Procuro da minha pessoa

Numa tarde ensolarada de verão estava em casa procurando algo para fazer, quando despontei e me dei conta que minha pessoa não estava naquele local, havia saído sem deixar recado onde poderia ter ido. Durante uns minutos não entendi o que se passava naquele ambiente, mas logo me refiz e procurei sair para me achar em algum lugar do mundo. Sai pela rua sem direção, andei para cá, andei para lá, eis que num momento de lucidez percebi que poderia estar na praça principal da cidade. Rumei para a praça, dei muitas voltas, mas não me achei naquele local, isso fez com que eu saísse muito louco a minha procura. Subi declive, desci aclive, perguntei para um, perguntei para outro e ninguém me viu naquele local. Mas procurei manter a calma, segui em frente, passei pelo centro da cidade, fui ao comércio onde tinha muitos amigos, perguntei para vários deles se haviam me visto por ali, como resposta nenhum deles me viu passar no comércio. Por alguns minutos fiquei inerte me perguntando onde será que eu estava, já que nem eu nem aqueles que me conheciam tinham noção onde poderia me encontrar. Para repor a cabeça no lugar, achei melhor voltar para casa, chegando lá perguntei para minha esposa se ela havia me visto naquele dia, quando para a minha surpresa ela me respondeu que eu estava a sua frente, foi um alivio saber que ainda eu existia de fato. Em suma, a partir daquele momento procurei não descuidar da minha pessoa e, sempre lembro que eu sou importante para alguém, esse alguém é a minha família. 
por MARCO LEITE 


