Pintura

Aniversário
 
Talvez se não fosse o contorcionismo da figura masculina, o espectador passasse por esse quadro sem se deter. Mas, ao parar, percebemos que ali está, sem legendas, todo o malabarismo que, parceiros apaixonados, às vezes precisamos fazer para festejar o aniversário de nossos amados. Difícil alguém não se identificar com essa tela.
Quem dentre nós não ofereceu ou recebeu flores ou um pedaço do bolo que comemora um aniversário de quem ama? A cena familiar e singela ocupa a tela de ponta a ponta e poucos são os artistas que podem mostrar, de modo tão sutil e terno, sentimentos que, tratados de outra forma, resultariam banais.
Não há nenhum documento que afirme serem esses Marc e Bella. Poderia ser também uma lembrança de infância, do aniversário de sua mãe. O fato é que o ambiente marcou profundamente o subconsciente do pintor, o que fica evidente pelos detalhes que ele colocou na tela: os bordados na coberta da cama, a cortina na janela, a mesa com o bolo, as flores iluminando o quarto simples, o espelhinho na parede, o papel de parede do corredor.
O espírito festivo de data tão especial está inteiro ali, mas ao mesmo tempo há a atemporalidade que é marcante nas obras desse grande pintor. É um exemplo impecável do estilo tão característico de Chagall, e cada um a interpreta como quer, mas eu estou convencida que a tela retrata o dia do aniversário de sua querida Bella.
A vida de Marc Chagall foi muito longa e rica e sua obra é vastíssima. Considerado um dos maiores artistas figurativos do Século XX, o longevo artista e último sobrevivente da primeira geração de modernistas europeus, ganhou fama e fortuna e ao longo de sua carreira criou algumas das obras mais amadas de nosso tempo.
Foi o artista convidado para obras marcantes: o grande afresco na abóbada central da Ópera de Paris, vitrais para as catedrais de Reims e Metz e para a Faculdade de Medicina de Jerusalém, além do memorial para Dag Hammarskjiold, na sede das Nações Unidas, em Nova York.
Óleo sobre cartão, c.1915, 80.6 x 99,7 cm
 enviado Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa

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do Olhar Digital

Internauta registrou momento em que ônibus é atingido por um trem em SP


Klauss Wagner DardinInternauta, São Caetano do Sul, SP

Um internauta registrou em vídeo o momento em que um trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) atingiu um ônibus da  EMTU que havia caído de um viaduto sobre a linha férrea na manhã de hoje (9) no limite entre o os municípios de São Caetano do Sul e Santo André, no ABC.
O estudante Klauss Wagner Dardin, de 19 anos, mora próximo ao local do acidente e estava dormindo quando o ônibus caiu.

Política monetária

[...] A Selic, e seus riscos

Image
sede BC
A nova elevação da taxa Selic pelo Banco Central em 0,25 pontos percentuais para 12,25% ao ano só confirma e aprofunda um erro da política econômica. Ele diz respeito à nossa política monetária, do governo e do Banco Central, que, ao não controlar a entrada de capitais, permite que, ao menos em parte, os recursos sejam desviados para a renda fixa. No primeiro quadrimestre de 2011, o volume de Investimento Direto Estrangeiro foi de US$ 23 bilhões – quase 200% a mais do que no mesmo período do ano passado. Como estamos falando de cifras expressivas, o assunto é sério.

Isto é uma ameaça constante e crescente à indústria brasileira, seja nacional ou estrangeira, já que a valorização do real continua, apesar do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em outubro, de 2% para 6%.

Há ainda o custo fiscal com o serviço da dívida interna, paga com base na Selic, e os riscos de uma queda do PIB em curto prazo, e seu impacto nas taxas de crescimento de que o país demanda e necessita. Tudo em nome do controle da inflação. No entanto, não há nenhum dado empírico para confirmar que o aumento dos juros esteja reduzindo a inflação.

Risco
Ao mantermos a atual política de juros, corremos o risco de diminuir a demanda e, de quebra, o crescimento. É bom ter em mente que a última pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil está se desacelerando em 9 das 14 regiões pesquisadas. Não há precedentes que confirmem que se possa controlar e medir as conseqüências do aumento de juros sobre o PIB e sobre a formação de expectativas de investimentos e de consumo.

Já se fala abertamente na mudança da política do BNDES, para que os bancos privados financiam o investimento no país, para que o mercado de capitais substitua os bancos públicos. Na prática, isso é uma contradição com o aumento constante da taxa Selic, pois ela inviabiliza a tomada de financiamentos no mercado interno. Como conseqüência, as empresas que podem recorrerem ao mercado externo, o que expõe o país ainda mais. Ao mesmo tempo, o câmbio se desvaloriza e nossas exportações perdem competitividade e ganham as importações, com riscos às nossas contas externas.

por Zé Dirceu

do Leitor

Comentário de Laguardia sobre a postagem "por Luis Fernando Verissimo": 

Gostaria que os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os Procurador Geral da União bem como todos aqueles que dizem defender a "soberania" nacional no caso Battisti me respondessem às seguintes perguntas:

Que soberania é esta de uma nação que:

1. Permite que seus dirigentes institucionalizem a corrupção e a impunidade?

2. Permite que milhares de seus cidadãos tenham que revirar os lixões dos grandes centros para encontrar alimento para sobreviver?

