Como perdi peso

Por muito tempo achei que não iria engordar nunca mais, e ficaria magrinho pra sempre. Muito ingênuo.
Comecei a morar com a namorada e minha rotina de alimentação mudou bastante. A gente queria sempre se divertir, curtir lugares novos, fazer jantares em casa e é claro que eu só queria aproveitar.
Ainda na iminência de passar mais tempo com a namorada, ficar junto e decidindo a nossa nova vida, fui relaxando, treinando menos e fazendo pouquíssimo exercício. Nunca parei totalmente de treinar, mas a quantidade de exercício que eu fazia não era o suficiente para queimar a comida que estava entrando. Em fevereiro desse ano me olhei no espelho e percebi uma coisa: eu tinha virado um peixe boi.
peixe-boi
"Oi, meu nome é Alberto Brandão"
Tentei seguir o padrão moderno de nutrição, todas as coisas dicas de tomar suquinho de fruta, barra de cereal, comer a cada X horas. Mas, para mim, nada disso trouxe resultados reais. Por estar sempre cheio, sentia uma dificuldade em me sentir disposto, o custo com alimentação subiu absurdamente, sem falar em carregar comida suficiente para comer várias vezes ao dia. Resolvi fazer as coisas do meu jeito e a partir disso, tirei alguns aprendizados que gostaria de compartilhar com vocês.
Meu resultado foi mais ou menos assim:
Nos primeiros 4 meses, perdi 22kg. Como fiquei muito magro e a aparência não ficou tão bacana, resolvi ganhar mais uns quilos e me manter num padrão onde eu não ficasse tão assustador, veja o gráfico:
libra
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1. Você não é um cachorro

Dia no trabalho intenso, chefe gritando no seu ouvido. Seu filho está com febre, e voltou do colégio mais cedo. Empregada não foi e a cozinha está uma bagunça. Aquele aumento esperado não saiu, a namorada deu um pé na bunda. A primeira coisa que a gente pensa? Nossa, a vida é tão dura, eu mereço comer algo gostoso.
Ou então algo muito bom aconteceu! Fui promovido, vamos comemorar no restaurante! Passei no vestibular! Pizzaria! Galera não se vê faz um tempão, vamos reunir num restaurante? Aniversário, Comida!
Vivemos a cultura da comida. Se algo bom acontece comemoramos com comida, se algo ruim acontece, comemos por merecimento.
Você não é um cachorro. Pare de se recompensar com comida.

2. Nem tudo é o que parece ser

Existe um grande apelo de marketing para todo alimento parecer saudável. Até redes de fastfood e marcas de refrigerante estão entrando na onda. Toda indústria alimentícia já entendeu que estamos vivendo num mundo novo.
Todo esforço publicitário está aí para nos convencer que aquele suco de caixinha é uma coisa saudável. Aquela barra coberta de xarope de milho, açúcar e gordura saturada, recebeu uma embalagem linda dizendo que é saudável. E você acreditou.
A lista de alimentos que são vendidos como saudáveis e na verdade são apenas truque de marketing é extensa. Se você pretende emagrecer ou apenas entender melhor o que coloca pra dentro do seu corpo, vale a pena estudar um pouco sobre o assunto.
Existem dois sites excelentes que faço questão de indiciar. O primeiro é o Fechando o Zíper que testa os produtos, questiona a composição real em relação ao que o produto diz no marketing e classifica tudo com notas. O outro é o Sugar Stacks. Apesar de ser um site basicamente em inglês, as imagens ilustram muito bem a quantidade de açúcar presente em cada tipo de alimento, sendo excelente para comparações.

Suquinho de laranja, saudável né?

