Profissões distintas

Conta o Mestre Dines que:

"Em Portugal, quando um jornalista passa a trabalhar como assessor de imprensa, comparece ao sindicato e entrega a carteira de Jornalista, porque a partir daquele momento ele deixa de trabalhar com a Verdade, e vai trabalhar com "uma verdade".



Uma coisa é ser Jornalista.

Outra coisa é ser Assessor de Imprensa.

São profissionais distintos. Importante que, cada um exerça sua profissão com respeito e dignidade.

Sobremesa - Neno Cavalcante

Móveis sacro

Marcenaria em Iguatu-Ceará vira referência

Iguatu. Esta cidade é referência na fabricação de peças sacras no Ceará. O marceneiro Antonio Lopes, da empresa Genial Móveis, está no mercado de móveis planejados há 22 anos e dedicou-se à arte de produzir altares, mesas eucarísticas, santuários, púlpitos, pedestais, cadeiras, coluna e nichos. Durante o tempo de atividade, centenas de peças foram produzidas para igrejas nas Dioceses de Crato, Iguatu e Quixadá. Agora, a ideia é ampliar a o serviço para outras regiões.

Lopes divide o espaço entre a produção de móveis planejados de madeira para residências, lojas e escritórios, e de objetos sacros para igrejas. "O mercado permanece concorrido, mas quem tem qualidade encontra espaço, porque a demanda é elevada e há oportunidades para todos", frisa. Na avaliação de Lopes, os móveis de madeira permanecem como produto nobre. "No passado, a produção local era simples, vendida em lojas populares, mas havia aqueles decorados, vindos de outras regiões, que atendiam ao gosto de uma clientela mais sofisticada".


A partir de 2000, dez anos após ter uma marcenaria produzindo móveis comerciais e residenciais, Lopes começou a receber encomendas de fabricação de peças sacras. Inicialmente, o então bispo da Diocese de Iguatu, dom José Doth, fazia os projetos. "Ele me procurou com desenhos bem feitos e gostei da ideia e do desafio", conta. "Fiz muitas peças para a Catedral de São José, em Iguatu, que estava em construção na época".

A qualidade dos móveis obteve a aprovação do bispo e despertou a atenção de outros padres da diocese. "A partir desse trabalho, as encomendas foram ampliadas", relembra. Entretanto, ficaram limitadas à diocese de Iguatu. "Somos exclusivos, na região, na produção de móveis religiosos", frisa Antonio Lopes.

Nesse período, a marcenaria também recebeu encomenda de móveis para igrejas evangélicas, como cadeiras e púlpito, mas em menor escala. Lopes tem orgulho de ter organizado a marcenaria, única da região que dispõe de cabine para serviço de pintura e laqueadura das peças de madeira. "Fiz investimentos, adquiri equipamentos e treinei o pessoal", diz.


Mais informações:
Genial Móveis
Rua Nelson de Souza Alencar, 366
(88) 3581. 3866 / (88) 9222.5707
genialmoveis@hotmail.com
Iguatu-CE

por Honório Barbosa
repórter

Muricy é o preferido para ser o novo técnico da seleção brasileira, aponta *Ibope

Técnico do São Paulo tem 25% de preferência. Zico aparece em segundo com 20%

O técnico Muricy é o preferido da torcida para assumir a Seleção após a saída de Luiz Felipe Scolari, segundo pesquisa realizada pelo Ibop entre os dias 14/15 e 16 de julho, em 333 municípios brasileiros, com 7.777 entrevistados (não existe margem de erro).




O treinador do São Paulo alcançou 25%% da preferência em uma lista que tinha outros oito nomes:

Zico, Tite, Vanderlei Luxemburgo, Carlos Alberto Parreira, Mano Menezes, Marcelo Oliveira e Cuca.

*Instituto Briguilino de Opinião Pessoal

Eleição 2014

A campanha ainda demora um pouco
por Murilo Aragão - cientista político

Há uma enorme expectativa em torno das próximas pesquisas eleitorais, tanto por parte da oposição quanto do governo. Todos querem saber qual o dano ou o benefício que a Copa pode ter trazido para a presidente Dilma Rousseff (PT).

O ponto é este: até onde o resultado do Mundial atrapalhou o projeto de reeleição de Dilma? E por quê? Pelo simples fato de que muitos disseminaram a ideia de que o evento ia ser um fiasco e que “não é possível que a Dilma passe incólume”.

