Lula critica preconceito e a implicância da mídia com Dilma


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou ontem (8), em discurso na inauguração de obras do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) na Rocinha, no Rio, de dois problemas graves: o preconceito contra os pobres e a implicância da mídia em relação à ministra Dilma Rousseff e às obras tocadas pelo governo.

De acordo com o presidente, é grave o preconceito com os pobres. Ele considera que, quando as pessoas têm oportunidades, não seguem o caminho do crime. Lula afirmou que as estruturas criadas na Rocinha pelo PAC, como o centro esportivo inaugurado hoje, geram possibilidade de crianças se afastarem das ruas e se tornarem atletas.

Segundo Lula, existem bandidos em favelas, mas também em outros lugares. "É verdade que na Rocinha deve ter algum bandido. É verdade que deve ter algum bandido no Pavãozinho. Mas quem disse que não tem bandido nos prédios chiques de Copacabana?", disse o presidente.

A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, presente na inauguração lembrou que hoje é o Dia Internacional da Mulher e fez uma homenagem "às mulheres que lutam para manter seus filhos longe do tráfico e do crime". Dilma foi muito aplaudida ao chegar à cerimônia e saudada com gritos de "Rocinha presente, Dilma presidente".
Participação da ministra

Este tipo de recepção têm incomodado parcela da imprensa, que vem acusando a ministra de usar as inaugurações como "palanque eleitoral". Uma destas acusações foi feita ontem (7) pelo jornal O Globo, que atacou o fato da ministra ter participado da inauguração de um hospital do Rio de Janeiro que foi construído sem verbas do governo federal.

No evento desta segunda-feira na Rocinha, o presidente Lula comentou o assunto e reclamou da imprensa. O presidente disse que "há um desvio de comportamento" na mídia. "A imprensa brasileira por hábito ou desvio de comportamento não gosta de falar de obra inaugurada. O que é bom, não presta, só serve desgraça", afirmou Lula, ao ressaltar que as parcerias entre o governo federal e Estado do Rio de Janeiro permitiram a construção do Hospital da Mulher Heloneida Studart inaugurado ontem em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Para o presidente, a imprensa privilegia fatos menos relevantes. “É um desvio de comportamento. Quase nenhuma obra de inauguração merece matéria. O que merece é uma gafe, um erro que a gente comete ou alguma coisa que não aconteceu”, criticou o presidente.

Lula disse ter aprendido a fazer política na adversidade. "Tenho o casco duro", afirmou. Segundo ele, uma parte da sociedade "não aceita que um metalúrgico seja presidente da República e que tenha feito mais do que eles".

Cobertura desinformada


Antes de seu discurso, em entrevista à rádio evangélica Melodia FM, com sede no Rio de Janeiro, o presidente sustentou ter havido "uma distorção de informação" sobre a participação da ministra no evento e classificou parte da cobertura da imprensa como "desinformada" e de "baixo nível".

"Estou perplexo de ter visto em um jornal que deram mais destaque à visita da dona Dilma a uma obra que não é do governo federal do que à importância do Hospital da Mulher", criticou. "Quando a pessoa, em vez de dar a informação, se preocupa em politizar de forma desinformada, e eu diria até de certo baixo nível, realmente o povo fica sem saber o que está acontecendo."

De acordo com Lula, "qualquer pessoa de bom senso" sabe da contribuição indireta do governo federal na construção do hospital. "Por que o governo do Rio de Janeiro teve dinheiro para construir um hospital dessa magnitude?", questionou. "É porque a parceria entre os governos estadual e federal permitiu que nós investíssemos dinheiro em outras áreas. Assim, desafogamos o Estado para que ele fizesse esse investimento. Qualquer pessoa medíocre analisaria assim."

A reclamação do presidente pretende funcionar como uma vacina e um alerta para a enxurrada de "denúncias" de mesmo tipo que a imprensa planeja desovar até o início de abril, quando a ministra Dilma Rousseff deve se deixar a Casa Civil. Como pré-candidata à Presidência e sem ocupar cargo na administração pública, a participação de Dilma em eventos do governo federal como inaugurações de obras ficam proibidas pela legislação eleitoral.

Até lá, é bem provável que muitas outras reportagens questionando a presença da ministra em eventos do governo sejam publicadas.
Dilma: manutenção custa mais

Dilma também comentou o assunto e disse que houve sim parceria com o governo federal para a construção do hospital. "Tem sim [participação do governo federal]. Até porque nós sabemos que o que é muito caro de fazer é manter o hospital funcionado. É pagar os médicos, garantir todo o atendimento, garantir os exames do laboratório, o que a gente chama de custeio. Pra vocês terem uma ideia o [ministro da Saúde, José Gomes] Temporão estava me dizendo que o custeio desse hospital é de R$ 80 milhões por ano, o dobro do que custou a construção", afirmou a ministra. Ao sair da cerimônia, Dilma corrigiu o valor e disse que o custo era de R$ 50 milhões.