3. Alimentação é muito mais importante que exercício

Me dói escrever isso publicamente. Sempre compensei minha vontade de comer besteira exagerando no treino. Engordei mais do que devia? Cortava o elevador e usava escadas. Descia uma parada de ônibus antes pra andar um pouco mais, adicionava mais um treino de corrida 3 vezes por semana e, em pouco tempo, o peso estava controlado.
O problema disso é que não aguentamos o estresse por muito tempo. O corpo cansado começa a pedir descanso. Deixamos de fazer a rotina um dia e, depois de um tempo, voltamos ao normal. Em poucas semanas o peso volta para onde estava. Por isso dessa vez resolvi fazer tudo sem exercícios, só com alimentação.
Se eu conseguisse reduzir meu peso só modificando minha alimentação, sem aumentar meu gasto calórico com exercícios, quando voltasse a me exercitar os resultados seriam ainda melhores.
Tudo o que eu consegui durante o período da dieta foi fazendo nada de exercícios. Se pretende emagrecer entenda que isso depende quase totalmente da sua alimentação. Exercício pode ajudar, mas é bônus quando comparado aos resultados de uma alimentação correta.

4. Jejum é bom

Existe muita lenda sobre jejum. Com uma cultura como a nossa que vem prezando cada vez mais por músculos, jejum tem sido um grande terror. Mais de 3 horas de jejum já pode ser o terror dos marombeiros.
Este é outro tema bem polêmico na nutrição moderna, mas que vale uma atenção especial. Existem vários modelos de jejum e que cada um pode beneficiar de alguma forma. Eu, particularmente faço 24 horas de jejum, pelo menos uma vez por semana.
Normalmente, depois do meu dia livre – mais sobre isso adiante – onde dou espaço para meu corpo processar toda besteira que comi. Como tentei seguir ao longo do texto, não vou indicar nenhuma rotina de jejum, mas pesquisem, é bom e é importante saber.
Para quem fala inglês, indico o excelente documentário da BBC: Coma, jejue e viva mais.

5. Faça sua própria comida

O primeiro motivo para você fazer sua própria comida é a quantidade. Se você não controla a porção que vai ao prato, acaba comendo tudo o que foi servido. Nossa educação nos ensinou que é feio deixar comida no prato, então fazemos questão de não deixar sobrar nada.
Quando fazemos o preparo do que vamos comer, podemos definir com precisão a quantidade que vamos comer, sem erro. Comemos muito mais do que precisamos, colocamos ao prato tudo o que nosso desejo quer e não o que realmente precisamos para nos sentir satisfeitos.
A qualidade da comida servida também fortalece esse ponto. Vejo muita gente comer apenas em restaurante, evitando arduamente redes de fastfood, mas na maioria das vezes é puro autoengano. É muito fácil observar em restaurantes self-service que a carne levou mais gordura que deveria, que o molho da salada tem quase a mesma quantidade de calorias que um Big Mac, que aquele peixe tão bonito foi frito na manteiga.
Só conseguimos ter uma ideia mais real do que estamos comendo quando somos nós que controlamos isso.

6. Tenha um dia livre

Como humanos, somos muito ruins em estimar o valor de coisas muito distantes. A satisfação imediata sempre vence a recompensa futura. Por isso, precisamos de intervalos menores de esforço, para entender que não é tão ruim assim.
Um dos maiores problemas que enfrentamos ao começar uma dieta é o desespero de nunca mais poder comer aquelas coisas que tanto gostamos. Nosso cérebro identifica que estamos próximos de um momento de escassez e ao invés de nos dedicar ao propósito, passamos a pensar em tudo o que não poderemos mais comer.
O relato mais comum é:
Muita gente defende o dia livre como forma do corpo se lembrar como é processar uma grande quantidade de comida ruim, mas eu já vejo como uma motivação. É mais fácil esperar 3 ou 4 dias até o próximo dia livre do que chutar o pau da barraca de uma vez, achando que nossa privação é eterna.
Gosto sempre de compartilhar aqui as coisas que vivo, porque sei que essas experiências ajudam outras pessoas a se moverem em direção a seus objetivos. Sei que fotos antes e depois são um pouco cliché, mas dessa vez fiz questão de registrar tudo, para não ter erro. Acredito que muito do processo de transformação corporal, seja ele para perder peso ou ganhar peso vai da nossa capacidade de se motivar diariamente, manter-se no mesmo caminho sem desistir.
Temos nutricionistas para nos indicar o que podemos comer e como fazer isso de uma forma correta. Professores e Personal Trainers pra organizar nossas rotinas de treino, mas somos negligentes com nossa mente e nossa capacidade de focar nossas ações.
Por fim, uma foto que é constrangedora, mas faz parte do texto, ele ficaria incompleto sem ela. As fotos foram tiradas em Abril, Junho e Agosto, e servem para mostrar que fazendo tudo certo e evitando algumas armadilhas da vida, é bem possível alcançar um bom resultado.
Alberto Brandão


Conta sua jornada, falando sobre empreendedorismo e startup no QG Secreto. Treina Taekwondo, Jiu-jitsu, Parkour e MMA. Escreve sobre treinamento físico em seu blog. Recentemente largou tudo para buscar um caminho mais feliz.

