Zeca Dirceu - de que Barbosa tem medo?

por Fausto Macedo

Zeca do PT, filho do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), visitou o pai no Presídio da Papuda nesta quarta feira, 14, e de lá saiu com uma certeza. "Para mim está cada vez mais evidente que Joaquim Barbosa (ministro presidente do Supremo Tribunal Federal) não está desrespeitando só o direito do meu pai, só os condenados da ação penal 470 (Mensalão). Ele pratica um desrespeito ao próprio Supremo, aos outros ministros. Principalmente, no que diz respeito a essa obstrução constante ao direito de meu pai trabalhar."

Dirceu está preso desde novembro de 2013, condenado a 7 anos e 11 meses de prisão em regime semi aberto que, até agora, cumpre no fechado. Tem proposta para trabalhar em um prestigiado escritório de advocacia de Brasília, pelo salário de R$ 2,1 mil. Mas ainda não recebeu autorização para dar expediente fora da prisão, apesar de parecer favorável do procurador geral da República, Rodrigo Janot.

Deputado federal pelo Paraná, vice líder da bancada do PT na Câmara, ex-prefeito de Cruzeiro do Oeste (PR) em dois mandatos (2004/2010), 35 anos de idade, bacharel em ciências da computação, Zeca do PT se declara indignado.

"Joaquim Barbosa não se conforma com a decisão do Pleno do Supremo na hora dos embargos infringentes, quando os ministros derrubaram o crime de formação de quadrilha. Na cabeça dele todo mundo está condenado ao regime fechado. Vai valer a vontade dele e não da maioria dos ministros que reconheceram o direito dos réus ao semi aberto."

"A situação é muito difícil, angustiante, um cenário sempre de incertezas", relata. "Sofro como filho, mas já decidi nos últimos dias tentar deixar de lado um pouco do sentimento de filho e olhar a coisa mais sob o aspecto político, e também institucional e legal. Comecei a estudar e pesquisar sobre os regimes de prisão, o direito à progressão do regime, a lei de execução penal."

Para Zeca do PT, o presidente do Supremo "quer mudar uma concepção que prevalece no País há 20 anos".

"Não dá para aceitar esse descalabro", pondera o filho de José Dirceu. "Pela primeira vez quero falar como cidadão, como parlamentar, como político. Acho que o cidadão, por mais ingênuo que seja, percebe que a lei não está sendo cumprida. Desde sempre a gente ouve que a lei tem que ser respeitada e nunca questionada. Agora, não é mais assim. Decisão do Supremo não vale, só vale o que ele (Barbosa) quer."

"Joaquim Barbosa não está acima da lei, ninguém está acima da lei", argumenta. "Meu sentimento é de indignação. Ele (Barbosa) é presidente do Supremo, deve zelar pelo cumprimento da lei. Eu considero muito difícil me manifestar assim, é constrangedor como deputado ter de falar isso. Pelo posto que ele ocupa. É uma aberração o que está acontecendo."

Zeca do PT rebela-se contra a investigação sem fim sobre supostos privilégios concedidos a seu pai na prisão e que levou uma promotora do Distrito Federal a pedir quebra de sigilo telefônico até do Palácio do Planalto. "Minha percepção vai além dessa insistência de fazer uma investigação, quebrando sigilo telefônico de Deus e o mundo. Joaquim Barbosa busca uma agulha no palheiro para distorcer um pequeno fato e criar uma penalidade além da que meu pai já está sofrendo. O pior é ser condenado por um regime e ter de cumprir em outro e ainda ser taxado de receber tratamento privilegiado. Isso é insano."

"Joaquim Barbosa quer uma nova penalidade para José Dirceu", desabafa Zeca do PT. "Talvez ele esteja olhando lá no horizonte com a meta de não deixar que haja a progressão para o regime aberto. Por que ficar insistindo numa mega investigação? Se ele não explica, só posso concluir que está buscando um meio de aplicar uma penalidade ainda maior."

"Não se trata de respeito ao meu pai e à legislação, mas aos demais ministros do Supremo. Eles decidiram que era semi aberto para José Dirceu. Mas Joaquim Barbosa quer contrariar tudo isso, a legislação do País sobre a progressão de regime na prisão. É uma coisa ditatorial."

Zeca do PT diz que o pai está enfrentando a Papuda "do jeito que sempre enfrentou tudo, com muita fé, muita coragem e determinação".

Ele diz ter uma esperança. "O Supremo vai fazer valer a decisão do próprio Supremo. O presidente não pode estabelecer que uma decisão do Supremo não vai ser cumprida. Joaquim Barbosa tenta criar uma imagem de corajoso, que está lá no Supremo para o que der e vier, mas parece que tem medo de cumprir a decisão sobre o direito dos réus ao trabalho externo. Por que ele não divide com o Pleno, porque não ouve os outros ministros?"

