Cliente de Marina não pediram confidencialidade

Cláusula de confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina Silva (PSB) para manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas palestras não se aplica a todos os seus contratos, que, juntos, somaram R$ 1,6 milhão; ao contrário do que Marina tem dito publicamente, quatro entidades disseram que não assinaram nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago a ela; candidata disse que mantém em segredo quem lhe contratou e quanto pagou, alegando que a confidencialidade é imposta por seus contratantes. Continua>>>


Conheça os piores Conselheiros sentimentais

Seu ex
Por mais evoluídos que vocês sejam e por mais que a relação tenha acabado numa boa, pedir conselhos sobre seu novo amor ao ex pode ser uma total furada. Em geral ele conhece coisas bem íntimas sobre você, o suficiente para atacar seus pontos fracos e inseguranças, caso desejar, ou mesmo inconscientemente. Além disso, ele inevitavelmente vai se comparar ao atual na hora de lhe aconselhar e você não vai querer repetir uma história que deu errado, não é? Faça o teste: o que seu ex-namorado representa na sua vida?

A ex dele
Ele pode até dizer que ela é superbacana e que hoje eles são bons amigos. Não acredite nisso cegamente. Ela pode até tentar ser sua amiga, mas é fato que ela também conhece muitos segredos dele e, inevitavelmente, irá se comparar com você. Leia: Guia prático para a atual e para a ex

Familiares dele
Qualquer membro desse grupo é suspeito para falar sobre a sua relação, seja para o bem ou para o mal. Os pais dele podem achá-lo perfeito. Já um primo invejoso pode guardar rancores e expor defeitos que você não conhecia e sobre os quais nem gostaria de saber. Além disso, falar da relação de vocês para a família dele pode ser bem estranho.

Amiga biscate
Independente de vocês serem boas amigas evite falar sobre seu novo relacionamento com ela. Pessoas com esse perfil tendem a enxergar sedução e sensualidade em tudo, o que já direciona a opinião para longe da imparcialidade. Leia mais: O comportamento sexual de uma piriguete

Avó ou tia-avó
O problema de gerações é gritante quando se trata de relações. Apesar de muitos idosos terem uma postura mais moderna, há uma grande parcela que ainda pensa de forma antiquada quando o assunto é relacionamentos.

Prima solteirona
Se ela faz o tipo que teve muitos namorados, mas todos fugiram na hora em que a relação ficou séria, cuidado. Se ela ainda for do tipo considerado de gênio difícil, melhor nem tocar nesse tema com ela. A fama de geniosa deve-se, provavelmente, ao jeito de enxergar a vida e as pessoas. Você não quer isso para você, certo?

Amiga rancorosa
Aqui podemos listar qualquer figura feminina que nutra um profundo rancor pelos homens. Em geral, raiva foi causada por uma ou várias decepções amorosas. Desse tipo de pessoa você só terá uma visão distorcida e voltada para o lado negativo, pode apostar.

Amiga recém-separada
Quem acabou de passar por um processo de separação não tem condições de ser um conselheiro imparcial nos assuntos do coração. A chance de projetarem frustrações e tristezas que viveram na própria história são grandes. É sempre mais prudente esperar um tempo para voltar a tocar em assuntos que envolvam parceria e amor.




Independente de sua situação, pedir conselhos é apenas uma forma de aliviar um pouco o fardo de tomar uma decisão difícil, ou mesmo de rever uma postura exagerada. A menos que seja dado por um profissional capacitado, qualquer “opinião” sobre sua vida é superficial, uma vez que só você sabe o que está sentindo. No final, sempre há a opção de seguir ou não o conselho. Ao que parece, a velha frase “se fosse bom não se dava, se vendia” continua valendo.
do Delas

247 - Clientes de Marina não pediram sigilo em contrato

A suposta cláusula de confidencialidade usada como justificativa pela candidata Marina Silva (PSB) para manter sob sigilo os clientes e valores individualizados de suas palestras não se aplica a todos os seus contratos, que, juntos, somaram R$ 1,6 milhão em receita bruta para a ex-ministra. De acordo com a Folha, ao contrário do que Marina tem dito publicamente, quatro entidades disseram que não assinaram nenhum acordo para tratar como sigiloso o valor pago a ela. Marina tem dito que mantém em segredo quem lhe contratou e quanto cada um pagou, alegando que a confidencialidade é imposta por seus contratantes.

