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Melhoria da infraestrutura do SUS dará jeito nisso?

Este vídeo mostra uma das cenas mais deprimentes que já vi na minha vida! E olha que infelizmente já presenciei muitas coisas indignas nesse mundo de "Valha-me Deus!"... É esse tipo de atitude que faz a gente descrer no ser humano. Aliás, um médico desses não pode ser chamado de ser humano. Será que o CRM, o CFM e a AMB farão alguma coisa ou só estão preocupados com passeatas? Está tudo aí filmado e documentado. Esse vídeo foi capturado do Youtube através do site do professor e sociólogo Glauco Cortez (http://glaucocortez.com/2013/07/24/veja-porque-nao-querem-medicos-estrangeiros-medico-ve-paciente-morrendo-e-nao-levanta-da-cadeira/).Gostaria de ressaltar que conheço vários médicos humanistas, inclusive amigos e parentes, que possuem um alto espírito ético e profissional e que atos desumanos como este visto no vídeo acabam, infelizmente, generalizando uma péssima imagem para toda uma categoria. Agora, não resta dúvida que hoje em dia, ao contrário de antigamente, os médicos estão ficando cada vez mais insensíveis com a dor e sofrimento alheio. 
Pisquila


Mais Médicos conta com 208 municípios do Paraná inscritos



O Programa Mais Médicos registrou 208 municípios do Paraná inscritos até esta quarta-feira (24), o equivalente a 47% das cidades do estado. Desse total, 27 estão nas regiões paranaenses de maior vulnerabilidade social e consideradas prioritárias. As inscrições seguem abertas até 23h59 de amanhã, 25 de julho, e podem ser feitas pelo site www.saude.gov.br.
No Brasil todo, 2.552 municípios aderiram ao programa, o equivalente a 45,8% das cidades brasileiras. Do total, 887 (34%) estão em regiões de maior vulnerabilidade social. A região Nordeste registrou o maior número de inscrições, com 867 (34%) municípios participantes. O Sudeste contou com 652 municípios participantes e o Sul, 620. Norte e Centro-Oeste registraram 207 e 206, respectivamente.
"Com este programa estamos enfrentando um dos grandes desafios da saúde pública brasileira, que é levar mais médicos para perto da população, especialmente para as regiões onde faltam profissionais. Sabemos que um médico junto da população faz diferença. Além disso, estamos fortalecendo a atenção básica, que é capaz de resolver 80% dos problemas de saúde sem a necessidade de recorrer a um hospital", esclarece o ministro, Alexandre Padilha.
Lançada pela presidenta da República Dilma Rousseff no dia 8 de julho, a iniciativa levará mais médicos às regiões carentes, sobretudo nos municípios do interior e na periferia das grandes cidades. Todos os municípios do país podem participar, indicando as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos.
Nesta semana, autoridades do Governo Federal fizeram reuniões em diferentes estados do país, mobilizando prefeitos e secretários de saúde para participar do Mais Médicos. Entre os estados visitados, estão Bahia, Minas Gerais, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Pará, Amazonas, Maranhão, Paraná e Rio Grande do Sul.
INFRAESTRUTURA – O Programa Mais Médicos faz parte de um amplo pacto de melhoria do atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), com objetivo de acelerar os investimentos em infraestrutura nos hospitais e unidades de saúde e ampliar o número de médicos nas regiões carentes do país.
Em todo o país, o Ministério da Saúde e o Ministério da Educação estão investindo R$ 15 bilhões até 2014 na infraestrutura da rede pública de Saúde. Deste montante, R$ 7,4 bilhões já estão contratados para construção de 818 hospitais, 601 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs 24h) e de 16 mil unidades básicas. Outros R$ 5,5 bilhões serão usados na construção, reforma e ampliação de unidades básicas e UPAs, além de R$ 2 bilhões para 14 hospitais universitários.
Somente no Paraná, já foram investidos R$ 149,3 milhões para obras em 1.024 unidades de saúde e R$ 17,8 milhões para compra de equipamentos para 334 unidades. Também foram aplicados R$ 70,8 milhões para construção de 41 UPAs e R$ 28,5 milhões para reforma/construção de 49 hospitais.
Além da chamada de médicos, a iniciativa prevê o aumento das oportunidades de formação médica no país, com a criação de 11,5 mil novas vagas de Medicina e 12 mil de residência em todo o Brasil, além do aprimoramento da formação médica com a inclusão de um ciclo de dois anos na graduação em que os estudantes atuarão no Sistema Único de Saúde (SUS).
DIAGNÓSTICO – O programa Mais Médicos é um estímulo para a ida de médicos para os municípios do interior e para as periferias das grandes cidades, onde é maior a carência por este serviço. O Brasil tem oferta desta mão-de-obra menor que países como Argentina, México, Inglaterra, Portugal e Espanha.
Do ponto de vista regional, a situação é mais crítica: 22 estados estão abaixo da média nacional, sendo que cinco têm menos de um médico para cada grupo de mil habitantes.
CRONOGRAMA – O Ministério da Saúde, com o fim do primeiro período de inscrições, divulgará no dia 26 de julho o total de vagas existentes em cada cidade inscrita. E, até o dia 28, os médicos brasileiros que aderiram ao programa poderão escolher os municípios onde querem atuar pelo site www.saude.gov.br.
Em 1º de agosto será divulgada a relação de profissionais com registro profissional no Brasil que terão de homologar a participação e assinar um termo de compromisso até 3 de agosto. Dois dias depois, as escolhas serão validadas no Diário Oficial da União. As vagas remanescentes serão divulgadas em 6 de agosto. O processo de escolha nesta segunda etapa vai até 8 do mesmo mês e os resultados serão publicados em 13 de agosto.
Os profissionais que atuarão no programa receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, mais ajuda de custo, e farão especialização em atenção básica durante os três anos do programa. Os municípios ficarão responsáveis por garantir moradia e alimentação aos médicos, além de ter de acessar recursos do ministério para construção, reforma e ampliação das unidades básicas.
A prioridade nas vagas será de médicos brasileiros, e somente as que não forem preenchidas serão oferecidas aos estrangeiros.
Fonte: Ministério da Saúde

