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Briguilinks do dia

Pesquisas qualitativas feitas pelo campanha de Aécio Neves acendeu o sinal amarelo - tem que diga já ser o encarnado -. É que uma grande parcela da população já começa a ligar a imagem do candidato à apelidos populares, mas nada lisonjeiros:  Cu de cana, Pé de cana, Cana-brava, Pudim de Cachaça, Papudinho, Pinguço etc. Os marqueteiros já avisaram.  Agora é ver se Aécio Neves segue o
Sou inteiramente solidário com Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, que tiveram seu perfil na enciclopédia Wikipedia alterado a partir de um computador conectado a rede do Palácio do Planalto. O grave, no episódio, é a geo-política. É inaceitável que um instrumente que pertence ao patrimônio público seja utilizado em benefício de interesses políticos particulares. Cabe investigar e
Meu nome é Suzane, sou filha de uma faxineira e de um cobrador de ônibus mineiros, que estudaram até a quarta série do antigo ensino primário. Meus pais vieram para São Paulo buscando uma vida melhor. Minha família sofreu muito com o desemprego, a fome, a pobreza extrema e a precariedade da saúde e da educação nos governos anteriores. Quando eu era criança, minha mãe às vezes me levava junto
De quem sabe?... Deixar inflação a 12,5% Juros a 45% Quebra o país e apelar para o FMI Não pagar o piso nacional para os professores Vetar 7% para a Educação Perseguir jornalistas Vender (?) empresas a preço de banana em fim de feira Construir aeroporto para família com dinheiro público Se você quer essa receita, vote no tucano. Mas se você prefere: Inflação dentro da meta (6,5) Juros de 11
Fragmento de um diário inexistente IV Fort Lauderdale, fevereiro de 1994 - Depois de uma exaustiva manhã dando palestras para crianças, vou almoçar com uma amiga advogada, Shelley Mitchel. No restaurante, sentamos numa mesa ao lado de um bêbado, que insiste em puxar conversa o tempo todo. Fala do sofrimento por ter sido abandonado por sua mulher, diz o quanto está triste, pergunta-nos o que
Em 2014, o Brasil deve ultrapassar a marca de impostos sonegados registrada no ano passado, que foi R$ 415 bilhões O valor de impostos sonegados no Brasil está próximo de alcançar R$ 300 bilhões. Os dados são do Sindicato Nacional dos Procuradores da Fazenda Nacional (Sinprofaz) e foram calculados pelo sonegômetro: ferramenta em forma de placar, que calcula quantos reais o país deixou de
Vamos juntar algumas pecas de quebra-cabeça. Peça 1 – a denúncia em si. Mirian Leitão pode ter sido alvo de acerto interno na Globo O Globo transforma em denúncia o uso de um computador da rede wi-fi do Planalto para alterar o perfil de dois jornalistas na Wikipedia. A rede possui certamente mais de dois milhares de usuários internos do Palácio, incluindo a Sala de Imprensa. É um mero
Esta é, claramente, uma boa notícia para o Brasil. Você diariamente lê e ouve informações apocalípticas sobre a inflação. E os brasileiros sabem o que inflação significa. Nos dias de Sarney – e de Mailson, hoje transformado em professor de economia em colunas e artigos na mídia – a inflação chegou a 80%. Ao mês. De novo: aquela é uma boa notícia. Como você faz para lidar com ela, se você
Uma perícia contratada pelo senador Delcídio Amaral (PT/MS) demonstra que a revista Veja editou a fita que motivou a capa da última semana, sobre uma suposta farsa na CPI da Petrobras; "Do arquivo analisado separamos segmentos que demonstram a edição do mesmo, sendo claramente perceptível pelo menos duas interrupções na sequência das falas", diz a análise do IPC, o principal instituto de perícias

