja (ainda bem!) cortar investimentos, ela foi buscar recursos no mercado para pagar obrigações de curto prazo. E como os bancos privados brasileiros estão sentados cada um na sua pocinha de liquidez, sonegando à sociedade o dinheiro liberado pelo Banco Central, a Petrobrás recorreu ao setor bancário estatal. 
Parabéns à Petrobrás, por resistir às pressões, por não cortar investimentos. E parabéns à CEF, e ao Banco do Brasil, por ajudarem. 
Aliás, banco estatal existe para isso mesmo. Mas teve gente que não gostou. Como por exemplo o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE)
Então já sabemos como seria a coisa num eventual governo em que o senador desse as cartas. Sobreveio uma gravíssima crise financeira internacional, com o derretimento do mercado de capitais e o colapso dos mecanismos normais de crédito. Uma empresa estatal de papel estratégico como a Petrobrás precisa de dinheiro para não ter que parar investimentos
Numa situação assim, um eventual governo Tasso, pelo visto, mandaria a Petrobrás se virar com os bancos privados. Para aprender a não ser teimosa. Quem mandou querer investir em época de crise? 
Melhor seria, segundo essa visão, que a estatal se concentrasse exclusivamente em fazer caixa, ainda que isso pudesse ajudar a empurrar a economia brasileira para a recessão. Sabe como é, em primeiro lugar o acionista de Wall Street, depois o interesse brasileiro. 
Trata-se de uma visão que hoje em dia não dá mais ibope nem nos Estados Unidos. Onde aliás fica Wall Street.
 E você, acha o quê? 
É um bom debate, ainda que sem conseqüências práticas. 
Se eu bem conheço os presidenciáveis do PSDB (e eu posso dizer que os conheço razoavelmente), se fossem eles no governo teriam feito a mesma coisa. 
Assim como Ciro Gomes (PSB), conterrâneo e aliado do senador. Todos teriam mandado a CEF e o BB emprestarem o dinheiro para a Petrobrás. 
Daí por que o debate tem algo de inútil. 
O empréstimo está feito. 
E qualquer que seja o próximo governo é bastante provável que o hoje senador Tasso Jereissati vá mandar muito pouco nele. 
E boa volta ao trabalho ao colega editorialista do Estadão.

Os vícios de cada um

A crônica da semana passada teve lá a sua repercussão. Aplausos de um lado, crítica do outro e quando uso ´crítica´ no singular é porque recebi apenas uma, de um querido leitor que se apossou da intimidade de me tratar por ´Capiba´, mas cujo nome fica apenas comigo. Sou muito tímido para aplausos e elogios. Gosto das críticas, porque elas merecem uma resposta, uma réplica, uma tréplica e então, vamos lá. ´Joe´ comentou exatamente assim: ´Capiba, você já foi viciado? Provavelmente, não, por isso julga os outros com tanta ´autoridade´. Tanto quanto sinto dó de qualquer ser humano que seja viciado, também sinto dó de pessoas que querem ser a palmatória do mundo. Aproveite o domingo e dê uma olhada mais caprichada em você no espelho e talvez consiga ver que também tem alguma fraqueza. Felicidade, ´Joe´, de Iguatu, com nome completo, ´nick´, telefone, etc. Vamos por partes: não sou juiz, não estou condenando, estou apenas pasmo com a solidariedade que se dá, de público, a um cúmplice da bandidagem, só porque ele é bonitinho, só porque é da Globo. Sugiro que você tenha dó das vítimas da impunidade, da violência, da insegurança, dos que são atacados diariamente pelos bandidos e filhos dos bandidos que ficam à margem das avenidas e promovem arrastões que aterrorizam e apavoram cidadãos pacatos. Sugiro que você tenha dó de quem fica do outro lado dos canos dos revólveres, das pontas de faca, das ameaças dos seqüestros relâmpagos e das execuções que cobram dívidas para com o tráfico. Tenha dó das pessoas que padecem por conta da impunidade, da lerdeza ou conivência de uma Justiça falha, oportunista e cheia de hermenêuticas coniventes e ações protelatórias, isso para não falar dos polpudos ´habeas corpus´ que campeiam soltos por aí. Tenha pena desses, Joe. Se eu pudesse, Joe, não seria a palmatória do mundo, seria bem mais, seria o carrasco de um Nardoni desses, do assassino da Eloá, dos estupradores de crianças indefesas, violentadas e deixadas em malas ou largadas aos pedaços pelos caminhos da violência. E por fim, Joe, eu tenho cá as minhas fraquezas: gosto de rir, de fazer rir meus amigos, de sadia molecagem e de fazer mil brindes com esses amigos com taças de bons vinhos, mas quando bebo, Joe, pego um táxi ou uma carona e vou embora curtir a minha ressaca e com a consciência limpa de que, afora as molecagens alegres que faço, mantenho íntegro o meu respeito pela pessoa humana, inclusive, Joe, por você que se arvora de ´certinho´ para dar lição de moral. Olhe-se você no espelho, Joe!

