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Mais amor, por favor

O mundo precisa de amor, mas da forma antiga sabe? 
Daqueles que vem do fundo da alma.

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***

Crônica da tarde

Como vinha distraída, parecia que sua mão estava pedindo ajuda ao atravessar o vão das portas do elevador. Com a outra, dividia as tarefas de segurar o saco de pães e responder ao marido que já estava de volta, no saguão do prédio, e que não daria para comprar a geleia que ele havia rogado tardiamente. "Bom, se não tem outro jeito...", ele respondeu. Enfiou o telefone no bolso e, quando foi apertar o doze, viu que a luz já estava acesa e que o vizinho do mesmo andar se encontrava lá dentro com ela. 


Ele segurava umas sacolas de mercado. Deu bom dia, perguntou como ela conseguia já estar ligada em tantas tarefas ao mesmo tempo logo cedo. Ela comentou que gostava da surpresa matinal de sair ainda no escuro e voltar, dez minutos depois, já no claro. Ele sorriu. "Realmente, nada como uma boa surpresa logo cedo". Ela colocou os olhos no chão e parte dos cabelos atrás da orelha enquanto notava que ele reparava nela pelo reflexo do espelho. Tornou a olhar para ele, colocando a coluna no lugar e fechando um dos olhos, como se pedisse sigilo: "sabe qual é o meu segredo? Depois eu volto pra cama e me dou mais vinte minutinhos. Só depois vou fazer minhas coisas para ir trabalhar. É a melhor parte do meu dia", e terminou ameaçando colocar o dedo indicador na frente dos lábios em sinal de discrição, mas freando o movimento pouco antes, demonstrando confiança no rapaz. E para quebrar o tom de brincadeira seguiu conversa, se estava tudo bem com ele, e ouviu um sim como resposta, que ele entraria mais tarde no trabalho por conta de uma reunião e queria aproveitar para tomar um bom café da manhã, reforçado e com calma. Levantou com uma das mãos a sacola que indicou conter um pacote de café especial e a convidou para experimentar, caso ela quisesse melhorar o despertar. Ela agradeceu e disse que, quem sabe, num outro dia.
Chegando em casa, deixou os pães na mesa da cozinha e foi encontrar o marido que terminava de fazer a barba no banheiro. Passou as mãos no rosto liso dele e ressaltou nunca enjoar do cheiro daquela loção. Pediu um beijo e foi tirar a roupa para colocar de novo o shortinho que usou para dormir. Olhou-se no espelho, ainda com a roupa da rua, depois só de calcinha, e novamente com o pijama. Descalça, foi espreguiçando-se no corredor, esticando os braços no alto e pendendo as costas para um lado e para o outro. Na cozinha, encostou-se na pia e observou seu esposo fazendo coisas, abrir o pão, checar e-mails no celular, misturar o leite e o café no copo. Coçou a nuca, escutou-o falar de umas contas, reprovar a demora deles em decidir como farão com a festa de família no natal, perguntou se ele olhou pela janela para ver o dia nascer e ele olhou para trás, para a porta da cozinha, como se atravessasse o apartamento e enxergasse o cesto de roupas sujas, e comentou ter se lembrado que esqueceu de botar para lavar a camisa que julgava importante para usar naquele dia. 
Sentou-se de frente para ele buscando palavras para convidá-lo a deixar as coisas do cotidiano de lado por três minutos e falar com ela com outra postura, mais aberta, mais atenta. Queria apenas falar de sensações, do gosto da comida, do ar gelado da janela batendo no ombro. Apanhou na cabeça essas frases, mas guardou para si. Procurou sorrir e saber se ele tinha gostado dos pães. "Se tivesse aquela geleia, ia ficar ainda melhor", ele comentou ao se levantar e dar um beijo nela. Se despediram na sala e, ao vê-lo sair, colocou a cara pra fora da porta para desejar-lhe bom dia. "Amanhã, sem falta, vai ter geleia", sussurrou depois que as portas do elevador já haviam se fechado.
Do outro lado do corredor, de dentro do outro apartamento, o cheiro do café recém-preparado veio correndo avisar que tinha alguém atrás dela. "E aí? Vai dormir como sempre ou quer tentar alguma coisa nova?", inquiriu o vizinho. Ela virou o pescoço para o elevador fechado, voltou a rotação para o apartamento aberto. Recolheu a cabeça de volta para a sala, olhando para o seu "eu" de regatinha e descalça. Cogitou pegar a roupa que estava usando quando se encontraram, mas seus pés não saíram do lugar. "Quer saber? Foda-se, né", soprou baixinho para nem ela mesma escutar. E foi. Sem calçado e sem tédio. Ergueu a mão, como se pedisse para ser puxada, e os dois entraram.
Ficou lá fora só o corredor, vazio, a porta fechada do elevador e o resto do mundo todinho.
Porque a gente ama se provar.

