BC mostra que emprego cresce mais e redução da pobreza é maior em regiões mais pobres


Sergio Lamucci, de São Paulo – VALOR

O Brasil registrou avanços sociais significativos em todas as regiões entre 2003 e 2008, mas as maiores reduções na pobreza e a formalização mais intensa do mercado de trabalho ocorreram nos locais mais pobres do país, aponta estudo do mais recente “Boletim Regional”, do Banco Central (BC). Segundo o BC, a evolução favorável do rendimento da população de baixa renda, incluindo aí os recursos dos programas de transferência do governo (como o Bolsa Família), e “o crescimento contínuo no nível de ocupação nessa mesma classe” são os aspectos que mais chamam a atenção nos últimos dois anos, contribuindo decisivamente para a melhora no quadro de distribuição de renda do país.
Um dos destaques no estudo do BC é o crescimento muito mais forte do emprego com carteira assinada do que o da ocupação total no Norte e Nordeste – as duas regiões mais pobres do país. No Norte, os postos de trabalho formais cresceram a uma taxa média anual de 6,6% entre 2003 e 2008, bem acima do 1,6% registrado pela ocupação como um todo na região. No Nordeste, os postos de trabalho formais aumentaram 5,2% ao ano no período, enquanto o emprego total avançou 1,3%. Para comparar, o Sul viu os empregos com carteira assinada subirem a uma taxa média de 4,4% no período, ante 1,4% do nível total de aumento da ocupação na região.
Para a professora Tania Bacelar, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), esse movimento se explica em parte pelo fato de que há muita informalidade no mercado de trabalho no Norte e no Nordeste. Com a melhora das condições da economia, há uma maior formalização dos empregos. Em muitos casos, o trabalhador informal continua com o mesmo patrão, mas passa a ter carteira assinada. “Nesse período o Norte e o Nordeste cresceram a um ritmo mais rápido que o resto do país”, diz Tania, citando outro motivo para o avanço mais forte da formalização nas duas regiões. Entre 2003 e 2007 (ainda não há dados para o PIB por regiões para 2008), o Norte cresceu a uma taxa média de 6% e o Nordeste, de 4,5%, enquanto a taxa média do Brasil ficou em 4%.
A professora também acredita que, nas cidades menores, programas como o Bolsa Família ajudam a criar empregos, inclusive formais. “São economias muito frágeis, em que os recursos do programa ajudam a mobilizar a atividade econômica local.” Já o pesquisador Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), avalia que os programas sociais não têm um impacto significativo na criação de mais empregos formais. “Eu gostaria que fosse verdade, mas esse processo é muito mais consequência do crescimento da economia e do fato de a informalidade ser maior nesses lugares.”
O relatório do BC também destaca a forte redução da pobreza nos últimos anos. De 2003 a 2008, a incidência da pobreza no Nordeste caiu 19 pontos percentuais (de 61% para 42% da população) e 15 pontos no Norte (de 48% para 33%), segundo números do Ipea. “Em horizontes de cinco anos, esses foram os maiores decréscimos registrados nas séries regionais, iniciadas em 1981″, aponta o relatório. “Ainda que a pobreza permaneça concentrada no Norte e no Nordeste, os dados apontam para uma redução das divergências regionais”, continua o estudo do BC, ponderando, contudo, que em termos relativos essas duas regiões reduziram em menos de um terço a incidência de pobreza, ao passo que nas outras regiões a queda ficou em torno da metade. No Sudeste, por exemplo, a incidência de pobreza recuou de 24% para 13% da população.
Uma característica importante dos últimos anos é que o rendimento real (acima da inflação) per capita dos mais pobres tem avançado a um ritmo superior ao das outras camadas da população, considerando todas as fontes de renda. É um fenômeno que ocorreu em todas as regiões do país, como mostra o relatório do BC. Entre 2003 e 2008, os rendimentos reais dos indivíduos de baixa renda cresceram entre 8,3% ao ano, na região Norte, e 10,1% no Centro-Oeste , um “ritmo de expansão comparável apenas aos observados para as economias com maiores taxas de crescimento no mundo”, diz o BC, ecoando os especialistas em políticas sociais, que apontam a expansão a um ritmo chinês da renda dos mais pobres nos últimos anos.
A expansão média anual do rendimento real das demais faixas da população ficou entre 4% no Sudeste e 6,7% no Centro-Oeste. O recorte para definir a baixa renda considera a população abaixo da linha média de pobreza de 2003 a 2008, que ficou em 51,3% no Nordeste e 17,6% no Sudeste.
Medida pelo coeficiente de Gini, a desigualdade de renda mostrou queda em todas as regiões entre 2003 e 2008, com exceção do Centro-Oeste, onde se manteve em 0,57 (o índice de Gini vai de zero a 1 e, quanto mais próximo de 1, maior a desigualdade). As maiores quedas do Gini ocorreram no Sudeste, no Sul e no Norte, com recuo médio de 1,4% ao ano, segundo o BC. No Norte, caiu de 0,57 em 2003 para 0,50 em 2008.
A autoridade monetária ressalta a importância do crescimento mais vigoroso da economia no período, do expressivo aumento do salário mínimo e dos benefícios assistenciais e previdenciários no período para todo esse processo de avanços sociais, mas também destaca o papel da manutenção da estabilidade de preços – uma tarefa do Banco Central. Segundo o BC, ela contribui principalmente “para que os ganhos sociais obtidos não se diluam pelos efeitos nocivos e regressivos da inflação”.
Para Tania, a estabilidade de preços é fundamental para manter o poder de compra, protegendo especialmente os mais pobres, que não têm como se defender da inflação. Soares diz que, num ambiente hiperinflacionário, como o vivido no fim dos anos 80 e começo dos anos 90, o combate à pobreza e à desigualdade eram tarefas impossíveis, mas afirma ser difícil afirmar em que medida uma inflação de 4% ou de 7% ao ano faz grande diferença aí.
E em 2009, um ano de crise, em que o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter registrado variação próxima de zero? Para Soares, a pobreza e a desigualdade continuaram a cair no ano passado, apesar da turbulência na economia. Com o forte aumento do salário mínimo, o reajuste dos benefícios do Bolsa Família e o impacto modesto da crise sobre o mercado de trabalho, a pobreza e a desigualdade devem ter mantido a tendência de queda, avalia ele. “Pode ter havido alguma desaceleração no ritmo de recuo, ou nem isso.”