Mafiosos de jalecos brancos voltam a atacar

Das 18.450 inscrições registradas pelo Programa Mais Médicos, 8.307 apresentaram números inválidos de registros em conselhos regionais de medicina, o equivalente a mais de 45% do total. Perguntado se o dado está relacionado à suspeita de sabotagem ao programa, organizada por meio das redes sociais, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que entre as inconsistências pode haver casos de erros de digitação e inscrição de profissionais recém-formados, que ainda não têm o registro atualizado nos conselhos regionais de Medicina (CRMs) e podem corrigir os dados até domingo (28).
Os médicos brasileiros tem até a meia-noite de domingo (28) para finalizar o cadastro, corrigir dados e concluir a entrega dos documentos. Os estrangeiros terão até 8 de agosto para entregar os documentos.
"O Ministério da Saúde criou filtros para impedir que uma pessoa que não queira atender a população na perifeira e municípios do interior possa atrasar a chegada de médicos para essa população. Esse filtro identificou que tem 8 mil CRMs inconsistentes, e eles têm até o dia 28 para corrigir e confirmar os dados. Têm médicos que o CRM foi emitido esta semana. Esse filtro é para proteger o médico que quer ir trabalhar na periferia das grandes cidades e no interior, para que não tenha a vaga ocupada por outro que não queira de fato trabalhar nessa região, e sobretudo proteger a população que está esperando esse médico o mais rápido possível", disse Padilha.
"Temos que esperar até domingo para ver que médicos realmente têm interesse em atender. Temos que ver também outros vínculos dos profissionais com hospitais e ver quais realmente querem atender nas periferias e interior do país", acrescentou.
Após receber denúncias de que grupos estariam se mobilizando nas redes sociais para inviabilizar o programa, o ministro pediu que a Polícia Federal (PF) acompanhasse o processo de inscrições. O ministério também alterou regras do programa e passou a exigir que os candidatos apresentem documento em que declarem que vão deixar vaga de residência médica ou do Programa de Valorização da Atenção Básica (Provab) para atuar no Mais Médicos. A declaração deve ser apresentada no ato da inscrição.
Dos inscritos, há 1.270 que são médicos residentes que terão de formalizar o desligamento de programas de especialização para homologar a participação no Mais Médicos.
"A PF vai acompanhar todo o processo, a finalização da inscrição, a finalização da escolha de municípios para ter evidências do que de fato está acontecendo ou não", informou o ministro.
Aline Leal e Yara Aquino
Repórteres da Agência Brasil
Edição: Carolina Pimentel

Mais Médicos: o Bolsa Família da Saúde?

O sucesso delineado na expressiva adesão dos municípios ao programa ‘Mais Médicos' merece análise exaustiva. Talvez represente mais que um alívio pontual no cerco conservador anabolizado pelas manifestações de junho, cuja corrosão no apoio ao governo tem sido meticulosamente atualizada, em  rodízio reiterativo, pelos  institutos de pesquisa. 

O  programa lançado pelo ministério da Saúde, há menos de um mês,  poderá inspirar uma bem-vinda reconciliação com a dimensão política da luta pelo desenvolvimento, esgarçada por um certo economicismo nos últimos anos. 

Não se trata de desdenhar o que é fundamental: o planejamento público de longo prazo, algo de que tanto se ressente a economia brasileira. Mas não se pode reduzir um governo a um escritório de acompanhamento de projetos. Intuitivamente, o ‘Mais Médicos' ataca esses desvios. Seu desenho resgata um modelo de ação engajada cuja cepa  remete às premissas da política de segurança alimentar, combate à fome e à miséria, lançada no início do governo Lula, em 2003. Atacar o emergencial e o estrutural, ao mesmo tempo e com igual intensidade, era o cerne da estratégia contra o que se tornou intolerável. Fixar prazos críveis e benefícios visíveis no horizonte imediato da população, um ingrediente mobilizador. Outro: estabelecer metas de apelo popular que colocavam sob pressão  instancias políticas e administrativas, de cuja adesão dependia o sucesso da política. 

O ‘Mais Médicos' foi lançado em oito de julho. Até 8 de agosto estará estruturado. Em 30 dias terá dado sinais concretos de uma mudança  na vida de cidades e cidadãos até então condenados a uma combinação perversa de precariedade e incerteza no acesso a um serviço vital. 


O governo não deve desperdiçar o potencial dessa experiência. E as lições que ela encerra para outras áreas. LEIA MAIS>>>

BLOG DO ANDRÉ VARGAS



Mais Médicos: Quase metade das cidades brasileiras inscreveu-se no programa
O Programa Mais Médicos registrou até a tarde desta quarta-feira (24) a inscrição de 2.552 municípios, o que representa quase a metade (45,8%) das cidades brasileiras. Do total, 867 (34%) estão em regiões de maior vulnerabilidade social, consideradas prioritárias, no Nordeste do país. O Sudeste tem 652 municípios participantes e o Sul, 620. Norte e Centro-Oeste registraram 207 e 206, respectivamente. As inscrições terminam à meia-noite desta quarta pelo site www.saude.gov.br. 

Segundo o Ministério da Saúde, em todo o país, estão sendo investidos R$ 15 bilhões na infraestrutura da rede pública de saúde. Deste valor, R$ 7,4 bilhões serão usados na construção de 818 hospitais, 601 unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) e de 16 mil unidades básicas de saúde, R$ 5,5 bilhões na reforma e ampliação de unidades básicas e UPAs e R$ 2 bilhões em 14 hospitais universitários. 