Um presente especial para você


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Encontrar o presente certo para dar a um amigo, às vezes, é um problema. Por isso, hoje estou enviando algo diferente a alguém especial. Depois de passar um bom tempo buscando o presente perfeito, eu finalmente o encontrei - estou dando aos meus queridos amigos sete coisas que não podem ser compradas e, embora possam ser um presente simples, certamente vêm do coração.

Eu lhe dou o presente do amor...
O amor é um presente especial que você pode dar quantas vezes quiser, pois só depende de você.
Que você possa encontrar amor na sua família e seus amigos, e que possa compartilhar com outros. Quando você compartilha seu amor, ele vem de volta para você em muitas formas.
~ Madre Teresa de Calcutá ~

Mensagem da noite

Um dia uma menina de sete anos perguntou ao irmão mais velho:

- O que é o amor?

Ele achou graça e respondeu:

- O amor é quando sabemos que alguém rouba, todos os dias, chocolates da nossa mochila e continuamos a guarda-los no mesmo lugar.

"Quem não luta pelos seus direitos, não é digno deles", Rui Barbosa

O casamento é o túmulo do amor?



Gostamos de sonhar, e de coisas grandiosas. Gostamos dos grandes amores românticos. Mas a vida destes é, por norma, curta. Da paixão amorosa, o que é que fica? Da grandeza e do enamoramento, o que é que resta, na vida do casal?

Às vezes uma mão cheia de nada. A mulher e o homem revelam as suas facetas profundas. As ilusões e os instintos voam para novos ilusões, amores, paixões. Ou cai-se no desencanto e na negação do amor. 

As lamentações de homens a mulheres, a atestar o desenlace cruel do amor lírico, e a considerarem o casamento como o túmulo do amor, abundam:


  • "O casamento é uma festa em que a oração que precede o jantar é muitas vezes melhor que o jantar em si." Charles Colton, 1780-1832, poeta e escritor inglês, Lacon  
  • "É estranho confessar o prazer que nós, gente casada, sentimos ao ver esses pobres idiotas a caírem na armadilha da nossa situação." Samuel Pepys, 1633-1703, escritor inglês, Diary   


Mas há uma outra face do amor do casal. Por natureza, o amor romântico é breve, mas o que dele fica não é necessariamente pesadelo. Muitas vezes fica o que é menos cantado, menos poético, mas infinitamente mais real. E o mais importante: ternura, simpatia, dedicação, memórias partilhadas, cumplicidade, respeito, refúgio e ajuda contra a crueldade da vida.

É nesse sentido que Sponville diz:

  • "Um casal, quando feliz (ou mais ou menos feliz, porque a felicidade nunca é absoluta) é o lugar da verdade, da vida repartida, da confiança, da amizade gentil, das alegrias recíprocas, da gratidão, da fidelidade, da generosidade, do humor, do amor." A. Compte-Sponville, filósofo francês, Pequeno Tratado das Grandes Virtudes  

Laurinha Acordou


Mais de dois anos depois Laurinha acorda e revela o olha mais lindo do mundo pois revela o infinito amor que seu Pai, Avó, tios e demais familiares lhes tem.

poesia para vida inteira

Lu eu te amo



A POESIA PODE MENTIR

+ jamais enquanto vivo Eu estiver

Simplesmente...

Tem Amo!

Poesia do dia

Por que você ama quem você ama?
Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não-fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo à porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece a razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo.

Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais. Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.

Então que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.

Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não tem a maior vocação para príncipe encantado, e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita de boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte para mim.

Você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem o seu valor. É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar (ou quase). Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível. Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém. Com um currículo desse, criatura, por que diabo está sem um amor?

Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível. Honestos existem aos milhares, generosos tem às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito do amor da sua vida!
by Martha Medeiros



Frase da noite




Amar quem nos ama

É

Solidariedade.