Outros artigos escritos por 

Luis Nassif - O Cândido

Na sua postagem: As propostas de FHC e a convergência de diagnóstico o jornalista Luis Nassif - como sempre - um texto muito bem escrito é por demais gentil com a Ofélia da política brasileira - FHC -. Mescla o artigo do boca de suvaco com a análise de um experiente analista político, e aponta convergências.

Não sei quem é o experiente analista político - nem me interessa - na minha opinião ele prega basicamente a submissão do Brasil ao EUA. 

FHC e o PSDB sempre defenderam essa ideia. Primeiro na teoria, depois na prática, durante o desgoverno de dito sujo.

Quanto ao príncipe da sociologia, se alguém me mostrar uma ideia original dessa Maria-vai-com-os-EUA...
serei tucano desde criancinha.

Miruna Genoino - vão tomar nossa casa?

Reproduzimos texto e foto de Miruna Genoino publicado na Time line de Débora Cruz no Facebook


Tenho certeza de que todos aqui sabem perfeitamente que eu e minha família não temos como pagar 468 mil reais. 

A duras, duríssimas penas, estou pagando parcelado um apartamento que vale muito menos do que isso. 

Meus pais moram onde moram, como muitos de vocês também sabem. O carro que meu pai tinha, um logan de 2008, foi vendido para podermos ajustar nossas finanças depois da prisão. 

O que vão fazer conosco? Vão tomar a nossa casa? 


Desabafo de Miruna Genoino, sobre a decisão de José Genoino pagar 468 mil reais à Justiça


Cesar Maia - Não haverá pré-campanha!

A grande vaia?
A grande marcha?

  • 1. Normalmente as pré-campanhas semeiam o que vai se colher na campanha eleitoral. Mas esse não será o caso de 2014. A começar com o Carnaval no início de março que, como desdobramento, leva a Semana Santa para a segunda metade de abril.
  • Depois vem a Copa do Mundo. Poder-se-ia argumentar que é assim a cada 4 anos, a cada eleição presidencial. Mas essa é diferente. A Copa do Mundo é aqui. Para efeito da atenção dos eleitores, ela começa na medida em que as delegações vão chegando. E no caso do Brasil começa na convocação e nos jogos-treino, aqui bem pertinho. 
  • A campanha eleitoral começa formalmente dia 5 de julho. Mas é exatamente aí que se inicia a última semana da Copa, com toda a excitação relativa. E, em seguida, as análises e os debates: por que ganhou, por que perdeu, o que poderiam ter feito, quais foram os destaques e os fracassos, etc.
  • Assim, acabou o mês de julho. Agora é finalizar a TV, que começa 15 dias depois. E o que fazer desde agora -janeiro- até agosto? Tentar tirar proveito da Copa já está demonstrado que desgasta. Fazer folders com o calendário da Copa, só dia 5 de julho, com 22 dias de Copa. Antes vai ser um grande risco junto aos TREs.
  • Que candidato a governador ou a presidente vai meter a cara num estádio? Grande drama para Dilma, que tem obrigação de aparecer junto ao presidente da FIFA, assistir abertura e fechamento, declarar aberta a Copa, ir ao Campo...
  • Para ela uma pré-campanha minimizada seria excelente e para seus adversários um problema. Estes terão que fazer uma pré-campanha de proximidade. Mas ela, que pensava que sem pré-campanha surfaria na onda do primeiro turno, agora, com as inevitáveis vaias, terá que ser treinada por seus marqueteiros para as caras, as bocas, os gestos e as declarações.
  • E nem se levou em conta até aqui as hipotéticas manifestações de ruas. Campanha complicada esta. Se ficar o bicho come, se correr o bicho pega.