As coisas são assim


por Marcos Coimbra, em CartaCapital, sugestão de Julio Cesar Macedo Amorim
A cobertura de nossa “grande imprensa” da atualidade política gira em torno de três equívocos. Por isso, mais confunde que esclarece.
Os três decorrem da implicância com que olha o governo Dilma Rousseff, o PT e seus dirigentes. A mesma que tinha em relação a Lula quando era presidente.
Há, nessa mídia, quem ache bonito – e até heróico – ser contra o governo. E quem o hostilize apenas por simpatizar com outros partidos. Imagina-se uma espécie de cruzada para combater o “lulopetismo”, o inimigo que inventaram. Alguns até sinceramente acreditam que têm a missão de erradicá-lo.
Não é estranho que exista em jornais, revistas, emissoras de televisão e rádio, e nos portais de internet, quem pense assim, pois o mundo está cheio deles. E seria improvável que os empresários que os controlam fossem procurar funcionários entre quem discorda de suas ideias.
Até aí, nada demais. Jornalismo ideológico continua a ser jornalismo. Desde que bem-feito e enquanto preserve a capacidade de compreender o que acontece e informar o público. O problema da “grande imprensa” é que suas antipatias costumam levá-la a equívocos. Como os três de agora. Vejamos:
O Desespero de Lula
Pode haver suposição mais sem sentido do que a de que Lula esteja “desesperado” com o julgamento do mensalão?
Ele venceu as três últimas eleições presidenciais, tendo tido na última uma vitória extraordinária. Só ele se proporia um desafio do tamanho de eleger Dilma Rousseff.
Hoje, em qualquer pesquisa sobre a eleição de 2014, atinge mais de 70% das intenções de voto, independentemente dos adversários.
Seu governo é considerado o melhor que o Brasil já teve por quase três quartos do eleitorado, em todos os quesitos: economia, atuação social, política externa, ecologia etc. (sem excluir o combate à corrupção).
O mensalão já aconteceu e foi antes que galvanizasse a imagem que possui. Lula tem, portanto, esse conceito depois de passar pelo escândalo. O ex-presidente não tem nenhuma razão para se importar pessoalmente com o julgamento do mensalão. Muito menos para estar “desesperado”.
O que ele parece estar é preocupado com alguns companheiros, pois sabe que existe o risco de que sejam punidos, especialmente se o Supremo Tribunal Federal for pressionado a condená-los. Solidarizar-se com eles – e fazer o possível para evitar injustiças – não revela qualquer “desespero”.
A Batalha Paulista
Não haverá um “enfrentamento decisivo” na eleição para prefeito de São Paulo. Nada vai mudar, a não ser se a gestão local, se José Serra, ou Fernando Haddad, ou Gabriel Chalita sair vitorioso.
Como a “grande imprensa” está convencida de que José Serra vai ganhar – o que pode ser tudo, menos certo -, a eleição está sendo transformada em um “teste” para Lula, o PT e o governo Dilma. Ou seja, quem “nacionaliza”a disputa é a mídia. Apenas porque acha que Haddad vai perder. Se Serra vencer, o PSDB não aumenta as chances de derrotar Dilma (ou Lula) em 2014. Caso contrário, terá sua merecida aposentadoria. O melhor que os tucanos podem tirar da eleição paulista é a confirmação da candidatura de Aécio Neves.
Quanto ao PT e ao PMDB, vencendo ou perdendo, saem renovados. No médio e no longo prazo, ganham. Por enquanto, a mídia está feliz. Cada pesquisa em que Haddad se sai mal é motivo de júbilo, às vezes escancarado. Quando subir, veremos o que vai dizer.
É a Economia, Estúpido
Sempre que pode, essa mídia repete reverentemente a trivialidade que consagrou James Carville, o marqueteiro que cuidou da campanha à reeleição de Bill Clinton.
Lá, naquele momento, foi uma frase boa.
Aqui, não passa de um mantra usado para desmerecer o apoio popular que Lula teve e Dilma tem. Com ela, pretende-se dizer que “a economia é tudo”. Que, em outras palavras, a população, especialmente os pobres, pensa com o bolso. Que gosta de Lula e Dilma por estar de barriga cheia.
Com base nesse equívoco, torce para que a “crise internacional”ponha tudo a perder. Mas se engana. É só porque não compreende o País que acha que a economia é a origem, única ou mais importante, da popularidade dos governos petistas.
Nos últimos meses, a avaliação de Dilma tem subido, apesar de aumentarem as preocupações com a inflação, o emprego e o consumo. E nada indica que cairá se atravessarmos dificuldade no futuro próximo.
Lula não está desesperado com o julgamento do mensalão. Se Serra for prefeito de São Paulo, nada vai mudar na eleição de 2014. As pessoas gostam de Dilma por muitas e variadas razões, o que permite imaginar que continuarão a admirá-la mesmo se tiverem de adiar a compra de uma televisão.
Pode ser chato para quem não simpatiza com o PT, mas é assim que as coisas são.

Verdade do dia

“Eu tenho que provar a minha inocência. Eu deveria ter a presunção da inocência. Mas sou eu que tenho de provar. Me lincharam, me condenaram. Se eu estou aqui hoje de pé é graças a vocês… Mas agora é a batalha final. É a reta final. Eu quero este julgamento. Quero olhar nos olhos daqueles que me acusaram e me lincharam esses anos todos.” 
José Dirceu

Ensopado briguilino

Ingredientes

  • 1 kg de acém em pedaços médios
  • 5 colheres (sopa) de óleo de soja
  • 2 cebolas picadas
  • 3 dentes de alho amassados
  • 1 maço de cheiro-verde picado
  • 2 colheres (sopa) de farinha de trigo
  • 2 colheres (sopa) de extrato de tomate
  • Sal e pimenta-do-reino à  gosto
  • 4 cenouras picadas
  • 3 batatas picadas
  • 1 lata de ervilha
  • quanto baste de água fervente


Como fazer
Aqueça o óleo em uma panela e quando estiver quente, doure a carne, virando sempre. Pique o alho, a cebola e o cheiro-verde. Acrescente esse tempero à carne já dourada. Deixe fritar, com a panela destampada, em fogo baixo. Salpique a farinha e frite por mais alguns minutos, mexendo sempre. Em seguida, junte água fervente, o bastante para cobrir a carne. Adicione o extrato de tomate, o sal e a pimenta-do-reino branca. Tampe a panela e deixe em fogo baixo até a carne cozinhar. Adicione as cenouras à carne, em seguida acrescente os nabos. Depois de 20 minutos, acrescente a batata e as ervilhas. Mexa e deixe no fogo até cozinhar as batatas. Sirva bem quente, acompanhada de arroz branco

