Prá desopilar

Tem gente que não sabe o que pede

E qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água... (Chico Buarque)

Desde que o governo do PT chegou ao poder, a mídia conservadora e elitista vem criando e distorcendo fatos para colocar a nação contra o operário que virou presidente, que contrariou os interesses de seus patrocinadores, que deu condição a uma grande parcela da sociedade de mudar de vida, viajar de avião e portar um Smartphone. Burro, alcoólatra, incompetente, nordestino, besta, mula, molusco, petralha foram alguns adjetivos depreciativos usados pela elite e propalados pela mídia predadora para desmoralizar Lula...

Depois, Lula enfrentou denúncias das mais escabrosas. Tentaram a todo instante convencer os brasileiros que o País estava em crise, e que havia ingerência. Lula foi culpado de ter derrubado o avião da TAM em Guarulhos. Daí vieram a crise aérea, a crise da Febre Amarela, a volta da inflação, a crise financeira, a crise do dólar, a crise do desemprego, a crise da crise, e as CPI's, largamente utilizadas pela bancada da oposição para fazer o governo ruir. E a mídia ajudando, tendo como contraponto exclusivamente os blogues progressistas, que viam a tentativa da mídia nefasta em golpear às instituições, como ocorrera em 64.

Não, não haveria golpe! A democracia estava definitivamente estabelecida no país, diziam os incautos, mesmo governado por um ex-metalúrgico, grevista, que lutava contra o poder do patronato, que se unia ao MST.

Lula terminou o seu mandato, foi reeleito e conseguiu eleger sua sucessora, mas continuaram dando as costas ao inimigo, afinal, a democracia estava estabelecida.

A mídia incendiária atropelando a democracia, os fatos , a verdade. Mostrando apenas o que havia de ruim, suprimindo as conquistas, portadora do complexo vira-lata.

Se o Brasil tivesse perdido a condição de realizar a Copa do Mundo para os EUA, o molusco seria o culpado, a mídia ia cair matando, dia após dia.

O Brasil ganhou a condição de sediar a Copa, o maior evento esportivo do mundo, a mídia disse que o País não teria condições de realizá-la.

Lula prometeu, Dilma cumpriu.

"Os estádios estão atrasados, não há aeroportos suficientes para receber tantos turistas, o investimento nas arenas nunca será recuperado, é dinheiro jogado fora".

Os estádios estão prontos, mas vão cair, fizeram muito rápido, gastaram fortunas, temos arenas "padrão fifa", mas não temos escolas nem hospitais - tome mídia!

E a governo alheio aos nossos avisos. Cansado de tanto de avisar deletei meu blogue, que recebia mais de 30 mil visitas/mês.

Desde o início da manifestação despropositada, a Presidenta Dilma deveria ter falado à nação. Sobre a legalidade do movimento, sobre os excessos de ambos os lados, e sobre os investimentos que o Brasil precisava fazer para sediar a Copa do Mundo. Afinal, ela é a presidenta, a maior autoridade constituída deste país, mas, parece que não tomou posse. Ah, ela não pensou que fosse tomar proporções nacionais, de além fronteiras, mas nós avisamos, e oxalá não vá chegue às casernas.

Esse é o grande problema da maioria dos governantes, não se prevenirem contra as "crises" diuturnamente enfiadas em nossas cabecinhas recém-nascidas, sem norte, sem rumo, feicubucanas, prontas para serem lobotomizadas á la Carlos Lacerda.

Hoje a luta é a favor dos partidos

Até ontem a luta pela democracia era contra a opressão da polícia.
A partir de hoje a luta pela democracia é contra os que querem fechar os partidos políticos.
Hoje eu sou PSTU.
Hoje eu sou PSOL.
Hoje eu sou PCdoB.
Hoje eu sou PT.
Hoje eu sou qualquer partido, a democracia depende disso.

O DAY AFTER: IMPLICAÇÕES DE UMA VITÓRIA

A vitória superlativa das ruas com a reversão do reajuste tarifário em SP foi saboreada pelos dirigentes do MPL com um misto de euforia e alívio. A continuidade dos protestos evidenciava uma crescente diluição do movimento nas tinturas  de uma desqualificação do governo federal e das  conquistas econômicas e sociais dos últimos dez anos. A jovem liderança do MPL, que se declara de esquerda, admite que já não sabia como reverter a usurpação martelada pela emissão conservadora. Há atitudes óbvias. Incompreensivelmente ainda não adotadas por quem dispõe de todos os holofotes da boa vontade nesse momento. Uma sugestão prosaica: convocar uma entrevista coletiva e desautorizar  o dispositivo midiático conservador, que surfa na onda dos novos cara-pintadas para rejuvenescer a narrativa de um antipetismo histórico. A abusada antecipação da campanha de 2014 inclui cenas -e ameaças--  de invasão de palácios, mesmo quando ocupados por governantes já comprometidos com a redução tarifária. Essa era a agenda da 'comemoração' no RS, nesta 5ª feira. Qual o propósito dessa sessão de fotos com data e hora marcada? Aos integrantes do MPL  não cabe o bônus da ingenuidade. Embora jovens, souberam fixar um alvo de notável pertinência histórica. A  mobilização de massa em defesa da tarifa zero e por uma cidade dos cidadãos carrega a promessa de um chão firme do qual se ressente  o planejamento democrático no país. Só um movimento urbano forte, capaz de disputar a construção da cidade com a lógica do lucro imobiliário poderá reverter o caos das grandes metrópoles. Se for a semente disso, o batismo de fogo do MPL, com todas as suas lacunas, já terá valido a pena. Antes, porém, precisa se desvencilhar da carona oportunista que hoje embaralha a sua extração histórica e pode ferir de morte a credibilidade conquistada nas ruas. (Leia mais aqui) 