Chegou a hora de encurralar os zelotes, por Aracy Balbani

Vivendo e aprendendo. Graças à Operação Zelotes, em 2015 muitos descobrimos a existência do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), apesar dessa estrutura governamental remontar a mais de 90 anos.
É a oportunidade de ouro para conseguir investigar e punir sonegadores da pesada que se fingem de paladinos da moralidade e também seus agentes que ocupam brechas para influenciar as decisões de órgãos importantes do governo.
Grupos de mídia poderosos que alimentam diariamente os noticiários com a versão deles para a corrupção na Petrobras são agora citados no escândalo do Carf. É óbvio que esses grupos enfiam a Operação Zelotes num rodapé de página qualquer dos noticiários que produzem. Mas uma hora não haverá mais como taparem o sol com a peneira.
É o momento da blogosfera agir com força total para cobrar atitudes firmes das autoridades e colocar de vez o Partido da Imprensa Golpista (PIG) nu. Nu e com a mão no bolso para pagar tudo o que deve à União caso se confirmem suas dívidas fiscais astronômicas.
A pauta dos blogs pode ajudar a abrir a caixa preta da sonegação fiscal no país e a responder inúmeras perguntas do cidadão contribuinte. Procedem as queixas de que a estrutura atual da Receita Federal a torna implacável somente com os pequenos contribuintes? Como corrigir as distorções? Como age e quem faz parte do Carf? Como são prevenidos eventuais conflitos de interesse de seus membros? Como pudemos desconhecer a rotina do Carf durante tantos anos? Qual a situação das instâncias de recursos fiscais nos estados e no Distrito Federal? Como atua a corregedoria da Receita Federal? Quantos processos estão nas mãos dos corregedores? Quantos servidores da Receita foram punidos ou demitidos por ação da corregedoria? Onde e como está o processo administrativo fiscal da Rede Globo, acusada de sonegação bilionária? A ação da inteligência fiscal da Receita Federal contra a sonegação tem alcançado resultados satisfatórios? Se não, por quê?
Há que se fazer nos blogs agora o que o PIG não quis no caso da Petrobras: apurar as informações e expô-las de forma clara e compreensível. Abrir espaço para ouvir a manifestação de todos: governo, servidores da Receita, investigadores, procuradores da República, investigados - com a ressalva de que vários destes usam e abusam do seu poder econômico -, entendidos na área tributária e cidadãos. É preciso estimular o senso crítico das pessoas para que tirem as próprias conclusões no tempo certo. Não sabemos quanto vai demorar até a conclusão do inquérito da Polícia Federal.
Não se admite operação abafa nem a repetição dos erros cometidos pelo PIG sobre a Petrobras. Muito menos se pode embarcar na primeira opinião de que devemos jogar o bebê fora junto com a água suja do banho, ou seja, pedir para extinguir logo o Carf alegando completa desmoralização da participação de representantes dos contribuintes. A quem, então, os pequenos contribuintes recorreriam na esfera administrativa?
Bastam os equívocos rotundos dos comentaristas afoitos do PIG e de seus patrões, que fazem tanto mal ao Brasil. 

Amaury Junior: Robalinho (MPF) prevaricou

Do VIOMUNDO

Amaury Ribeiro Jr.: Documentos das Ilhas Virgens sobre Globo e Fifa comprovam que MPF prevaricou

