Anulados 663 atos secretos


Na véspera da instalação do Conselho de Ética e da CPI da Petrobras, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-PA), anunciou ontem a anulação de todos os 663 atos secretos baixados nos últimos 14 anos.

A medida, porém, não tem efeito prático, e ainda precisará ser analisada, caso a caso, por uma comissão no prazo de 30 dias.

Dos 663 atos, 86% referem-se a movimentações de pessoal, e para esses nada mudará.

Mesmo após a análise da comissão, eles devem ser mantidos no cargo, por terem direitos salariais e trabalhistas já adquiridos.

Outra medida anunciada por Sarney, a devolução de recursos pagos indevidamente, também é de difícil execução, segundo o setor jurídico do Senado.

"Factoide é uma maneira elegante de dizer o que significa o ato do presidente Sarney", reagiu o senador Cristovam Buarque (PDT-DF).

"Todo ato do presidente do Senado é político, mas tem que ter respaldo jurídico", admitiu o primeiro-secretário, Heráclito Fortes (DEMO-PI).

"Por terem direitos salariais e trabalhistas já adquiridos"?...

Aí é demaaaais!!! É como se um ladrão pé de chinelo tivesse roubado e escapado do flagrante. Depois de algum tempo ser preso e alegar " ter direitos adquiridos sobre o produto do roubo". Sabe o que aconteceria com este infeliz?...
Levaria uma tremenda surra da PM. E o poder judiciário não lhe daria nenhum direito.

Agora, com os ladrões de colarinho branco e punhos de renda a coisa é outra...

O judiciário acolhe todas as teses dos advogados desta corja.

Sabe por que? Porque na minha indignada e revoltada opinião o judiciário é mais corrupto dos poderes. Corrompe a ideia, os ideais de justiça, de igualdade de direitos e deveres do cidadão.

CPI dos entreguistas

Volney Albano
A CPI dos entreguistas DEMOS-PSDB-GRANDES MÍDIAS vai começar!
Tudo que a mídia abafa nos governos tucanos de SP, RS, Minas e DEMO do DF ela irá espetacularizar na CPI!
Qualquer depoimento mentiroso e todas as falas dos senadores da oposição, paladinos da ética, serão mostrados no horário nobre!
Quais os objetivos: queimar a ministra Dilma e facilitar o caminho do Serra, e mais, tentar reeleger senadores que hoje tem 3% de inteñçao de voto, como o Artur Virgílio.
Esse papo de investigar supostas irregularidades da Petrobras é tudo balela!
O que a oposição quer e as mídias também é eleger o Serra-pedágio e pavimentar o caminho pra fazer o que eles mais gostam, que é privatizar.
Porém, o povo está de olho e qualquer tentativa de golpe contra a Petrobras e contra a candidata da esquerda será denunciada nas ruas!
A mídia irá censurar o movimento das ruas, mas o Brasil vai ver e não aceitará o golpe dos DEMO-TUCANOS-MÍDIA!

Trocando a clientela?

Quando você transforma a realidade, ela também transforma você.
Arrastado a uma composição estratégica com o PMDB, o PT vai adquirindo traços do parceiro.
O que impõe novos desafios...

O desafio é trocar a clientela

A crise política de 2005 fez surgirem previsões catastróficas sobre o Partido dos Trabalhadores. A sigla estaria condenada, depois de decepcionar quem enxergava nela o vetor de renovação dos costumes políticos no Brasil. Mas os prognósticos negativos –frequentemente, torcida travestida de análise– falharam. O PT viu Luiz Inácio Lula da Silva reeleger-se e manteve a presença no Congresso Nacional. E continua sendo a legenda orgânica do portifólio. Mais de 300 mil filiados participaram da última eleição interna. Todas as pesquisas mostram o PT na dianteira da preferência popular, bem na frente dos demais.

Qual é o desafio, então? É transformar a força em hegemonia. O partido surgiu nos anos 80 do século passado como uma espécie de anti-PMDB. Era a agremiação vertebrada, que se opunha conceitualmente à geleia-geral da frente política de resistência ao autoritarismo. O partido-partido em vez do partido-frente. O porta-voz do segmento mais moderno e dinâmico da sociedade. Ganhou musculatura após o impeachment de Fernando Collor. E chegou ao governo mantendo a essência de suas concepções. Você se lembra da profusão de petistas no primeiro ministério de Lula, em 2003?