Nota do ministério informa que já foram investidos no estado do Rio R$ 160 milhões para obras de reforma e ampliação em 655 unidades de saúde e R$ 6,5 milhões na compra de equipamentos para 276 unidades. Além disso, R$ 20,6 milhões foram gastos na construção de dez UPAs e R$ 164,6 milhões na reformas de 28 hospitais. 

O Programa Mais Médicos criará cerca de 11,5 mil vagas para médicos e 12 mil para residentes, em todo o Brasil, diz a nota. O objetivo do projeto é fortalecer a atenção básica, resolvendo, assim, 80% dos problemas de saúde sem que as pessoas precisem recorrer a hospitais. "O que faz a diferença no atendimento à população é o médico presente na unidade básica de saúde perto de casa", enfatizou, em nota, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. 


O projeto faz parte de um plano para melhoria de atendimento aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), objetivando ampliar o número de médicos em regiões carentes, como municípios do interior e periferia das grandes cidades, e acelerar os investimentos em hospitais e unidades de saúde. 


Fonte: Rede Brasil Atual
Bolsa Família: 73,2% dos beneficiários são acompanhados por serviços de saúde
No primeiro semestre de 2013, 73,2 % das famílias beneficiárias do Programa Bolsa Família, com integrantes que se enquadram no perfil para acompanhamento pelas condicionalidades de saúde, tiveram acesso aos serviços de saúde. Isso significa que aproximadamente 8,7 milhões de famílias – de um total de 11,9 milhões – tiveram registrados no sistema os atendimentos de saúde prestados nas Unidades Básicas de Saúde dos municípios ou em casa, por meio da estratégia Saúde da Família. No período, 99% destas famílias cumpriram o calendário de vacinação e do pré-natal. 

O acompanhamento das condicionalidades de saúde é responsabilidade do Ministério da Saúde, sendo operacionalizada pelos estados e municípios, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS). As famílias têm o acompanhamento do cartão de vacinação e do crescimento e desenvolvimento das crianças menores de 7 anos. Além disso, mulheres entre 14 e 44 anos, gestantes, lactantes e a saúde do bebê são acompanhadas. 


O resultado apurado aponta que o índice de cobertura de acompanhamento de saúde é 0,1 ponto percentual superior ao alcançado entre julho e dezembro do ano passado, que chegou a 73,1%. No semestre, 14 estados tiveram resultados maiores do que a média nacional – Roraima (88,1%), Tocantins (82,7%) e Paraná (80,5%) foram os que alcançaram os melhores índices. Entre as regiões, o Nordeste foi onde houve melhor desempenho, com oito estados acima da média nacional. 



Mortalidade infantil 
Estudo publicado na edição de maio da revista inglesa The Lancet, revela que o acompanhamento Programa Bolsa Família teve contribuição decisiva para a queda da mortalidade de crianças menores de 5 anos, de 2004 a 2009. Segundo os pesquisadores brasileiros que fizeram o trabalho, a redução da mortalidade infantil chegou a 17% com o programa de transferência de renda. 

Realizada em 2.853 municípios brasileiros, a pesquisa Os efeitos dos programas de transferência condicional de renda na mortalidade infantil: uma análise dos municípios brasileiros apontou que a ação direta do Bolsa Família na queda da mortalidade de crianças foi ainda maior quando a causa está relacionada à segurança alimentar. O programa foi responsável direto pela diminuição de 65% das mortes causadas por desnutrição e por 53% dos óbitos causados por diarreia. 


O trabalho desenvolvido pelos pesquisadores Maurício Barreto, Rômulo Paes, Davide Rasella, Rosana Aquino e Carlos A. T. Santos mostra também como o Bolsa Família contribuiu para a diminuição de mortes de crianças causadas por infecções respiratórias, ação relacionada às condicionalidades do programa. Nas cidades com cobertura quase total do público alvo, é possível dizer que em cada 10 crianças que seriam vítimas da desnutrição, seis sobreviveram devido às ações do programa. 


Fonte: Ascom/MDS
Coordenador do GT garante que reforma política será votada este ano
Em entrevista à imprensa nesta quarta-feira (24), o coordenador do Grupo de Trabalho para a Reforma Política e Consulta Popular sobre o Tema, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), garantiu que "desta vez a reforma política será votada".

A declaração foi dada após o evento de lançamento da página que vai receber sugestões para a reforma, e hospedada no portal E-democracia. Vaccarezza destacou que o otimismo dele está baseado no atual momento político vivido pelo País. 

"Nas conversas que tenho com vários deputados percebo o desejo de mudança. E esse sentimento é motivado pelos protestos que ocorreram no País (em junho) e que interferem no parlamento", afirmou Vaccarezza. Apesar de não adiantar os temas que serão apreciados nos debates, o coordenador acredita que dois assuntos não ficarão de fora: o financiamento de campanha e o sistema eleitoral. 

Sobre o site da reforma política, Vaccarezza disse que a ferramenta vai servir como um "instrumento de participação direta da população na apresentação de sugestões". Ele destacou que o site também vai trazer informações sobre as propostas já debatidas na Câmara e explicar assuntos que poderão entrar na pauta, como os vários modelos de sistemas políticos e eleitorais existentes no mundo. 

Ainda de acordo com Vaccarezza, o site vai dispor de uma biblioteca virtual para consulta dos internautas. Nesse espaço estarão todas as propostas globais de reforma apresentadas por entidades nacionais, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e o Movimento de Combate a Corrupção Eleitoral (MCCE), além de artigos e estudos sobre o tema. 

Interação- Para participar com sugestões ou críticas, ou ainda participar do fórum de debates e da sala de bate-papo sobre a reforma, basta o interessado preencher um cadastro com algumas informações pessoais. Por meio da ferramenta também será possível acompanhar as notícias relativas ao GT, além de assistir vídeos das reuniões e conhecer o calendário de atividades do grupo. 

