Collor fala dos bastidores do impeachment

A velhíssima trapaça do ínfimo

Que ninguém seja ingênuo de acreditar que o ínfimo criou jurisprudência no julgamento do "mensalão" petista.

O que valer para este julgamento(?) não valerá para outro não - desde que os réus não sejam petistas -.

A corja dos intocáveis não tem nenhum compromisso com a Justiça.

Os argumentos que usaram e usarão para condenar a maioria dos réus da Ação Penal 470, não valerão para os julgamentos de amanhã e depois de amanhã, repito: desde que os réus não sejam petistas.

E quem acreditar que eles farão diferente...não são ingênuos, são idiotas ou tão calhordas quantos alguns ministros do ínfimo.

Os números mentem


 Em plena temporada de greves, 77% da população apoiaram a maneira de a presidente Dilma governar. Como ela enfrentou com dureza as paralisações no serviço público, a conclusão surge óbvia: o povão detesta greves, em especial quando se fazem contra ele e não contra os patrões. 
     
Junte-se a esses percentuais outro tão  importante quanto: 62% dos consultados acham o governo ótimo ou bom. Resultado: é o PT que  anda na baixa, com o mensalão, jamais o governo ou sua chefe.
                                              
Tudo conduz a projeções favoráveis à reeleição da presidente, claro que se tudo continuar como está. Mesmo sem querer, Dilma vai-se desgarrando do partido do qual nunca fez efetivamente parte. Fica a pergunta: acontece o mesmo com  relação ao Lula?

A resposta é não. Os laços entre a sucessora e o antecessor permanecem férreos, seja por gratidão, seja por estratégia, já que a experiência do Lula  constitui trunfo de vastas proporções.                                               Logo começará a segunda metade da  administração federal e a prática indica poucas ou nenhuma mudança no estilo de Dilma administrar. Não há sinais de que pretenda promover sensível  reforma no ministério, ainda que em 2014,  ano das eleições gerais,  certos reajustes se tornem necessários. A chefe da Casa Civil, Gleise Hoffmann, é candidata ao governo do Paraná. Aloísio Mercadante, da Educação, e Marta Suplicy, da Cultura, disputarão a indicação do PT para o governo de São Paulo. Edison Lobão, das  Minas e Energia,  concorrerá ao governo do Maranhão, assim como parece provável que Garibaldi Alves Filho, da Previdência Social, ao governo do Rio Grande do Norte.

Em toda situação  política deve-se considerar o reverso da medalha. Suponha-se o  agravamento das dificuldades econômicas. 

A fuga de investimentos externos, que já começou. Uma imprevista onda inflacionária. A eclosão de dificuldades regionais impulsionadas por governadores da oposição.   Catástrofes super-dimensionadas  da natureza.  Fracasso na organização da Copa do Mundo de futebol.  E quantos inusitados a mais, em condições de inverter o pêndulo das previsões? Os números não mentem.

Coluna semanal de Paulo Coelho


Meu tipo inesquecível

Quando eu era criança, costumava ler uma revista que meus pais assinavam; tinha uma sessão chamada "Meu tipo inesquecível" - onde pessoas comuns falavam de outras pessoas comuns que haviam influenciado suas vidas. Claro que àquela altura, com nove ou dez anos, eu também havia criado o meu personagem marcante.

Por outro lado, tinha certeza que no decorrer dos meus anos este modelo iria mudar, portanto resolvi não escrever a tal revista submetendo minha opinião (fico imaginando hoje como eles teriam recebido a colaboração de uma pessoa com a minha idade na época).

Os tempos passaram. Conheci muita gente interessante, que me ajudou em momentos difíceis, que me inspirou, que me mostrou caminhos que eram necessários trilhar. Entretanto, os grandes mitos da infância sempre provaram ser mais poderosos; passam por períodos de desvalorização, de contestação, de esquecimento - mas permanecem, surgindo nas ocasiões necessárias com seus valores, seus exemplos, suas atitudes.

Meu tipo inesquecível chamava-se José, irmão mais jovem do meu avô. Jamais se casou, foi engenheiro durante muitos anos, e quando se aposentou, resolveu viver em Araruama, cidade vizinha ao Rio de Janeiro. Era ali que toda a família ia passar as férias com as crianças; tio José era solteiro, não devia ter muita paciência para aquela invasão, mas este era o único momento em que podia dividir um pouco de sua própria solidão com os sobrinhos-netos. Era também inventor, e para acomodar-nos, resolveu construir uma casa onde os quartos só apareciam durante o verão! Apertava-se um botão e do teto desciam as paredes, dos muros saiam as camas e as penteadeiras, e pronto; quatro dormitórios para acomodar os recém-chegados. Quando terminava o carnaval, as paredes subiam, os móveis tornavam a entrar nos muros, e a casa voltava a ser um grande galpão vazio, onde costumava guardar material de sua oficina.