Nafta - esse é o "Novo rumo" que Aécio e FHC apontam

Por Mark Stevenson

Ao vermos um México coalhado de lojas da Starbucks, Wal-Mart e Krispy Kreme, é difícil se lembrar de como era o país antes do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta, nas iniciais em inglês), que ampliou drasticamente as opções do consumidor e o comércio desde que entrou em vigor há 20 anos.

Embora o pacto tenha mudado o país em alguns aspectos fundamentais, ele jamais cumpriu muitas de suas promessas revolucionárias de acabar com o fosso salarial entre o México e os EUA, impulsionar o crescimento do nível de emprego, combater a pobreza e defender o meio ambiente. A fragilidade dos sindicatos do México e a concorrência da Ásia e da América Central mantiveram os salários em níveis baixos; o reforço da segurança na fronteira com os EUA fechou a válvula de escape mexicana da imigração, e as cláusulas ambientais do acordo se mostraram menos potentes do que as destinadas a proteger os investidores.

O México se beneficiou com o acordo com os EUA e o Canadá em algumas áreas. Os setores automobilístico, de produtos eletrônicos e agrícola cresceram, e bancos estrangeiros ingressaram no país, aumentando o acesso ao crédito. Mas a maioria dos mexicanos não viu muitas vantagens em termos de renda. Embora a classe média seja, sem dúvida, maior atualmente, o México é o único dos grandes países latino-americanos em que a pobreza também cresceu nos últimos anos.

Segundo a Comissão Econômica para a América Latina (Cepal), a pobreza caiu de 48,4% em 1990 para 27,9% em 2013 em toda a América Latina. No México, onde estava em 52,4% em 1994, a taxa de pobreza chegou a cair para 42,7% em 2006; mas em 2012 tinha voltado a subir para 51,3%.

O economista Alfredo Coutiño, diretor da Moody's Analytics para a América Latina, diz que "os benefícios vieram, mas talvez não na magnitude que se esperava". Ele destaca que, "se esse acordo não tivesse sido assinado, o México estaria numa situação muito pior do que a dos últimos 20 anos".

Antes do Nafta, o México era uma economia fechada, dominada pelo Estado, que se ressentia do endividamento e dos problemas estruturais da agricultura mexicana - de baixa produtividade, em pequenas propriedades. Isso originara uma tempestade perfeita de desemprego em massa. O acordo comercial, a globalização e o investimento externo contribuíram, efetivamente, para criar empregos, embora mal remunerados.

Nos supermercados, os consumidores conhecem todos os produtos, desde amoras até o chai (bebida à base de chá preto, mel e leite) e o limão (em contraposição à lima mexicana) que poucos tinham experimentado antes de o tratado derrubar as barreiras comerciais e as tarifas praticadas entre México, Canadá e Estados Unidos. Os endinheirados do México têm ampla variedade de produtos e opções para gastar, principalmente na esfera dos aparelhos eletrônicos e automóveis.

Coutiño lembra que "antes, no México, era uma questão de prestígio social ter um par de tênis importados, eles eram muito caros... Agora a maioria dos mexicanos pode ter essas coisas consideradas artigos de luxo no passado".

Os mexicanos continuam divididos: uma recente pesquisa do jornal "Universal" e da consultoria Buendía-Laredo revelou que, enquanto 50% da população aprovaria o pacto comercial se ele fosse reapresentado atualmente, cerca de 34% o rejeitariam. O restante não soube responder. A margem de erro foi de 3,5%, para mais ou para menos.

Mas não há volta. Os três países da América do Norte estão se empenhando em aumentar seu grau de integração econômica. Com a reforma energética recém-aprovada pelo México, que permite o investimento privado no setor petrolífero do país, eles pretendem declarar também a independência energética do continente.

O Nafta foi quase esquecido no mais recente e polêmico esforço de livre-comércio, a Parceria Transpacífico (TPP, nas iniciais em inglês), uma negociação entre 12 países, entre os quais os três do Nafta, para abrir o comércio entre a Ásia e as Américas. A oposição ao TPP é reminiscência das previsões terríveis formuladas por ocasião das negociações em torno do Nafta, no início da década de 1990.