Fonte: PT na Câmara

2.552 municípios estão inscritos no Programa Mais Médicos

O Brasil e seus inimigos
O número representa cerca de 46% das cidades brasileiras, com maior concentração na Região Nordeste. O prazo para inscrição termina hoje (25) à meia-noite.  
Do total de municípios inscritos, 867 estão na Região Nordeste, 652 no Sudeste, 620 no Sul, 207 no Norte e 206 no Centro-Oeste. Os dados são do último balanço do Ministério da Saúde que contabiliza as inscrições feitas até ontem (24). Todos os municípios do país podem participar do programa indicando as unidades básicas de saúde de suas regiões em que há falta de médicos.Leia mais »

Mais médicos: mobilização dos egoísmos exagerados


O mais espantoso na mobilização dos médicos contra o plano do governo de contratar 12 000 profissionais para trabalhar em regiões pobres do país não é seu caráter egoísta. Vivemos num mundo de ambições individuais e vontade de enriquecer. Adam Smith, um dos pioneiros no estudo do capitalismo, dizia já no século XVIII que o progresso de uma sociedade era fruto da soma de seus egoísmos individuais. 
O problema é o caráter distorcido do debate. Os egoísmos não podem ser exagerados nem beneficiar um lado só. 
Resumindo um pouco o problema: os médicos querem que uma imensa parcela de brasileiros continue pagando as dores de um sistema de saúde desigual e ineficiente – na esperança de que assim poderão proteger suas carreiras e manter seu modo de vida. 
O principal argumento das entidades médicas nada mais é do que uma forma de desviar a discussão para ganhar tempo e, com simpatia dos meios de comunicação e ajuda do STF, impedir uma medida que, sem resolver todos os problemas da saúde do país, pode trazer diversos benefícios palpáveis para a maioria da população – sem que se possa apontar uma única contraindicação. 
Diz-se que não adianta contratar médicos sem melhorar a infraestrutura da saúde pública. É certo que é preciso construir novos hospitais, adquirir equipamentos e também reforçar equipes de apoio. Mas toda pessoa que já foi a um consultório num quartinho de periferia com uma criança doente no colo – pode ser na novela ou na vida real -- sabe a diferença entre encontrar um médico, recém-formado, gaguejante, e uma porta fechada. 
O governo quer mandar médicos para lugares abandonados por nossos doutores. Detalhe: no pleno exercício de suas sempre compreensíveis ambições individuais, os médicos não estão lá, nunca foram para lá e a maioria não pretende colocar os pés por ali. Não querem estes empregos – considerados ruins e sem perspectiva de ascensão -- que o Estado oferece e que tanta gente necessita que sejam preenchidos. 
Para convencer uma parcela a mudar de ideia, o governo oferece um salário bom, de R$ 10 000, e tem a garantia de que as prefeituras vão garantir hospedagem e comida. Nada menos que 2500 prefeitos já deixaram claro que não apenas apoiam o programa mas exigem que seja encaminhado o quanto antes.
Não é uma solução perfeita mas a alternativa é o inferno atual como perspectiva. Com a saúde brasileira na dependência cada vez maior dos movimentos do mercado dos egoísmos, o país não só tem poucos médicos, mas eles estão mal distribuídos. Os cálculos mais otimistas das próprias entidades médicas dizem que seria preciso esperar dez anos para que o país tenha – na média -- o número adequado de médicos para a população. Os pessimistas falam em 20 e até 30 anos. 
Por trás desses números, estamos falando de homens, mulheres e, especialmente, de crianças. São vidas humanas que poderiam ser salvas, todos os dias, pela presença de um médico – capaz de diagnosticar uma diarreia, um câncer a tempo de ser tratado, uma gripe que pode se transformar em pneumonia. Vamos esperar no mínimo dez anos para, teoricamente, ter uma situação um pouco melhor? Quantas milhares de mortes sem necessidade teremos até lá? Quantas vítimas de doenças curáveis, de tragédias sem atendimento?
Num país onde existe menos de 2 médicos para cada 1 000 habitantes, os números não devem enganar. A vida real é muito pior do que a estatística. Os três estados mais ricos -- São Paulo, Rio e Minas – tem quase 2,5 por 1 000. Numa prova da imensa desigualdade, os demais tem menos de 1 por e, neste caso, a perversidade é ainda maior. Atraídos pela rede privada, que paga salários equivalentes mas oferece plantões mais suaves, em estados mais pobres uma imensa maioria de doutores jamais vestiu o avental do SUS nem pretende. Você pode até achar feio, pouco ético mas vamos reconhecer o mundo em que vivemos. Advogados agem assim, idem para engenheiros e mesmo para jornalistas. 
O problema é outro e fácil de ser diagnosticado. Os médicos podem fazer o que quiserem com a vida deles – só não podem querer impedir que a vida dos pacientes mais pobres, aqueles que não tem renda para um plano privado, mesmo o mais baratinho, quem sabe pior que o SUS fora o marketing, fique um pouco, um pouquinho, melhor. 
Profissão de nível universitário, em cursos que pagos com dinheiro público, outros amplamente subsidiados há um descompasso entre os médicos e o país. Os doutores são mais necessário aonde a maioria não quer ir. O plano do governo consiste numa intervenção – em nome do interesse público – para dar um novo desenho a lei da oferta e da procura. Procura-se a racionalidade na defesa de vidas humanas, sob uma Constituição que diz que a saúde é um direito de todos e um dever do Estado. 
Neste ambiente, toda tentativa de impedir uma melhoria – por menor que seja – no atendimento à população mais humilde só irá contribuir para ampliar o mercado dos planos privados. Obrigará quem tem pouca renda a colocar a mão no bolso – quase sempre vazio -- para comprar aquilo que o Estado tem obrigação de oferecer. Teremos, com o passar do tempo, um país ainda mais vergonhosamente desigual. E, certamente, a saúde estará pior, cada vez mais cara, como acontece em países, Estados Unidos à frente, onde a medicina privada tem uma importância tão grande e oferece um tratamento inferior para a maioria. 
Este médico de 10 000 reais, lá na ponta, costuma resolver 80% dos casos quando aparece na hora certa, no lugar certo. Todos ganham. Menos, claro, aqueles que podem ser dar bem no jogo de carências e oportunidades da situação atual. Há egoísmos e egoísmos, como se vê. 
Esta é a discussão. 
A própria classe média, que costuma reservar olhares de simpatia ao movimento dos médicos, até por uma natural identificação de classe, pois ali encontra amigos, filhos, pais, poderia refletir se não estão querendo que faça um papel ingênuo neste debate. 
Um melhor atendimento por parte do Estado pode livrar a classe média do duplo pagamento de hoje, quando deixa uma parcela pesada de seus rendimentos no imposto de renda – e ainda é obrigada a pagar por um plano privado de saúde que, muitas vezes, sequer entrega aquilo que se espera na hora em que é mais necessário. 
Esta também é a discussão.