O resultado de tudo, no entanto, foi o menos esperado. A Seleção foi muito mal em campo e a Copa foi muito bem, a ponto de os canadenses do The Globe & Mail, entre outros, sugerirem que o campeonato de futebol seja feito para sempre no Brasil.

Deus nos livre! É muito mais fácil ganhar a Copa fora do país do que em casa. Aqui a Seleção tem de jogar contra a Fifa, o governo, a oposição, a imprensa, a “sinistrose”, os argentinos e, ainda, contra os demais times.


Voltando ao ponto: qual a sensação que teremos nas pesquisas? Desconfio que menos negativa do que a oposição gostaria. E, também, menos positiva do que o governo tanto deseja. O primeiro momento deve ser mais ou menos, sem grandes mudanças para Dilma, o que, no limite, é muito bom para ela, já que a Copa era um “problemaço” em potencial.

Para a oposição, a Copa não foi boa. Não alavancou ninguém nem atrapalhou o governo. Com o final do evento, o cenário se abre para as eleições, mas a transição não será automática. O país ainda vai viver algumas semanas de letargia política, ajudada pelo recesso branco no Legislativo e pelas férias do meio do ano.

Em algumas semanas, a decepção das derrotas em campo e o sucesso do evento terão sido assimilados e o front das dificuldades da presidente será mesmo a economia, que não anda bem. Porém, a campanha começará de verdade com o início da propaganda eleitoral em rádio e TV, em 19 de agosto. Até lá, o debate vai seguir em ritmo lento, tropical e relaxado. O que, de certa forma, favorece Dilma, já que quanto menor e menos intensa for a campanha melhor para ela. Sem fato novo, a campanha será decidida pela "sensação térmica" da economia.

Mentira Mervalina

Em artigo no O Globo, Merval Pereira afirma que:

"A aprovação na Câmara dos Deputados terça-feira do pedido de urgência para votar um decreto legislativo que anula o decreto da presidente Dilma Rousseff que cria conselhos populares em órgãos da administração pública"...

Pergunto a ele e demais que concordam e espalham esta mentira:

Quais conselhos a presidente Dilma Roussef propõe criar no decreto Nº 8243?

Respondo: Nenhum!




Portanto os motivos para a oposição ser contra o decreto, é outro.

Qual?

Psdb, Dem, PPS e todos que votarem contra a PNPS - Política Nacional de Participação Social - e o SNPS - Sistema Nacional de Participação Social - são contra a participação popular nas decisões de governos e do Estado. Eles querem distância do povo.

Saiba mais sobre o decreto 8243 Aqui



Economia

Quem é Brics e quem é Wall Street?
por Saul Leblon na Carta Maior

Aécio Neves resolveu mostrar a família no site de campanha.

Aquela coisa de ‘elevar’ o leitor ao nível do tanquinho de areia do ensino infantil. Aécio é filho de; pai de; tio de; neto de ... (a foto de Tancredo na parede só falta sorrir, como nos desenhos animados).

A vida é bela; a família mais bela de todas garante que o candidato tucano é um cara bacana...

A ideia, dizem os assessores, é combater o estereotipo do playboy desregrado, que pelo visto calou fundo nas pesquisas.




Aécio deveria mostrar outras filiações, as históricas, aquelas que decorrem de opções feitas na vida pública, não as herdadas na corrente sanguínea.

As eleições brasileiras de outubro –é forçoso reiterar, como tem feito Carta Maior-- não podem ser desperdiçadas em um fabulação publicitária feita de personagens simpáticos e imagens cativantes.

As eleições de outubro dialogam com um poder nada simpático.

Apesar da presença invisível nos palanques, como tem sido dito neste espaço, ele detém a singular capacidade de asfixiar o debate nacional, ademais de condicionar a agenda dos partidos e governantes, antes e à revelia do escrutínio das urnas.

A fonte desse poder invisível remete à hegemonia das finanças globalizadas em nosso tempo.

Sua supremacia reduz de forma importante o repertório das iniciativas políticas nacionais.

Não é uma jabuticaba brasileira.

O que vale para o Brasil não é diferente do que ocorre na Argentina, mas também na França, ou na Nigéria.

O ingrediente decisivo da luta pelo desenvolvimento, a soberania reordenada pelo voto democrático, e o poder indutor do Estado, operam hoje por instrumentos sob forte turbulência e restrição.

Não há novidade nisso, claro.




Nas transições de ciclo de desenvolvimento, porém, quando decisões estratégicas devem ser tomadas para desobstruir o passo seguinte da história, tais restrições assumem contornos de uma asfixia quase imobilizante.