A reportagem do jornal procurou 32 entidades para as quais Marina deu palestras desde 2011, após ter deixado o Senado. Das 17 que responderam aos questionamentos da Folha, quatro revelaram não ter existido nenhum acordo de confidencialidade. Destas, apenas a Fundação Dom Cabral se recusou a revelar o valor das duas apresentações, uma em 2011, em Belo Horizonte, e outra em 2012, em São Paulo.




Mas outras três abriram os dados: a Associação Comercial e Empresarial de Minas Gerais pagou R$ 31 mil, a Associação Brasileira dos Profissionais de Recursos Humanos do Rio repassou R$ 5.000, e o Conselho Federal de Contabilidade, R$ 33 mil. Nenhuma delas firmou qualquer tipo de acordo de confidencialidade.

Outras cinco instituições confirmaram o acordo para manter sob sigilo o valor pago, admitindo não ter sido exigência de Marina, mas procedimento interno padrão, e oito entidades disseram que Marina não cobrou pela apresentação. As demais não responderam aos questionamentos ou se recusaram a dar informações.

Procurada, a assessoria da campanha agora afirma que houve contratos sem cláusula de confidencialidade e sustenta que, posteriormente, a empresa de Marina passou a oferecer essa opção por exigência dos clientes. "É compromisso público da empresa de Marina Silva divulgar o mais breve possível a lista de todos os contratantes dos serviços prestados que não se opuserem à divulgação dos dados dos contratos. Para isso, todos os contratantes estão sendo procurados para autorizar formalmente a quebra da cláusula de confidencialidade", informou a assessoria.


Denise: "Que ela continue no governo para ele continuar avançando!"

Paulo Nogueira: O PSDB é hoje uma obsolescência.

Seus líderes foram cegos para enxergar as demandas do Brasil moderno.

Em vez de abraçarem a causa do combate à desigualdade, que é a grande questão nacional, eles se fixaram na velha, gasta, mentirosa, oportunista, hipócrita ladainha da corrupção.

Fizeram-se de virgens sendo marafonas.

Os tucanos foram espetacularmente desmascarados por Luciana Genro no debate da CNBB. As palavras de Luciana a Aécio, enumerando os atos de corrupção do PSDB, entrarão para a história da política nacional.

Compare o discurso pseudomoralista de Aécio com o de Dilma: qual tem mais apelo?

Dilma fixou sua campanha na questão social. Vem mostrando os avanços sociais brasileiros nestes anos do PT no poder.

De certa forma, todas as informações que sustentam estes avanços parecem novas, não porque sejam, mas porque a mídia não cobriu nada, ou por miopia ou por má fé.

Do Bolsa Família ao Mais Médicos, das cotas para negros ao Prouni, do aumento do salário mínimo ao Pronatec, a lista de realizações sociais é, inegavelmente, grande.

Podia ser maior? Claro que sim. Podia e devia. Mas é muito mais do que, excetuado Getúlio Vargas, qualquer outra administração fez contra a iniquidade.

Dilma tem o que mostrar e o que falar.

Melhor ainda para ela, certas coisas nem é ela que diz. São os outros. Nesta semana, por exemplo, a ONU informou que o Brasil deixou o “Mapa da Fome”.

Enquanto isso, FHC se diz chocado ao ler a Veja e deparar com denúncias, como se fosse um Carlos Lacerda.

Ele quer enganar a quem com esse choque de araque? Quer conquistar que votos? Os dos leitores da Veja? Ora, estes já são do PSDB. São os antipetistas viscerais.

O presente está perdido para o PSDB, e o futuro também estará a não ser que o partido se reinvente.

Mas com quem?

Com FHC, com Serra, com Aécio?

Esqueça.

Considere o caso do premiê escocês Alex Salmond, derrotado no plebiscito que decidiu se a Escócia permanecia ou não no Reino Unido.

Salmond, conhecidos os resultados, anunciou que deixaria a liderança de seu partido e renunciaria, consequentemente, à chefia do governo.