Paulo Moreira Leite

Programa Mais Médicos vai ajudar a coordenar e a qualificar os níveis de atendimento da Atenção Básica à Saúde

O Secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Sales, falou no programa Brasil em Pauta desta quarta-feira (24) que o programa Mais Médicos vai ajudar a coordenar e a qualificar os níveis de atendimento da Atenção Básica à Saúde. Ele destacou a importância do programa, que atenderá aos municípios que possuem postos de saúde e unidades de urgência e emergência do Sistema Único de Saúde disponíveis, mas que enfrentam déficit de profissionais médicos. Os principais beneficiados, de acordo com o secretário, serão os municípios do interior e periferias das grandes cidades.
“Não podemos prescindir da necessidade nessas regiões onde já existe capacidade instalada, onde tem população para ser atendida (…) Nesse sentido vem o programa Mais Médicos. É um programa que é voltado para a especialização em atenção básica, para o provimento de regiões carentes, de difícil acesso, na periferia das grandes cidades e no interior do Brasil”, afirmou Mozart Sales.
Ao comparar a quantidade de médicos no Brasil com a dos países vizinhos, o secretário demonstrou que também são necessárias estratégias de médio e longo prazo para melhorar a saúde básica no país:
“Nós temos aqui hoje no Brasil 1,8 médicos por mil habitantes, quando nós temos aqui a Argentina e o Uruguai, vizinhos, com 3,2 e 3,7, sem falar de países da Europa, como a Espanha, Portugal, França que têm números muito mais expressivos que o Brasil. Temos estratégia a médio e longo prazo que é a abertura de novas vagas de graduação em medicina. O Brasil tem hoje 17 mil vagas por ano, precisamos ampliar as vagas de graduação, são 700 mil brasileiros que fazem vestibular para medicina todos os anos, esse é um número que não tem similar no mundo inteiro.”

MEC institui política nacional para criar mais cursos de medicina no país


O atendimento ao Sistema Único de Saúde (SUS) deverá ser o elemento central do projeto pedagógico do curso. A expansão ocorre no âmbito do Programa Mais Médicos que tem, entre os objetivos, expandir o número de vagas de medicina e levar médicos para o interior do país.

 A portaria que cria a Política Nacional de Expansão das Escolas Médicas das Instituições Federais de Educação Superior está publicada na edição de hoje (23) do Diário Oficial da União. 


As instituições federais de educação superior vão apresentar as propostas para abrir cursos. Essas propostas serão analisadas pela Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior (Seres) que vai avaliar critérios como o projeto pedagógico, o perfil do corpo docente e o projeto de infraestrutura. A implantação e o cumprimento dos requisitos de qualidade dos cursos serão monitorados. 


O Programa Mais Médicos prevê a criação de 11.447 novas vagas em cursos de medicina até 2017 com foco na melhor distribuição da oferta de profissionais no país e nas regiões onde há necessidade de ampliar a formação de médicos. Do total das vagas criadas, 6.887 deverão ser abertas até o fim de 2014. Os dados são do Ministério da Saúde.


Fonte: Agência Brasil

Artigo semanal de Delúbio Soares

MAIS MÉDICOS,
MAIS SAÚDE PARA O BRASIL


“Se todo o dinheiro do país fosse aplicado em saúde,
ainda assim faltaria dinheiro”
(José Serra, Ministro da Saúde, 2001)

Nunca o Brasil olhou para a importante questão da saúde pública como nos governos dos presidentes Lula e Dilma. Estabeleceu-se um debate aberto para com toda a sociedade civil acerca da necessidade de ampliar a presença do Estado por todo o imenso território continental de nosso país, desnudando a impressionante carência de médicos.

A correlação ‘médico/população’ é reveladora. Enquanto em Estados ricos como o do Rio de Janeiro, existem 3,62 médicos para cada 1 mil habitantes, no Maranhão esse indicador assume proporções assustadoras: 0,71! Em São Paulo existem 2,64 médicos e em Brasília 4,09 por cada 1 mil habitantes, mas os brasileiros do Amapá amargam 0,95, os do Pará 0,84, além de outros exemplos que causam revolta e exigem rápida ação por parte do governo federal.

O Brasil apresentou impressionante crescimento econômico e imensa mobilidade social na última década. Cerca de 40 milhões de brasileiros deixaram a pobreza e se integraram à classe média, passando a usufruir de serviços de melhor qualidade, consumindo mais e oferecendo um melhor padrão de vida às suas famílias. Eles são o retrato de um Brasil mais justo, mais fraterno e menos desigual, embora ainda distante daquela Nação com que sonhamos em vários outros aspectos. Um deles, sabidamente, é o da saúde pública.

