Solidão é para gênios


A maioria de nós precisa de afeto, farra e companhia
IVAN MARTINS
Arquivo Época
IVAN MARTINS 
É editor-executivo de ÉPOCA
Tenho de confessar uma dificuldade: a de conciliar um estilo de vida saudável com o jeito de viver que me faz feliz.
No domingo, por exemplo, saiu o bloco de carnaval da Vila Madalena. Havia milhares de pessoas na rua, a música estava boa, sambar ladeira abaixo é uma delícia. Passei quatro horas na farra, cercado de amigos, e fui dormir tarde da noite com dor de cabeça – por causa da cerveja, claro.
Na noite anterior, o sábado, também houve festa. E foi assim também na sexta. Feitas as contas, durante o fim de semana eu só consegui caminhar 30 minutos, no domingo, sob o sol abrasador do meio-dia. Talvez fosse melhor nem ter andado.
Não sei quanto a vocês, mas para mim finais de semana como esse me enchem de culpa.
Culpa por ter bebido demais. Culpa por comer mal. Culpa por não ter descansado depois de uma semana de trabalho. Culpa por não ter passado horas se exercitando ao ar livre (sambar na ladeira com uma latinha na mão não conta...) e culpa, claro, por não ter visto os bons filmes, lido os bons livros e passado em revista aquela pilha de publicações que cresce no canto da sala.
Movido pela culpa – e pelo senso de dever – fui olhar a lista de prioridades que risquei na virada do ano e descobri que nenhum dos oito itens foi resolvido. Um único deles foi encaminhado. Para piorar as coisas, o Carnaval vem aí...

A vida nas grandes cidades, no início do século 21, está montada sobre o princípio do prazer, não do dever. É muito fácil ser arrancado do esporte ou do sono ou do trabalho ou da leitura para sair e se divertir – e as pessoas fazem isso, cada vez mais.Se eu achasse que esse é um problema apenas meu, não me daria ao trabalho de escrever sobre ele. Mas acho que se trata de uma dificuldade universal.
Anos atrás, sair de noite e voltar de madrugada era coisa de gente jovem e solteira. Hoje não. Os mais velhos fazem isso. Os jovens casais com filhos também. Basta passar num bairro de restaurantes ou diante de uma balada numa noite de calor para ver gente aglomerada. Qualquer dia da semana, todo tipo de gente.
Exagero? Hoje, na hora do almoço, um jovem na mesa ao lado comentava com naturalidade sobre a casa de samba onde ele esteve... na noite de segunda-feira.
Antes que alguém levante o dedo, eu mesmo faço a ressalva: há entre nós que não têm a menor chance de gozar esse estilo de vida. O Brasil ainda é um país injusto, com dezenas de milhões de pobres para quem sair no meio da semana – ou mesmo no fim de semana – é uma espécie de utopia pessoal.
Mas essas coisas estão mudando.
O crescimento da economia fez com que milhões de pessoas pudessem consumir e gastar mais com lazer. Isso significa sair, beber, comer, dançar... Eu espero que logo a maioria tenha diante de si o dilema que hoje afeta um número menor de pessoas: como conciliar prazeres e necessidades?
Eu ainda não descobri, mas já notei algumas coisas:
  • Não se pode chutar o pau da barraca. Quem bebe demais e não trabalha no dia seguinte é rico ou é burro. A vida da cidade exige dinheiro e esse só chega às nossas mãos de forma duradoura pelo trabalho. Herdeiros que se locupletem, espertos que se arrisquem, mas o resto de nós precisa achar um meio termo.
  • Há que arrumar um ofício do qual a gente goste. O trabalho diário ao longo dos anos não é fácil para ninguém, mas torna-se muito mais agradável quando se gosta do que se faz. Trabalhar todos os dias apenas pelo dinheiro deve ser intolerável. 
  • Ninguém quer morrer cedo. Eu, por exemplo, estou decidido a conhecer meus netos. Para isso, há que estabelecer um equilíbrio entre usar e cuidar do corpo com que viemos ao mundo. Exercícios ajudam, alimentação garante. E sexo não atrapalha. 
  • Prazer faz bem e o amor nos mantém vivo. Estar apaixonado e cercar-se de gente que você ama têm efeito rejuvenescedor, em mais de um sentido.Cada vez que a gente começa um namoro, abre-se pra nós um mundo novo de ideias, pessoas, passeios e possibilidades. É a vida dos outros que chega arejando a nossa vida. O mesmo acontece com os filhos. Eles trazem da rua um universo reinventado pela geração deles – é só prestar atenção.
  • É essencial estar entre os outros. A solidão é para os gênios e para os loucos. A maioria de nós precisa estar no grupo, sentir-se parte dele, trocar ideias e partilhar aspirações. Isso nos dá uma dimensão real de nós mesmos e nos confere uma medida justa da realidade - além da alegria pura e simples de sambar na multidão. 
  • O silêncio faz parte. De vez em quando, o barulho da rua impede que a gente ouça a própria voz. Então é hora de sossegar um bocadinho. Como a boa poesia, a vida é feita de frases longas seguidas de frases curtas, intercaladas por silêncio. 
  • Não acredito em vida perfeita, arranjo perfeito ou solução definitiva. Mas se você acha que achou a fórmula da felicidade (que não seja o Ele totalitário), me escreva. Prometo que leio. 