É preciso encontrar novos líderes, disse.

No Brasil, os chefes políticos só costumam sair de cena num caixão, e é uma pena.

Serra já deve estar pensando em 2018. Aécio provavelmente logo estará pensando nisso também.

Uma empresa se renova com sangue fresco. Um partido também. O PSDB, neste sentido, é a quintessência do bolor.

Os tucanos pagam “militantes” para fingir que Aécio é popular. Mas este tipo de expediente apenas demonstra que o discurso velho do partido não comove ninguém.

O dinheiro compra até o amor verdadeiro, escreveu Nelson Rodrigues.

Mas não compra votos, e o PSDB parece desconhecer esta verdade indestrutível.



Brigulinks sabático






El País: A busca pelos ‘excluídos do Bolsa Família’ encontra os brasileiros invisíveis

Na porta de uma das casas de barro da zona rural de Alto Alegre do Pindaré (no oeste maranhense), Lucas, de 3 anos, brinca com um pássaro jaçanã morto ao lado das irmãs Ludmila, 6, e Bruna, 5. Dentro da casa, a mãe, Maria Eliane da Silva, de 22 anos, cuida do filho mais novo de oito meses quando uma equipe da Secretaria de Assistência Social entra para conversar com ela sobre o Bolsa Família.
A família só se cadastrou no programa do Governo federal agora, porque antes não tinha os documentos necessários, apesar de nunca ter tido nenhuma fonte segura de renda na vida. O marido de Maria faz bicos e recebe, quando consegue trabalho, em média 30 reais por dia. Nos meses bons, paga os 50 reais de aluguel da casa de três cômodos e compra comida para os filhos. Nos meses ruins, todos passam dias à base de uma papa feita de farinha e água, contam eles.
No município, seis de cada dez pessoas vive na pobreza, sendo que quatro delas estão em famílias cuja renda per capta não chega a 70 reais –são as consideradas extremamente pobres. As opções de trabalho são escassas: uma pequena rede de comércio no centro e cargos na prefeitura. A maioria das pessoas trabalha como diarista em roças ou no “roço da juquira”, a limpeza de áreas desmatadas para o pasto do gado.Cerca de metade dos moradores depende da bolsa do governo.


O que o

A equipe da prefeitura de Alto Alegre do Pindaré que visitava a casa de Maria Eliane fazia a chamada “busca ativa”, que tem o objetivo de procurar pessoas em situação de extrema pobreza que ainda não estão incluídas no benefício. Estima-se que 25% dos pobres do município que teriam direito à bolsa ainda não a recebem.
O EL PAÍS acompanhou o trabalho da equipe por dois dias na semana passada. Nas visitas, presenciou casos como o de Antônia Costa, de 31 anos, que se prostitui para complementar a renda; de Francilene Araújo, uma adolescente de 14 anos recém-casada que nunca saiu do povoado onde mora, ou de Sara de Jesus, grávida de quatro meses, que passa fome ao lado da filha de quatro anos. Nenhuma foi atrás do benefício ou porque moram longe da secretária, onde é possível fazer o cadastro, ou por não terem os documentos necessários (CPF ou título de eleitor). Ao identificar casos assim, a equipe cadastra as famílias, explica como o programa funciona e explica como tirar os documentos –muitos não sabem que a primeira via é de graça.
A equipe de “busca ativa” atua na cidade há um ano, mas ainda não visitou todos os cerca de 200 povoados porque muitos só são acessíveis por meio de estradas de difícil acesso. A secretaria não tem carro adequado para chegar a esses locais, mas afirma que uma caminhonete chegará nos próximos meses. Um barco também foi comprado para que fosse possível alcançar as áreas ribeirinhas ou que alagam na temporada de chuva, mas o piloto ainda espera a chegada da habilitação para poder manejá-lo. No mês passado, 44 famílias foram “captadas” nas visitas.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome diz que o governo lançou a ação há três anos e, neste período, as equipes municipais conseguiram localizar 1,35 milhão de famílias. Atualmente, 13,9 milhões de casas recebem o Bolsa Família (cerca de um quarto da população brasileira), quase um milhão delas no Maranhão, onde se concentra a maior proporção de pobres do Brasil.
Para a ONU, o programa teve uma importante participação na redução da fome no país, que nos últimos anos caiu pela metade. Atualmente, cerca de 10 milhões de pessoas não têm o que comer no Brasil.

