Blog do Charles Bakalarczyk: Datafolha não suportou a pressão

Blog do Charles Bakalarczyk: Datafolha não suportou a pressão: "O Datafolha, ops... o Rei está nú! A blogosfera mostra mais uma vez sua força. As duras críticas à pesquisa anterior do Datafolha, que apont..."

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Barbárie no Irã

Jornal de domingo 08 de agosto 2010
Sakineh
Mohammadi Ashtiani
A senadora Marisa Serrano (PSDB-MS) denunciou na última quarta-feira (4) a manobra do governo iraniano, que mudou para “assassinato violento” do marido a acusação sobre Sakineh Mohammadi Ashtiani, que havia sido condenada a receber 99 chibatadas e, em seguida, ser apedrejada até a morte pelo “crime” de adultério, apesar de ser viúva. Marisa observou que essa mudança pretende retirar o caso da iraniana do âmbito dos direitos humanos para amenizar os protestos mundiais e impedir sanções de países desenvolvidos. “Nós mulheres não podemos aceitar, em hipótese alguma, em qualquer lugar do mundo, que casos como esses aconteçam e passem em brancas nuvens, como se a gente não fizesse parte da humanidade. É uma discriminação violenta, arbitrária, inadmissível contra as mulheres não só daquele país, mas do mundo. São questões que passam da sabedoria humana. Como se pode imaginar que uma mulher pode ser apedrejada porque, dois anos depois da morte do marido, foi constatado que ela fez sexo com outro homem?”, protestou. Histórico Pivô de campanha internacional contra o Irã, Sakineh Ashtiani está cada vez mais perto da morte por apedrejamento. Acusada de ‘adultério’, Ashtiani sofre desde 2006 quando foi torturada, levou 99 chibatadas e foi condenada a morte por apedrejamento. Desde então, esta mulher de 43 anos está na prisão. Nessa prática desumana a mulher é firmemente enrolada, da cabeça aos pés, com lençóis brancos, enterrada na areia até os ombros e golpeada com pedras grandes até a morte. Campanha Está percorrendo o mundo uma campanha em prol da libertação da iraniana. Diversos países estão se mobilizando no intuito de oferecer asilo para a mulher. Até mesmo o Brasil já se ofereceu e conta com o apoio dos Estados Unidos para isso. Mesmo assim o País de Sakineh se recusa a reabrir o processo. A confirmação da suspensão ou não da execução, pela Suprema Corte Iraniana deve sair ainda esta semana. Até mesmo o advogado da ‘adúltera’ tem sido fortemente pressionado, tanto é que fugiu do País no último dia 28 e foi preso na Turquia. A campanha internacional, encabeçada por familiares da iraniana e ativistas dos direitos humanos daquele País, prevê a assinatura de uma petição em prol da libertação de Sakineh. O manifesto eletrônico já coletou milhares de assinaturas de pessoas do mundo todo que estão inconformadas com este tipo de atitude em pleno século XX

Para assinar o manifesto, basta acessar o seguinte endereço eletrônico: http://www.liberdadeparasakineh.com.br/

Itamaraty esclarece pedido de asilo para a iraniana SAKINEH ASHTIANTI

O Ministério das Relações Exteriores divulgou hoje (13), nota esclarecendo as informações sobre o pedido feito ao Irã de asilo político para a iraniana Sakineh Ashtianti, condenada à morte por adultério. Segundo a nota, o embaixador do Brasil em Teerã, Antonio Salgado, reuniu-se, em 4 de agosto, com o vice-ministro interino para as Américas do Ministério das Relações Exteriores do Irã para transmitir oficialmente o apelo em relação a Sakineh. Na visita também foi tratada oficialmente a oferta do presidente Lula de receber a iraniana no Brasil. 

“O Itamaraty considera que a gestão realizada pelo Embaixador do Brasil em Teerã constitui, do ponto de vista diplomático, formalização da oferta”. 

A resposta foi devido à afirmação do embaixador do Irã no Brasil, Mohsen Shaterzadeh, de que nenhuma oferta formal de asilo político foi feita pelo governo brasileiro em relação ao caso de Sakineh.
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Vai ou não haver segundo turno?

