Nu couché




(...) Nu deitado, Dormir nu com os braços abertos ou Nu vermelho?




Seja qual for o verdadeiro nome deste quadro de Amadeo Modigliani
Não faz sentido uma obra de arte valer tanto dinheiro
170,4 (cento e setenta milhões e quatrocentos mil dólares)

Verdade seja dita: o canalha Josias de Souza manipula as palavras como poucos

Lê abaixo, com atenção, a mágica que o pena-paga faz para divulgar a vontade do patrão
Para se defender de Lula, Dilma defende Levy, por Josias de Souza




A esse ponto chegou o relacionamento entre Lula e Dilma: nesta segunda-feira, a presidente teve de defender um de seus principais auxiliares, o ministro Joaquim Levy, dos ataques de seu padrinho político. Fez isso por autopreservação, não propriamente por apreço a Levy, que já desprestigiou tantas vezes. “Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está”, disse Dilma, na Turquia.
E quanto à tese de Lula segundo a qual o ministro da Fazenda tem ‘prazo de validade’? “Não concordo”, afirmou Dilma, em timbre peremptório. “Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito. Mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo”, acrescentou a criatura, com a amizade pelo criador já meio cansada.
Joaquim Levy é, hoje, o que Aloizio Mercadante foi ontem. Alvejado por Lula, Mercadante foi defendido por Dilma inúmeras vezes. Até nota oficial madame mandou divulgar para assegurar que seu ministro preferido permaneceria na Casa Civil. Lula não se deu por achado. E Mercadante foi mandado de volta à pasta da Educação. Cedeu a poltrona a Jaques Wagner, como queria Lula.
No lugar de Levy, Lula quer acomodar Henrique Meirelles. Como presidente do Banco Central, Meirelles coabitou o gabinete de Lula com Dilma, então chefe da Casa Civil. Divergiam em matéria de economia. Nessa época, suprema ironia, Dilma discordava frontalmente do receituário de Meirelles, muito parecido com o do agora ministro Levy.
Conforme já comentado aqui, ao marchar sobre Levy, Lula inova: empurra para dentro da frigideira a própria Dilma. O morubixba do PT, que já dá as cartas na condução política do governo, quer privar Dilma até de nutrir a ilusão de que preside sua equipe econômica.
Numa tentativa desesperada de demarcar o seu terreno, Dilma deixa claro que não é precisamente contra a fritura. Ela própria já andou flambando Levy. A presidente apenas é contra ser fritada. Por isso resiste. Até quando?




Era FHC e Era Lula: não bastou o capital ganhar, o salário crescer é imperdoável

fnc
Outro dia ainda mostrou-se aqui a elevação da renda dos mais pobres no Brasil. Praticamente dobrou desde o início da chamada “Era Lula”.
Mas não foi só a deles, foi toda a renda do trabalho.
Não que tivesse caído ou deixado de crescer, em ritmo até maior, a renda do capital, garantida pelos juros sempre elevados do Banco Central, embora menor, claro, que no período FHC.
Continuaram ganhando muito. Apenas um pouco – bem pouco – menos que antes
É bom para que se entenda o que torna os governos de inspiração trabalhista tão odiosos a esta gente. Eles não querem muito, somente. Querem tudo.
Os gráficos e o texto abaixo são do blog do Professor Fernando Nogueira da Costa, da Unicamp:

Renda do Capital versus Renda 
do Trabalho: 2003-2014 X 1995-2002

Fernando Nogueira da Costa (trecho)
No período 1995-2002, o juro nominal elevou-se 24,6%, em média anual, face a uma taxa de inflação média de 9,1%, resultando em uma elevação média anual do juro real de 15,1%. O rendimento médio real dos trabalhadores teve uma queda anual média de -1,05% ao ano. A renda do capital financeiro multiplicou seu poder aquisitivo real em 3,2 vezes. Enquanto isso, a renda do trabalho perdeu 16,6% do seu poder aquisitivo.
Entre 2003 e junho de 2015, o crescimento médio anual do juro nominal foi mais do que o dobro do IPCA: 13,2% ao ano. contra 6,1%. Desde 2005 até 2014, a taxa de inflação ficou dentro do teto da meta de 6,5%. Mesmo assim, em todo o período considerado, com o ano corrente projetado (2003-2015), a política de juro concedeu um juro real médio anual de 6,6% aos investidores. Em contrapartida, as variações do salário real restringiram-se à média anual de 1,1%. Então, foi 6 vezes maior o crescimento real da renda do capital do que o da renda do trabalho.
Portanto, constata-se na história recente brasileira, a posteriori, um exagero do juro ex-post, isto é, deflacionado pelo IPCA. Evidentemente, ele tem um impacto distinto do juro real ex-ante (esperado) que influencia as decisões na época de sua fixação. NaEra Neoliberalfoi 2,7 vezes maior do que a taxa de inflação média. Na Era Socialdesenvolvimentista, foi 2,2 vezes maior. A queda do salário real na Era do Livre-Mercado (sic), foi de -16,6%, ou seja, percentual igual e contrário ao da sua elevação de +16,3% na Era da Hegemonia Trabalhista.

Quadrilha de Moro deflagra a 20ª fase da Operação lava jato

Desta operação tenho duas certezas:

  • 1ª) Toda corrupção que envolva tucanos, não vem ao caso e podemos tirar se o pig achar melhor
  • 2ª) Não haverá a 45ª fase da Operação lava jato
Abaixo post de Fernando Brito no Tijolaço sobre o assunto:

A investigação do culpado pronto

gato



A deflagração, agora cedo, a 20ª fase (vigésima!!) da Operação Lava Jato, com mandatos de busca e de detenção de pessoas no Rio e na Bahia, não pode deixar de fazer algumas considerações sobre os métodos da força-tarefa de procuradores e do juiz Sérgio Moro.
Velhos jornalistas, que acompanham noticiário policial há décadas, sabem que não é normal que operações policiais resultantes de investigações ocorram desta forma. Em geral, espera-se reunir uma massa considerável de informações e indício de crimes e, só então, dá-se o “bote”, porque a surpresa é elemento essencial destas ações, permitindo que buscas e apreensões “rendam” provas concretas da culpa ou participação de pessoas e empresas em negócios escusos.
Está claro, porém, que a Operação Lava Jato segue métodos diferentes.
Define-se o “alvo”, aqueles a quem se quer “pegar”. E, então, vai-se juntando o que sustente a persecução penal dos “alvos”. Degrau por degrau – parece que o “da vez” é o ex-presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli – em direção a um objetivo pronto, que todos sabem quem é: Lula.
Algo como definir o “culpado” e aí então procurar as culpas. Se se não acharem, castiga-se com meses, anos de suspeitas espalhadas nos jornais.
É isso o que denuncia uma ação autoritária, não uma ação de autoridade republicana, que parte dos fatos para apurar sua materialidade e seus autores.
É próprio dos que têm a distorção mental do perseguidor, daquele que usa o poder para fazer o que deseja, não o que, com sua responsabilidade pública, tem o dever de fazer e nada mais.
Conduz-se-a como um enredo de novela, onde há um “vilão” que o público vai identificando e “torcendo” para que, ao final, seja “castigado”.
E os métodos são os de todo autoritário: a pressão, a chantagem moral, o “acuse ou ficará preso o resto da vida”.
Hoje, a Veja dá a seguinte nota cínica:
Investigadores que atuam na Lava-Jato preveem uma condenação a 100 anos de prisão para o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, caso ele não feche um acordo de delação premiada. Mesmo que a pena seja essa, o máximo que uma pessoa pode cumprir em regime fechado são 30 anos. Para Marcelo Odebrecht, a previsão está na casa dos 20 anos.
Mas, se disse tudo o que querem, sai barato, como saiu para Alberto Youssef, que já ficou livre depois da roubalheira do Banestado e Paulo Roberto Costa, que já está em casa, e até sendo aplaudido, segundo ele próprio, que vai sendo entronizado como “São Ladrão”.
E assim seguem os investigadores dos culpados prévios, conseguindo acusações, transformando conversa em crime, bandido em oráculo e se servindo de qualquer meio para que se encontre qualquer transação que possa ser apresentada como “prova” de que todos são corruptos na política. Ou de um dos lados da política.
Porque do outro, não vem ao caso.