Maluf rejeitou fazer aliança com Serra


Cortejado pelo candidato tucano à sucessão paulistana, Paulo Maluf rejeitou fazer aliança com José Serra, alegando "razões de ordem ética".
Em nota distribuída à imprensa, Maluf diz ser "um homem coerente, de reputação ilibada, reconhecida internacionalmente". E completou: "Depois de 50 anos na vida pública, não posso me misturar com uma candidatura que usa a fachada vistosa dos tucanos para abrigar aves de rapina. O PR de Valdemar Costa Neto e Alfredo Nascimento está além dos meus limites morais", disse Maluf.
Num lance de desespero para conquistar o aliado, Serra prometeu recriar a Paulipetro e disse que destinaria a Severino Cavalcanti, corregilionário de Maluf, "uma diretoria de furar poço".
"Será uma indicação por notória competência; é hora de acabar com o loteamento despudorado do Estado patrocinado pelo petismo", disse o tucano.

 

"Vamos colocar a Rota na rua; bandido bom é bandido morto", prosseguiu Serra, levando à boca uma corrente de ouro e beijando a imagem de Ave Maria antes de fazer três vezes o sinal da cruz.
Diante das dificuldades de convencer o aliado do PP e para evitar mais desgastes, o tucano organizou um evento à meia-noite de hoje no cemitério do Morumbi, em frente ao túmulo de Jânio Quadros.
"Vamos selar o apoio dos janistas à nossa candidatura. Eu preferia marcar às duas da manhã, achei meia-noite um pouco cedo, mas o partido me convenceu de que o horário é mais simbólico. Farei o possível para atrasar só uma hora", disse o tucano, abraçado a uma vassoura.
No final da tarde, Adilson Laranjeira, assessor de Maluf para Encrencas Variadas, divulgou um comunicado oficial: "Paulo Maluf não tem nem nunca teve contas no exterior e também não é responsável pela falência da Grécia".
Piauí Herald apurou com exclusividade que Maluf aceita ser vice de Serra.

Artigo semanal de Delúbio Soares: "Rio+20"

RIO+20

O planeta irá debater o seu futuro. Assim podemos resumir a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembléia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em sua 64ª Sessão, em 2009. Foi o governo do presidente Lula, naquela oportunidade, que deixou patente a vontade brasileira de sediar o encontro, continuando o trabalho realizado em 1992, quando quase duas centenas de governantes de países dos cinco continentes na exitosa ECO 92, também realizada no Rio de Janeiro, debateram conjuntamente e pela primeira vez a importantíssima questão ambiental. E agora, sob o comando da presidenta Dilma Rousseff, o Brasil sediará outro encontro histórico e que, certamente, há de nortear as ações de tantos países em relação a um tema que, seguramente, é o mais importante nos dias de hoje e para o futuro da humanidade.

 Não há como se negar que os avanços do planeta na defesa de seu meio-ambiente, na preservação da própria existência humana, se tornaram mais efetivos depois da emblemática ECO 92. Mas, ainda não foram o suficiente: continuam os crimes contra o meio-ambiente, as depredações minerais e devastações florestais, a poluição que transforma grandes cidades em verdadeiras câmaras de gás de lentíssima ação, o degelo persistente das calotas polares, as evidentes mudanças no clima, o aquecimento do planeta, a sentida piora na condições de vida de bilhões de pessoas.

 O país que mais polui e atenta contra o meio-ambiente é justamente o que se recusa a enfrentar corajosamente a questão que se coloca de forma clara e dramática: o planeta está agonizando. A posição dos Estados Unidos, marchando na contramão da história, ao obstaculizar o Protocolo de Kyoto - não o assinando durante a malfadada gestão de George W. Bush - é prova disso. Fugiram do compromisso de redução da emissão de gases que provocam o 'efeito estufa' e, por conseguinte, o aquecimento global.

