Os escombros da guerra do golpe, por Laurez Cerqueira
O bombardeio das forças neoliberais conservadoras, no assalto que derrubou a presidenta Dilma e o PT do governo, fez do Brasil um país em escombros fumegantes. Magnatas nacionais e estrangeiros encastelados em torres de vidro intactas, fumando seus charutos, fazem grandes negócios com a ajuda de gerentes nativos de interesses externos, protegidos e sustentados pelo sistema judiciário, policial-militar, e pela mídia oligárquica.
A demolição avança sobre a Constituição e as leis, o mais importante esteio institucional do país, no Congresso Nacional, no governo e no Judiciário, com a subtração de direitos, destruição da rede de proteção e inclusão social, na entrega das riquezas do país como petróleo e gás, geração de energia, minérios, terras e água, e na violação de garantias constitucionais.
A justiça, o bem maior da democracia, e o sistema judiciário, se degeneram, dominados por facção partidária articuladas nas ações de perseguição política a adversários e proteção de correligionários.
O encarceramento do ex-presidente Lula, sem prova de nenhum crime, líder disparado nas pesquisas em todos os institutos, com chances de vencer as eleições em primeiro turno, e a proteção ao candidato Geraldo Alckmin, com a retirada do seu processo da operação Lava-jato, por ter perdido o foro privilegiado, é a mais explícita prova de que parte do judiciário trabalha para o aparelho formado para o golpe de estado e não na defesa das instituições e das leis.