O procurador José Robalinho Cavalcanti, do 2º ofício criminal do Ministério Público Federal, em Brasília,  foi quem denunciou o jornalista Amaury Ribeiro Jr.
por Conceição Lemes
O Ministério Público denunciou o jornalista Amaury Ribeiro e outras quatro pessoas acusadas de quebras pelo sigilo de pessoas ligadas a José Serra em 2009. A Procuradoria pediu ainda a abertura de inquérito para identificar mentores da ação.
Em 2010, quando Serra enfrentou Dilma Rousseff na corrida pela Presidência, dados sigilosos do ex-ministro tucano Eduardo Jorge foram encontrados num dossiê em posse da equipe da pré-campanha petista. Segundo investigação da PF, o sigilo de Veronica Serra, filha do ex-governador, também foi quebrado.
“Aliás, essa mesma documentação já havia sido encaminhada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel”, observa Amaury. “Acho uma coincidência absurda, porque os documentos, que acabo de receber das Ilhas Virgens sobre as movimentações da Globo e da Fifa, comprovam que a cúpula do Ministério Público tucano, ligada a Robalinho, prevaricou feio.”
A denúncia contra Amaury foi feita pelo procurador José Robalinho Cavalcanti, do 2º ofício criminal do Ministério Público Federal, em Brasília.
O  dr. Robalinho é filho do médico Guilherme José Robalinho Cavalcanti, ex-secretário municipal de Saúde de Recife.
Em 2008segundo o JusBrasilo juiz Frederico Koehler, da 2ª Vara da Justiça Federal em Pernambuco, recebeu ação por  improbidade administrativa contra Guilherme Robalinho devido a irregularidades ocorridas na implantação do Programa Leite é Saúde, que fazia parte de um convênio entre o Município do Recife e a União Federal, com o objetivo de atender aos desnutridos e às gestantes sob risco nutricional.
Em matéria publicada pelo Estadão em 2006, a advogada Marília Cardoso disse que” Guilherme Robalinho foi várias vezes citado em depoimentos de envolvidos na Máfia dos Vampiros. Robalinho, que tinha bom relacionamento com o então ex-ministro da Saúde José Serra (PSDB), teria um suposto envolvimento com um dos representantes da multinacional suíça Octapharma, Jaisler Jabour, também denunciado na Máfia dos Vampiros, que teria financiado campanhas políticas em Pernambuco”.
“O dr. Robalinho deveria se declarar impedido de atuar no meu caso devido às ligações do pai dele com José Serra, que é alvo das investigações no meu livro. Tenho muitas provas que comprovam a ligação. Vou apresentá-las na minha defesa na hora certa”, afirma Amaury. “Estou pronto para briga. Carregado de munição para implodir a ala tucana que se apoderou do Ministério Público. Não vai sobrar nenhuma pena.”
O premiadíssimo Amaury Ribeiro (que, por precaução, já repassou cópias de todo o material recebido para outras pessoas de sua confiança), acrescenta:
“Se esse procurador queria me expor na mídia para agradar seus amigos, aviso: isso não me atinge mais. Até tiro de traficante já levei. Sou honesto, com  trabalhos prestados à sociedade no combate à injustiça social. E, acima de tudo, um sobrevivente, que sobreviveu com sucesso (200 mil livros vendidos) ao bombardeiro da imprensa canalha nas últimas eleições. Será que ele e seu pai Robalinho têm o mesmo preparo? Vamos ver. A batalha só está recomeçando com uma diferença: estou mais forte, com milhares de brasileiros que me apoiam do fundo de seus corações”.
OS RESULTADOS DOS PROCESSOS DE RUI FALCÃO E JOSÉ SERRA CONTRA AMAURY
A propósito da denúncia do MPF, Amaury Ribeiro Jr. atenta:
1) Como eu havia mencionado em depoimento à Polícia Federal e no Privataria Tucana, a história do grupo de inteligência não foi uma invenção do atual presidente do PT, Rui Falcão, que compilou dados do livro do meu computador (Folha, por favor, não são dados sigilosos).
Esses dados foram entregues à Veja por Falcão e o ex-ministro Antônio Palocci com o propósito de derrubar Fernando Pimentel e Luiz Lanzeta do comando da campanha da então candidata à presidência da República, Dilma Rousseff.
Ruy Falcão me processou. E o que aconteceu? A Justiça julgou que havia provas suficientes que mostravam que eu estava dizendo a verdade.
Em outras palavras, eu tenho agora o aval da Justiça para dizer que o presidente do partido da presidenta do país traiu seus próprios companheiros.
2) O personagem principal do livro Privataria Tucana, José Serra, também entrou com processo na Justiça contra mim por danos morais. Faminto por dinheiro, Serra exigia todos os recursos arrecadados com a venda dos livros. Teve de se contentar com R$ 1.000,00 devido a uma legenda infeliz da publicação. Mas acabou sendo humilhado com a ironia do Juiz, que alegou que Serra não precisava mais de dinheiro, porque já tinha milhões em paraísos fiscais.
3) O caixa de campanha do PSDB, Ricardo Sérgio, também havia se dado mal ao tentar me processar. Além de perder o processo, a Justiça mandou a CPI do Banestado enviar toda papelada que comprova o pagamento de propina do processo de privatização. Diante das sucessivas derrotas, não restou ao PSDB se não entrar com  novo processo em que afirma não ter nenhum vínculo com o ex-piloto dos consórcios das privatizações. Que piada!
4) Em resumo: a Justiça se manifestou várias vezes sobre a fé pública dos documentos publicados no Privataria Tucana. No entanto, o procurador Robalinho, que teve acesso aos autos, não pediu nenhuma investigação para apurar os crimes praticados pelos tucanos.
Por quê? Isso é respondido por um estudo jurídico elaborado por uma empresa internacional de renome contratada pelo autor, que analisou todas as ações impetradas por Robalinho durante sua passagem pelo Ministério Público Federal. O resultado é uma bomba, que será entregue ao Conselho Nacional do Ministério Público no momento certo.
5) Desde pequeno, tenho a convicção, por defender o mais pobres e injustiçados, que sou protegido por uma força divina. Mais uma vez, essa força está me levando em frente. É vitória em cima de vitória. Estou ansioso para ver o resultado final desse processo e de outros que pretendo mover no futuro. Com paciência, paciência e mais paciência, como aconselhou o pai de meu advogado, meu conterrâneo do Paraná, Adriano Bretas.

A Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment, por Jeferson Miola



na Carta Maior

Cunha conduzir o impeachment é mais que metáfora; é sinal do Brasil na podridão

A Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment. Esta é a moeda de troca: criminosos se livram de processos se depuserem uma Presidente inocente

O impeachment da Presidente Dilma, sobre quem não existe nenhuma acusação por crime de responsabilidade, é um golpe contra a democracia igual àquele dado pela Globo e os fascistas em 64. É um golpe contra o Estado Democrático de Direito, contra a Constituição. E, se consumado, vai abrir uma chaga na história do Brasil que jamais vai cicatrizar.

A estratégia do impeachment foi assentada já em 27 de outubro de 2014, dia seguinte ao sufrágio de 54.501.118 brasileiros/as que entregaram a Dilma o mandato para ser cumprido até 31 de dezembro de 2018.

Inconformados com o resultado das urnas, os golpistas do PMDB, PSDB, DEM, PPS, PTB adaptaram o mantra udenista do "corvo" Carlos Lacerda à realidade atual: Dilma, uma vez eleita, não poderia assumir; caso assumisse, não poderia governar; e, caso tentasse governar, deveria ser sabotada até ser deposta do cargo.

Executaram o plano dentro do figurino udenista com a ajuda do condomínio jurídico-midiático-policial, que congrega atores no Judiciário, no MP, na PF e a mídia. Este condomínio exerce forte dominância na cena pública com um dispositivo amedrontador de poder, que é a Lava- Jato.

Dilma cometeu erros, é verdade. Mas nem o pior dos erros, que foi o de confiar na aliança com o PMDB sob a batuta do chefe da conspiração Michel Temer, se enquadra naqueles crimes que a Constituição autoriza para se poder instalar o impeachment.

