Começou o vale tudo


Tinha que ser o “Estadão”. Vanguarda do atraso, no passado, ferrenho adversário da luta nacionalista e da criação da Petrobras, o jornal escalado para dar o tom na campanha contra o novo marco regulatório do petróleo e organizar o discurso da oposição para 2010. Já que esta é incapaz de ir além da agenda denuncista da mídia.
Com seu editorial de domingo (06/09), “Em preparo uma herança maldita”, plagiando nosso mote sobre a situação encontrada em 2003, o jornal mais conservador do país deu a largada na campanha presidencial. Verdadeiro partido político da oposição, os jornais e a mídia em geral tentam fazer uma caricatura do governo Lula.
O “Estadão” ensaia o programa de governo da oposição e afirma que o governo Lula está fazendo uma contra-reforma na Previdência, na política fiscal do país e nas leis trabalhistas. A verdade é bem outra. Aos fatos:
A Previdência foi salva pelo crescimento do emprego e da economia, com a criação de mais de 8 milhões de empregos formais desde 2003, pela reforma que realizamos em 2003 e 2004, pela sua modernização e ampliação, sendo a expedição da aposentadoria por idade em 30 minutos e a melhora no atendimento dos aposentados apenas a face externa das mudanças. Avanços esses que culminaram com a implantação de 5,6 milhões de novas aposentadorias, entre 2003 e 2009. E o número cresce ano após ano.
Sobre a política fiscal, nunca o país teve uma dívida interna tão bem administrada, desdolarizada, alongada; uma dívida externa sob controle e reservas de US$ 201 bilhões, em junho último, segundo o Banco Central; um déficit nominal na casa de 2,2% do PIB (Produto Interno Bruto); e um superávit de R$ 38,4 bilhões, ou 2,3% do PIB; mais o Fundo Brasil Soberano.
A cantilena ridícula e atrasada do descontrole dos gastos públicos não suporta a luz dos dados nem a realidade. Não fosse o aumento dos gastos públicos e o aumento da concessão de crédito público, o Brasil teria quebrado de novo.
Foi decisão do governo, e não do Banco Central, liberar o crédito dos bancos públicos, já que as instituições privadas até hoje estão conservadoras.
Assim como foram decisões do governo baixar a taxa básica de juros, reduzindo o serviço da dívida interna e permitindo o aumento dos investimentos e a manutenção dos gastos sociais.
Foram os gastos sociais, o aumento dos salários, inclusive do salário mínimo e das aposentadorias, da massa salarial pela criação de mais de 10 milhões de empregos formais e informais, que garantiram, via mercado interno, a retomada rápida do crescimento e a reposição de empregos perdidos, quando a economia mundial entrou em colapso.
Em 2003, as agências reguladoras estavam sem recursos humanos e materiais, sem definição de seu papel. Ao contrário do que afirma o jornal, fomos nós que as reorganizamos e definimos seu caráter.
Foi o governo Lula que devolveu aos ministérios a função de definir as políticas de Estado e às agências o seu papel regulador. 

As contratações por concurso público e os aumentos salariais dos servidores são necessários para devolver ao Estado brasileiro a capacidade de gestão e a eficiência, a definição de políticas, o planejamento, a execução de obras e a prestação de serviços.
Não é fato que os investimentos do governo federal não aumentaram. Foram multiplicados por cinco, desde que assumimos o governo do país. Fora o crescimento dos investimentos da Petrobras e do sistema Eletrobrás, das concessões e agora do PAC.
A afirmação de que são os gastos com pessoal que crescem, e não os investimentos e os gastos sociais, não resiste à leitura do Orçamento.
Da mesma forma que o cenário apocalíptico e pessimista sobre eventuais mudanças na legislação trabalhista não resiste à realidade de retomada do crescimento e do emprego, dos investimentos e do clima de confiança no país.
É a tentativa desesperada de construir uma agenda negativa cuja expressão maior é acusação de nacionalismo e estatismo, como se isso fosse um mal ou um desvio, quando a saída e a solução são ser nacionalista, defender e recuperar as riquezas e reservas naturais do país, destinar a renda do petróleo para o desenvolvimento da nação.
São exigências dos tempos em que vivemos, quando se fez necessário abandonar o neoliberalismo e impedir que a nação se afundasse na especulação financeira e no rentismo, devolvendo ao Estado Brasileiro o papel que sempre teve em nossa história, razão de ser da eleição do presidente Lula e de sua recondução em 2006.

A mídia e os incautos

Rachado ao meio

A esta altura dos acontecimentos, vejo que a imprensa exalta a popularidade de seu generoso cliente, José Serra, garantindo que a candidata do PT estacionou na conquista da preferência popular. O que eu li, talvez não haja entendido.
É que o prestígio de Serra continua onde sempre esteve. Não há indicações de que o de Lula tenha decrescido, tanto quanto desejavam os meios de comunicação e precisava a oposição. Ao contrário, continua o presidente mais popular de nossa história. Tudo indica que Serra cumpre seu fadário, o da divisão, da fragmentação, da desunião.