“É só dormir que a fome passa”

Sara de Jesus Lima, 23, segura a foto do filho que nasceu morto. / ALEX ALMEIDA
Sara de Jesus Lima, 23, interrompe a conversa com a reportagem na área rural de Alto Alegre do Pindaré, vai até o quarto e volta com uma fotografia em mãos. É a imagem do filho, recém-nascido, que morreu no trabalho de parto. A mãe de Samara, 4 anos, está grávida de quatro meses e não recebe o Bolsa Família. “Nunca fui atrás. Nem tirei os documentos”, conta. A família sobrevive do pouco dinheiro que o marido recebe na roça e da ajuda de vizinhos. Não são poucos os dias em que todos passam fome ou comem apenas uma papa de farinha com água ou um mingau de arroz. Na tarde da última quinta, havia apenas quatro garrafas de água e uma de limonada na geladeira. A família mora em uma casa de barro, com teto de palha, mobiliada apenas por duas redes, um colchão de casal apoiado em pedaços de madeira e a geladeira, distribuídos em três cômodos –sala, quarto e cozinha. O banheiro, uma estrutura aberta cercada de palha, fica nos fundos do terreno: é um buraco no chão coberto por uma tampa removível de madeira–uma estrutura bastante comum na área rural da região. Logo ao lado, mora a mãe dela, Terezinha de Jesus Lima, que não sabe a própria idade. Ela, o marido, de 67 anos, e outros dois filhos sobrevivem dos 374 reais que ganham do Bolsa Família, mas não tinham conseguido sacar o rendimento do mês porqueo dinheiro havia acabado na lotérica. “Tem dias que o velho pergunta: ‘Minha velha, o que vamos comer hoje?’ Eu falo: ‘Meu velho, é só dormir que a fome passa. E esperar amanhã por Deus”.

“Eu dou um rolê”

ALEX ALMEIDA
Em um canto da casa de Antônia, 31 anos, estão empilhados quatro grandes sacos de arroz, produto da roça que ela tem com a família. “Isso dá pra meses. Vou comer devagar”, comemora. Ela não recebe o Bolsa Família porque perdeu os documentos e nunca fez outros, a segunda via é paga. No final da tarde da última quinta-feira, ela se preparava para sair de casa para dar um “rolê”, forma como, timidamente, descreve os programas que faz. Na cintura, levava um canivete. Do lado direito do olho, tinha uma mancha escura, que ela diz ser consequência de uma queda. Antônia tem três filhos: o de 5 e o de 9 anos vivem com a mãe dela e estão incluídos no cadastro do Bolsa Família da avó. A de 15 vive sozinha. “Aqui é ruim, não tem como trabalhar”, conta ela, que há alguns anos voltou do Pará, onde exercia a função de cozinheira em um garimpo. Nos “rolês”, ela consegue entre 30 e 40 reais, conta. Quando não tem dinheiro, pesca peixe no rio. “Tem um velhinho também que eu ajudo e ele me ajuda, me dá as coisas.”

“Queria ser doutora, mas vou ficar quieta mesmo”

Francilene, 14 anos, ao lado de uma inscrição com o nome dela e do marido. / ALEX ALMEIDA
Francilene Mendes Araújo, de 14 anos, nunca percorreu os 29 quilômetros de estrada que afastam o povoado de Cajueiro, bairro repleto de pés de caju, do centro de Alto Alegre do Pindaré, onde está o cartório necessário para que ela retire os documentos que ainda não tem. Ela cursa a oitava série do Ensino Fundamental na escola do povoado, que atende 12 crianças em duas salas multisseriadas (que juntam alunos de séries distintas). No ano que vem, deixará de estudar porque só há Ensino Médio em outro município e ela tem que caminhar por mais de uma hora para chegar lá. “No inverno chove e ninguém passa”, conta. Quando questionada se tem algum sonho, ela para, pensa e, com um sorriso tímido, responde: “Queria ser doutora. Mas vou ficar quieta mesmo."


 Alto Alegre do Pindaré (MA)