A cada dia, num país que cresce em todos os aspectos, especialmente o populacional, as demandas da área da saúde se multiplicam e desafiam tanto a criatividade dos gestores quanto os apertados orçamentos públicos. É notória a falta de leitos nos hospitais país afora, tanto quanto as largas filas de espera nos ambulatórios ou o espaçamento cada vez maior entre a necessidade das consultas e a marcação de suas datas.

Havia um represamento na demanda dos serviços da saúde pública no país, tanto por conta do apoio irrestrito da grande mídia ao governo FHC quanto ao marketing irresponsável empreendido pelo então ministro daquela pasta, que com claros interesses eleitoreiros ancorou sua gestão ególatra numa publicidade massiva dos genéricos e num inexplicável auto-concedido título de “o melhor ministro da saúde do mundo” (sem que ninguém da imprensa se lembrasse de perguntar a José Serra quem lhe outorgou tamanha honraria...).

Pois agora, quando grandes problemas nacionais são enfrentados de forma resoluta, a sentida ausência de médicos em milhares de vilas, bairros, rincões, pequenas cidades perdidas numa geografia que se estende do Chuí às fronteiras com as Guianas, Suriname e Venezuela, é o alvo dos melhores esforços do governo da presidenta Dilma Rousseff, através do Programa “Mais Médicos”, um conjunto de medidas e ações lançadas pelo jovem e competente ministro Alexandre Padilha, para levar a presença salvadora do Brasil rico e saudável ao Brasil pobre e doente, do Brasil que usufrui dos avanços tecnológicos do século 21 ao Brasil que parece ter parado no tempo e não evolui vitimando crianças e idosos com moléstias que julgávamos extintas.

A presença de médicos nesse Brasil dos grotões, profundo e esquecido, já se faz necessária de há muito. Nos anos 90 o então ministro da saúde José Serra chegou a ir até Cuba, um dos países com o setor de saúde mais evoluído em todo o mundo, para celebrar acordo bilateral com o governo do comandante Fidel Castro possibilitando a vinda de milhares de médicos daquela Nação-Irmã para atender aos cidadãos brasileiros. Cuba se colocou prontamente disponível para o trabalho desejado pelo governo de então, mas a explicação para o malogro do acordo jamais celebrado dificilmente obteremos. Quem acreditar que o então ministro Serra cedeu a inconfessáveis interesses corporativistas, certamente corre o risco de acertar em cheio.

Não nos iludamos, no momento em que o governo cumpre com o seu dever e ataca frontalmente um problema gravíssimo, ele também se manifesta de uma forma surpreendente e nefasta. Centenas de médicos de São Paulo, que chegaram a receber vale-táxi do CRM para que na Avenida Paulista protagonizassem manifestação barulhenta e lastimável contra a vinda de profissionais de saúde de outros países, mostram uma face abjeta do problema, com a defesa de uma inaceitável reserva de mercado de sua profissão, no mais mesquinho corporativismo, rasgando o juramento que prestaram de zelar pela saúde das pessoas e de salvar vidas humanas, além de produzirem o pior tipo de ativismo político, semeando o medo e baixando a nível do debate estabelecido.

Não se faz saúde sem condições”, dizem os empedernidos corporativistas em suas manifestações, com ampla cobertura da mídia conivente, antes de voltarem para seus consultórios particulares onde chegam a cobrar até R$ 500,00 por consulta. Mas se calam diante da verdade irrespondível de que um médico pode atender, diagnosticar, receitar, curar e salvar independente das instalações físicas, praticando a medicina como autêntico sacerdócio, tendo a exata noção de sua importância na vida de seus semelhantes, participando de um esforço coletivo pela melhora da saúde pública em nosso país. Fazem barulho na Avenida Paulista, mas se recusam a fazer medicina em Quixeramobim ou Barreirinha. Sua indignação é seletiva e absurda: se revoltam com a melhora da saúde e a vinda de mais médicos, jamais com as doenças que assolam seus irmãos brasileiros.

O que essa parcela minoritária, extremamente minoritária, dos médicos defende é a manutenção de privilégios odiosos e, mesmo que não se atentem para isso, propiciam a continuidade de um quadro tenebroso de não-assistência a milhões de brasileiros do norte, nordeste e centro-oeste, especialmente. Estamos no século 21 e eles representam a saúde de um Brasil oligárquico e doente, aquele retratado com maestria por Monteiro Lobato no célebre livro do Jeca Tatú. Chegamos ao absurdo de um médico da equipe de Miguel Srougi, o mais caro e badalado urologista do país, um jovem que cobra R$ 400,00 por consulta, conceder entrevista à Folha de S. Paulo declarando-se um “desistente” do “Mais Médicos”, alegando falta de condições e fazendo críticas ao programa, omitindo sua excepcional condição profissional, numa fraude vergonhosa mas reveladora. Se a saúde no Brasil dependesse de gente assim, estaríamos todos sem horizontes e perspectivas. Felizmente, ele é o retrato em 3x4 de um país mesquinho e corporativista que felizmente se esvai vitimado por sua própria desmoralização.

Que venham não apenas os médicos cubanos, mas também os médicos de todos os outros cantos do planeta, todos os que queiram se unir aos bons médicos brasileiros que se habilitem a estender suas mãos e colocar seus conhecimentos à serviço da humanidade. Nossos irmãos ribeirinhos da Amazônia, tão rica e tão carente; as crianças do nordeste que se debate entre a seca que o castiga e o progresso que por lá chega; o povo do centro-oeste onde a agricultura pujante ainda convive com uma saúde deficiente, esperam por esses irmãos de jalecos brancos e espíritos solidários.

