Quando o pig dá as cartas


Quando o *pig dá as cartas 
falta um coringa no baralho 
os ases se sentem reis 
as rainhas andam com valetes 
a sueca vira buraco 
onde cada canastrão bate 
pega o morto e sai atrás de ouros 
onde sobram copas, paus e espadas 
até perder o que era pra ganhar 
sem saber o que foi apostado. 



Quando o pig dá as cartas 
o baralho está sempre marcado 
joga-se a paixão contra a ilusão 
e quem tem as cartas na mão 
nem sempre tem a sorte 
ao seu lado e trapaceia 
por pura falta de opção.


 
Quando o pig dá as cartas 
o jogo vira trabalho 
a carta que cada um tem na manga 
é sempre aquele coringa que falta no baralho.


Tavinho Paes
*Pig está no lugar de poder

Zuenir Ventura: a violência como diversão


O Globo

A violência “lúdica”, praticada como entretenimento e esporte, está tão banalizada, tão na moda, que uma impressionante foto publicada nos últimos dias do ano passou quase despercebida. Era do lutador Cigano com um olho roxo, os lábios inchados, o rosto dilacerado, deixando o hospital e ainda pedindo “desculpa”.
Por que? Talvez porque, massacrado numa luta, foi levado ali para se tratar e não para o cemitério.
Numa outra imagem, o americano Caim enfia-lhe um soco boca adentro como se o adversário caído ao chão fosse o próprio Abel bíblico. Já me disseram para “deixar de frescura” porque essas lutas sempre existiram, não são de hoje. De fato, são do tempo em que os cristãos eram jogados na arena para leão faminto comer.
Outro dia uma senhora me desafiou: “Por que o senhor não fala mal também do automobilismo, que mata mais do que o MMA?”.
Não contestei a discutível afirmação e preferi dizer que nas corridas de automóvel o objetivo não é a violência, mesmo quando ela ocorre. Já nessas lutas, sim. Vence quem der mais cotoveladas, joelhadas e pontapés no outro, de preferência no rosto.
Outra alegação é a crescente popularidade do espetáculo, que só perde, dizem, para o futebol. Mas popular o crack também é, e cada vez mais.
Recebi uma carta-queixa da qual publico um trechinho sem comentário, porque ainda não a digeri: “Eu já gosto muito do senhor e acho que vai gostar de mim quando eu começar a falar. Só não consigo entender essa diferença de tratamento entre eu (sic) e Alice. É porque sou Flamengo? Mas, vô, alguém tem que ser amigão do meu pai! Ele merece um ombro amigo para chorar as derrotas do Mengão. Eu vou fazer três meses, e escuto as pessoas dizerem que sou um meninão, um príncipe, uma gracinha, que tenho cara de homenzinho, enfim, faço um sucesso danado, menos pro senhor. E aí, vô, não dá para escrever algumas palavras bonitas sobre mim? Eric”.
Um dos espaços mais concorridos nessa virada do ano — competindo com as congêneres do Vidigal e da Rocinha — foi a recém-inaugurada “Laje do Moreno”. Como atração, além da vista, as delícias da chef Carlúcia.
Ao contrário do que se especula, não haverá shopping subterrâneo na Praça N. S. da Paz. Quem garante é o governador, que informa nunca ter pensado nisso.
Que bom! Espero que meu próximo desmentido seja: “Ao contrário do que se especula, não haverá acesso ao metrô na Praça N.S. da Paz, que será preservada em benefício dos bebês, dos idosos e do meio ambiente. Quem garante é o governador...”

Artigo semanal de Leonardo Boff


Em meados de janeiro de 2011 publiquei um artigo sobre a necessidade da responsabilidade socioambiental por parte do poder público como já existe  a responsabilidade fiscal, que funciona relativamente bem. Era em função do “tsunami” que se abateu sobre as cidades serranas de Nova Friburgo, Teresópolis e Petrópolis com cerca de 900 mortos e mais de 25 mil desabrigados: gente que perdeu familiares, as casas e pertences.

Passados dois anos, somente agora começou-se a construir algumas casas. Com indignação o digo: houve irresponsabilidade e desumanidade do poder público em vários níveis. Como se trata de gente do povo, a maioria pobre, socialmente não contam. Seu sofrimento não é sentido e respeitado. Ouvi de políticos a justificativa: “os pobres sabem se defender como sempre, eles se viram, é só esperar.”