Construía carros. Não apenas isso, mas fez um veículo especial para levar a família à Lagoa de Araruama - uma mistura de jipe com trem sobre pneus. Íamos ao banho de mar, convivíamos com a natureza, brincávamos o dia inteiro, e eu sempre me perguntava: "mas por que ele vive aqui sozinho? Tem dinheiro, podia viver no Rio!" Contava histórias de suas viagens aos Estados Unidos, onde trabalhara em minas de carvão e se aventurara a lugares nunca antes visitados. A família costumava dizer: "é tudo mentira". Vivia vestido de mecânico, e os parentes comentavam: "precisava de roupas melhores". Assim que a televisão entrou no Brasil, comprou um aparelho que colocava na calçada, de modo que a rua inteira pudesse assistir aos programas.

Ensinou-me a amar as escolhas feitas com o coração. Mostrou-me a importância de fazer o que se deseja, independente do que os outros comentem. Acolheu-me quando, adolescente rebelde, tive problemas com meus pais. Um dia ele disse-me:

- Inventei o hidramático (câmbio automático de mudança de marchas em um carro). Fui a Detroit, entrei em contato com a General Motors, me ofereceram 10.000 dólares na hora ou 1 dólar por carro vendido com este novo sistema. Peguei os dez mil dólares e vivi os anos mais fantásticos de minha vida.

A família dizia: tio José vive inventando coisas, não acreditem. E, embora tendo uma grande admiração por suas aventuras, por seu estilo de vida, por sua generosidade, não acreditei nesta história. Contei para o jornalista Fernando Morais apenas porque tio José era e é meu tipo inesquecível.

Fernando resolveu conferir, e eis o que achou (o texto está editado, pois é parte de um grande artigo): "O primeiro câmbio automático foi inventado pelos irmãos Sturtevant de Boston em 1904. O sistema não funcionava a contento porque os pesos frequentemente se afastavam muito. Mas foi a invenção dos brasileiros Fernando Iehly de Lemos e José Braz Araripe, vendida à GM em 1932, que contribuiu para o desenvolvimento do sistema hidramático lançado pela GM em 1939".

Com milhões de carros hidramáticos sendo produzidos todos os anos, a família - que nunca acreditava em nada, e achava que tio José se vestia mal - teria ficado com uma fortuna incalculável. Que bom que ele gastou os seus dez mil dólares em anos felizes!

A "ditadura" cubana que você não conhece


De acordo com o estabelecido na Constituição da República e na Lei Eleitoral nº 72, de 29 de outubro de 1992, o Conselho de Estado de Cuba convocou, no último 5 de julho, eleições gerais para delegados às Assembleias Municipais, Provinciais e Nacional do Poder Popular. 
Em uma primeira etapa, no dia 21 de outubro os eleitores elegem, para um mandato de dois anos e meio, os delegados às Assembleias Municipais, e em 28 de outubro, em segundo turno, nas localidades onde nenhum dos candidatos tenha obtido 50% dos votos válidos mais um. 
Os delegados às Assembleias provinciais e à Assembleia Nacional do Poder Popular serão eleitos por um período de cinco anos, em uma nova data a ser estabelecida. Está prevista a participação de cerca de 8,5 milhões de cubanos.

Desvinculado do modelo partidarista o sistema eleitoral cubano possibilita o exercício livre da cidadania com a escolha dos candidatos pelos próprios eleitores, o que incentiva o alto índice de comparecimento às eleições, mesmo que o voto não seja obrigatório. 
Os candidatos não são indicados por partidos e sim pelos cidadãos maiores de 16 anos que automaticamente são inscritos no Registro Eleitoral, sem custos ou burocracia. Conforme o Artigo 3º da Lei Eleitoral, o voto é livre, igualitário e secreto, e o cidadão está protegido contra punições, multas ou sanções no trabalho caso se abstenha de votar, ao contrário do que ocorre em outros países. Os membros das Forças Armadas têm direito a votar, eleger e a ser eleitos. Continua>>>

Enquanto isso na sala dinjustiça

Bom Dia