A mão que afaga é a mesma que apedreja ...

O "Valor" de hoje tem uma matéria comparando a queda de Eike com as menções elogiosas feitas a ele pela presidente Dilma Rousseff.

Há dois momentos na vida de Eike. No auge do sucesso, era o símbolo máximo do empreendedorismo brasileiro. Depois da queda, o filho bastardo do estatismo. No auge, objeto do mais acintoso culto à personalidade do Brasil moderno. Na queda, "toma que o filho é seu".

A hipocrisia dos formadores de imagem é esta. No sucesso, usam a lisonja para prospectar futuras parcerias. Na queda, batem sem piedade.

No auge, Eike era saudado pela Veja como o exemplo do empreendedorismo. A revista Época o premiava. Quando soçobrou, a própria Época providenciou uma capa dizendo que Eike era símbolo do fracasso estatista; e Jorge Paulo Lehmann, do sucesso de mercado. Lehmann que não ouse cair, se não também será alvo da hipocrisia nacional.

Confirma a máxima de que "criança feia não tem pai". Eike teve dois pais: o mercado e o Estado.

Para a matéria do Valor ficar completa, faltaram:

1.     Os elogios do próprio Valor a Eike no auge do seu sucesso.

2.     Declarações de Cândido Bracher, presidente do BBA-Itaú: "Orgulhamo-nos por ter ajudado a viabilizar os grandes projetos do grupo." Junto, as avaliações entusiasmadas sobre Eike por parte do Itaú, Bradesco e grandes fundos internacionais, ministros, presidente, executivos em geral.

3.     A escolha de Eike como "empresário do ano" de 2011 pelo grupo Lide.

4.     A eleição de Eike como o "empresário ousado do ano" pela revista IstoÉ.

5.     O presidente do Grupo EBX, Eike Batista, é eleito "personalidade do ano" pelo Destaque Ademi - Prêmio Master Imobiliário 2011, promovido pela regional Rio de Janeiro da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) e da Federação Internacional das Profissões Imobiliárias (FIABCI).

6.     Prêmio da revista Fast Company apontando Eike como um dos quatro empresários brasileiros mais criativos.

7.     OSX recebe o prêmio "Deal of theYear - 2010", na categoria ProjetcFinance, concedido pela Marine Money International.

8.     Eike Batista está entre os entre 1.000 principais CEOs do Mundo, no capítulo Empreendedores Visionários, da revista IstoÉ Dinheiro.

9.     Eike Batista é o único brasileiro na lista dos mais influentes do mundo dos negócios da revista americana Bloomberg Markets.

10.  Presidente do Grupo EBX eleito Personalidade Empresarial do Ano pela Associação Brasileira de Marketing & Negócios (ABMN).

11.  Revista Época elege Eike Batista entre os 100 brasileiros mais influentes de 2011. A lista reúne personalidades que mais se destacaram no ano pelo poder, o talento, as realizações e a capacidade de mobilizar e/ou inspirar.

12.  Eike também é um dos dois brasileiros citados no livro "World Changers - 25 Entrepreneurs who changed business as we knew it", sobre os 24 empreendedores do mundo que transformaram os negócios.

13.  Eike é também um dos Líderes do Brasil, na categoria Óleo e Gás, em premiação promovida em parceria pelo Grupo Doria e o jornal Brasil Econômico.

14.  OSX recebe o prêmio "Latin America Upstream Deal of the Year", no "13th Annual Project Finance Americas Deal of the Year Awards", da Euromoney –

15.   MMX recebe o prêmio de destaque do Setor de Mineração pela Abrasca (Associação Brasileira das Companhias Abertas).

16.  Associação Brasileira de Propaganda: Eike Baptista, personalidade do ano.

Aqui mesmo cometi um cochilo indesculpável, ao considerar a recompra de ações de minoritários como tentativa de ganhar na baixa.