3. Permite que seus cidadãos morram nas filas do SUS sem o atendimento médico necessário?

4. Não provê ensino público de qualidade para suas crianças?

5. Transporta a sua população como animais para o trabalho?

6. Abandona seus idosos sem uma previdência social digna?

7. Não trabalha para instituir justiça social para todos?

8. A lei só se aplica para os pobres ficando dos ricos impunes?

9. Dá abrigo a criminosos e genocidas amigos dos poderosos?

10. Aumenta o salário mínimo em 5% e o salário de seus dirigentes em 100%?

O Brasil não é um país soberano. Está de joelhos e submisso aos interesses pessoais de seus dirigentes que exploram o povo com altos impostos e juros estratosféricos.

Não me falem em soberania enquanto o povo sofre sob o tacão de dirigentes sem ética, desonestos e que colocam os seus interesses pessoais acima dos interesses do povo.

Nossos Ministros do STF e o Procurador Geral da República são hipócritas quando falam em "soberania". 


por Luis Fernando Verissimo

A estraga-prazeres

"Não foi bem assim..." é uma frase que se ouve muito por aqui. Não sei se em Portugal também, mas no Brasil é comum. Geralmente vem depois do relato entusiasmado de um fato em que a exatidão foi sacrificada pelo impacto. Uma maneira de não dizer "é mentira" mas sim, amavelmente, que é exagero.

Muitos fatos da nossa história ficaram na história na sua versão exagerada. A começar pela proclamação da Independência, que não teve a grandiloquência do relato oficializado nem o clima épico do retrato famoso.
Sucessivas revisões do nosso fato inaugural concluíram que, decididamente, ele não foi bem assim.
Na verdade são poucos os mitos fundamentais de qualquer nação que resistem a uma revisão. Na maioria dos casos, o exagero é que fez o mito. Se não foi bem assim, não interessa. O que realmente foi não tem nenhuma serventia histórica.
Se a frase está sempre ameaçando desmontar as versões heroicas da História, nas relações pessoais do dia a dia ela também age como uma estraga-prazeres. Quem de nós não prefere ouvir o relato dramático e bem contado, mesmo que não inteiramente verdadeiro, de qualquer fato? Preferimos o impacto à exatidão.
E nada acaba com o clima de revolta ou euforia diante do último escândalo ou fofoca como alguém, com um sorriso superior, dizer "não foi bem assim..." E revelar os tediosos detalhes que desmentem ou mitigam a versão entusiasmada e bem mais divertida.
O sorriso irônico vem embutido na frase pois dá a entender que seu final, não dito mas implícito, é "como sempre". Ou seja, os fatos sempre têm dois relatos, com ou sem nuances e qualificativos. E nada, nunca, é exatamente bem assim.
Explicado
(Da série "Poesia numa hora destas?!")
Explicado 
por que o mundo 
está neste estado 
de se lamentar. 
A Terra,gente,é bipolar!

por Cesar Maia


HÁ COMO SOBREVIVER A UM ESCÂNDALO?
                  
1. "El Nuevo Príncipe” (Ed. El Ateneo), de Dick Morris (coordenador de Clinton – 2006), é leitura básica para se entender a complexidade da comunicação política dos governos, muito maior que a do marketing eleitoral, pois ocorre dia a dia. E se insere num universo diversificado, de imprensa, comunicação direta, boatos, opinião pública segmentada, contracomunicação da oposição e dos insatisfeitos, e da internet. Morris fala disso em “Governar”, na parte 2 de seu livro. Nele, trata de diversos temas, mas especialmente de "como sobreviver a um escândalo".
                  
2. A este último ponto Morris dedica atenção. "Não há como ganhar na cobertura de um escândalo. A única maneira de sair vivo é falar a verdade, aguentar o tranco e avançar". Com vasta experiência junto à imprensa dos EUA, lembra que, quando ela abre um escândalo, tem munição guardada para os próximos dias. Os editores fatiam a matéria, pedaço a pedaço, para, a cada dia, ter uma nova revelação. De nada adianta querer suturar o escândalo com uma negação reativa, pois virão outras logo depois, desmoralizando a defesa. E outros veículos entram, com fatos novos, para desmentir.
                  
3. Para Morris, a chave é não mentir. O dano de mentir é mortal. "Uma mentira leva à outra, e o que era uma incomodidade passa a ser obstrução criminal à Justiça". A força de um escândalo é a sua importância política. As pessoas perdoam muito mais aqueles fatos sem relação com o ato de governar.  E ir acompanhando a reação do público. "Se os eleitores se mostram verdadeiramente escandalizados com o que se diz que ele fez, é melhor que não tenha feito. Roubar dinheiro quase sempre não se perdoa".
                  
4. Em outros tipos de escândalo, como os de comportamento, os eleitores se mostram mais suaves e compreensíveis. Os mais velhos são sempre menos tolerantes. Os de idade intermediária tendem a ser mais flexíveis, especialmente com escândalos de comportamento. Os eleitores jovens se fixam mais no caráter da pessoa do governante.
                  
5. Portanto, além da complexidade de se enfrentar um escândalo, a comunicação de governo deve ser, pelo menos, etariamente segmentada. Na medida em que o governante nada tem a ver diretamente com o fato, que os  responsáveis sejam de fato afastados por traição de confiança. Caso contrário, o próprio governo será contaminado e terá perdido precocemente a batalha de opinião pública e, assim, a batalha política.