Paciente mal agradecido

Chega!
Basta!!
Cansei!!!
Cansei desse assédio medicinal, medical, medicu, o escambauuu...
É médico (a) demais para um paciente só.
Menos médico Já!
Desde o ano passado que estes senhores, senhoras, rapazes e senhoritas não me deixam em paz.
Primeiro começaram a me visitar de mês em mês. Depois semanalmente. Pois não é que teve uma semana que foi todo dia?...
E pior, quatro vezes durante o dia.
Amanhecia o dia, eles vinham me visitar...
Meio-dia, vinham me visitar...
Uma hora da tarde, vinham me visitar...
Cinco horas da tarde, de novo.
Assim não pode, assim não dá.
É atenção demais para um paciente só.
Para piorar, não é que o governo federal inventou de criar o projeto Mais Médicos...
Uma invenção dessa só pode ser de quem não conhece a realidade do setor de saúde do Brasil.
Coisa de petista.
Coisa de quem é desatendido nos hospitais de referência nacional, tipo: Sírio Libanês, Alberto Sabin e várias outros grandes estabelecimentos privados de saúde.
Na iniciativa privada, sim, falta médicos(a), é fato.
Mas, no serviço público...tá sobrando, digo e provo.
Eu sou uma das milhares - quiça milhões- de vítimas desse assédio medicinal, medical, medicu...
Menos médicos Já!
E, também menos atendentes, enfermeiros e demais profissionais de saúde.
São tantos e tão educados, atenciosos que abusa...
Nam, tenho paciência para tanta adulação não.
Cansei!!!

A máfia de jaleco branco ataca

O CFM - Conselho Federal de Medicina - entrou com ação civil pública contra a União para suspender o programa Mais Médicos, lançado há dez dias pelos ministérios da Educação e da Saúde. 

O conselho contesta a possibilidade de o governo contratar médicos estrangeiros sem que eles tenham de revalidar seus diplomas e comprovar o domínio da língua portuguesa. Leia mais>>>

A farsa e o fato

Rolou esses dias, na internet, a imagem do Posto de Saúde de Cajueiro, como um retrato da situação das UBS - Unidade Básica de Saúde - de todo o país. O que acontece, minha gente, é que este posto foi reformado e entregue em 2010. Está lá, prontinho, esperando os nobres profissionais para atuar.

Argumentem, cobrem, mas não sejam baixos, e sejam justos. Os investimentos em infraestrutura são disponibilizados todos os anos. Cobrem dos seus prefeitos e governadores também. Se querem carreira, dediquem-se exclusivamente ao SUS. Não queiram manter um emprego no serviço público e seu consultório particular. Realmente, para esse tipo de profissional, o #MaisMedicos não vai ser útil. Se não querem atuar nas periferias e interior, deixem quem o quer fazê-lo.

Não sejam mesquinhos também em afirmar que a qualidade da formação vai cair porque se aumentará a oferta de vagas de graduação e residência. Isso só mostra que você só está tentando manter-se como objeto de disputa em meio à tanta concorrência. http://bit.ly/154xtvh

Os médicos sem revalida poderão dar plantões em urgência e emergência?

Alexandre Padilha - Ministro da Saúde - Responde:
O Programa Mais Médicos é um projeto de aperfeiçoamento na atenção básica, ou seja, esses médicos não atuaram na urgência e emergência, terão sua atuação restrita nas unidades básicas de saúde.
Neste projeto os médicos estrangeiros terão sua atuação delimitada pelo Ministério da Saúde e contarão com supervisão acadêmica, tutoria e realizarão curso de especialização. O Revalida se aplica para o trabalho médico de estrangeiro por período indeterminado, o que não é o caso do Projeto Mais Médicos para o Brasil.
Se o exame fosse realizado, não seria possível determinar onde esse profissional poderia atuar o que não resolveria o problema instalado de falta de médicos nas regiões mais carentes do país. E, ainda, o médico disputaria mercado.
No caso dos estrangeiros, é importante ressaltar que só serão selecionados médicos graduados em instituições reconhecidas por seus países e cuja formação é equivalente às diretrizes curriculares mundialmente reconhecidas e adotadas no Brasil. Após chegarem ao Brasil, passarão ainda pelo módulo de acolhimento e avaliação, com duração de três semanas com foco na organização e funcionamento do Sistema Único de Saúde e língua portuguesa.
Durante todo o período de estadia no país, o médico estrangeiro terá seu trabalho supervisionado por uma universidade pública e secretarias estaduais e municipais de saúde.

O jeito cearense de protestar contra a máfia de jaleco branco

No levante dos médicos ressoa o engenho colonial

Credite-se  à elite brasileira façanhas anteriores dignas de figurar, como figuram, nos rankings da vergonha do nosso tempo. O repertório robusto ganhou agora um destaque talvez inexcedível em seu simbolismo maculoso: uma rebelião de médicos contra o povo. Sim, os médicos, aos quais  o senso comum associa a imagem de um aliado na luta pela vida, lutam hoje nas ruas do Brasil. Contra a adesão de profissionais ao programa ‘Mais Médicos', que busca mitigar o atendimento onde ele inexiste. A sublevação branca incluiria táticas ardilosas: uma rede de inscrições falsas estaria em operação para inibir o concurso de profissionais estrangeiros, sobre os quais os nacionais tem precedência. Consumada a barragem, uma desistência em massa implodiria o plano federal no último dia de inscrição. O cinismo conservador é useiro em evocar a defesa do interesse nacional e social enquanto procede à demolição virulenta de projetos e governos assim engajados.  Encara-se o privilégio de classe  como o perímetro da Nação. Aquela que conta. O resto é o vazio.  A boca do sertão,hoje, é tudo o que não pertence ao circuito estritamente privado. O sertão social pode começar na esquina, sendo tão agreste ao saguão do elevador, quanto Aragarças o foi para os irmãos Villas Boas,nos anos 40, rumo ao Roncador. Sergio Buarque de Holanda anteviu, em 1936,  as raízes de um Brasil insulado em elites indiferentes ao destino coletivo. O engenho era um Estado paralelo ao mundo colonial. O interesse privado ainda prevalece sobre a coisa pública. Mesmo quando está em questão a vida. Se a organização humanitária  ‘Médicos Sem Fronteiras' tentasse atuar no Brasil, em ‘realidades que não podem ser negligenciadas', como evoca o projeto que ganhou o Nobel da Paz, em 1999, possivelmente seria retalhada pelo levante dos bisturis. Jalecos patrulham as fronteiras do engenho corporativo, nas quais  não cabem os pobres do Brasil.
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Mais médicos: e os sabotadores do programa