Mas convido vocês a levantarem outros elogios estrondosos ao Eike pré-desastre.
LUÍS NASSIF

Uma grande nação, justa e forte, se faz pela capacidade de inclusão

...dos miseráveis à alimentação básica; dos pobres ao consumo; dos pequenos, ao mercado; das minorias, ao seu direito de viver diferente; dos pequenos empresários, à oportunidade para desenvolver seus negócios.
É por meio da inclusão que uma nação se forma e captura, para o bem geral, a energia individual esmagada em cada falta de oportunidade, o talento que pode estar escondido em um barraco nas palafitas ou nas favelas, os futuros campeões que podem estar nascendo em uma microempresa.
É por meio da solidariedade que se criam os laços sociais e econômicos que vão tecendo a grande rede do desenvolvimento e os grandes processos civilizatórios.
Mesmo assim, cada capítulo é uma guerra entre a modernidade e o atraso, entre o novo e o velho carcomido.
Nos Estados Unidos, o maior processo de inclusão - a libertação dos escravos - resultou na mais sangrenta guerra do século 19. Na Europa, os grandes movimentos de urbanização, dos anos 20, resultaram em intolerância e no florescimento de doutrinas autoritárias.
Por isso mesmo, esses movimentos sempre refletem a luta da barbárie contra a civilização, da selvageria contra a solidariedade.
Os herois sempre terão seu lugar na memória nacional; os recalcitrantes, no lixo da história. O país reconhece José Bonifácio, Joaquim Nabuco, José do Patrocínio, André Rebouças, Luiz Gama como seus fundadores. Os contrários  tornaram-se apenas "conservadores" ânonimos, anacrônicos, menores.

Briguilinks

José Dirceu - Depositário da soberania popular é o presidente, e não a diretoria do BC

O projeto que dá autonomia operacional e fixa mandato de seis anos para os dirigentes do Banco Central voltou a ser discutido no Senado. Cabe a pergunta: o povo troca de presidente, de partido e de programa econômico, mas o BC continua com a mesma orientação do governo anterior?
Quem indica o presidente do BC é o presidente, e cabe ao Senado da República aprová-lo, mas ele tem autonomia e independência para definir o que há de mais importante para o país, para seu futuro? Independência de quem? Do presidente e do governo? Mas estes são os depositários da soberania popular, assim como o Congresso Nacional. E não a diretoria do Banco Central.
Não há necessidade de lei nenhuma para o BC exercer o seu papel – no nosso caso, errado: o controle da inflação sem a contrapartida do emprego e do crescimento –, definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Este, sim, poderia ser ampliado. Hoje é composto apenas dos ministros da Fazenda e do Planejamento e do próprio presidente do Banco Central.
Nos Estados Unidos, como aqui, o presidente exerce seu papel ao indicar o presidente do BC e definir a política econômica, via CMN, no caso da monetária. Ao Banco Central, cabe cumprir seu papel e se submeter, como todos, ao contraditório, à crítica pública, às pressões tanto do mercado como do Congresso, a quem deve prestar contas constitucionalmente, da mídia, dos partidos, do próprio governo.
Cabe ao BC dialogar com o presidente e os ministros do CMN, dentro sempre da política econômica definida pelo chefe do Executivo e pelo governo.

O exterminio dos "jabutis"

Firme, corajosa, até mesmo revolucionária, a atitude do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, de devolver ao Senado a MP da Seca, relativa às operações de crédito rural no âmbito da Sudene. 

A MP recebeu 108 emendas, sendo 60 admitidas no relatório final, grande parte sem qualquer conexão com o objeto original. 

A providência tomada por Henrique Alves está ancorada na Constituição Federal, que determina que as medidas provisórias versem apenas sobre um tema definido, e representa o fim da farra dos "jabutis" no Congresso. 

Até que enfim! 

por Roberto Jefferson o criador do "Mensalão" que Hildegard Angel rebatizou com exatidão de 

Eu concedo-me o direito a dúvida

Uma imagem vale mais que mil palavras?
Será que ela vê e finge lê
ou
Lê e não vê?
Quem lê sabe que isso pode acontecer.
Qual tua opinião?

Tijolaço do Brizola

 A política ama a traição. Mas, logo, abomina o traidor.
A frase acima do Grande Leonel Brizola cai como um par de luvas na dupla Marina Campos.