Equipe da Globo interrompe gravação após denúncia de morador de MG



Isso é para mostrar como as "verdades" são escolhidas pela empresa que os Coxinhas idolatram

Terrorismo em Paris e em Fortaleza



por Gustavo Gollo

Em Paris, grupos de homens armados abriram fogo contra populares em locais públicos, matando mais de uma centena de pessoas. Em Fortaleza algo similar ocorreu resultando em 11 mortes. Há fortes similaridades entre os dois atos de terror, cometidos com armas de fogo contra pessoas comuns; uma diferença drástica: a enorme repercussão de um caso, com fortíssimos ecos internacionais e a invisibilidade do outro, merecedor apenas de notas em páginas policiais.
Há diferença de escala entre ambos os fatos, é certo, tendo havido 10 vezes mais mortes em Paris que em Fortaleza. A diferença não explica o descaso quase total sobre a tragédia brasileira, gravíssima, mais até que a francesa, creio, em virtude das peculiaridades do terrorismo brasileiro. Explicarei.
Não compreendo minimamente o ato ocorrido em França. Há sugestões de ter sido obra de religiosos islâmicos, o que me pareceria francamente conflitante com os preceitos da religião, mas nada entendo sobre o assunto. Percebo nesse caso, apenas, uma ocorrência derivada de sugestões contínuas estimuladas pelos estados belicistas e meios de comunicação de todo o planeta desde os atentados de 2001 ao pentágono e torres. Desde essa época, os meios de comunicação me parecem sugerir atentados nos moldes cinematográficos, idealizando o perfil de uma organização terrorista clássica, disparatada. Esse me parece o primeiro evento nos moldes preconizados pela TV.
Enfatizemos a civilidade dos meios de comunicação franceses abafando a divulgação de imagens indignas e ofensivas a vítimas e familiares, atitude louvável mas decepcionante e humilhante aos olhos dos meios de comunicação em terras bárbaras.
Desnecessário apontar o empenho do estado francês, e de toda a Europa, em esclarecer os fatos e resolver o problema.
Tanto a divulgação quanto o empenho na solução das tragédias, no entanto, contrasta os fatos em França e Brasil. Lá o caso assumirá uma gravidade sem precedentes, incitará inúmeros debates dos quais resultarão atitudes claras, impositivas, reais. Aqui o caso será insignificante.