O secretário Estadual de Saúde, Sérgio Côrtes, justificou a participação da ministra na inauguração do hospital. "Por que toda essa verba [R$ 40 milhões] é do governo do Estado? A resposta é muito fácil: o investimento que o ministro Temporão e o presidente Lula vem fazendo em outras áreas da saúde possibilitou que o governador Sérgio Cabral [PMDB] pudesse direcionar recursos do Estado para este hospital", disse.

Mídia demotucana gira em falso e desenterra dossiês de causar bocejos em insones terminais. Denuncismo descartável reflete incapacidade para gerar simulacros com poder de fogo capaz de esconder a manchete que não quer calar: ‘Serra rachou a coalizão demotucana’. A trinca se espraia pelo eleitorado conservador das grandes praças, contamina chefias de redação, divide militâncias e caciques, evoluindo para um desfecho de improvável reversão. O que prospera dos dois lados não é mais um ressentimento passageiro. Serra ou Aécio, não importa quem for o escolhido, o certo é que o lado preterido servirá algo mais que o prato frio da má-vontade ao desafeto. Apenas uma disparada improvável nas pesquisas –milagre buscado com sofreguidão pelo denuncismo udenista-- reverterá a direção de um empenho, que, se houver, dificilmente apontará para a união de forças pelo êxito eleitoral.
(Carta Maior)

SILÊNCIO

 
onde se encontra a poesia... 

A coisa está Rousseff para o Serrágio


NELITO FERNANDES
Época
Nelito Fernandes 
Repórter da sucursal Rio de ÉPOCA, escritor, autor teatral e roteirista da TV Globo. Nesta coluna tenta misturar humor e opinião comentando o noticiário, embora admita que na maioria das vezes é difícil manter o humor
Extra extra. Ibope de Serra cai mais do que chuva em são Paulo. E dizem que o Serra já encolheu tanto que nem é mais Serra, é um morrinho. José Morrinho! O tucano virou beija-flor. O Serra tá tão mal que não consegue nem um vice. Aliás, eu não entendi porque o PSDB procura tanto um vice. Em outubro o Serra já vai ser o vice mesmo. 

A coisa no PSDB só não tá mais feia do que o próprio Serra. 
Uma coisa é certa. O Serra tomou o lugar da Marina Silva como o candidato verde. A candidatura dele é verde porque não amadurece nunca! 



Eu sacaneio, mas no fundo no fundo eu tenho pena do Serra. Já imaginou como deve ser horrível você passar o dia inteiro pensando na Dilma? 

Que James cameron que nada! Lula é que merece um Oscar porque periga ganhar a eleição com uma candidata 3D: Dilma, difícil e desajeitada. 



Essa eleição vai ser interessante. Os petistas têm o PAC e os tucanos têm o empaca. 

Depoimento de Neusa Ladeira companheira de militância da Dilma

A frase do dia

 “Às vezes, a única coisa verdadeira num jornal é a data”
Luiz Fernando Veríssimo

A Folha de São Paulo perdeu a vergonha, mas não perde o autoritarismo e a arrogância

1. É que a capacidade da Folha para a mentira tem origens diferentes, e mais antigas, do que a simples charamela lacrimosa dos espertalhões de voo curto. Pois o jornal(?), no clássico figurino stalinista, sempre pode dar uma interpretação "de classe" às críticas que venha a merecer. Como o jornal se julga o representante místico dos "tucademospiganalhas", o financiamento escuso que receba de empreiteiras, as alterações legais casuísticas que promova em favor de si, não representarão escândalo jamais.

2. Ao contrário: aliar-se financeiramente a "setores do empresariado" que vivem à sombra das benesses do governo, e aliar-se politicamente à escória do Legislativo brasileiro, torna-se um sinal de esperteza política na linha dos fins justificam os meios. Autoabsolvido pelo venerável espírito hegeliano-marxista da História, o Folhismo pode fazer tudo o que condenava em seus adversários, e apresentar-se ainda assim como detentor das virtudes mais cristalinas.

3. Quem apontar a farsa será tachado de inimigo dos tucademospiganalhas -e, na tese de uma imaginária "guerra de extermínio", a Folha mostra apenas a sua própria tentação totalitária. Nessa lógica, que não admite críticas, faz-se de perseguido aquele que se apronta para perseguir; faz-se de vítima quem pretende ser algoz; faz-se de democrata o censor, de honesto o corrupto, de inocente o bandido. A Folha de São Paulo a moral que tantas vezes ostentava quando na posição de apoio a FHC. Perdeu a moral, mas não perde o autoritarismo, a mendacidade e a arrogância.