PT e a candidatura Dilma


A decisão de cassação de Kassab prefeito de SP poderá trazer reflexos à candidatura do PSDB e da base paulistana, e reforça a necessidade de se ventilar alternativas como a do candidato Aécio neves, pois do contrário, a candidata Dilma Roussef aclamada pelo PT já pode se considerar eleita no primeiro turno pela força representada pelo estadista Lula!

Simão Szklarowsky 
Caldas Novas - GO

O sorriso da Coroa

Quem viu Dilma no congresso

Do PT toda contente,

Trocando muitos abraços,

Sorrindo, mostrando os dentes,

Saiu dali com uma certeza:

O poder é uma beleza,

É coisa que alegra a gente. 



II

Era grande o entusiasmo

Naquela festa petista:

Tinha esquerda, tinha direita,

E até oportunista.

Na bancada da Bahia,

Vi uma turma que servia

À oligarquia carlista.


III

Dilma disse preferir

Crítica e contestação

À mudez da ditadura,

Esse regime do cão.

Porém, pelo que vi lá,

Quase ninguém vai sobrar

Pra fazer oposição.


IV

Dilminha paz e amor

Apresentou-se tão boa,

Tão alegre e tão gentil,

Parecia outra pessoa,

Que, ao invés de dar porrada,

Ficou foi dando risada

Ao ser chamada coroa.


V

"Coisa boa é ser coroa"

Disse ela bem faceira,

"Porque a pessoa jovem

Só pensa em fazer besteira.

Com rebeldia apressada

Vive a pregar luta armada,

Nem que seja de peixeira.


VI

Coroa pensa duas vezes

Antes de qualquer ação:

Em vez de assaltar bancos

E fazer revolução,

Faz é emprestar dinheiro

Para o pobre do banqueiro

Que vai salvar a Nação.