O diretor do Sensus, Ricardo Guedes, acredita que a diferença entre Dilma e José Serra deve crescer. Na pesquisa mais recente do instituto, divulgada em 5 de agosto, Dilma apareceu com 41,6% contra 31,6% de Serra. Guedes viu “paridade” no primeiro debate eleitoral travado entre os candidatos e não consegue enxergar no qual quadro econômico e  político algo que possa provocar uma mudança brusca do eleitorado. Ouça a opinião dele.

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Garupa é para quem pode

A gente já sabia e até postei ontem aqui que garupa é para quem pode. Mas é melhor ainda saber dos próprios tucanos que pegar carona com Fernando Henrique Cardoso é rumar para o precipício, o que explica a ausência completa do ex-presidente na campanha de José Serra. 
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Dilma pede mobilização

Dilma conclamou à militância a se manter mobilizada para vencer a eleição de outubro. "Por mais que as pesquisas nos sorriam, desçamos do salto alto e vamos para a rua", afirmou, no Rio Grande do Sul.
Ela discursou hoje para cerca de 500 pessoas mobilizadas pelo Movimento Pluripartidário de Prefeitos e Prefeitas pró-Dilma do Estado, na sede da associação médica gaúcha (Amrigs), em Porto Alegre.
O encontro reuniu prefeitos, vice-prefeitos e vereadores que apoiam Dilma do PMDB, PP, PSB, PDT, PC do B e PT. Durante o discurso, a candidata fez diversas comparações com o governo Lula, identificado como "nós", e os governos tucanos de Fernando Henrique Cardoso, no âmbito federal, e José Serra, em São Paulo, que qualificou como "eles".
De FHC, criticou o aumento da dívida pública e ironizou ao dizer "eles é que são grandes gestores". De Serra, criticou os pedágios que, segundo ela, "escondem impostos por outorgarem as praças às operadoras que pagam mais". Ainda hoje, Dilma receberá também o apoio do PDT do Rio Grande do Sul. 

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Etiqueta

Em minha calça está grudado um nome
Que não é meu de batismo ou de cartório
Um nome... estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida
Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro
Que não fumo, até hoje não fumei.
Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei
Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido
De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade.
Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro,
Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara,
Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo.
Desde a cabeça ao bico dos sapatos,
São mensagens,
Letras falantes,
Gritos visuais,
Ordens de uso, abuso, reincidências.
Costume, hábito, permência,
Indispensabilidade,
E fazem de mim homem-anúncio itinerante,
Escravo da matéria anunciada.
Estou, estou na moda.
É doce estar na moda, ainda que estar na moda
Seja negar minha identidade,
Trocá-la por mil, açambarcando
Todas as marcas registradas,
Todos os logotipos do mercado.
Com que inocência demito-me de ser
Eu que antes era e me sabia
Tão diverso de outros, tão mim mesmo,
Ser pensante sentinte e solitário
Com outros seres diversos e conscientes
De sua humana, invencível condição.
Agora sou anúncio
Ora vulgar ora bizarro.
Em língua nacional ou em qualquer língua
- Qualquer principalmente -.
E nisto me comprazo, tiro glória
De minha anulação.
Não sou - vê lá - anúncio contratado.
Eu é que mimosamente pago
Para anunciar, para vender
Em bares festas praias pérgulas piscinas,
E bem à vista exibo esta etiqueta
Global no corpo que desiste
De ser veste e sandália de uma essência
Tão viva, independente,
Que moda ou suborno algum a compromete.
Onde terei jogado fora
Meu gosto e capacidade de escolher,
Minhas idiossincrasias tão pessoais,
Tão minhas que no rosto se espelhavam
E cada gesto, cada olhar
Cada vinco da roupa
Resumia uma estética.
Hoje, sou costurado,
Sou tecido,
Sou gravado de forma universal,
Saio da estamparia, não de casa,
Da vitrine me tiram, recolocam,
Objeto pulsante mas objeto
Que se oferece como signo dos outros
Objetos estáticos, tarifados.
Por me ostentar assim, tão orgulhoso
De ser não eu, mas artigo industrial,
Peço que meu nome retifiquem.
Já não me convém o título de homem.
Meu nome novo é coisa.
Eu sou a coisa, coisamente.
- CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE -
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