Na época, os opositores ao Nafta previram que milhões de postos de trabalho americanos seriam transferidos para o sul, e os grupos representativos de trabalhadores e agricultores prognosticaram um êxodo em massa da zona rural mexicana. Mas, como afirma um relatório de 2010 do Serviço de Pesquisa do Congresso americano, "a maioria dos estudos realizados após a entrada em vigor do Nafta detectou que os efeitos sobre a economia mexicana tendem a ser, no máximo, modestos".

Do lado positivo, o comércio entre os três países aumentou grandemente, para níveis cerca de 3,5 vezes superiores aos de 1994, embora o intercâmbio dos EUA com a China e com outros países asiáticos tenha se expandido com rapidez ainda maior nas últimas duas décadas.

Um número maior de montadoras estrangeiras instalou unidades no México, que agora produz cerca de 3 milhões de veículos ao ano. O México aumentou os postos de trabalho no setor automobilístico em aproximadamente 50% desde 1994. Mas os empregos do setor no México são notoriamente mal remunerados, e pouco se avançou em reduzir o fosso salarial em relação aos EUA.

A média dos salários na indústria de transformação do México correspondia a cerca de 15% dos pagos nos EUA em 1997. Em 2012 esse percentual tinha aumentado para apenas 18%. Em alguns setores, os salários praticados na China, na verdade, superaram os pagos no México.

O Nafta também não cumpriu todas as promessas no front ambiental. O Banco de Desenvolvimento da América do Norte, parte dos acordos paralelos do tratado, gastou mais de US$ 1,33 bilhão no financiamento de projetos de tratamento de água potável, água servida e esgoto. Mas o esgoto não tratado continua a fluir, e a qualidade do ar continua baixa em muitas comunidades fronteiriças.

As exportações dos EUA de baterias de automóveis usadas de chumbo-ácido para o México dispararam 500% entre 2004 e 2011. Só agora as autoridades mexicanas estão começando a estudar a imposição de exigências de certificação a empresas que exportam baterias para processamento destinado a recuperar o chumbo.

O Nafta foi, porém, muito eficiente em proteger os investidores estrangeiros. O pacto comercial instituiu grupos de arbitragem vinculantes, por meio dos quais os investidores podem contornar os tribunais com reclamações de que a regulamentação do governo afeta deslealmente seus negócios.

As queixas são muitas vezes contra a gestão dos recursos naturais ou as normas ambientais. O México e o Canadá pagaram cerca de US$ 350 milhões em indenizações aos investidores estrangeiros, enquanto os Estados Unidos não pagaram nada. "O processo [de arbitragem] não se assemelha ao Judiciário, não é justo e aberto", disse Scott Sinclair, do Centro Canadense de Políticas Públicas Alternativas.

Linha doida, Carlos Augusto Vianna


Espanto, e enorme, causaram-me as especulações de que, posta a Copa, os preços, em especial em bares, restaurantes e barracas praia, irão até a atmosfera do planeta Marte. Consultei um de meus botões - especialista em "cochilou, eu passo a faca" - e o tal botão chamou-me a atenção para o fato de que é comum a gente olhar um camundongo e ter a impressão de que depara um hipopótamo. Ora, nunca na história deste País primou-se tanto pela ética, pela moral, pela harmonia entre campo e cidade.

Linha doida...2

- Mas, meu caro, inda neste fim de semana, estando eu a palmilhar uma praia, espantei-me com o cardápio de uma barraca, pois... - Não terminei a frase, pois, o tal botão, ajeitando a linha, recolheu-se a uma de suas casas.

Linha doida... 3

Deixou cair ao chão uma foto com caranguejos e garrafa de cerveja, o mar ao fundo. Não lhe entendi o gesto displicente , exibicionista. Também quem me mandou ter tão somente o Diploma do Curso de Datilografia?

Wikileaks tira máscara da mídia brasileira e comprova: estão a serviço dos EUA

Aconteceu o que já era de conhecimento dos menos desavisados. A grande imprensa brasileira foi finalmente desnudada, com tudo comprovado em documentos oficiais e sigilosos. Quem ainda tinha motivos para outorgar credibilidade à estes veículos e seus jornalistas, não tem mais

Por Luis Soares | Pragmatismo Politico

Novos documentos vazados pela organização WikiLeaks trazem à tona detalhes e provas da  estreita relação do USA com o monopólio dos meios de comunicação no Brasil semicolonial.