Amar sem ser amado

É

Amor maior.

Joel Neto

O amor não é como flores

Eu te amo

as flores são plantadas...ou não.

E o amor?

Ninguém planta.

É amor.

As flores... 

Vão! 

E levam sua beleza e perfume.

O amor?...

Nasce sem a gente plantar.

Joel Neto

Mensagem da madrugada




Confie nas pessoas, mesmo sabendo que mudamos
Confie no tempo ele também passa
Confie no coração, mesmo sabendo que ele se engana
Confie no Amor
Ele não muda
Ele não passa
Ele não se engana.


Como salvar o Amor na crise de grana

por Xico Sá
Ele vai à feira e diz que não comprou o mamão papaia da amada porque estava os olhos da cara. Ela diz que sem o milagroso fruto não resolve uma das maiores questões da enfezada humanidade: a prisão de ventre. Ele vibra: o papel higiênico anda um horror de tão caro. Tudo pela economia no lar doce lar.

É apenas um episódio do “Casal na crise”, tirinha de humor criada e publicada por Helder Santos e Camilla Loyolla nesta página do Facebook. Ele, pernambucano, é desenhista e escritor, autor do romance “Raiar”. Ela, paulistana, assistente de direção de filmes e programas de tv. Os pombinhos, ainda sem herdeiros, habitam a cidade de São Paulo, SP.

Sim, preocupado leitor, a reforma fiscal em casa são outros quinhentos. Falo em casa de classe média-média. A nova classe C, que entrou recentemente em novíssimos costumes nunca dantes, corta com mais facilidade, a memória da carência e da carestia ajuda a saber como a vida é e como a vida era antes de pegar o elevador social etc.

Se bem que é sacanagem, seu Quinca Levy, mal provaram o gostinho... Talvez seja mais difícil ainda, talvez. “Acontece com as melhores famílias do Morumbi”, pensará o Quinca mãos-de-tesoura. “I love Paraisópolis”, diria o amigo jornalista Paulo Francis, vivo fosse, com um Butantã inteiro escorrendo pelo canto da boca charmosamente torta.

Maracanã X Cinema

Cortar na vida do casal é uma comédia. Seja mamão, papel higiênico ou a cesta básica do entretenimento. Outro dia, aqui em Copacabana (ai de mim, Copacabana), ouvi no bar e restaurante “Príncipe de Mônaco”, um papo firme sobre o mesmo tema:

“Você exagera com o Flamengo, esse Maraca está comprometendo o orçamento”, diz ele, cara de bom moço, tipo intelectual fofo, rapaz da geração Los Hermanos, 30 e poucos anos.

“Você não sai do cinema e muito menos da livraria, vamos rever essa parada!”, diz ela, vestida com uma camisa vintage do Zico.

Ele nem ai para futebol, apenas uma simpatia distante pelo Botafogo. “O Bota tem um certo existencialismo... Jean-Paul Sartre, o filósofo, era Botafogo”, juro que lembro do moço dizendo mais ou mesmo isso, mais ou menos.

Cortar na vida do casal é mais difícil que cortar no osso de retirante de quadro do Portinari. Tudo que tem amor no meio é mais doloroso. Este cronista economicamente inviável que vos escreve, por exemplo, jamais cortaria o luxo da namorada, mesmo ela ganhando muito mais que eu. Sou da escola do macho-jurubeba, aquele que sempre diz, diante de qualquer dificuldade: “O que você me pede chorando, eu faço sorrindo”.




Não há meta fiscal no amor.

Minha religião é o agrado. O agrado à mulher que amo. Mesmo aquela mulher que sequer sabe-se amada. Seu Quinca Levy, meu velho, nesse critério, sempre estouro o orçamento. Haja rombo. Lembro bem meu primeiro cheque sem fundo: ainda foca, morador de pensão no Recife, fiz a graça de levar uma paquera, até prove em contrário a mulher da minha vida àquela altura do devaneio, para almoçar no “Leite”, o mais antigo restaurante do Brasil, aberto desde 1882.

Até hoje lembro do lombo de bacalhau do Porto Imperial que sujou meu nome. Chique no último essa forma de entrar no SPC, o velho Serviço de Proteção ao Crédito, naquele governo Sarney de 80% de inflação na rabiola. E olhe que a musa do Bongi –bairro da deusa- nem era de se impressionar com essas frescuras, como descobriria depois –tão vida simples, meu Deus! Coisa de matuto do interior alucinado por mulher da capital. Pense na tristeza do Jeca!

