Paulo Nogueira: devemos um pedido de desculpas a Dilma, de joelhos

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Sozinha na luta
Reli certas coisas que escrevi na época do impeachment. Uma delas me chamou particularmente a atenção.
Era um pedido de desculpas nacionais a Dilma. Como pudemos deixar uma mulher honesta — e competente — ser derrubada por um bando de corruptos cujo pretexto era exatamente a corrupção?
Os últimos dias me levam a reforçar as desculpas. Desculpas, agora, de joelhos.
Temer, Padilha, Geddel — eis o tipo de gente que sabotava Dilma sob apoio massivo da Globo e do restante da mídia, e sob o olhar bovinamente cúmplice dos eminentes ministros do STF.
Convém não esquecer também Eduardo Cunha, um parlamentar mafioso que só foi afastado do Congresso depois de liquidar Dilma.
O PSDB deu também sua contribuição milionária ao golpe. Primeiro de todos, Aécio, já eternizado como “o candidato que não soube perder”.
Depois, os demais chefes tucanos, como FHC e Alckmin, agora conhecido nas planilhas da Odebrecht como o “Santo”. Com uma mão o Santo rezava e com a outra recolhia propinas de Caixa 2.
Era muito homem corrupto contra uma honestidade ilhada e solitária, como a de Dilma.
Aécio é o melhor caso tucano. Seu crime antidemocracia não compensou. Ele saiu das eleições de 2014 com muitos trunfos, a começar pelos 50 milhões de votos que obteve. Mais quatro anos e seria um forte candidato presidencial.
Hoje ele está reduzido a cinzas. É um dos nomes mais citados por delatores em esquemas de propinas. Nem a mídia amiga conseguiu esconder isso, ela que sempre protegeu Aécio de notícias desagradáveis, sobretudo as ligadas a corrupção.
Aécio agora está em todas.
Se você pegar sua campanha de 2014 verá que toda ela foi baseada no, aspas, “combate à corrupção”.
É até engraçada: um corrupto contumaz, como provam as delações, fazendo sermões sobre os males da corrupção.
À luz do sol, Aécio fazia uma pregação veementemente moralista. Na calada da noite, fechava acordos tenebrosos.
E em meio a tudo isso Dilma, virtualmente sozinha.
Tem um alto poder simbólico vê-la morando numa casa simples em Porto Alegre em quando um apartamento milionário em Salvador domina o noticiário. (Isso para não falar nos pedalinhos de tantas manchetes,)
E deixamos Dilma sozinha. Não a defendemos, nas ruas, de uma conhecida máfia da roubalheira. Permitimos, mansamente, que a tirassem e, com ela, destruíssem 54 milhões de votos e uma democracia ainda tão jovem.
De novo: devemos desculpas a ela. Contritos. De joelhos no chão.
Ela vai passar para a história como o caso mais brutal de injustiça cometido pela plutocracia.
E quem age como agimos merece Temer, Gedel, Cunha, Aécio etc etc.
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Quadrilha de Curitiba usa "delator de plantão" contra Lula

Roberto Batochio:
"(...) na medida em que a prova se mostra fraca, se chama um colaborador de plantão para cobrir a deficiência, a anemia da acusação".

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Aécio teve despesas pessoais pagas pela Odebrecht

Quando o marqueteiro João Santana, que trabalhou para a campanha eleitoral da chapa Dilma/Temer foi preso por Sérgio Moro, na Operação Acarajé, acusado de receber de caixa 2 no exterior, o senador e candidato derrotado Aécio Neves (Psdb-MG), afirmou:

" Ultrapassamos a fase testemunhal das delações e chegamos à fase documental. As investigações mostram que o publicitário do PT recebeu dinheiro durante o período eleitoral".

Pois não é que agora o tucano graúdo está envolvido nas delações da empreiteira por motivos bem mais sérios. Segundo executivos, Aécio teve despesas pessoais pagas por seu marqueteiro Paulo Vasconcelos. Afirmam os investigadores (PF e MPF) tudo está muito bem documentado.

Caso as delações sejam confirmadas, ficará provado que o esquema entre a Odebrecht e marqueteiro era com o mineiro emplumado e não com a presidenta Dilma Rousseff.
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Tempos modernos

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Já não temos soldados nem Papai Noel como antigamente

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Charge do dia

Jean Galvão/Folha*

Política

O Brasil não pode ser governado por uma quadrilha
Se durante o breve período do segundo mandato de Dilma não havia governo, com a assunção de Temer ao governo através de um golpe, o Brasil passou a ser governado por uma quadrilha. O golpe foi uma trama inescrupulosa que envolveu muitos lírios perfumados, mas, como escreveu Shakespeare, "os lírios que apodrecem fedem mais do que as ervas daninhas". A remoção de Dilma não obedeceu nenhuma intenção de alta moral, de salvação do destino do país, de construção da grandeza da pátria, da conquista da glória pelos novos governantes através atos de exemplar magnitude em prol do povo. Não. O que moveu o golpe foi a busca da reiterada continuidade do crime,  de assalto ao bem público e para salvar pescoços da guilhotina da Lava Jato. Até a grama da Praça dos Três poderes sabe que a parte principal da camarilha que tramou o golpe o fez em nome da paralisação da Lava Jato.
As quadrilhas se orientam por dois princípios: a traição, sempre que for do seu interesse, e a ousadia na persistência do crime. Consumada a traição para alcançar o poder, a quadrilha não titubeia em mobilizar a mais alta esfera do governo - o próprio gabinete presidencial - para viabilizar negócios privados ao arrepio da lei e com ameaças explícitas a órgãos governamentais de controle, o caso o Iphan. A sociedade brasileira viu, perplexa, que diante de um crime de improbidade administrativa, o presidente da República, ao invés de adotar o partido do interesse público e da moralidade, demitindo o agente da delinquência, busca mediações de terceiros para acomodar a prática criminosa com a desmoralização da probidade.

Frase do dia

A depressão é como a neblina que esconde o sol 
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