 Não basta verbalizar pretensas preocupações com o presente crítico e um futuro catastrófico que pode ser evitado, muito menos fazer vagas promessas de participar do esforço que se impõe na defesa da vida humana e da preservação do planeta: é preciso agir com transparência e efetividade. E não tem sido assim, desgraçadamente, já que a política da maior potência mundial não mudou muito: com Bush ou com Obama, os Estados Unidos continuaram poluindo e ignorando a consciência ambientalista que felizmente se expande mundo afora, conquistando mentes e corações.

 A situação que enfrentamos  não é nada confortável, mas a demonstrada disposição de reverter seus contornos dramáticos é alentadora.  A temperatura média da superfície terrestre aumentou 0,74 º C em pouco mais de dois séculos. Parece pouco, mas é um absurdo. Um aumento entre 1,8°C a 4°C até o ano de 2100 é esperado a continuar tal ritmo. Mesmo ocorrendo apenas a elevação mínima que se prevê, ela ainda ultrapassará qualquer subida de temperatura registrada nos últimos 10.000 anos! Resultados? Drásticas alterações climáticas, com brutais repercussões na vida do planeta: enchentes, inundações, secas, percalços de toda ordem não só climáticas, mas também sociais, e econômicas, piorando a existência humana e a vida das nações caso não se tomem as medidas que se fazem urgentemente necessárias.

 E tem mais. O nível dos oceanos apresentou uma impressionante subida situada entre 10 a 20 centímetros apenas no século XX, e o aumento de 18 a 59 centímetros é absolutamente possível até o (até agora, pelo menos) fatídico ano de 2100. As temperaturas que se elevam provocam o aumento do volume dos oceanos e, por conseguinte, o derretimento das calotas polares; assim, o degelo aumenta ainda mais o nível da água. Países densamente povoados, como Bangladesh, por exemplo, podem ser varridos do mapa, submersos como modernas Atlântida, ao custo de centenas de milhões (ou bilhões?) de vidas. Não é o que desejamos às futuras gerações.

 Afortunadamente, o planeta que se discutirá a se mesmo na Rio+20, com suas preocupações e esperanças, através de seus governantes, é bem diverso do que em 1992 apenas despertava para a tão delicada e premente questão ambiental. Em pleno século XXI nos defrontamos com os mesmos problemas de então, alguns até agravados, porém e felizmente já com um imenso elenco de realizações, medidas, iniciativas, projetos, legislações e políticas de governos que vão ao encontro do que a Terra, que tanto nos dá, espera que façamos por ela.



Presidente Dilma lamenta morte do jornalista Ivan Lessa


A presidenta Dilma Rousseff lamentou hoje (9) a morte do jornalista Ivan Lessa. Em telegrama, Dilma afirma que o Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos.

Leia abaixo a íntegra do telegrama:

"Ivan Lessa foi um escritor indomável. Foi irônico, mordaz, provocador, iconoclasta e surpreendentemente lírico – acima de tudo brilhante no trato com as palavras. Sua contribuição à resistência democrática está registrada nas páginas do Pasquim, um espaço de liberdade e crítica que Ivan e seus companheiros souberam abrir, com humor e astúcia, para toda uma geração de brasileiros, num momento em que isso parecia impossível. O Brasil perde um de seus cronistas mais talentosos."


A presidenta Dilma Rousseff enviou hoje (9) telegrama de condolências para a família do sociólogo Antônio Flávio Pierucci, que morreu nesta sexta-feira (8), em São Paulo, aos 67 anos.

Leia abaixo a íntegra do telegrama:

"O professor Antônio Flávio Pierucci deixa um legado intelectual precioso. A par de seus profundos estudos e criteriosa tradução da obra de Max Weber para o Português, Flávio Pierucci dedicou sua inteligência à compreensão de fenômenos sociais e políticos do presente, destacadamente no campo da Sociologia da Religião. Alunos, colegas e leitores reconhecem nele o talento do mestre e o compromisso generoso com a transformação social. É uma perda que lamento profundamente."