Para Zeca do PT, a atitude de Barbosa "é uma contradição". "Joaquim Barbosa se passa por tão corajoso e destemido, mas tem receio de consultar o Supremo. Minha esperança é que um dia algum ministro vai se manifestar sobre isso. Vejo ministro dando entrevista sobre tanto assunto, será que um dia um deles vai falar sobre isso?"

Se por acaso encontrar Joaquim Barbosa…"Eu lançaria esse desafio a ele. Se está com tanta razão, se de fato segue o que diz a lei, por que não consulta os outros ministros? Porque tem medo?"

Zeca do PT diz que também alimenta esperança nas manifestações do procurador geral da República, Rodrigo Janot. "Uma manifestação foi em relação àquela loucura em quebrar tudo quanto é sigilo de telefone, fazer uma mega investigação. A outra sobre a questão de permitir o trabalho externo, de considerar necessário. É um alento o procurador geral falar isso. Equilibra um pouco o espírito da gente. Às vezes a gente fica desnorteado."

Ele faz um pedido. "Acho também importante as manifestações dos juristas e advogados. Espero que mais gente alerte sobre essa situação. Não é ditadura,  não é proibido discordar do que pensa o presidente do Supremo. Eu estou curioso de achar alguém que concorde com o que ele está fazendo. Não é razoável mudar a concepção da execução penal, que prevalece no País há muitos anos e prevaleceu para todos os condenados na própria ação penal 470. Quando chegou a vez de José Dirceu ele (Barbosa) mudou a interpretação."

Crônica semanal de Luis Fernando Veríssimo


O Chico Caruso — cartunista, chargista, cantor e cômico — conta a anedota com perfeito sotaque alemão. Numa cervejaria lotada da Munique atual as pessoas vão pouco a pouco se dando conta da presença de uma figura conhecida entre eles. Será mesmo quem estão pensando? Não pode ser. Mas é: Adolf Hitler está ali! Começa, a princípio baixinho, mas depois aumentando de volume, um coro: “Volta, volta...”

Hitler resiste, mas, finalmente, o clamor se torna irresistível. Ele, então, se ergue, pede silêncio, e declara:
— Está bem, eu volto. Mas desta vez não vou ser bonzinho não!
Uma versão ampliada da anedota deu num romance chamado “Ele está de volta’’, do filho de mãe alemã e pai húngaro Timur Vermes, que fez sensação na Alemanha e está fazendo o mesmo no resto do mundo. Já existe uma tradução em português.
No romance, narrado na primeira pessoa, Hitler inexplicavelmente volta à vida — nem ele sabe explicar como — e encontra uma Alemanha em plena crise moral, com uma juventude imbecilizada pela televisão, YouTube, reality shows e similares, invadida por raças escuras que no seu tempo eram caçadas como inferiores — e governada por uma mulher! Hitler tem uma solução radical para todos os problemas da Alemanha e o romance acaba com ele sendo cortejado por vários partidos para voltar à política.
Timur Vermes escreveu uma sátira histórica (a ascensão do nazismo e os anos de vigência do Terceiro Reich são recontados do ponto de vista do ex-führer redivivo) e política, mas ela também pode ser lida como nostalgia disfarçada.
Na França, faz sucesso parecido com o do livro do Vermes um filme intitulado “O que foi que fizemos ao bom Deus?”, sobre a família de um católico conservador cujas quatro filhas se casam, respectivamente, com um judeu, um muçulmano, um asiático e um negro, para desespero dos pais. No fim, tudo acaba bem e o filme é uma cálida lição de tolerância — ou não é.
Há quem o veja como um alerta contra o multiculturalismo e a miscigenação. Tudo depende da identidade ideológica de quem o vê. O crítico do “Le Monde’’ disse que o filme parece feito de encomenda para a Frente Nacional, xenófoba e reacionária. Já o crítico do direitista “Le Figaro” adorou.
O livro “Ele está de volta’’ termina com a criação de um slogan para Hitler usar na sua campanha eleitoral. O slogan é “Não foi tudo ruim’’.

*Pens Pays anunciam lista de convocados

Instituto Millenium - Centenas de vândalos atrapalharam o trânsito nesta manhã em São Paulo para anunciar a lista de Pens Pays convocados para a Copa.

"Apostamos na força do nosso grupo e esperamos fazer uma boa campanha, com muita prepotência e soberba, sempre desrespeitando os adversários", explicou um mascarado.