Vamos por partes: não sou juiz, não estou condenando, estou apenas pasmo com a solidariedade que se dá, de público, a um cúmplice da bandidagem, só porque ele é bonitinho, só porque é da Globo. Sugiro que você tenha dó das vítimas da impunidade, da violência, da insegurança, dos que são atacados diariamente pelos bandidos e filhos dos bandidos que ficam à margem das avenidas e promovem arrastões que aterrorizam e apavoram cidadãos pacatos.

Pelo que já li o MP, tanto o estadual quanto o federal, vêm sim investigando o caso Alston e o do Metrô de SP que tem até gente já indiciada. Veja a seguir notícia da imprensa:


Os Ministérios Públicos Estadual e Federal decidem investigar o caso Alstom

a) O Ministério Público Estadual iniciou em 8 de maio uma operação para devassar os contratos da multinacional com o Metrô de São Paulo e outras empresas ligadas à Secretaria dos Transportes Metropolitanos. Também seriam analisados negócios da Alstom no setor energético.

São pelo menos 30 contratos com o governo paulista desde 1990, segundo o Tribunal de Contas do Estado (TCE), alguns sem licitação. Estão na lista Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), Companhia Energética de São Paulo (Cesp), Engenharia e Planejamento de Transmissão de Energia (EPTE), Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), Sabesp, Dersa e CPTM.

b) Ministério Público Federal (MPF)também decide investigar o caso, que fica sob responsabilidade do procurador Rodrigo de Grandis. O objetivo é saber se a empresa de engenharia francesa cometeu os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro no Brasil.

O triste é que nossa justiça é muito lenta.

2. O fato de maracutaias não serem exclusividade do Brasil não as torna certas. Devem ser combatidas. Não sou eleitor em outro pais, sou no Brasil e luto para que o Brasil seja um exemplo mundial de Ética e honestidade na política. Quero que o Brasil seja reconhecido mundialmente como um país onde a corrupção seja menor do mundo e a ética a maior do mundo. Se você acha que isto é ingenuidade, en^~ao me orgulho de ser ingenuo e continuar lutando pela ética e honestidade na política. Também era ingenuidade se pensar que algum dia um torneiro seria presidente do Brasil e um negro presidente dos Estados Unidos.

3. Acho que você não tem muito conhecimento do nosso arcabouço jurídico. A PF não pode realizar nenhuma prisão e nenhuma busca e aprenção sem um mandado judicial. O caso mensalão foi desvendado por ordem judicial e contra a vontade de Lula, que numa entrevista ao vivo de Paris até defendeu o Caixa 2 dizendo que se outros partidos o fazem porque não o PT? É uma falta de moralidade e de ética.Lula defendeu Renan Calheiros, José Severino, José Dirceu, José Genuino, Delubio Soares, e tantos outros. Diga-me com quem andas e te direi que és.

4. O fato de sermos humanos e falhos explica o fato de um partido não ser o bastião da honestidade, mas daí justificar a corrupção a desonestidade e a falta de ética vai um longo caminho. O fato de sermos falhos não significa que seremos complacentes e permissivos com elas, devemos sempre buscar a melhoria.

5. Você quer me dizer que Collor não deveria ter sido cassado? O próprio Lula e o PT estavam errados e defendendo a Globo? Esta eu sinceramente não entendi.

6. Quanto a José Dirceu, no último jogo do Brasil e Portugal circulava livremente entre as autoridades convidadas todo sorrisos. Medo é que ele não tem nenhum. Conhece muito das entranhas do poder e se abrir o bico muita gente cai, por estas e por outras tem um amplo apoio dentro do PT e uma grande influência dentro do governo Lula.

7. Dizer que Lula é o único responsável pela melhora do nível de vida da população brasileira é uma grande injustiça que se faz a homens do passado como por exemplo Getúlio Vargas.Basta olhar os dados do IPEA, da Fundação Getulio Vargas e do IBGE para se ver que a economia brasileira vem melhorando desde o plano Real em 1994.

8. Tenho que ser justo. Durante o governo Lula as condições sociais do povo continuaram melhorando, apesar da corrupção e da roubalheira.

9. Quanto a Gamecorp, é lógico que uma empresa que valia R$100.000 reais, por exemplo, ser comprada por 5 milhões de reais demonstram que houve maracutaia e transferência mascarada de recurso em troca de favores.

10. Não tenho nada contra a união a BrOi em si. Tenho contra a maneira desonesta que foi feita, através de troca de favores e maracutaias.

E por último, não se esqueça que o grande defensor de Daniel Dantas era e é Greenhalgh, um dos lídres do PT com trânsito livre no Palácio do Planalto.

A máfia das sanguessugas

Investigação do Ministério Público Federal em Mato Grosso sobre a máfia dos sanguessugas apontou irregularidades envolvendo dois convênios firmados em2000 e 2001 entre a Prefeitura de Várzea Grande (MT) e o Ministério da Saúde, quando o senador Jayme Campos (DEMO) era o prefeito local (1997-2004).