O massacre brasileiro é ainda mais absurdo que o francês. Um policial reage a assalto e morre na ação. Em “represália”, por “vingança”, policiais executam 11 cidadãos e jovens nas redondezas da ocorrência.
A ação é gravíssima: um caso de latrocínio dispara uma enorme onda de assassinatos cometida, exatamente, por aqueles que deveriam coibir ações desse tipo. Trata-se de um ato de terrorismo cometido por uma organização militar, a PM, ou paramilitar, a polícia civil. Os terroristas executam 11 populares, a esmo. O caso é visto com naturalidade.
É a naturalidade do fato, mais que tudo, que ressalta a gravidade do problema, que o torna muito maior que o francês. Os franceses tomarão providências, a estratégia terrorista causará indignação, será repudiada por todos. O absurdo do fato será evidenciado, e a ação esvaziada de qualquer sentido que pudesse vir a ter. A barbaridade será exposta e condenada por todos.
O ato terrorista cometido pelos policiais brasileiros, no entanto, será amenizado. Será visto com naturalidade, como coisa corriqueira. “Não temos esse problema de terrorismo, isso é coisa de europeu e muçulmano”, ouviremos. Ocorre que aqui somos todos bárbaros, e o terrorismo cotidiano. Natural que a polícia execute uma dezena de pessoas em represália à morte de um policial, ouvimos a recomendação repetida dezenas de vezes na TV. E o massacre permanecerá impune, os assassinos continuarão na ativa; talvez recebam um pito.
Insisto: a gravidade do problema é proporcional ao descaso, não à sua repercussão. O ato terrorista cometido em Fortaleza é muito mais grave que o francês, exatamente, pelos motivos que o abrandam a nossos olhos. É, exatamente, por não percebermos a gravidade do fato que ele tem dimensões muito maiores do que aquele que ecoa pelo mundo.
A ocorrência em Paris ecoa pelo mundo porque os franceses, sendo civilizados, horrorizam-se com a barbárie reintroduzida em suas terras, indignam-se e expõem sua indignação ao mundo. Os atentados terroristas promovidos pela polícia de Fortaleza não comovem, minimamente, por terem sido perpetrados contra um povo bárbaro que não compreende a gravidade do fato, que compactua e aprova uma polícia assassina e sanguinária. Os atentados ocorridos aqui, por nós, contra nós mesmos, não comove a ninguém, nem a nós mesmos. O extermínio de bárbaros não é comovente.
Mas, o que são os bárbaros, o que somos nós?
Sabemos que os franceses são civilizados, ou seja, indignam-se contra a matança de seres humanos, valorizam a vida humana, tendo esses como princípios muito básicos que se somam a muitos outros e incluem a repulsa à exploração da imagem do sofrimento humano em vídeos. Nós, bárbaros, estamos a meio caminho entre esse estado e o de animalidade. Já não somos mais animais e, quase sempre, reconhecemos isso. Já temos certo respeito por vidas humanas. Estando a meio caminho entre a animalidade e a civilidade, no entanto, frequentemente nos perdemos e nos confundimos entre um e outro estado. E nesses momentos matamos, executamos pessoas, por vezes a esmo. Defendemos a naturalidade das execuções cometidas pela polícia, do terrorismo cometido por essa entidade criminosa disseminada por todo o país. Não percebemos a gravidade do assassinato de pessoas, consideramos os assassinatos de brasileiros tão naturais quanto a matança de bois. Colocamo-nos, assim, a meio caminho entre bois e pessoas; não são outros que o fazem, somos nós mesmos. E não o fazemos quando expomos o fato, mas quando nos comportamos como monstros.
A naturalidade com que encaramos os atos terroristas ocorridos em Fortaleza é uma prova incontestável de nossa selvageria, de nosso estado de barbárie, de modo que, aos olhos do mundo civilizado, estamos a meio caminho entre a animalidade e a civilidade, ou seja: somos monstros.
Os franceses não se insurgirão contra o islamismo, nem clamarão barbaramente pelo extermínio dos bárbaros, mas indignar-se-ão contra a barbárie. Nós faremos coro com ela.
Enquanto não reconhecermos a barbárie, essa condição monstruosa a meio caminho entre a animalidade, a selvageria, e outra, mais propriamente humana, civilizada, permaneceremos nesse estado lastimável, a meio caminho da civilização.
O ato terrorista perpetrado pelos policiais cearenses, tão obviamente disparatado, desprovido de qualquer tipo de racionalidade e humanidade deveria servir de bandeira para o reconhecimento da condição de civilidade à qual devemos almejar.
Já não somos animais, já estamos a meio caminho da civilidade, agora somos monstros.

Geraldo Alckmin, o senhor Gambiarra

É triste ver uma empresa com a tradição da Sabesp sendo levada a passar os vexames que tem passado.

Hoje a Folha mostra que o córrego que conduziria a água da Represa Billings para o sistema Alto Tietê sendo "forrado" por gabiões – gaiolas de tela, cheias de pedra – para evitar desmoronamento dos barrancos e, em alguns trechos, tendo o fundo revestido da mesma forma para evitar o "arrasto" da terra.

É a correção tardia do que, se não tivessem sido obrigados a correr insanamente, os engenheiros da companhia teria feito normalmente, por se tratar de "beabá" da estabilização de canais.

Imaginem se uns metrinhos do canal de transposição do São Francisco desmoronassem?

O Ministério Público e o Tribunal de Contas estariam, a essa hora, enchendo de carvão as fornalhas da mídia sobre "desvios" e "irresponsabilidades" na obra.

Mas em São Paulo cai viga de Rodoanel, tomba viga de monotrilho, afunda cratera do Metrô e desmorona margem de rio sem que aconteça nada …

por Fernando Brito - Tijolaco