O segundo sem fundo também foi por amor, já em SP, anos 1990, mas deixa pra lá, só lembro que o jantar com champanhe me levou meio contracheque (holerite para os paulistas) e a orquídea que mandei para a casa dela me inscreveu direto na lista dos inadimplentes do Serasa. “Eu vejo flores em você!” Dias depois, foi mais lindo ainda: o governo Collor sequestrou uma grana que eu havia recebido do Fundo de Garantia da editora Abril, lá se foi meu FGTS.




Último tango

Sou do tempo em que casal só existia na crise. Eliminava até pensamento com a serra de cortar pão e dedo de mão-de-vaca. Tudo sempre foi crise na tragédia brasileira. Depois de alguma bonança econômica, no entanto, aqui estamos de volta aos ajustes fiscais caseiros.

Sou do tempo em que casal só existia na crise. Tudo sempre foi crise na tragédia brasileira

Onde queres Paris, te darei o último forró ou rala-bucho no agreste –em vez de manteiga holandesa, como no filme com Marlon Brando, manteiga de garrafa derretidinha qual nosso amor mais gostoso. Onde queres Alpes Suíços, Garanhuns –é friozinho mesmo. E assim vamos nos acertando, quem sabe até com melhores opções no pacote para fugir do montanhoso dólar.

O importante é não deixar a crise contaminar o relacionamento amoroso. Aqui me posto como o Cupido permanente dessa causa. Donde, lembrando da tirinha genial do mamão papaia do casal Helder e Camilla, me recordo do que dizia um personagem-laxante do meu colega colunista do EL PAÍS Mario Vargas Llosa:

“Para dores de amor, nada melhor do que leite de magnésia (…). Na maior parte das vezes, os chamados males de amor, etcétera, são distúrbios digestivos, feijões duros que não digerem, peixe estragado, entupimento. Um bom purgante fulmina a loucura do amor.”

Está lá no romance “Tia Júlia e o escrevinhador”, como amo esse folhetim. Recomendo.

Na riqueza ou na pobreza, só o amor/humor é o veneno antimonotonia, o resto é desculpa dos fracos de alma que já estavam de partida –com ou sem crise!

no El País

O que é o amor?

"Nada é misterioso, nenhum relacionamento humano. Apenas o amor", Susan Sontag
          A finalidade da vida humana, não importa quem está controlando isso, é amar quem está por perto para ser amado.
Anais Nïn, especialista em matéria de amor, em A Literate Passion: Letters of Anaïs Nin & Henry Miller:
          O amor não é nada além da aceitação do outro, o que quer que ele seja.
Stendhal em seu fantástico tratado sobre o amor de 1822:
          O amor é como a febre: Nasce e passa sem a menor intervenção da vontade. Não há limite de idade para o amor.
C.S. Lewis, um homem muito sábio, em The Four Loves:
          Não existe investimento seguro. Amar é ser vulnerável. Ame qualquer coisa e seu coração certamente se retorcerá e possivelmente será partido. Se você quiser conservá-lo intacto, não o dê a ninguém, nem mesmo a um animal. Mantenha-o cercado apenas por passatempos e pequenos luxos; evite todo tipo de emaranhamento; tranque-o cuidadosamente no túmulo do seu egoísmo. Mas nesse túmulo – seguro, sombrio, imóvel, abafado – seu coração mudará. Ele não poderá ser partido; será inquebrável, impenetrável, irredimível. A alternativa à tragédia, ou ao perigo de tragédia, é a danação. O único lugar além do Paraíso onde você pode se manter longe dos perigos e das perturbações do amor é o Inferno.
Lemony Snicket em Horseradish: Bitter Truths You Can't Avoid:


          O amor pode mudar uma pessoa como um pai/mãe pode mudar um bebê – de forma estranha e em geral com grande confusão.
Susan Sontag, especialista em matéria do amor, em As Consciousness Is Harnessed to Flesh: Journals and Notebooks, 1964-1980:
          Nada é misterioso, nenhum relacionamento humano. Apenas o amor.
Charles Bukowski, que apelidou o amor de "cão dos infernos", em uma entrevista:
          O amor é como a neblina que você vê de manhã, quando acorda antes do nascer do sol. A neblina está ali e, um momento depois, ela desaparece.O amor é uma neblina que dissipa na aurora da realidade.
Shakespeare em A Midsummer Night's Dream:
          O amor não vê com os olhos, mas com a mente.
Ambrose Bierce, com o escárnio característico de The Devil's Dictionary:
          Amor, n. Insanidade temporária que pode ser curada pelo casamento.
Katherine Hepburn em Me: Stories of My Life:
          O amor não tem nada a ver com o que você espera receber – apenas com o que você espera dar – que é tudo.
Katharine Hepburn, referindo-se ao seu relacionamento com Spencer Tracy: "O amor não tem nada a ver com o que você espera receber – apenas com o que você espera dar – que é tudo".
O filósofo e matemático Bertrand Russell, com grande sensatez, em The Conquest of Happiness:

          De todas as formas de cautela, a cautela no amor é possivelmente a mais fatal para a verdadeira felicidade.
Fiodor Dostoievski, em The Brothers Karamazov:
          O que é o inferno? O tormento da impossibilidade de amar.

Não há sentimento mais belo que o Amor

O amor consegue vencer todas as barreiras, todas as dificuldades. Ele permanece forte e inabalado diante das intempéries da vida. Eu acredito que nosso amor é assim, forte demais para ser abalado por coisas, que em comparação com este nosso sentimento, são pequenas demais.
O amor é um sentimento que nos alimenta, ao contrário da paixão que nos consome por dentro e apesar de forte não dura muito.
É verdade que já tivemos nossos momentos de fragilidade, nossas discussões, mas sempre conseguimos superar todos esses percalços que se apresentaram no nosso caminho, e no fim, acabamos saindo com um sentimento mais forte, mais sólido e com raízes mais profundas.
Um amor como o nosso, baseado na confiança, no respeito mútuo e na amizade tem tudo para dar certo e continuar vivo por muitos e muitos anos.
O objetivo desta mensagem é reforçar os meus sentimentos por você, dizer que nada nem ninguém nos fará afastar um do outro.
Te amo!

As chatices do Amor, por A. Capibaribe Neto

As emoções que sobrevém às emoções que ruborizam e arrepiam no primeiro momento, com o primeiro olhar, a primeira vontade, são mágicas. As manobras que antecedem à conquista fazem bater mais forte o coração, mas logo depois do primeiro sinal de aquiescência por conta da sinergia, as temperaturas se estabilizam e o passo seguinte obedece a um roteiro muito comum. O primeiro encontro ainda tem ansiedade, nervosismo, coração batendo mais forte antes do eclodir do primeiro toque, primeiro beijo, daí pra frente, as pedras que poderiam dificultar o caminho que vai até os lençóis são pequenas e logo se transformam em areia macia, boa de deixar rastros. Aí, o tempo...! Se não houver muita criatividade e criatividade pode ser entendida como predisposição e dinheiro, advém a rotina e da rotina até a chatice é um passo. Essa reflexão não remete à pressuposição de que seja uma regra, mas via de regra é o que acontece, principalmente se tudo tiver começado com uma paixão e muito desejo fazendo as carnes arderem por conta da fome que custa a passar e de uma sede descontrolada, quase irracional.




A conquista sadia, o jeito manso e sem a pressa que ajuda a paciência de sonhar com o dia seguinte e o dia depois do dia seguinte, no desfiar das contas Amor não dá para explicar. Esse sentir é muito pessoal, exclusivo, é único como uma impressão digital e cada um o prova e sente seus gostos, perfumes, tudo, de uma forma muito especial e mágica. Quem ama de verdade, quem sente amor por alguém e é correspondido, não precisa dizer: "eu te amo", melhor poder olhar bem fundo nos olhos do outro e dizer com alegria pela certeza: "ah, como você me ama... Também!". Quem ama e é amado nunca diz "você me faz muito feliz...!" Que história é essa de fazer o outro feliz? A felicidade é de dentro para fora, é uma coisa que se sente e se espalha através de cada célula e pela alma de cada um. Se não é assim que muitos pensam, é exatamente assim que deveria ser, porque a frase mais correta seria: "eu me sinto imensamente feliz ao seu lado, com você, em você...!" É bem verdade que não existe uma cartilha para amar nem pode haver a pretensão de dizer como os sentimentos se espalham, invadem e completam as pessoas. Quando acontece uma separação não significa necessariamente que o amor acabou. Desavenças, desentendimentos, explosões temperamentais estão embutidas no pacote. Faz parte. Não existe uma medida para provar quem ama mais a quem. Desencontros, brigas pequenas, grandes ou feias estão sempre evidenciadas nos grandes romances, nas novelas baratas ou mesmo naquelas inteligentes. São raros os amores prometidos para sempre que ainda perduram. Casais que conseguem viver juntos até que a morte os separe e quando acontece é motivo de pauta jornalística até na mídia internacional. Quem viveu um grande amor, um amor de verdade e dele insiste falar ou lembrar arrastando uma asa tem tudo para ser alvo do rigor da paciência alheia quando a mesma saudade é venerada em confissões repetitivas. E aquilo que se repete fica chato, sem graça, mesmo que lá no fundo tenha havido uma história complicada de amor de um homem por uma mulher...
O amor tem dessas chatices.