Os crimes "congênitos" de Dilma são outros: ela é mulher, não transige com a corrupção, luta e resiste pelo seu povo, é do PT, e simboliza o projeto de desenvolvimento com igualdade iniciado por Lula em 2003; projeto que desfigurou para sempre a fisionomia excludente daquele Brasil medieval no qual só cabiam os 3% brancos, ricos e sulistas.

Dilma não cometeu crimes. O impeachment está previsto na Constituição não para punir erros, mas para punir crimes. Os erros governamentais são punidos pelas urnas ao final do mandato do governante, pelo escrutínio popular que avalia o desempenho do governo. Os crimes de responsabilidade, caso de fato existam, devem ser julgados e punidos através do processo de impeachment.

Romper com uma governante porque não se gosta dela até pode ser um critério válido em namoricos juvenis [e na fantasia de vices "decorativos"], mas jamais pode ser aplicado para uma detentora de mandato popular. A violência em curso não é apenas contra a pessoa da Dilma Rousseff, mas contra as 54.501.118 pessoas que a elegeram – e é óbvio que este contingente humano não ficará passivo diante de monumental agressão.

Não parece estranho que um gangster corrupto como o multi-réu Eduardo Cunha, apesar dos incontáveis processos criminais a que responde no MPF e no STF, dê as cartas no tabuleiro do golpe, enquanto a Presidente Dilma, sem nenhuma mancha na sua biografia, seja uma vítima inocente conduzida ao cadafalso com a cumplicidade – ou negligência – dos mesmos MP e STF?

Observa a ironia: o chefe do Ministério Público e o notório juiz tucano no STF seqüestram o direito constitucional da Presidente para nomear Lula para a Casa Civil; mas, por outro lado, deixam Cunha firme no cargo e cegam em relação aos absurdos "desvios de poder" cometidos por ele, que usou o impeachment como arma de vingança pessoal contra Dilma.

Cunha só continua vivo e firme porque é útil para a conspiração. Ele aceita sujar as mãos com o sangue da Dilma para deixar Michel Temer imaculado. Em troca disso, ganha a promessa do sol de cada dia fora da penitenciária – Cunha recebeu a promessa de impunidade justamente daqueles que deveriam prendê-lo imediatamente.

Estes são tempos de experimentos fascistas, de partidarização do Estado, de origem de um Estado policial e judicial, aparelhado para aniquilar desafetos, adversários e inimigos ideológicos. Na Alemanha dos anos 1920/1930, isso começou com a fixação de estrelas de David nas residências dos judeus, para facilitar a caça, a localização e a eliminação deles.

Cunha definiu a liturgia do golpe: será célere e com votação por ordem regional e não alfabética – por esse critério, ironicamente o primeiro voto será de um réu-deputado do PP/RS que recebeu propina da corrupção na Petrobrás.

Ele também decidiu que a sessão será um espetáculo big brother da Globo. E, para coroar o caráter deexceção do julgamento, será num domingo! A Globo, embalada por este espírito de exceção, combinou com a CBF a antecipação da rodada de futebol em todo o país para a tarde de sábado, e dedicará a grade de programação exclusivamente para a transmissão da tentativa de golpe.

Não é necessário ser vidente para adivinhar que a Lava-Jato acaba no dia seguinte ao impeachment. Esta é a moeda de troca: criminosos se livram de processos criminais se depuserem uma Presidente inocente – mais da metade dos deputados desse tribunal de exceção responde por todo tipo de crime: corrupção, improbidade, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação fiscal, fraude, estelionato etc, e até homicídio.

A corrupção, magicamente, terá acabado, e então Cunha, Temer, Padilha, Moreira Franco, Maluf, Aécio, FHC, Serra, Bolsonaro e caterva ocuparão o altar reservado às santidades que sempre se locupletaram com as riquezas dessa imensa nação chamada Brasil.

Cunha não reúne as condições de presidir a sessão de julgamento do impeachment, e todos os deputados investigados por crimes não possuem a legitimidade e a moral para julgarem Dilma.

Os democratas do Brasil e as pessoas com um mínimo de bom senso – inclusive aquelas fervorosamente dedicadas à causa golpista, mas que ainda conservam um mínimo de racionalidade – não podemos aceitar que este personagem deplorável, na companhia de inúmeros réus-deputados, presida o julgamento de uma Presidente inocente, digna, íntegra.

Se isso acontecer, será um claro sinal de ingresso do Brasil numa etapa do vale-tudo, do desrespeito às Leis, à Constituição e à moralidade; do absurdo desmedido. Se vale Cunha presidir o julgamento da Presidente Dilma, muitas outras bandalheiras e muitas outras arbitrariedades também passarão a ser validadas e aceitas. Os golpistas devem saber que estão conduzindo o Brasil ao reino da podridão.