É o caso da encruzilhada brasileira atual.

Mudanças de fundo são requeridas para inaugurar um ciclo de investimentos.

Sem avanços na infraestrutura e na produtividade, estreita-se a margem de manobra para consolidar um novo estirão na redistribuição da renda, na redução da desigualdade e na universalização de serviços de qualidade.

As opções são duas.

Entregar a rapadura de vez aos mercados, deixar que eles resolvam os impasses na base do arrocho; ou tentar erguer linhas de passagem de um novo ciclo convergente da riqueza.

A segunda escolha requer a força e o consentimento de uma ordenação pactuada da sociedade e da economia.

Estamos, portanto, diante de uma encruzilhada da democracia.

A ruptura dessa asfixia no ambiente global acaba de registrar um capítulo importante nesta 3ª feira ( 15-07) .

Um novo banco de desenvolvimento e um fundo de reservas alternativos ao Banco Mundial e ao FMI foram criados na reunião de Cúpula dos líderes dos Brics, realizada em Fortaleza, no Ceará.

A mídia conservadora fez pouco diante desse ensaio de Bretton Woods cearense e preferiu afogar a atenção dos seus leitores naquilo que é secundário.

A saber: o valor dos fundos iniciais e a ocupação de cargos no novo banco ,em que o Brasil terá a estratégica diretoria encarregada de planos de investimento e expansão.

A Índia inaugurará a presidência rotativa e a China sediará a instituição em Xangai.

O desdém em relação aos valores iniciais envolvidos (US$ 100 bi de fundo de reservas e um funding de US$ 50 bilhões, no caso do banco de desenvolvimento) precifica a ignorância ou a má fé, ou as duas coisas juntas, na abordagem obtusa da emissão conservadora.

O que está em jogo no xadrez do século XXI é a construção de novas estruturas de poder global que rompam com os frangalhos resultantes do colapso de Bretton Woods.

Hoje, o FMI e o Banco Mundial restam como um zumbi da arquitetura disciplinadora do capitalismo imaginada para a ordem internacional em 1944.

Inteiramente prestativos aos desígnios dos mercados desregulados –que nasceram para disciplinar—funcionam, a exemplo das agencias de risco, como alavancas pró-cíclicas do vale tudo especulativo.

Na fase de valorização irracional dos ativos e de fastígio do crédito, certificam a higidez das estripulias de Wall Street --como nas vésperas do colapso de 2008; em seguida, acentuam a espiral contracionista, chancelando políticas de arrocho quando as bolhas especulativas explodem.

A reunião dos Brics no Brasil moveu as placas tectônicas dessa ruína cristalizada no xadrez mundial.

Os valores envolvidos ganham dimensões superlativas quando associados à contrapartida política do que está em jogo.

Objetivamente, e de forma consistente, a decisão dos Brics afronta a subordinação passiva das nações à desordem neoliberal.

Países que reúnem um PIB da ordem de US$ 16 trilhões, superior ao da Zona do Euro, e uma população conjunta de 3 bilhões de pessoas, informaram ao mundo que vão construir instituições que colidem com a lógica de Wall Street e de seus braços institucionais.




Convenhamos, não é uma notícia agradável para quem defende que o Brasil, por exemplo, dissolva a sua soberania, seu poder de consumo, o pré-sal e a sua industrialização –para citar alguns de uma longa série de itens -- no detergente global dos mercados desregulados.

Carta Maior considera que a iniciativa histórica dos Brics amplia o espaço político para um debate qualificado de sua contrapartida no plano regional e nacional.
Não por acaso os líderes dos Brics se reuniram com os da Unasul, em Brasília, nesta 4ª feira.

A filiação que importa saber e que Aécio não registrou em sua fábula familiar, portanto, é quem é Brics, quem é Unasul e quem é Wall Street na política nacional?

Claramente, a disputa presidencial de outubro opõe dois projetos de futuro que guardam correspondência com a clivagem evidenciada nas decisões da cúpula reunida em Fortaleza.

Traduzir esse debate em textos que abordem a dimensão internacional e nacional da nova ordem em construção é o objetivo do seminário virtual, ‘O Poder da Internacional Financeira’, que Carta Maior está promovendo em sua página (leia os textos já publicados de Márcio Pochmann e Tarso Genro).

Para ele estão sendo convidados intelectuais de todo o Brasil e do exterior.

Bom dia!

Viver é algo que não dá para deixar para depois