no Diário do Nordeste

O amor que confunde a madrugada

por Jader Pires

"Puta que o pariu!". Acordou no sobressalto e assustou sua mulher. Fazia uns olhos de coruja, suores empastavam-lhe a testa em brasas e as mãos se agarravam na realidade do lençol. 
— Mas o que te aconteceu, homem?
— Você tem noção da enrascada que a gente se meteu?
— Como assim?
— Estamos casados!
— Sim, há anos!
Se levantou e abriu a janela. A mulher foi ao seu encontro. Ficaram olhando o conjunto de prédios em miniatura trocando luzinhas, acendendo e apagando, pequenos e rápidos rabiscos em vermelho dos carros que passavam lá longe, na avenida, a quietude sacra da madrugada. Estavam calmos, descalços. 
O homem empurrou sua mão até a mão dela e segurou. Apertou aquele aperto afetuoso, como se quisesse senti-la ainda mais. Enquanto os carrinhos e pessoazinhas viviam suas vidas lá embaixo, ele resolveu se explicar:
— Já reparou como o que temos é complexo?
— Ô.
— Quero dizer, cacete, como a gente se aguenta? Como a gente se atura? Ontem o Douglas, lá do trabalho, veio perguntar da gente, se estava tudo bem. Disse que achava incrível pessoas darem certo juntas, nós dois nos darmos bem juntos. Pudera né. Enquanto o pessoal espera os fogos de artifício cor de rosa de Hollywood, aqui na vida real a gente mata as contas todos os dias da equação doida de doação e anulação e incentivo e troca. 
A mulher sorriu ainda olhando para os movimentos vagos da cidade a sua frente.
— Para e imagina, mulher. As pessoas pensam que, no amor, o casal senta junto na sexta à noite, bota um jazz e leem juntos, felizes da cara, passando as páginas, lendo em voz alta trechos que adoraram, roçando os pés um no outro.
— Mas a gente faz isso.
— Aí é que tá. Quantas camadas de acordos silenciosos nós fizemos pra chegar nesse denominador comum? Você estava ouvindo músicas essas últimas semanas que eu não estava com um mínimo de saco pra escutar. E quando eu pedi pra você levar contigo aquele último do Beck, você sorriu, assentiu com a cabeça e nunca botou no celular.
— Ah, eu não estava muito na pegada de ouvir aquele som calminho não.
— Pois é! A gente não está ouvindo a mesma coisa, mas, juntos, chegamos no ponto exato de saber colocar algo na vitrola que vai pegar os dois de cheio.
— Verdade.
— A janta que a gente faz ou onde vamos comer quando não cozinhamos. O dia da faxina, quem vai fazer o que, qual filme vamos ver, Se a gente vai ver aquele seu amigo que eu acho chato ou se vamos na exposição daquele artista que você acha superestimado. Quando decidimos, então, que vamos sozinhos e conseguimos fazer isso sem que o outro se sinta abandonado ou excluído. Olha a trabalheira que demos pra amaciar esse companheirismo, essa troca interessantíssima, um equilíbrio de Cirque du Soleil. 
— Não é fácil não.
— Não é. Você chega e quer falar sobre as dificuldades do seu trabalho e eu só quero terminar de escrever a minha crônica, você dorme cedo e eu varo a madrugada, você acorda disposta de manhãzinha enquanto eu rastejo perto do almoço a muito custo. Eu corro e você pula, horizontal e vertical, eu sou humanas e você, querida, de exatas. Não é nada simples botar tudo isso em ordem e dormir em paz! 
— Tudo isso é porque eu esqueci de pagar o Netflix, é?
— Eu quero muito ver a nova temporada de House of Cards!
— Eu paguei hoje, homem. Tá liberado lá.
— Sério? Quer ir ver comigo?
— Não. Tô com sono.
O homem, acalentado, deu um beijo em sua mulher. Estavam entendidos em águas buliçosas.