Eis o time titular: Miriam Leitão, Carlos Alberto Sadenberg, Josias de Souza, Ricardo Noblat, Arnaldo Jabor, Eliene Catanhêde, Elio Gaspari, Merval Pereira, Diogo Mainard, Augusto Nunes, Reinaldo Azevedo
"Somos Pens Pays / isso não tem nada a ver / preste atenção nesse rap / que você vai aprender", cantou o trio da Abril.
Na primeira fase, o time enfrentará a temida seleção dos blogueiros sujos. Quem vencer a disputa passará para a fase do mata-mata.
(*) Penas paga

EXCLUSIVO: As explosões da GM no Brasil

Boletim de notícias da Rede Brasil Atual - nº43 - São Paulo, 15/mai/2014

Defeitos de fábrica: as explosões da GM no Brasil

Apuração exclusiva da RBA em parceria com a Pública. Incêndios provocados por defeitos elétricos no Vectra deixaram ao menos cinco mortos e cinco gravemente feridos. Associação denuncia 30 casos de explosões sem motivo aparente
http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/05/amor-ao-carro-3106.html

Amor excessivo do consumidor pelo carro encobre falhas das montadoras

http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/05/amor-ao-carro-3106.html

Para governo turco, morte de trabalhadores em minas 'é habitual e inevitável'

http://www.redebrasilatual.com.br/revistas/95/a-petrobras-e-o-futuro-4120.html

A Petrobras e o futuro. A luta pela criação da empresa foi bela e consagradora

http://www.redebrasilatual.com.br/entretenimento/2014/05/praia-do-futuro-de-karim-ainouz-celebra-o-amor-alem-dos-estereotipos-6779.html

'Praia do Futuro', de Karim Aïnouz, celebra o amor além dos estereótipos

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/05/cpi-aprova-74-requerimentos-e-inclui-em-investigacoes-obras-da-refinaria-de-pernambuco-6238.html

CPI aprova 74 requerimentos e inclui investigação que ameaça Eduardo Campos

http://www.redebrasilatual.com.br/economia/2014/05/vendas-no-comercio-tem-retracao-em-marco-mas-crescem-no-ano-6631.html

Vendas no comércio têm retração em março, mas crescem no ano

http://www.redebrasilatual.com.br/blogs/copa-na-rede/2014/05/brasil-e-beneficiado-contumaz-dos-erros-de-arbitragem-em-copas-8480.html

Em Copas, Brasil anda com 'apito amigo' do lado. Relembre sete lances de Mundiais

http://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2014/05/justica-acolhe-denuncia-contra-militares-envolvidos-no-atentado-do-riocentro-5129.html

Denúncia contra militares envolvidos no atentado do Riocentro

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Joaquim Barbosa criou a *jurisjumência

247 - A jurisprudência criada por Joaquim Barbosa na discussão sobre trabalho externo dos condenados na Ação Penal 470 não representa o novo direito, mas sim a velha direita. A tese é do colunista Jânio de Freitas, no artigo "Com O ou com A". 
"Joaquim Barbosa não suscitou no meio jurídico apenas discordância e a sentida necessidade de torná-la pública, até para não aparentar aceitação da tese e do ato que impôs com a força do seu cargo (e parece que por ele pensada como sua). Há também muita preocupação com as possíveis extensões da sua decisão a julgamentos em curso no país afora", diz ele. "Não é para menos. Trocado em miúdos, o que Joaquim Barbosa faz é extinguir a condenação ao regime semiaberto. Se é exigido do condenado a esse regime que, antes de usufruir do direito ao trabalho externo, cumpra em regime fechado um sexto da pena, ele está igualado aos condenados a regime fechado, que têm direito ao semiaberto quando cumprido igual sexto da pena. Ou seja, regime semiaberto e regime fechado tornam-se iguais. Ou um só."
Na visão de Jânio, Barbosa é a expressão máxima de uma força política que ressurge no Brasil: a velha direita. "E vai por aí o conjunto de prepotências, que não nega apenas os códigos brasileiros, mas o próprio Direito. Deve ser o novo direito. Ou seria só a velha direita? Tanto faz, que dá no mesmo."
(*) Relativo a jumento
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PSDB e PSB - Fim de caso

O candidato do PSB, Eduardo Campos, fez as contas e constatou que a aliança de reciprocidade com os tucanos não vale a pena. O PSDB quer o apoio em São Paulo e em Minas Gerais. Os socialistas perguntam: “Qual a contrapartida?”.

Eduardo Campos e Marina Silva. Foto: Estadão

Além disso, Campos e sua vice, Marina Silva, concluíram que a situação dos tucanos não é confortável entre os paulistas e os mineiros. Sobre Pernambuco, os socialistas consideram que não há reciprocidade alguma, pois, se os tucanos não fecharem com o PSB, eles não conseguem eleger nenhum deputado federal.
Por isso, no comando de sua campanha, é consenso que essa aliança não traz nenhuma vantagem eleitoral.
por Ilimar Franco no jornal O Globo