Como inexiste almoço grátis, nem exercício pacífico do poder sem hegemonia, a vida o fez dobrar-se à realidade: ou moderava o apetite, convidando mais gente para o banquete, e abria a administração, ou seria despejado do Éden. Ou entrava no jogo para valer, ou caía fora. Entrou e gostou. Daí que, numa ironia típica, eis o PT fazendo de tudo e mais um pouco para segurar junto dele o PMDB. O petismo poderá argumentar que cuida de sobreviver enquanto preserva sua pureza, por existir uma linha divisória entre os partidos. Mas a velha dialética já observava: quando você transforma a realidade, ela também transforma você.

Arrastado a uma composição estratégica com o PMDB, o PT vai adquirindo traços do parceiro (é também o que acontece na relação do Democratas com o PSDB: eis um assunto para outra coluna). Ao ponto de assistirmos hoje no Senado a um sintomático casamento de conveniência: o PT ajuda o PMDB a salvar a pele do presidente da Casa, José Sarney (AP), e em troca o peemedebismo ajuda a vacinar o PT na CPI da Petrobras.

Ambos parecem muito satisfeitos com os termos do contrato nupcial, convenientemente esquecidos de que talvez interesse ao cidadão conhecer o que vai pelos intestinos da vetusta Casa e também da nossa querida estatal. Mas, dada a dificuldade de pescar no cenário brasileiro massa crítica de políticos que ao menos simulem preocupação com o interesse público, não parece haver motivo para alarme.

No atual esforço para caracterizar tudo como “luta política”, e assim justificar o injustificável, o PT vai fechando os últimos dutos que o ligam àquele veio da “ética”. Esses votos vêm sendo permutados, com vantagem numérica, pelo apoio de outro pessoal: os mais pobres e os do Nordeste. Os pobres, gratos pelos belos, justos e agressivos programas sociais, terreno em que quantidade é qualidade: o sujeito que inventa a vacina contra uma doença letal ganha prestígio, mas os votos irão para o político que adotar as providências práticas e erradicar o mal. Já o Nordeste está cativado pelo crescimento “chinês” da economia regional.

Aqui aparece um problema. Os aliados do PT têm revelado mais competência para enraizar-se no novo público-alvo do partido de Lula do que os petistas. Especialmente o PMDB e –no Nordeste– o PSB. Também por isso, bem no momento em que deveria buscar estrategicamente a hegemonia, o PT precisa dobrar-se aos parceiros num grau antes impensável, à luz da ambição partidária e também dos princípios fundadores da legenda “diferente de tudo que está aí”.

A saída defendida por Lula para 2010 é conhecida: concentrar esforços para eleger Dilma Rousseff e ampliar com força as bancadas no Congresso. Por incrível que pareça, talvez o primeiro desafio seja mais alcançável do que o segundo, dada a expertise dos aliados em usar o poder de Brasília para alavancar força regional. Diria Arquimedes, se fosse um político brasileiro: deem-me um bom cargo federal, com uma caneta cheia de tinta, que eu garanto os votos. Desde a Antiguidade se sabe que um ponto de apoio adequado permite mover o mundo.

O PT quebra a cabeça para decifrar esse enigma, barreira entre o partido e o projeto de, a partir de 2011, construir uma hegemonia “por cima”, de Brasília para o resto do país.

Vegetal ou animal?

Por Carlos Chagas

Para ficarmos em lembranças, agora que o Congresso entra em recesso e deixa momentaneamente de produzir indignações, vale continuar com JK. Não como testemunhas, pois não somos tão velhos assim, mas por termos ouvido o episódio da voz do próprio presidente, já nos seus anos finais de vida.

Ele ainda governava Minas, já com seu nome lançado para presidente da República e convivendo com o apoio de uns e a intolerância de outros. Um de seus maiores adversários era o então presidente Café Filho.
Precisando ir ao palácio do Catete para tentar resolver grave problema dos cafeicultores mineiros, decidiu que não falaria de política, muito menos de sucessão, dada a má vontade que o chefe do governo lhe dedicava.
Qual foi sua surpresa quando, ao entrar no gabinete presidencial, Café era todo sorrisos, conduzindo-o até um grupo de poltronas e indagando sobre sua saúde, a família e sucedâneos. Em certo momento, o anfitrião levantou-se, pediu-lhe que também se levantasse e fosse até a mesa de despachos. Lá, afastando a cadeira presidencial, Café pediu-lhe que sentasse nela.
Espantadíssimo, Juscelino sentou, sem saber o que falar. Foi quando o presidente deixou cair a máscara e revelou-se como era. Em tom agressivo, pontificou: “Essa foi a primeira e a última vez em que você se senta nessa cadeira! Os militares não aceitam sua candidatura,e eu também não!”
JK contava haver deixado a sala com muita raiva, sem sequer haver tratado da questão dos cafeicultores mineiros. No andar térreo foi abordado pelos jornalistas, que ignoravam o episódio de minutos antes. Foram perguntando: “então, governador, resolveu o problema do café?”
Resposta imediata de quem, como ele dizia, Deus o havia poupado do sentimento do medo:
“De que café você está falando, meu filho? Do vegetal ou do animal?”