Redação

Tema: 

'O mano'

Quando eu tiver um mano,
vai-se chamar Herrar, 
porque
Herrar é u mano.

Os anti-Lula anti-PT anti-Povo

Este é o destino dos 6% de brasileiros que sofrem de
TOCAL

Há 30 anos, nascia o PT

ImageHá 30 anos, recém-saído da clandestinidade, assinei com outros 111 companheiros e companheiras a ata de fundação do PT. 


O partido entrou em minha vida para nunca mais sair. 


Comecei a militar num núcleo, fui secretário de diretório zonal da capital e de formação política do diretório regional de São Paulo, seu secretario geral e depois secretário-geral e presidente nacional do PT durante sete anos. Continua>>>

Eu sou PT. A Dilma é PT. Lula é PT. Somos PT. E você?...

SERRA LEVA MANDONNA PARA CONHECER O PROJETO “MENINOS DO JARDIM ROMANO”

Desde que não seja um peixe, é difícil sobreviver em baixo dágua por alguns minutos.
Mas não impossível, pois, eis que os paulistanos que moram no Jardim Romano, na capital, conseguiram tal proeza!
Eles vivem felizes e submersos há praticamente três meses.
Esse feito espetacular levou o governador de São Paulo a abrir espaço em sua apertada agenda oficial para receber a popstar Madonna, com o objetivo de levá-la a conhecer esse mágico e indecifrável mundo e provar que água contaminada não causa leptospirose.
Madonna e Serra caminharam sob as plácidas águas e fizeram questão de banhar-se nos esgotos, fonte de saúde e certeza cristalina de votos, já que a grande maioria da população de lá, é nordestina.
A estrela até levou um ratinho para amestração na Inglaterra.
Serra estava todo prosa e galante.
Com ares de conquistador, até ensaiou um beijo – cinematrográfico, é claro – na “descendente de italianos”, como ele. Para o delírio do PIG.
Para Serra, Madonna é uma figura da maior importância, que ele só tinha visto antes pelos filmes e clipes.
(Ela “é uma grande artista…. é uma mulher de fibra que faz um trabalho social em relação à infância muito importante, como eu, que faço o possível pelas crianças pobres deixando-as alagadas desde oito de dezembro”, teria dito) .
Diferentemente dos pobres da Zona Leste, que ele não quer nem pensar em vê-los.
Motivo pelo qual os deixou sob seu o alagão para que nele submerjam...
Como Madona namora com Jesus, a este foi atribuído o milagre explícito onde 300 crianças cantaram para a “deusa” a bordo de uma balsa.
Foi emocionante.
(Serra já deve ter falado sobre tão inesquecível encontro no twitter dele).
Bem que aquelas boquinhas deveriam estar cheias de água e caladas e seus olhinhos bem fechados há muito tempo.
Mas milagres acontecem.
Como 800 mil pessoas ficarem sem água no Morumbi e o PIG não achar que a culpa é do Zé “Jesus” Alagão.

Tadinha das teles


Saíram hoje os lucros de 2009 de duas das grandes empresas do “mercado” de telecomunicações, aquelas que vivem dizendo que não podem cobrar mais barato porque  “os impostos altíssimos”  não o permitem.
Veja só como estão, coitadinhas, trabalhando com dificuldade…Continua>>>