Juro real perto do 1º mundo


Fernando Travaglini, de São Paulo - VALOR

O Brasil caminha na direção de uma taxa de juro real mais próxima dos países desenvolvidos. Com a crise, a redução da Selic foi acelerada e o Brasil apresenta hoje uma taxa real histórica abaixo de 5% ao ano. A dúvida agora é saber se esse patamar é permanente ou se, passada a turbulência, os juros voltarão a subir.

Levantamento feito pelo Valor Data com dados de 43 países mostra que o Brasil está na quinta posição no ranking de juro real, com taxa de 4,64% ao ano (considerando o juro básico descontado da inflação esperada para um ano). Fica atrás de Croácia (6,19%), Hungria (6,03%), Islândia (5,26%) e China (4,90%).

Roger Federer - O recordista

Numa final equilibrada e emocionante contra o americano Andy Roddick, vencida por 3 sets a 2 (5/7, 7/6, 7/6, 3/6 e 16/14) após quatro horas e 16 minutos de jogo, o suíço Roger Federer conquistou pela sexta vez o Torneio de Wimbledon, e se tornou o recordista de títulos de Grand Slam, o conjunto das quatro competições mais importantes do esporte, com 15 triunfos, um a mais do que o americano Pete Sampras.

A direita Carolina


Saudades de Arles

Só com tradução simultânea

Se o professor Mangabeira Unger for mesmo candidato a sucessão do presidente Lula, deve já começar a pensar na contratação de um serviço de tradução simultânea, para quando for falar ao povo. Caso contrário, ninguém vai entender nada.

José Carlos WerneckBrasília (DF)

Neoliberalismo o responsável

Anônimo

Fala-se muito hoje em desigualdade social, mas isso se deu após a implementação do Neoliberalismo, ele é responsável, pelo declínio econômico das classes sociais brasileiras.

Em 1973, época em que o Brasil colhia os frutos da industrialização e vivia a euforia do milagre econômico, os brasileiros conseguiram subir na escala social.

De lá para cá, a crise econômica interrompeu o progresso e a prosperidade dessas famílias, agravando-se cada vez mais em decorrência da implementação da cultura do neoliberalismo.

A atual geração tem dificuldades em progredir economicamente e as disparidades são enormes, que fazem do Brasil um país campeão em desigualdade social.

A direita Carolina

Classificar Manuel Zelaya como o novo cesarista latino-americano é incorrer em erro conceitual grosseiro. Buscar na influência da política externa venezuelana elementos que permitam compreender os acontecimentos em Honduras revela apenas a precariedade da análise, a falácia de uma metodologia preguiçosa e a má fé política de quem se aventura por esse caminho.

Se há algo a ser correlacionado entre os dois países é um passado de institucionalização precária, de redistribuição regressiva da riqueza produzida e empobrecimento crescente das classes trabalhadoras. Se, encarnando aquilo que Gramsci definiu como cesarismo progressivo, Hugo Chávez golpeou fortemente as agremiações tradicionais (Ação Democrática e Copei) e as oligarquias que se refestelaram de petrodólares, sem reinvestir no país um centavo sequer, Zelaya foi derrubado, numa quartelada, no dia em que realizaria uma consulta popular, convocando a população a se manifestar sobre uma reforma constitucional. Seria a ampliação do espaço público ameaça tão intensa que justifica a brutalidade da reação?

O que une a oposição de direita em Tegucigalpa e Caracas não é o apreço pela legalidade, mas a veneração reacionária por um passado que não lhes poupou privilégios em detrimento de uma maioria excluída de qualquer direito. Enquanto a elite venezuelana, desde a nacionalização do petróleo nos anos 1970, fez do recurso básico a fonte de uma economia do desperdício, incrementando as importações para consumo de bens luxuosos, a hondurenha soube aproveitar ao máximo o fato de o país, por duas décadas, ter, como destaca Flávio Aguiar em seu artigo (Honduras: a lógica do golpe), se transformado em um centro irradiador de ações militares anti-esquerdistas no próprio país e nos vizinhos, como em El Salvador e na Nicarágua.

O que se passava no país centro-americano era o embrião de uma política de transferência de renda para os mais pobres, que desagradou às elites conservadoras bem como as oligarquias partidárias, sedentas por continuar a usufruir o bem público como direito hereditário. O fato de Zelaya ter confrontado o Congresso, o STF e o Ministério Público serve como justificativa para a ação militar? Há como endossar tese do presidente interino, o golpista Roberto Michelleti, de que se tratou de uma ação preventiva, um contragolpe? O isolamento internacional responde a essas questões.

Como na famosa letra de Chico Buarque, a direita golpista não se deu conta de que "o tempo passou na janela e só ela não viu." A resolução unânime de repúdio ao golpe de Estado na Assembléia Geral da ONU, o ultimato da OEA e a condenação categórica da União Européia e dos Estados Unidos demonstram que há uma nova configuração geopolítica mundial sendo desenhada. Para desespero da direita Carolina e seus apoiadores habituais que acompanharam com alguma esperança a quartelada em Tegucigalpa.

Já estamos distantes da época em que Robert Mcnamara, então Secretário de Defesa dos EUA elogiava ditadores latino-americanos dizendo que “eles são os nossos líderes. Não é necessário estender-me sobre a importância de ter em posições de liderança, homens que conhecem previamente como nós, americanos, pensamos e fazemos as coisas”.

A política, como instrumento de reinvenção, operou uma acentuada mudança de cálculo. Dessa vez, o golpismo não percebeu que “lá fora, uma rosa nasceu, todo mundo sambou e uma estrela caiu”. Feliz conjunção da poética e da práxis que não aceita retrocessos.