Teori Zavascki merece palmas de pé por ter posto Sérgio Moro no seu devido lugar

Teori Zavascki jamais vai ser o Homem do Ano da Globo, e isto é um formidável ativo que ele carrega.
Teori é aquele tipo de ministro do STF tão raro: aquele que não se deixa deslumbrar e intimidar pela mídia.
Suas sentenças não parecem feitas para agradar a Globo, e sim para buscar o máximo de justiça numa disciplina complexa e não exata.
Mais que nenhum outro juiz, ele deu uma cara nova ao Supremo quando a ele chegou, num momento em que Joaquim Barbosa, sob incentivo cínico da mídia, comandou um espetáculo tétrico de justiça partidarizada no Mensalão.
Depois de escolhas desastrosas de juízes pelo PT – Barbosa por Lula, Fux por Dilma – Zavascki devolveu ao menos parte da respeitabilidade perdida pelo STF no Mensalão.
É antológica a enquadrada que Zavascki deu, ontem, em Sérgio Moro, candidato a ser um novo Joaquim Barbosa como símbolo da justiça torta com sua condução descaradamente antipetista da Lava Jato.
Zavascki usou as palavras certas: o método de Moro – manter presas pessoas sem culpa configurada em busca de delações — é “medievalesco” e envergonha qualquer “sociedade civilizada”.
Moro acabou ali.


O que se verá, daqui por diante, são os restos de Moro vagando por Curitiba, à espera do desfecho de uma história da qual ele sai como vilão.
Gilmar Mendes acompanhou Zavascki na sessão que liberou nove empreiteiros que já não tinham o que fazer na prisão. Mas é difícil encontrar nobreza em Mendes.
É mais fácil imaginar que ele tenha votado certo pelo motivo errado – raiva de Moro por estar recebendo os holofotes que foram dele e colegas do STF no Mensalão.
Zavascki fez uma coisa que parecia impossível até pouco tempo atrás: deixou o STF com cara de tribunal de justiça, e não de departamento jurídico da direita.
Por isso, palmas para ele. De pé.
por Paulo Nogueira - Diário do Centro do Mundo

Após primeira derrota na Justiça, aliados de Moro, tentam o marketing




por Paulo Moreira Leite
Após a vitória democrática no STF, quando nove empresários e executivos deixaram a cadeia onde permaneciam sem culpa formada há cinco meses e meio, os aliados do juiz Sergio Moro reaparecem com a conversa sobre a “sensação de impunidade” que essa medida pode causar.
Estamos falando de sensação, ou seja “impressão captada pelos órgãos dos sentidos visual, olfativo, gustativo,” nas palavras do Houaiss. Não estamos falando dos fatos. Nem de uma discussão racional sobre a decisão de Teori Zavaski, que na minha opinião se baseou numa visão puramente técnica das leis em vigor no país — e até poderia ter sido tomada há mais tempo. O argumento procura fugir do debate que importa. Fala de “sensações” que podem ser produzidas, construídas, manipuladas, e dificilmente serão contestadas. Alguma coisa mais próxima da música, do cheiro, do paladar.
As sensações são uma grande arma da política, sabemos todos, e garantem honorários milionários a marqueteiros e seus ajudantes.

Na década de 1980, o governador Franco Montoro, então no MDB, implantou uma política de direitos humanos em São Paulo. O objetivo, digno de todo apoio, era impedir a violência policial, que prendia, torturava e executava suspeitos apanhados pela polícia. Verificou-se, então, uma situação curiosa. Os herdeiros da ditadura militar eram partidários até da tortura como método de investigação mas ficavam constrangidos de assumir essa visão em público. Não pegava bem. Eles preferiam esconder-se atrás da “sensação” de que que os criminosos podiam agir impunemente, que a polícia estava de mãos amarradas pelos “direitos dos bandidos” e assim por diante. Não era preciso debater a importância de um país respeitar os direitos de pobres e ricos, brancos e negros, homens e mulheres. Nem debater possíveis erros, desvios, imperfeições. Aliás, nem era preciso falar a favor — ou contra — a volta da tortura. Bastava colocar-se numa fingida posição de observador, sem partido, sem ponto de vista.
Foi assim, através de um condomínio de delegados, ex-policiais e jornalistas articulados para combater uma proposta política determinada se construiu uma “sensação” em São Paulo. Com o passar dos anos, essa visão ganhou corpo e expressão, servindo de bases para ataques ao governo e a uma nova direita civil, captada pelo antropólogo Antonio Flavio Pierucci num trabalho de pesquisa junto a eleitores nos bairros de classe média da cidade. Num depoimentos captados por Pierucci a sensação gerava seu efeito máximo, que é transformar-se em fantasia: uma cidadã de classe média jurava que os direitos humanos haviam gerado tanta mordomia aos criminosos que eles até tomavam champagne na prisão.