Por o senador ter foro privilegiado, o inquérito foi encaminhado em 29 de outubro ao STF, com pedido de abertura de investigação. 

A máfia dos sanguessugas, liderada por Darci e Luiz Antônio Vedoin, sócios da Planam- pagava propina a congressistas em troca de emendas ao Orçamento e, na outra ponta, fraudava licitações municipais destinadas à compra de ambulâncias.

Segundo a Procuradoria, há indícios de fraude em licitações para aquisição de duas ambulâncias em Várzea Grande. 

Os convênios, firmados com a diretoria executiva do Fundo Nacional de Saúde, somam R$ 161 mil -a liberação dos recursos foi concluída em 19 de abril de 2002.

Gentê, gentê, cadê a histeria piguista?

Gentê, gentê, cadê a indignação tucademo?

Aonde estão os paladinos da moral e ética (Rathur Virgilio, Alvaro Dias, Demonis Torres, Agripipino e Rodrigo Mia entre muitos outros), além é claro dos comentaristas inflamados?

Ah, é porque a indignação, a moral e ética deles é... seletiva.

Corja!!!

Sem banco, sem crise

Boa notícia: as vendas dos supermercados em todo o país fecham novembro com crescimento acumulado de 10% no ano. Sem crise. Ou sem mistério.

O consumo corrente de bens e serviços depende da renda familiar e não do crédito bancário. Ele se diverte com pagamento à vista, pré-datado, crediário de loja e cartão de crédito.

Nos cartões, a expansão anual já está em 24%. O problema é dos bens duráveis, que têm maior valor unitário, reféns do crédito bancário.

Ou mais que isso: na tomada de crédito ou de dívida, o que pesa, agora na decisão do consumidor, é a expectativa de manutenção ou não de renda ou de emprego no ano que vem. 
Joelmir Beting

Traduzindo entrelinhas e foto

Crítico dos principais pontos da reforma tributária, o governador negou que seja resistente à proposta

Ao deixar o Palácio do Planalto ontem, o governador José Serra (PSDB) defendeu uma série de propostas que viraram bandeiras do governo federal. O tucano se disse favorável à reforma tributária, à postergação da cobrança do Simples e elogiou as medidas adotadas que visam combater a contaminação da crise financeira internacional.

O governador disse que sua visita foi para ´trocar idéias´ com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O tom da visita foi de cordialidade e de política de boa vizinhança, como afirmaram alguns interlocutores tucanos.

´Nós estamos jogando aí na base da cooperação. Nada de quanto pior, melhor. Não se pode trabalhar no quanto pior, melhor, nem misturar política partidária com questão da crise porque o Brasil precisa ser preservado da crise em qualquer circunstância´, disse.

Serra e Lula conversaram por cerca de uma hora, sem outras pessoas presentes, no gabinete do presidente. Vim aqui para trocar idéias sobre as questões tributárias, inclusive essa das medidas. Há muito equívoco a esse respeito. Não há ninguém nesse país que defenda mais a reforma tributária. Pode ser que tenha alguém que defenda com a mesma intensidade´, afirmou Serra.

Crítico dos principais pontos abordados pela reforma tributária em negociação no Congresso Nacional, o governador negou que seja resistente à proposta. Porém, seus interlocutores fazem campanha na Câmara e no Senado para evitar a unificação do ICMS, e sua cobrança no destino.

De acordo com os tucanos, a unificação do ICMS e a cobrança do imposto no destino podem causar um prejuízo de cerca de R$ 16 bilhões para o Estado de São Paulo. Mas hoje o governador optou por um discurso diplomático sobre o assunto. Serra contemporizou as divergências.

´Os problemas são as medidas e os detalhes. Minha preocupação não é regional, é nacional. Reforma tributária é uma coisa muito delicada, pela complexidade que envolve, pela dificuldade jurídica que envolve [a discussão]´, disse o governador. Segundo Serra, é fundamental haver um acordo entre a União, os Estados e os municípios, do contrário, há riscos de mais polêmicas e divergências.


Prestem atenção a imagem... Serra olha para as cameras (quer aparecer), Lula olha para outro ponto (o que vai aparecer em 2010, Dilma a favorita).

Que venha o terceiro habeas porcus


Pela terceira vez em cinco meses, a Polícia Federal pediu a prisão do banqueiro Daniel Dantas, investigado na Operação Satiagraha e preso duas vezes em junho

O delegado Ricardo Saadi, que preside o inquérito contra Dantas, alega que ele continuou a praticar os crimes dos quais é acusado: gestão fraudulenta do banco Opportunitty, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha. 

O juiz federal Fausto De Sanctis deverá decidir na próxima semana se aceita ou não o novo pedido.

Se o juiz De Sanctis aceitar o pedido e decretar a prisão, seria bom que o pedido de habeas porcus caísse novamente nas mãos do Gilmar Merd para ficar provado de vez que o DvD tem "facilidades" no STJ e STF.