Fernando Brito - isso não é jornalismo, é álibi

A prisão do justiceiro Moro. O importante não é como ela é, mas porque é assim


touro
No Diário do Centro do Mundo, Paulo Nogueira põe o dedo na ferida ao analisar a matéria de ontem, na Folha, relatando as condições dos executivos de empreiteira presos na “Lava-Jato”.
É o método: “ah, eu faço jornalismo porque publiquei isso”. Um registro, mais nada.
Não foi assim no caso da sonegação da Globo? Uma matéria, uma apenas, mais nada.
Não é jornalismo, é álibi.
Tal como em outros assuntos, políticos ou não, jornalistas não admitem, mas fazem “campanhas”.
Os assuntos “rendem”: buscam-se repercussões, detalhes escandalosos, paralelos com outras situações e, sobretudo, julgamentos morais.
Nogueira, aliás, faz o que a Folha não faz, creditar a Paulo Henrique Amorim, em seu Conversa Afiada, o fato de terem sido expostas as vísceras deste processo prisional conduzido por Sérgio Moro.
Mas há algo que ele não afirma diretamente, e que sinto a necessidade de expressar.
O problema das condições humilhantes daquela prisão, porém, não é apenas – embora seja, sim – o da questão dos deveres de humanidade que devam ter nossas prisões, e que não têm, aqui.
Porque sempre se pode argumentar, com toda a razão, que essas, ou piores, são as condições de encarceramento de milhares, dezenas de milhares, centenas, talvez, de outros brasileiros.
São, sim, por desimportantes, pobres, desprezíveis para uma cultura que se importa em prender para castigar, punir e que, sadicamente, quer punições cada vez mais cruéis, como ferramenta de vingança, não de solução dos conflitos do convívio humano.
O problema na prisão do Dr. Moro não é o de que, na forma indigna, é assim.
É o porquê de ser assim, a mesma  razão de estar sendo prorrogada além, muito além, do que seria necessário para garantir a investigação.
É que é, já agora indisfarçadamente, um instrumento de coação, destinado a obter ao confissão do que se quer, pouco importa se real ou não.
É mais perverso do que seria um tapa ou um chicote de um bruto, de um meganha medieval, porque é brandido por homens de fino trato, acostumados a linhos e ágapes, não a comer com as mãos ou a defecar com platéia.
Um retrato da diferença entre brutalidade, própria dos brutos, e tortura, um ato deliberado em que o prazer sádico consiste faze-lo para obter o que se quer de alguém.
E em nome do Estado: portanto, em meu e em seu nome.
Como os homens que estão lá, obrigados a fazerem suas necessidades em público, também é em público que a Justiça brasileira pratica as suas necessidades políticas, com alguns latinismos e muitas folhas de jornal a fazerem às vezes de cortina para a imundície.

O que Moro tem a dizer sobre as condiçõesem que vivem os presos da Lava Jato?

Paulo Nogueira

Fraude na escolinha do professor Gilmar Dantas

Na edição da Carta que chega essa semana às bancas, Leandro Fortes publica estarrecedora reportagem:

Cobras e lagartos – disputa empresarial – em um processo judicial conturbado, Inocêncio Coelho, ex-sócio de Gilmar Dantas (*) no IDP – Instituto Brasiliense de Direito Público – acusa o ex-Supremo Presidente Supremo de “desvio de dinheiro e sonegação” de impostos.

O título da capa é sugestivo: “Fraude na escolinha do professor Gilmar”.

Fraude. Sonegação. 
Desvio.


Desvio de conduta, também, porque um Ministro da Suprema Corte não pode ser empresário – só pode ser professor.

Tudo pronto para um impeachment !

Está tudo lá na estarrecedora reportagem de Leandro Fortes, que já tinha identificado as impressões digitais da Globo nas operações do Carlinhos Cachoeira.

A história que Leandro conta essa semana mostra que Inocêncio Mártires Colho, último Procurador da República do regime militar, entrou na Justiça contra Gilmar, porque:


  • Gilmar atacava o cofre da empresa sob a alegação de que precisava custear festas familiares e fazia retiradas significativas;
  • atacava o cofre na esperança de cobrir depois, com “acertos futuros”- o que jamais acontecia e, portanto, praticava o que se chama de “evasão fiscal”;
  • Gilmar queria uma “vantagem diferenciada” na empresa,  porque se cansou de ser o “garoto propaganda” do IDP;
  • será que isso explica a obsessão pelos holofotes da Globo, essa “vantagem diferenciada”?;
  • apavorado com o processo judicial do ex-sócio, Gilmar contratou o segundo advogado mais poderoso do Brasil – Sergio Bermudes, aquele que aparece no processo de impeachment que o Dr Piovesan movia e move contra Gilmar (o primeiro é Marcio Thomaz Bastos, cujo escritório move, em nome de Daniel Dantas, uma ação contra Mino Carta);
  • da Alemanha, na edificante companhia do amigão Demóstenes Torres, Gilmar conseguiu “trancar” o litigio com Inocêncio e submete-lo a um providencial “segredo de Justiça”. Viva o Brasil !
  • segundo auditoria contratada no litígio, as “remunerações extras” – eufemismo usado pelos auditores para se referir a “retiradas ilegais” – do ex-Supremo chegavam a 14% (!) da receita bruta – não há negocio capitalista que resista a tal voracidade;
  • eram pagamentos “feitos por fora”, ou seja, sem recolhimento de impostos

Os sócios fizeram um acordo para encerrar o litigio judicial.