VII

Em lugar de dar emprego

Para o povo trabalhar,

O coroa é mais esperto,

Sabe a coisa organizar:

Pra ter eleitor cativo,

Dá bolsa a morto e a vivo,

Deixa no mesmo lugar.


VIII

O jovem é muito apressado

E vive com a bolsa lisa,

Caminhando em passeata,

Empesteando a camisa

De poeira e de suor

Na ladainha do PSOL

De Babá e Heloísa.


IX

Coroa sabe perdoar,

O jovem é muito tungão.

Agora mesmo nas ruas

Só se vê a confusão,

Na Federal , na Papuda,

De jovens malhando Arruda

Por causa do Demsalão?


X

Com pinta de candidata,

Dilminha se apresentou:

A boca cheia de batom,

Jeito de paz e amor,

E quase se banha em pranto

Quando viu ali num canto

Um seu antigo assessor.


XI

Mandou um beijo pra ele

E ele também chorou,

Queria se ajoelhar,

Mas alguém o segurou,

Na mesma hora esqueceu

Os gritos que ela lhe de

E a carreira que levou.


XII

Dilma a todos conquistou,

Digo com toda certeza:

De Zé Dirceu a Geddel,

Do plebeu à realeza.

E, para a coisa melhorar,

Só falta ela conquistar

O Miguezim de Princesa!

Oh hora aperreada

Bem que o PiG(*) tentou

Frase do dia

FHC/PSDB rendeu-se a Roberto Campos. Lula/PT rendeu-se a Leonel Brizola.

A nova oposição

O que podemos observar depois do lançamento oficial da candidatura Dilma é que Serra, PSDB, DEM e PPS já era. Melhor, já foram, já deram o que tinham de dar.

Durante o governo da Muié sequer oposição verdadeira serão.

A nova oposição sairá basicamente da base aliada do governo Lula ( Ciro, PSB e PDT, Aécio Neves com um novo partido).

Anotem.

O DISCURSO DE DILMA ROUSSEFF: UMA OBRA DE ARTE

Dilma Rousseff é oficialmente a pré-candidata do PT à Presidência da República.
A largada para a vitória de Dilma foi dada neste sábado com o encerramento do 4º Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores.
A ministra e futura Presidente do Brasil discursou.
Na verdade, Dilma declamou um poma.
Poema que apaixona e arrebata seguidores e eleitores que amam quem a inspirou.
Poema musicalizado, concerto cuja tradução foi cantada em coro pela mutidão: “o povo, o povo, o povo decidiu: agora é a Dilma Presidente do Brasil”.
O discurso da futura presidente não é nada senão isso: uma peça literária cujo roteiro conduz à descoberta de uma nova fase da história que ganhará sentido a partir de janeiro de 2011.
Não tem, todavia, um objeto simbólico mas conceitua a mulher como protagonista da política nacional.


Antes tínhamos as Judite, Ester, Raquel, Rebeca, Micol, Betsabéia, Tamar e Joana D’Arc.
Sem esquecermos Afrodite. E Maria. Tantas marias, aliás.
A este seleto grupo de inominável esterpe mulheril junta-se agora, a nossa Dilma. Dlma Rousseff.
Seu discurso é a representação de um poema sobre telas.
Para compor um quadro emoldurado.
Que não passará despercebido à nossa percepção como um artefato decorativo, mas decorará o ambiente interno da alma politizada.


O discurso de Dilma é, na verdade, uma pintura que expõe as cores e nuances em verde e amarelo da mais acabada obra da política brasileira.
Dilma fez o incomum sem eximir-se da praticidade.
Dilma tem nas papavras a plasticidade, a leveza e sensibilidade da alma feminina que encanta e cativa.
E tem a extrardinária faculdade que possibilita nos tocar o coração.
Porque expressa a voz do coração.
Confunde e exaspera o PIG incauto.

Dilma Rousseff representa hoje, tudo o que de melhor e excepcionalmente Lula deixa de herança para o País.

Seu discurso, uma sinfonia de doces e harmiosos acordes de tons políticos, nos aponta para um Brasil ainda mais justo socialmente, com mais riqueza e distribuição de renda.
Um Brasil que Lula começou a reconstruir há quase oito anos.
Um Brasil para todos os brasileiros.