Dilma passando pelo 10º andar: Até aqui tudo bem

por Carlos Chagas
Está o governo Dilma, melhor dizendo, além do Executivo, estão também o Legislativo e o Judiciário  na situação daquele personagem que caiu do vigésimo andar de um edifício e, ao passar pelo décimo andar, comentou: “até aqui, tudo bem”.  Tudo bem coisa nenhuma. Adianta muito pouco exaltar as excelências da democracia e afirmar que os protestos de rua exprimem o direito de o povo manifestar-se. Porque as manifestações se fazem contra as autoridades públicas. Contra o governo, contra Dilma, contra o Congresso e contra o Judiciário. Sem esquecer, também contra  a ordem política, a ordem econômica  e  a ordem social.
                                                              
O risco do colapso de nossas instituições parece à vista. Só que o país já sabe porque os jovens protestam, mas os jovens não sabem como dar seqüência aos protestos. Querem  acabar com a corrupção, mas como? Melhores condições de ensino e saúde pública, fazendo o quê? Falta-lhes um programa, um  roteiro.
                                                              
Demos notícia, ontem, de uma idéia que se não fosse doida seria genial: adaptar parte dos elefantes brancos construídos por bilhões de reais para  funcionarem, também, como escolas, universidades, centros de saúde e hospitais. Algo capaz de sensibilizar e empolgar  todo mundo. Mas terá o governo coragem para tanto? Recursos? Ora, os lucros dos bancos, as remessas de milhões  de dólares para o exterior, a parceria de grandes hospitais como o Sírio-Libanês e o Albert Einstein.
                                                              
Uma conclusão surge inevitável: ou o governo sai na frente, combatendo o vandalismo e interrompendo a sanha dos baderneiros, ou o movimento pacífico logo amargará a rejeição do cidadão comum. Mesmo assim, faltará um plano de mudanças fundamentais, muito acima e além do PAC. Que tal começar pela ampla reforma do ministério, com a diminuição do número de pastas e sua entrega a técnicos de renomada competência, mandando passear os representantes de partidos desmoralizados?

A FALÊNCIA DO ESTADO

Unidos contra Dilma

por João Domingos
Prováveis candidatos de oposição na disputa presidencial do ano que vem, os presidentes do PSDB, senador Aécio Neves (MG), do PSB, Eduardo Campos, e a ex-ministra Marina Silva uniram esforços contra um adversário comum, o PT. E vêm conversando sobre uma estratégia única de atuação desde que a Câmara votou e aprovou em regime de urgência, em abril, o projeto de lei que cria obstáculos ao acesso de novos partidos ao Fundo Partidário e ao tempo de propaganda política na TV.
De acordo com informações de auxiliares dos três, eles têm trocado telefonemas pelo menos uma vez por semana. Falam da necessidade de manter a união entre si, fixando-se principalmente no combate à proposta que cria a dificuldade para criar novos partidos. A ideia é atrasar a votação no Senado até outubro, quando a lei, mesmo aprovada, não valeria para 2014.
Nessa estratégia, eles conseguiram retardar a votação da proposta no Senado e ganharam quase um mês e meio de prazo. Ação do líder do PSB, senador Rodrigo Rollemberg (DF), levou o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a suspender liminarmente no dia 24 de abril a votação da proposta pelos senadores. Na semana passada, o STF começou a votar o mérito da ação, suspendendo a sessão quando o placar estava em 5 a 4 pela autorização para que o Senado possa votar o projeto. Mas os ministros deixaram no ar a opinião de que no mérito o texto é inconstitucional.
Gilmar Mendes insistiu na inconstitucionalidade do projeto. Durante o lançamento do Broadcast Político, na terça-feira, no Congresso, ele disse não ter dúvidas de que a proposta que dificulta a criação de novos partidos vai ser derrubada quando for apreciado o mérito. "Ficou muito claro que o projeto é dirigido para atingir determinada situação. É casuístico", disse ele. A proposta, apresentada pelo deputado Edinho Araújo (PMDB-SP), foi apoiada pelo Palácio do Planalto. Seu efeito será sufocar o Rede Sustentabilidade, de Marina Silva.
"Pensaram que iam nos dividir. Mas nós nos unimos", disse ao Estado o senador Aécio Neves, que se encontrará na segunda-feira com Eduardo Campos, no Recife. A reunião entre os dois está sendo comemorada como um marco nas relações entre os prováveis candidatos, pois ocorrerá no Palácio das Princesas, sede do governo de Pernambuco. Portanto, será um encontro oficial. As assessorias de Aécio e Campos lembraram que há meses o ex-ministro José Dirceu tenta um encontro com o governador de Pernambuco. Sem êxito. A intenção de Dirceu é convencer Campos a não ser candidato em 2014.
A partir de julho, Aécio Neves pretende fazer duas viagens para São Paulo e duas para os Estados, a cada mês. "Em São Paulo, primeiro vou fazer uma reunião com a bancada estadual do PSDB. Depois, vou seguir um cronograma que está sendo planejado, para visitas às cidades", antecipou Aécio Neves.