O amor é a confusão de uma noite em claro.
no Papo de Homem

Papo de homem

Amar e dar gargalhadas do amor
por  Jader Pires

E daí que, no meio do restaurante, começou o escândalo. Já fazia mais de um mês que estávamos saindo juntos, ela era a gatinha do trabalho, a gente parava pra conversar no corredor da cafeteria quase todos os dias. Aqueles encontros encenados, casualmente combinados. Eu a via passar pela minha sala, contava até oito e me levantava. "Olha só, justo você aqui, que coisa da vida, não é mesmo?". 
Rapidinho eu me apaixonei pela garota do trabalho. Quem diria, o papo bobinho ao lado da máquina de café foi virando uma conversa incrível e ela também estava adorando aquele Black Messiah do D'Angelo. No bar, eu tomava suco e ela a melhor cerveja da casa. Toda vez o cara trocava as bebidas e ela ria da minha cara. Eu, bobo, suspirava. A mãozinha dela pousou na minha com aquele vermelho tomate tomando conta das unhas dela e eu percebi que a queria pra sempre.
Manja amor?
Pois então. A gente trocava mensagens engraçadinhas e safadas, ela sabia ser sacana a beça e eu contava as horas pra me afundar na cama da casa dela. Nessas horas, ela era mandona e atlética, nada apressada. Dormia de bruços e pedia pra eu ficar. 
Naquele dia ela disse que precisava ir embora mais cedo, mas que me encontraria no restaurante, como combinamos. Pela janela eu a vi entrando no carro de alguém sem me contar onde ia e com quem ia. Aquilo me preocupou o dia inteirinho, mas eu não teria a audácia de perguntar com quem ela saíra, não queria dar chama a um ciúme que não poderia existir. Mas por dentro eu era só fumaça preta e brasa. 
Perder a gatinha do trabalho? Aquilo me matou um pouquinho no resto da tarde. Fui para casa, botei a melhor roupa, o perfume que ela pirava e arrumei os cabelos. No restaurante, ela estava linda metida em um vestido amarelo que fazia derreter o chocolate da pele dela. Sorridente de orelha a orelha, aparentemente satisfeita. Na outra ponta da mesa, eu, pequeno e duro. Dente apertando dente, segurando os intestinos. Um beijo gostoso, ela já estava tomando uma cerveja e pediu meu suco favorito, adoçou do jeito que eu gostava e tudo o mais. Carinhosa. De mais.
Contou alguma fofoca do trabalho que eu nem ouvi direito e percebeu meus movimentos rápidos, meus olhares estúpidos de um lado para o outro. Pegou minha mão como só ela sabia fazer pra me trazer de volta. Chegou mais perto e me beijou. Comigo no anzol novamente, sorriu e me contou uma piada bobinha, mas engraçada, algo sobre duas lhamas que fugiram e coisa e tal. 
E daí que, no meio do restaurante, desabei a rir. Gargalhava um riso desesperado, daqueles que não se consegue parar. Puxava o ar e mais risada, batia os braços na mesa, me chacoalhava todo. Virou um folguedo conjunto, ela ria comigo, dois tontos às lágrimas. Comecei até a suar, a barriga dela doía como há muito não sentia. A gente repetia a piada e mais gargalhadas chegavam, uma alegria sem igual no universo imaginado.
E daí acabou. A gente olhava de cabeça baixa para a mesa, chacoalhávamos nossas cabeças com um não e o sorriso já meio triste na boca. Soltamos aquele "ai ai" que vem depois de uma chacota incrível. Ela desenhava com a unha na toalha do restaurante, eu limpava os olhos e tirava poeira da minha camisa. A melancolia depois do gozo. Sem graça.
O amor é uma piada.

O amor é fome

ark as read

Sexta-feira à noite e aquela angústia. São as tais borboletas no estômago, os suspiros de saudade, a lembrança de ter sido sempre bom, sempre gostoso. E a pizza que não chega. Nessas horas, o...Continua>>>