Um despacho diplomático de 2005, por exemplo, assinado pelo então cônsul de São Paulo, Patrick Dennis Duddy, narra o encontro em Porto Alegre do então embaixador John Danilovich com representantes do grupo RBS, descrito como "o maior grupo regional de comunicação da América Latina", ligado às organizações Globo.

O encontro é descrito como "um almoço 'off the record' [cujo teor da conversa não pode ser divulgado], e uma nota complementar do despacho diz: "Nós temos tradicionalmente tido acesso e relações excelentes com o grupo".

Outro despacho diplomático datado de 2005 descreve um encontro entre Danilovich e Abraham Goldstein, líder judeu de São Paulo, no qual a conversa girou em torno de uma campanha de imprensa pró-sionista no monopólio da imprensa no Brasil que antecedesse a Cúpula América do Sul-Países Árabes daquele ano, no que o jornalão O Estado de S.Paulo se prontificou a ajudar, prometendo uma cobertura "positiva" para Israel.

William Waack, da Globo, aparece nos documentos secretos

Os documentos revelados pelo WikiLeaks mostram ainda que nomes proeminentes do monopólio da imprensa são sistematicamente convocados por diplomatas ianques para lhes passar informações sobre a política partidária e o cenário econômico da semicolônia ou para ouvir recomendações.

Um deles é o jornalista William Waack, apresentador de telejornais e de programas de entrevistas das Organizações Globo. Os despachos diplomáticos enviados a Washington pelas representações consulares ianques no Brasil citam três encontros de Waack com emissários da administração do USA. O primeiro deles foi em abril de 2008 (junto com outros jornalistas) com o almirante Philip Cullom, que estava no Brasil para acompanhar exercícios conjuntos entre as marinhas do USA, do Brasil e da Argentina.

O segundo encontro aconteceu em 2009, quando Waack foi chamado para dar informações sobre as conformações das facções partidárias visando o processo eleitoral de 2010. O terceiro foi em 2010, com o atual embaixador ianque, Thomas Shannon, quando o jornalista novamente abasteceu os ianques com informações detalhadas sobre os então candidatos a gerente da semicolônia Brasil.

Outro nome proeminente muito requisitado pelos ianques é do jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, d'A Folha de S.Paulo. Os documentos revelados pelo WikiLeaks dão conta de quatro participações do jornalista (ou "ex-jornalista e consultor político", como é descrito) em reuniões de brasileiros com representantes da administração ianque: um membro do Departamento de Estado, um senador, o cônsul-geral no Brasil e um secretário para assuntos do hemisfério ocidental. Na pauta, o repasse de informações sobre os partidos eleitoreiros no Brasil e sobre a exploração de petróleo na camada pré-sal.

Cai também a máscara de Fernando Rodrigues, da Folha

Fernando Rodrigues, repórter especial de política da Folha de S.Paulo, chegou a dar explicações aos ianques sobre o funcionamento do Tribunal de Contas da União.

Outro assunto que veio à tona com documentos revelados pelo WikiLeaks são os interesses do imperialismo ianque no estado brasileiro do Piauí.

Um documento datado de 2 de fevereiro de 2010 mostra que representantes do USA participaram de uma conferência organizada pelo governador do Piauí, Wellington Dias (PT), na capital Teresina, a fim de requisitar a implementação de obras de infra-estrutura que poderiam favorecer a exploração pelos monopólios ianques das imensas riquezas em matérias-primas do segundo estado mais pobre do Nordeste.

A representante do WikiLeaks no Brasil, a jornalista Natália Viana, adiantou que a organização divulgará em breve milhares de documentos inéditos da diplomacia ianque sobre o Brasil produzidos durante o gerenciamento Lula, incluindo alguns que desnudam a estreita relação do USA com o treinamento do aparato repressivo do velho Estado brasileiro. A ver.

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2011/08/wikileaks-tira-mascara-da-midia.html