Contra esse crime de lesa-humanidade e de total falta de sentido de solidariedade,precisamos nos indignar e protestar. E dá vontade de realizar o que um dia o bispo de 84 anos, muito doente, pastor, profeta e poeta, ameaçado de morte, em São Felix do Araguaia MT sugeriu: deveríamos  reunir crianças, poetas e loucos (pois esses Deus ouve) para amaldiçoar os responsáveis pela perpetuação da desgraça das vítimas.

Nestes inícios de janeiro do corrente ano assistimos outro “tsunami” em Xerém, no município de Caxias, logo no início da estrada que sobre para Petrópolis. A cabeça dágua ocorrida no topo do morro, inundou o pequeno rio, criou uma onda de água, pedra, troncos e lama que arrasou casas, ceifou vidas e deixou centenas de desabrigados. Algo semelhante ocorreu em Angra dos Reis, e em menor escala em Petrópolis.

Presidente Dilma receberá hoje o governador da Bahia



Foto
GOVERNADOR DA BAHIA, JAQUES WAGNER
Em férias na Baía de Todos os Santos, onde passou o réveillon, a presidenta Dilma Rousseff receberá hoje (5), o governador da Bahia, Jaques Wagner (PT) e a primeira-dama do estado, Fátima Mendonça, para um jantar. 
A ocasião será informal, trata-se apenas de um “bate-papo” entre velhos amigos, segundo relatou o próprio governador ao jornal A Tarde
Dilma tem se dedicado ao descanso à leitura dos vários livros que trouxe na bagagem, e ao banho de mar. 
Ainda segundo o jornal, Fontes próximas ao governador informam que, entre os assuntos que poderão ser tratados por Wagner e Dilma, estão a questão da divisão dos royalties do petróleo, cuja lei recebeu vetos parciais da presidente, a reforma tributária e a sucessão presidencial, já que Wagner é apontado como provável coordenador da campanha pela reeleição de Dilma no Nordeste.

Seja pé-duro ou puro-sangue, se dá coice e relincha, é um cavalo ou uma égua


Estudante nos melhores colégios do Rio de Janeiro, morador no front side de Ipanema e bem endereçado também em Nova York, Nelsinho, como é chamado, Motta é um sujeito educado. Ou pensava-se que era. Deveria ser um democrata. Há dúvidas, infelizmente, quanto a isso também. Pesquisa e apura antes de escrever o que bem deseja. No caso presente, não o fez.
Sem, aparentemente, saber ao certo do que se trata www.brasil247.com.br, ele estabeleceu em texto recente, exercitando-se como analista político, que os leitores que enviam milhares de comentários minuto a minuto, vinte e quatro horas por dia e sete dias por semana para o jornal eletrônico são as "mesmas pessoas, escondidas sob nomes diferentes". Pessoas, que dão "coices" e produzem "relinchos". Membros de uma "mesma seita".
O propósito de Nelsinho, no artigo para o Estadão, era prestar solidariedade a Ferreira Gullar, pelos comentários enviados ao 247 em razão do mais recente artigo dele no jornal Folha de S. Paulo, no qual criticava o ex-presidente Lula.
Pelo poeta, Nelsinho mostrou-se muito mais um cômico de nariz redondo e vermelho, não fosse o preconceito de classe e o contrabando ideológico embutidos, a sério, em sua posição. Mais do que para rir, o texto aquele é para lamentar.

Mulher


NEM toda mulher é "normal".
Nem toda mulher tem marido, nem toda mulher é casada.
Nem toda mulher tem filho.
Nem toda mulher cuida bem de sua cria.
Nem toda mulher é ruim.
Nem toda mulher tem condições para criar sua prole.
Nem toda mulher é bandida.
Nem toda mulher é largada.
Nem toda mulher é bondosa com companheiro e filhos.
Nem toda mulher tem coragem de torturar uma criança.
Nem toda mulher é cafetina.
Tirando as poucas desvairadas, as mulheres são meigas, carinhosas, bondosas, amigas e cuidam do macho dependente da sua força descomunal de seu trabalho com muita competência e amor.
Viva as mulheres de boa vontade!

Os brutos também amam, mas soldado poeta pode ser ...



Ao que tudo indica o Comando do 18º Batalhão da Polícia Militar de Contagem não é afeto à poesia, nem adepto do bordão “os brutos também amam” (ou são sensíveis) e vai punir o soldado que, empregando criatividade e ousadia, redigiu um BO em forma de versos rimados.
Bueno, poesia é cultura. E um pouco de cultura no meio das atividades burocráticas não traz nenhum prejuízo à humanidade, só algum bem.
Confira clicando aqui