Desunirá o PSDB que anda mal das pernas, desde que passou a enfrentar a competência e os êxitos de Lula. E assim permanecerá. Claro que, daqui para lá, os veículos de comunicação continuarão a garantir aos incautos que Serra será o futuro presidente, até sua derrota fatal. É o que tem acontecido desde que os tucanos ocuparam o poder e conseguiram atingir os donos de grandes veículos do Sul no ponto mais sensível do corpo humano, o bolso.

Torcida

Até agora, o pleito tende a ser plebiscitário, apesar de todo esforço da extrema direita em ameaçar a candidatura Dilm Rousseff com o ingresso no páreo do respeitado nome da senadora Marina Silva. Só o fato de estar ela sendo tão paparicada pelos tucanos e pelos jornalões que servem ao partido da oposição já deixa pairar a impressão de que ela entrou na disputa, por haver sido demitida do governo Lula com objetivo de prejudicar sua candidatura. E, óbvio, favorecer o candidato da oposição, José Serra. Será que ela quer isso em sua biografia?

Vereadora

Heloisa Helena, aquela que chamava todo mundo de ladrão, até ser processada como sonegadora de impostos, também foi paparicada pela mídia, a serviço do tucanato. Deu em nada. Terminou conquistando o modesto lugar de vereadora na capital de seu Estado. Será o que a senadora Marina Silva deseja?

Lustosa da Costa

O abandonado


Airton Monte

Encontrei um conhecido meu, a quem, logicamente, não darei o nome em público por motivos óbvios, assim sentado solitariamente na mesa de um bar, entornando umas cervejas, ostentando uma desamparada tristeza de um menino de quem acabaram de roubar a primeira bicicleta. Ao me ver, o amigo deu-me um forte abraço ensopado de lágrimas e só conseguia repetir, num tom de voz que era um misto entre o ódio e a saudade, uma melancólica ladainha: ”Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que? Por que?” 

Daí, eu já podia desconfiar que só podia ser alguma história de mulher. E realmente era. Pois o desgraçado acabara de levar um humilhante chute da mulher que ele amava, e que, diga-se de passagem, tratava-se de uma louraça cinematográfica. Dessas que se Deus não fosse perfeccionista, haveria nascido Vera Fischer. Como só acontecer nessas aflitivas situações, o infeliz contou-me o seu atribulado fim de caso, que naturalmente como todo fim de caso, traz em si embutido um enredo dramático de quinta categoria. A mesmíssima conversa fiada de sempre. 

Com viril solidariedade, ponho-me a pensar por que os homens sofrem mais intensamente do que as mulheres quando são abandonados. Creio que não é a mulher que não padece, de coração estraçalhado, das desditas de amor. Entanto, o homem sofre diferente e mais profundo. Eventualmente nem goste mais da mulher que se foi. O que predomina, por muitas vezes, é a insuportável perda do chamado e troglodítico direito de posse que o homem pensa possuir. Por exemplo, o homem sempre diz pra todo mundo ouvir, ao apresentar a consorte: esta é a minha mulher. 

Por sua vez, o imbatível mulherio jamais ousa usar a mesma fala e se sai da situação com os sambados eufemismos como “meu marido, meu companheiro, meu namorado, meu amor”. Penso que as mulheres têm um discreto pudor da posse. Mas enfim, o meu triste amigo foi embora como um senhor feudal completamente desmoralizado. Enchi-me de remorsos por não poder ajudá-lo em nada. Entanto, nada que eu pudesse dizer iria aliviar a sua lancinante dor. Podia ter-lhe dito os versos de Pablo Neruda: ”Ah, para além de tudo, é a hora de partir, ó abandonado”. 

nelsinho pequeno


Por Fernando Cesar

Esse escândalo envolvendo Nelsinho Piquet, que recebeu a ordem da Renault de bater de propósito no GP de Singapura para favorecer o companheiro Fernando Alonso, é realmente deprimente. 
A maneira que encontrei de protestar contra essa palhaçada foi colocar meu Renault Scenic à venda. 
Não quero mais ser cliente de uma empresa que admite esse tipo de atitude. 
O argumento de que a equipe é uma coisa e a companhia é outra não me convence. São dois braços da mesma Renault. Enviei um e-mail para a empresa fazendo esse mesmo protesto. 
Quanto ao Nelsinho Piquet, acho que ele deve ser banido da Fórmula 1, perdendo a superlicença. Espero que ele volte a pilotar kart nas pistas do pai dele. 
Já não bastava a subserviência do Rubinho deixando o Schumacher ultrapassá-lo na última reta… agora vem um pseudo piloto que demonstra total falta de dignidade e aceita se submeter a um acidente deliberado, colocando a própria vida em risco, e pior, a vida de outras pessoas também...Continua>>>

Candidata briga com jurados - ídolos 2009

O ELEITORADO É UMA ABSTRAÇÃO?...