por Luiz Carlos Azenha e Conceição Lemes, a partir de leitora indignada da Folha

Há muitas críticas sinceras aos programas do governo Dilma no setor da Saúde, dentre os quais o Mais Médicos. O próprio Viomundo já publicou várias delas, aquiaqui aqui.

Porém, causa-nos estarrecimento ler nas redes sociais manifestações de xenofobia, racismo e desrespeito aos médicos estrangeiros, para não falar da completa piração direitista de que os médicos cubanos viriam ao Brasil promover uma revolução comunista.

As entidades médicas, por razões corporativistas, dizem que não faltam médicos no Brasil e que o problema seria a má distribuição. Não é verdade. Faltam profissionais nas regiões mais distantes e nas periferias das grandes cidades e eles também estão mal distribuídos. Nas regiões Sul e Sudeste do País há maior concentração de médicos, enquanto no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, ela é menor.

A leitora indignada que nos procurou protestou contra a cobertura distorcida que, segundo ela, é dada pelaFolha de S. Paulo ao assunto, especialmente no caso do programa Mais Médicos.

Ela aponta para a seguinte sequência de eventos:

Solidariedade cubana

“Meu nome é Juan Carlos Raxach, cubano, que desde 1998 escolhi o Brasil como meu país de residência, e sinto o maior orgulho de ter me formado, em 1986, como médico em Havana, Cuba.
É com tristeza e dor que vejo as notícias publicadas pela mídia e nas redes sociais, a falta de respeito e de solidariedade proveniente de alguns colegas brasileiros, profissionais ou não da área da saúde, que atacam e desvalorizam os médicos formados em Cuba como uma forma de justificar a sua indignação às medidas tomadas pelo governo brasileiro no intuito de melhorar a qualidade dos serviços do SUS.
A qualidade humana e a alta qualificação dos profissionais de saúde cubanos têm permitido que ainda hoje, quando o país continua a enfrentar graves problemas econômicos que se alastram desde os anos 90, após a queda do campo socialista da Europa do leste, os índices de saúde da população cubana seguem colocados como exemplo para o mundo.
São índices de saúde alcançados através do trabalho interdisciplinar e intersetorial desses profissionais.
A expectativa de vida é de 78 anos para os homens e 80 para as mulheres.
E já em 2011 existia um médico a cada 143 habitantes.
Em 2012, a dra. Margareth Chan, diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), reconheceu e elogiou o modelo sanitário de Cuba e destacou a qualidade do trabalho que realizam os profissionais de saúde e os cientistas cubanos, e felicitou às autoridades cubanas por colocar o ser humano no centro da sua atenção.
Não é desprestigiando nossos colegas de profissão, seja qual for o seu país onde tenha se formado, que vamos colocar em pauta e debater as verdadeiras causas da deterioração da qualidade dos serviços de saúde no Brasil.
Na hora de nos manifestar, o respeito, a solidariedade e a ética são necessários para estabelecer o diálogo e ir ao encontro da solução dos problemas.
Solidariamente,
Juan Carlos Raxach

A sociedade de classes se manifesta no serviço médico

... para os muito pobres, nenhum médico; para os muito ricos, hospitais de ponta.
 
A furiosa campanha corporativista dos médicos contra a vinda de colegas estrangeiros procura alarmar o país. No entanto, a atração de profissionais do exterior é prática antiga a que muito devem os Estados Unidos, a Rússia e muitos outros países. Não podemos ceder a essa manifestação de egoísmo classista, sob pena de ofender os direitos básicos da grande maioria de nosso povo, principalmente quando se sabe que um dos gargalos do nosso desenvolvimento é a carência de mão-de-obra qualificada.

Pesquisa do Ipea, realizada com 2.273 pac ientes do SUS, mostrou que a falta de médicos é o principal problema de 58% dos brasileiros dependentes da rede pública. Temos algo como 300 mil médicos no exercício da profissão e 700 municípios (15% do total) sem um único profissional de saúde. Em outros 1,9 mil municípios, "3 mil candidatos a paciente disputam a atenção de menos de um médico por 30 segundos por pessoa"! (IstoÉ,10/07/2013).
O cerne da crise da assistência médica, no Brasil, não está, lamentavelmente, apenas, no minguado número de médicos, e na sua precária distribuição. Está, antes, na própria qualidade da formação médica, a começar pela ausência das cadeiras de ética e deontologia na grande maioria dos cursos. O formando de hoje é  treinado para transformar a residência em especialização da subespecialização ditada pelo mercado, e ter seu consultório particular, se possível fechado aos que ainda podem pagar planos de saúde. SUS, ora isso é nome feio.
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O formando em medicina, principalmente em universidade pública, nas quais, em regra, os cursos são bons, é preparado psicológica e eticamente para trabalhar num Sírio Libanês, tendo ao seu lado equipamento de última geração e alimentando a expectativa de fama profissional.
Ex-ministro de Estado e vice-presidente nacional do PSB, Roberto Átila Amaral Vieira, cearense, 73 anos, é um dos pensadores mais lúcidos do país. Conheço sua trajetória e sua coerência desde quando militantes juntos no movimento estudantil em Fortaleza
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