E ministro (ou ex-Ministro) do Supremo “indenizou” Inocêncio em 8 milhões e um Real – onde um ministro do Supremo consegue esse dinheiro, Ministro Celso de Mello, decano da Casa ?

Onde ? 
Onde um Ministro do Supremo levanta R$ 8 milhões ?

Leandro Fortes já demonstrou de forma irrefutável – e por isso mereceu ações judiciais movidas pelo ex-Ministro Supremo do Supremo – que o IDP  só existe porque:


  • recebeu um terreno do notável governador de Brasília, Joaquim Roriz, outra Catão do Cerrado, com um desconto camarada de 80%;
  • e obteve um empréstimo no Banco do Brasil do fundo de “para estimular a produção em zonas rurais”.

Quanto tempo dura Gilmar no Supremo ?

Ministro Ayres Britto, o senhor permitirá que este  
“empresário” se sente ao seu lado e vote o mensalão ?

É este o Catão de Mato Grosso que denunciou a chantagem do Nunca Dantes – chantagista que ele não processou ?


Ele pode continuar a “desonrar a Magistratura”, como previram dois brasileiros íntegros, Joaquim Barbosa e Dalmo Dallari ?



A reportagem de Leandro Fortes deveria ser dedicada a Fernando Henrique Cardoso.
Paulo Henrique Amorim

Resposta recebida sobre paradeiro do processo contra sonegação da Globo

Solicito informação sobre o paradeiro físico, as últimas movimentações e o responsável pela guarda dos processos abertos por sonegação fiscal contra a Rede Globo.

Prezado (a),
Em atenção ao requerimento formulado, cumpre-nos informar que a demanda
foi encaminhada à Secretaria da Receita Federal, que se posicionou conforme
abaixo:

“1. Veio à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), por intermédio
do Serviço de Informações ao Cidadão (SIC-MF), pedido de informação, sobre
“o paradeiro físico e o responsável pela guarda dos processos
18471.000858/2006-97 e 18471.001126/2006-14, ambos da Receita Federal
do Brasil e os seus últimos andamentos e as datas em que ocorreram”.

2. O requerente acrescenta que não solicita “matéria de natureza fiscal,
mas apenas o paradeiro dos referidos instrumentos processuais públicos, a fim
de prevenir situação tipificada no Art. 377 (sic) do Código Penal Brasileiro”.

3. Passando-se à resposta, informa-se que os autos foram
reconstituídos, com nova numeração, e a tramitação seguiu seu curso regular.

4. Considerando que a matéria tratada nos aludidos autos é acobertada
por sigilo fiscal, a RFB está impedida de prestar informações adicionais, sob
pena de violação do disposto no art. 198, caput, do Código Tributário Nacional.

5. No entanto, podem ser prestados os seguintes esclarecimentos de
ordem geral em relação ao tema:
a) a RFB não trabalha mais com autos de processos administrativos-fiscais
em papel, uma vez que os referidos processos passaram a ser eletrônicos, o
que significa que não podem ser extraviados ou destruídos;
b) mesmo quando trabalhava com processos em papel, os autos de um
processo administrativo-fiscal podiam ser reconstituídos em caso de extravio
ou destruição (como em incêndios e inundações);
c) a reconstituição de processo extraviado ou destruído leva numeração
própria, diferente da numeração do processo original; e
d) a reconstituição de autos de processos extraviados ou destruídos é
obrigatória na RFB, assim como em outros órgãos públicos.
Serviço de Informação ao Cidadão do Ministério da Fazenda – SIC/MF
SAS Quadra 6 - Bloco O - Ed. Órgãos Centrais. CEP 70070-917
www.acessoainformacao/sistema

6. Deve-se mencionar, ainda, que o caso de que cuida o pedido em
pauta foi acompanhado pelo Ministério Público Federal (MPF) no Rio de
Janeiro, que, em relação ao ponto específico em foco, se manifestou com
muita propriedade na Nota de Esclarecimento divulgada em 09/07/2013
(http://www.prrj.mpf.mp.br/noticias/noticia_corpo.php?idNoticia=1310):
‘4 - Cabe ressaltar que, em resposta a uma das requisições de
acompanhamento do MPF, a Receita Federal informou o extravio dos autos
do procedimento fiscal. Isto gerou investigação paralela para identificar os
envolvidos, resultando em ação criminal - já com sentença condenatória -
contra uma servidora da Receita Federal, bem como a identificação de
inúmeras outras fraudes perpetradas por ela. O MPF ofereceu várias
oportunidades para que a servidora cooperasse com as investigações e
indicasse os eventuais co-autores do delito, porém a ré optou por fazer uso
de seu direito constitucional ao silêncio. Quanto ao procedimento fiscal
extraviado, foi providenciada a sua reconstituição, com novo tombamento,
e a tramitação seguiu seu curso regular;’”