Num país onde a criminalização da atividade política recomenda que a justiça se faça com penas duras, julgamentos espetaculosos e um desprezo assumido pela presunção da inocência, toda vez que uma porta de cadeia se abre muita gente é levada a imaginar que se encontra em situação de risco. A questão não é julgar — é punir, de qualquer maneira.
Isso é ainda mais verdade na república de Sérgio Moro, adepta, nas palavras do ministro Marco Aurélio Mello, da prática de “prender para depois apurar.” Mas não é de surpreendente num universo cultural e político que se move por olfato, audição, paladar. Este mundo dispensa todo esforço para examinar os fatos em sua complexidade. Considera perda de tempo conhecer os argumentos de todas as partes e faz o possível para calar as vozes discordantes, insuportáveis. A política de “sensação” estimula movimentos autoritários, que sempre dão a “sensação” de que alguma coisa está sendo feita.
Mas é hora de denunciar golpes tão baixos e mostrar seu caráter ridículo. Falar em “sensação de impunidade” num país onde as as operações policiais se multiplicaram por mais de 100 vezes é um bom argumento para quem quer fingir-se de louco.
Tenho certeza de que, com a chegada dos tempos modernos, quando as fogueiras da Inquisição foram apagadas, eliminando a prática de tortura e a morte de hereges, muitos fiéis foram levados a cultivar a “sensação” de que as forças das Treva ganhavam terreno, o fim dos tempos se aproximava e assim por diante. Engano. Era só a humanidade que havia conseguido avançar um pouquinho.
Foi isso o que ocorreu no STF - Supremo Tribunal Federal -.


Operação lava jato: Delator já é considerado foragido




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O "Careca", Réu na Operação Lava Jato, o policial federal afastado Jayme Alves de Oliveira Filho, que revelou em delação ter repassado R$ 1 milhão ao ex-governador de Minas Antonio Anastasia (PSDB) segue desaparecido; o juiz Sérgio Moro mandou soltá-lo e agora ele é considerado fugitivo; a PF estuda colocá-lo na lista da Interpol; a investigação do caso foi prejudicada porque depende do depoimento da testemunha.



Zé Dirceu: Rentistas, especuladores, mercado, ávidos cobram mais uma alta da Selic




Tudo igual. O roteiro é conhecido, o script manjado há muitos e muitos anos. O Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central (BC) iniciou ontem a reunião que realiza a cada 45 dias e no início da noite, hoje, anuncia sua deliberação sobre a taxa básica de juros Selic.

“A expectativa de analistas e investidores do mercado é que a autoridade monetária opte por um novo aumento de 0,5 ponto percentual. Caso a projeção se confirme, a Selic, atualmente em 12,75%, chegará a 13,25% ao ano”. Notas como esta pipocavam nos jornais de ontem, dentro da velha estratégia dos interessados em plantar aumentos cada vez mais frequentes e maiores da Selic.

Quem “planta” esse tipo de notícia? Os de sempre, rentistas, especuladores, o chamado “mercado”, que se vale da mídia, transforma-a em seu porta-voz (não que ela se constranja em cumprir esse papel…muito pelo contrário) e antecede as reuniões do COPOM com os mais diversos prognósticos mas todos com um ponto em comum: a reunião do Comitê preveem e cobram não se encerrará sem que a Selic seja aumentada…

Para compreender melhor o resultado disso tudo, vocês não podem deixar de ler a análise do Luís Nassif, publicada no blog dele, no seu JornalGGN, sob o título “Os resultados iniciais do pacote Levy”. Está irrespondível. Governo, rentistas, especuladores, mercado podem não gostar, mas não têm como contestá-lo tal a objetividade com que ele faz esta análise.



Charge do dia




Esse Bessinha



Briguilinas




PITACOS DO DIA

Novo colunista do Globo: Merdieval Pereira.
— Raoni Levitsky
Marta, a política adora a traição e odeia o traidor.
— Engenheiro Leonel
Moro também não gasta pente à toda: deixou escapar o careca.
— Totonho



Poesia do dia




O melhor da vida está em saber viver: 
Sorrir com as flores, dançar com o vento, abraçar a chuva...
Falar com os pássaros, cantar com os rios, escutar o mar.
O melhor da vida, é sentir a música, amar...
Se apaixonar todos os dias, viver as lembranças, acordar com o passado...
Ser presente, se encantar com o futuro.
O melhor da vida é dizer te amo, não ter vergonha de amar. 
O melhor da vida é dividir segredos, multiplicar amores, somar sorrisos, subtrair tristezas...
O melhor da vida é triplicar felicidade e ser, feliz !

Leônia Teixeira