Maria José Nogueira Pinto

Foi a decadência das ideologias que arrastou a decadência dos valores. A questão que, apesar de tudo, permanece é a de saber se sem convicções e sem valores pode haver, verdadeiramente, luta política ou, mesmo, política. Como podemos resignar-nos a uma política assepticamente não ideológica, não valorativa, sem princípios objetivos, sem convicções? Uma agenda política tem de definir valores, convicções e políticas consequentes: tem de escolher em nome desses valores e da sua coerência, uns caminhos, e tem de rejeitar outros.
     
Porque uma das razões da indiferença dos cidadãos comuns pela política é que esta, como espetáculo (às vezes triste) do protagonismo de personalidades e de casos, lhes surge como alheia ao que realmente é importante. Resta saber se o "eleitorado" é uma abstração com que os especialistas em sondagens se entretêm, uma massa incapaz de pensar, movida por slogans primários, promessas vãs, convocada para o espetáculo, mas excluída de ser parte, ou se são pessoas que sabem que a fantasia é inimiga do futuro e não querem mais sonhos efêmeros que as façam perder tempo?...

O mensalão da mídia golpista


Segundo o blog NaMariaNews, que monitora a deterioração da educação em São Paulo, o rombo nos cofres públicos pode ser ainda maior. Numa minuciosa pesquisa aos editais publicados no Diário Oficial, o blog descobriu o que parece ser um autêntico “mensalão” pago pelo tucanato ao Grupo Abril e a outras editoras, como Globo e Folha. Os dados são impressionantes e reforçam a sugestão de Sérgio Amadeu da deflagração imediata da campanha pela “privatização” da revista Veja. Chega de sugar os cofres públicos! Reproduzo abaixo algumas mamatas do Grupo Civita:


- DO de 23 de outubro de 2007. Fundação Victor Civita. Assinatura da revista Nova Escola, destinada às escolas da rede estadual de ensino. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 408.600,00. Data da assinatura: 27/09/2007. No seu despacho, a diretora de projetos especial da secretaria declara “inexigível licitação, pois se trata de renovação de 18.160 assinaturas da revista Nova Escola.


- DO de 29 de março de 2008. Editora Abril. Aquisição de 6.000 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 2.142.000,00. Data da assinatura: 14/03/2008.


- DO de 23 de abril de 2008. Editora Abril. Aquisição de 415.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 30 dias. Valor: R$ 2.437.918,00. Data da assinatura: 15/04/2008.


- DO de 12 de agosto de 2008. Editora Abril. Aquisição de 5.155 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 365 dias. Valor: R$ 1.840.335,00. Data da assinatura: 23/07/2008.


- DO de 22 de outubro de 2008. Editora Abril. Impressão, manuseio e acabamento de 2 edições do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 4.363.425,00. Data da assinatura: 08/09/2008.


- DO de 25 de outubro de 2008. Fundação Victor Civita. Aquisição de 220.000 assinaturas da revista Nova Escola. Prazo: 300 dias. Valor: R$ 3.740.000,00. Data da assinatura: 01/10/2008.


- DO de 11 de fevereiro de 2009. Editora Abril. Aquisição de 430.000 exemplares do Guia do Estudante. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 2.498.838,00. Data da assinatura: 05/02/2009.


- DO de 17 de abril de 2009. Editora Abril. Aquisição de 25.702 assinaturas da revista Recreio. Prazo: 608 dias. Valor: R$ 12.963.060,72. Data da assinatura: 09/04/2009.


- DO de 20 de maio de 2009. Editora Abril. Aquisição de 5.449 assinaturas da revista Veja. Prazo: 364 dias. Valor: R$ 1.167.175,80. Data da assinatura: 18/05/2009.


- DO de 16 de junho de 2009. Editora Abril. Aquisição de 540.000 exemplares do Guia do Estudante e de 25.000 exemplares da publicação Atualidades – Revista do Professor. Prazo: 45 dias. Valor: R$ 3.143.120,00. Data da assinatura: 10/06/2009.


Para não parecer perseguição à asquerosa revista Veja, cito alguns dados do blog sobre a compra de outras publicações. O Diário Oficial de 12 de maio passado informa que o governo José Serra comprou 5.449 assinaturas do jornal Folha de S.Paulo, que desde a “ditabranda” viu desabar sua credibilidade e perdeu assinantes. Valor da generosidade tucana: R$ 2.704.883,60. Já o DO de 15 de maio publica a compra de 5.449 assinaturas do jornalão oligárquico O Estado de S.Paulo por R$ 2.691.806,00. E o de 21 de maio informa a aquisição de 5.449 assinaturas da revista Época, da Globo, por R$ 1.190.061,60. Depois estes veículos criticam o “mensalão” no parlamento. Continua>>>