Atenciosamente,
Serviço de Informação ao Cidadão
Ministério da Fazenda

Qual a diferença entre Plebiscito e Referendo

Pinçado do livro Contos fora de moda de Aluizio Azevedo (1894) e finalizado com colaborações do Facebook (2013)
A família está toda reunida na sala de jantar.
O senhor Rodrigues palita os dentes, repimpado numa cadeira de balanço. Acabou de comer como um abade.
Dona Bernardina, sua esposa, está muito entretida a limpar a gaiola de um canário belga.
Os pequenos são dois, um menino e uma menina. Ela distrai-se a olhar para o canário. Ele, encostado à mesa, os pés cruzados, lê com muita atenção uma das nossas folhas diárias. 
Silêncio.
De repente, o menino levanta a cabeça e pergunta:
- Papai, qual é a diferença entre plebiscito e referendo?
O senhor Rodrigues fecha os olhos imediatamente para fingir que dorme.
O pequeno insiste:
- Papai?
Pausa:
- Papai?
Dona Bernardina intervém:
- Ó seu Rodrigues, Manduca está lhe chamando. Não durma depois do jantar, que lhe faz mal.
O senhor Rodrigues não tem remédio senão abrir os olhos.
- Que é? Que desejam vocês?
- Eu queria que papai me dissesse qual a diferença entre plebiscito e referendo.
- Ora essa, rapaz! Então tu vais fazer doze anos e não sabes ainda qual a diferença entre referendo e plebiscito?
- Se soubesse, não perguntava.
O senhor Rodrigues volta-se para dona Bernardina, que continua muito ocupada com a gaiola:
- Ó senhora, o pequeno não sabe qual a diferença entre referendo e plebiscito!
- Não admira que ele não saiba, porque eu também não sei.
- Que me diz?! Pois a senhora não sabe?
- Nem eu, nem você; aqui em casa ninguém sabe qual a diferença entre referendo e plebiscito.
- Ninguém, alto lá! Creio que tenho dado provas de não ser nenhum ignorante!
- A sua cara não me engana. Você é muito prosa. Vamos: se sabe, diga qual é a diferença! Então? A gente está esperando! Diga!...
- A senhora o que quer é enfezar-me!
- Mas, homem de Deus, para que você não há de confessar que não sabe? Não é nenhuma vergonha ignorar qualquer palavra. Já outro dia foi a mesma coisa quando Manduca lhe perguntou o que tinha sido a sonegação da Globo. Você falou, falou, falou, e o menino ficou sem saber!
- Sonegação da Globo - acudiu o senhor Rodrigues - foi o blogueiro sujo - Miguel do Rosário - que revelou.
- Sim, agora sabe porque foi ao Google; mas dou-lhe um doce, se me disser o qual é a diferença sem usar o notebook!
- Que gostinho tem a senhora em tornar-me ridículo na presença destas crianças!
- Oh! Ridículo é você mesmo quem se faz. Seria tão simples dizer: - Não sei, Manduca, não sei qual a diferença; vai buscar o notebook, meu filho.
O senhor Rodrigues ergue-se de um ímpeto e brada:
- Mas se eu sei!
- Pois se sabe, diga!
- Não digo para me não humilhar diante de meus filhos! Não dou o braço a torcer! Quero conservar a força moral que devo ter nesta casa! Vá para o diabo!
E o senhor Rodrigues, exasperadíssimo, nervoso, deixa a sala de jantar e vai para o seu quarto, batendo violentamente a porta.
No quarto havia o que ele mais precisava naquela ocasião: algumas gotas de água de flor de laranja e um tablet...
A menina toma a palavra:
- Coitado de papai! Zangou-se logo depois do jantar! Dizem que é tão perigoso!
- Não fosse tolo - observa dona Bernardina - e confessasse francamente que não sabia!
- Pois sim - acode Manduca, muito pesaroso por ter sido o causador involuntário de toda aquela discussão - pois sim, mamãe; chame papai e façam as pazes.
- Sim! Sim! Façam as pazes! - diz a menina em tom meigo e suplicante. - Que tolice! Duas pessoas que se estimam tanto zangaram-se por causa do plebiscito!
Dona Bernardina dá um beijo na filha, e vai bater à porta do quarto:
- Seu Rodrigues, venha sentar-se; não vale a pena zangar-se por tão pouco.
O negociante esperava a deixa. A porta abre-se imediatamente. Ele entra, atravessa a casa, e vai sentar-se na cadeira de balanço.
- É boa! - brada o senhor Rodrigues depois de largo silêncio - É muito boa! Eu! Eu ignorar a diferença entre plebiscito e referendo! Eu!... A mulher e os filhos aproximam-se dele.
O homem continua num tom profundamente dogmático:
- Plebiscito, referendo...
E olha para todos os lados a ver se há ali mais alguém que possa aproveitar a lição.
- Plebiscito é quando você escolhe o que vai comer na hora do almoço.
- Referendo é quando você não escolhe o que vai comer e lhe servem gororoba que eles fizeram.
- Ah! - suspiram todos, aliviados.
- Entenderam a diferença? 