Não seja maldosa


Übermensch_XV

Véia Síndica, não seja maldosa, não tem motivo algum para duvidar da independência do Noblat, afinal o contrato da radio era legal e somente um engano do funcionário do congresso e que não preencheu corretamente o nome Noblat, provavelmente deve o mesmo funcionário que errou e omitiu informações de outros políticos recentemente.

O fato do
Virgílio ter conseguido a vaga de estagiaria junto ao Noblat não interferiu na independência do Noblat junto com os tucanos, ela nunca existiu mesmo!

E acho que foi um gesto
humanitário, o Noblat ter comprado o peixe como foi vendido, daquela moça infeliz na suiça, eu mesmo achei verossímil a estoria dela!

Os insaciáveis


Enquanto se espalha aos quatro ventos a versão (verdadeira ou não, não sei) de que José Serra está amarelando na disputa à Presidência, o PMDB avança na sua aproximação da candidatura Dilma Rousseff. E sobre os cargos do governo.
Primeiro, Lula subjugou o PT no Senado para salvar José Sarney na presidência. Agora, vai arregaçar as mangas para fazer o mesmo nos Estados, para que os candidatos petistas engulam suas pretensões e abram as vagas majoritárias para os pemedebistas. Que, como nós bem sabemos, são insaciáveis.
O lance da vez é do presidente da Câmara e presidente do PMDB nacional, Michel Temer, que defende a nomeação do super-aliado Henrique Eduardo Alves, líder do partido na Câmara, para a Articulação Política de Lula. O atual ministro, José Múcio (PTB), vai ser despachado para uma vaga no TCU (Tribunal de Contas da União). E Temer quer empurrar Henrique Eduardo para a vaga.
São vários os motivos de Temer:
1) ter um homem em tempo integral dentro do Planalto para trabalhar sua própria (a de Temer) candidatura a vice na chapa de Dilma à Presidência. Ela quer que ele seja o candidato a vice, para furar a aliança Quércia-Serra ou PMDB-PSDB em São Paulo. E ele está mesmo louco para ser;
2) ter alguém forte do PMDB para garantir mais e mais espaços, digamos, "verticais", do partido na administração federal em ano eleitoral;
3) mapear, em gabinete próximo ao de Lula, os votos dos Estados na convenção do PMDB que vai decidir o rumo do partido na sucessão presidencial. Neste momento, é mínima a possibilidade de o partido apoiar Serra ou um outro tucano; viável a do "liberou geral", em que cada Estado pode fazer o que quiser; e forte a tendência pró-Dilma. Para ser exata: pró-Lula.
4) ajudar o presidente no seu empenho pessoal, direto, de tirar o PT e botar o PMDB na cabeça de chapa das disputas para os governos estaduais.
Falta, evidentemente, acertar com os adversários. Um deles é o próprio Henrique Eduardo Alves, que resiste à ideia e tem demonstrado a intenção de concorrer à reeleição como deputado e, depois de uns 40 anos na Casa, virar seu presidente em 2011.
Os outros são o PT, que, depois de tão machucado no Senado, não vai engolir calado (ou será que vai?) Lula dar o sétimo ministério ao PMDB -- que já tem Agricultura, Integração, Defesa, Saúde, Minas e Energia e Comunicações. E logo a Articulação, um ministério essencialmente político e eleitoral.
Pelo PT, os dois candidatos mais fortes parecem ser o deputado Antonio Palocci, se conseguir se safar de todos aqueles rolos com a Justiça que o defenestraram da Fazenda, ou o personagem em ascensão na bancada parlamentar petista: o líder na Câmara, Cândido Vacarezza (SP).
Faça suas apostas. Depois que Lula humilhou o PT no Senado para ficar bem com o PMDB, tudo é possível. Inclusive a nomeação de um peemedebista para a Articulação e até mesmo o desempate pró-PMDB em Estados chaves, como Minas e Pará, onde PT e PMDB estão se matando. É Lula quem quer decretar qual dos dois morre e qual dos dois vive. Tudo, claro, pela candidatura Dilma, que nada mais é do que a manutenção do próprio Lula no poder.
Eliane Cantanhêde é colunista da Folha, desde 1997, e comenta governos, política interna e externa, defesa, área social e comportamento. Foi colunista do Jornal do Brasil e do Estado de S. Paulo, além de diretora de redação das sucursais de O Globo, Gazeta Mercantil e da própria Folha em Brasília.
E-mail: elianec@uol.com.br