Segui os passos do Tijolaço. Siga também.

Acabo de registrar, no portal do Serviço de Informações ao Cidadão, um requerimento, protocolado sob o número 16853.001175/2013-66  solicitando a informação sobre o paradeiro físico, as últimas movimentações e o responsável pela guarda dos processos abertos por sonegação fiscal contra a Rede Globo.
Diante das informações publicadas hoje, é um dever de cidadão, que vai além do dever profissional de jornalista.
A solicitação:
 Informação sobre o paradeiro físico e o responsável pela guarda dos processos 18471.000858/2006-97 e 18471.001126/2006-14, ambos da Receita Federal do Brasil e os seus últimos andamentos e as datas em que ocorreram. Esclareço que não solicito matéria de natureza fiscal, mas apenas o paradeiro dos referidos instrumentos processuais públicos, a fim de prevenir situação tipificada no Art.377 do Código Penal Brasileiro.
Pela lei, sancionada em 2011 pela Presidenta Dilma Rousseff, o Ministério da Fazenda tem 20 dias corridos de prazo para responder.
Notem que o pedido esclarece que não quer informações de natureza fiscal, sobre as quais seria possível alegar sigilo, mas tão-somente a localização física do processo – não é possível, como registra o protocolo da Receita, que esteja “em trânsito”, no limbo, há sete anos – a responsabilidade física sobre ele e as datas das últimas movimentações.
Tudo para prevenir a ocorrência do crime de supressão de documento público, previsto no Art. 377 do Código Penal brasileiro.
Fernando Brito
Embora isso seja decisão individual, que pode ser seguida por quem assim o deseje, clicando aqui e se cadastrando no portal do Governo. Feito o requerimento, o andamento estará disponível para consulta na própria internet.
Também abri um “abaixo-assinado” para que todos os que solicitarem a informação deixarem registrado seu nome. É uma maneira de não nos “desaparecerem” também.
A lei, dizem os advogados, é erga omnes. Isto é, para todos. Inclusive para a população saber que fim levou o processo de sonegação fiscal da Globo.

Folha de São Paulo e Cia

Má fé cínica ou obtusidade córnea.
A célebre sentença de Eça de Queirós me ocorreu ao refletir sobre a informação da Folha de S. Paulo a respeito das compras de imóveis de Pizzolato na Espanha.
Mas há na verdade uma terceira hipótese, uma combinação de ambas as coisas, má fé e obtusidade.
Não há contexto no que a Folha trouxe. Pizzolato simplesmente, por força das circunstâncias, aparece aos olhos do leitor como um gatuno.
O site O Cafezinho fez o que a Folha não fez: pesquisou. Encontrou uma reportagem do Correio Braziliense de alguns meses atrás sobre o mesmo Pizzolato.
Nela, Pizzolato, aparece se desfazendo dos imóveis que tinha no Brasil. Importante: todos os imóveis estavam em sua declaração de renda, esmiuçada pela Receita Federal.
Pizzolato tinha vendido seus imóveis já há alguns anos por razões estritamente lógicas. Ele ao ver a fúria assassina do STF temia que o patrimônio de uma vida inteira fosse ficar indisponível exatamente na hora em mais precisava dele.
Na mesma linha da lógica da sobrevivência ele se separou legalmente da mulher Andrea, mas não de fato. Assim, ele poderia pôr seus bens no nome dela.
A reportagem do Correio Braziliense conta que ele chegou a morar na Espanha, com intenções de se fixar lá.
Tudo isso que estou colocando aqui estava ao alcance da Folha com um simples clique no Google. Por que o jornal não fez nada?
Voltamos então à frase de Eça de Queirós.
A “revelação” da Folha foi suficiente para provar teses de colunistas arquiconservadores. Reinaldo Azevedo por exemplo, disse que as compras de Pizzolato tornavam ridículas as vaquinhas dos condenados do mensalão.
Azevedo – que tem uma comovente fixação por mim desde que critiquei seu amigo Diogo Mainardi alguns anos atrás – é o mesmo que disse que Margareth Thatcher morreu pobre. Thatcher, como todo mundo sabia exceto Azevedo, deixou uma casa em Mayfair, o bairro mais nobre de Londres, no valor calculado de 15 milhões de reais. A casa era apenas um dos bens de Thatcher.
A mesma disposição que a Folha sente em investigar Pizzolato não se manifesta, infelizmente, quando se trata de alguém poderoso. A Folha abandonou abjetamente a investigação da sonegação bilionária da Globo depois de ter dado uma única nota. Recebeu um pito da Globo, provavelmente.
No planeta Folha a sonegação – documentada – simplesmente deixou de existir. Este é o jornal que durante anos nos atormentou com o slogan publicitário em que dizia que não tinha rabo preso com ninguém.
O caso Pizzollato tem sim que vir à luz. Mas não do jeito que a Folha está fazendo.
Mais uma vez: é má fé ou inépcia – ou ambas as coisas.
Paulo Nogueira no Diário do Centro do Mundo