Fernando Brito - Resposta à Veja

Onde está o Brasil?...
Acorrentado ao poste como aquele negro. A corrente é a mídia!

A revista Veja, uma espécie de toque de Midas ao inverso, que transforma em imundície tudo em que toca,  coloca em sua capa a imagem do menino negro, acorrentado a um poste por um bando de tarados do Flamengo, pergunta “Onde está o Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o Governo enxerga?”.

A Veja merece resposta.
Não para ela, que é muito mais incorrigível que o pequeno delinquente que lhe serve de carniça.

Porque ela, ao contrário dele, tem meios e modos para entender o que é civilização, enquanto ele precisa ocupar o tempo arranjando algum resto de comida para engolir, uma cola de sapateiro para cheirar em lugar do respeitável pó branco das festas da elite, e uma banca de jornal que lhe sirva de colchão de lata ou teto de zinco, se chove ou se faz sol.

A resposta à Veja é necessária para que este império de maldade e seus garbosos centuriões saibam que existe quem não lhe abaixe a cabeça e anuncie que fará tudo, tudo o que puder, enquanto a vida durar, para arrancar o Brasil das correntes com que a fina elite e seus brucutus anabolizados da mídia o amarram no poste do atraso, da submissão, da pobreza e da vil condição de uma sociedade de castas,  onde eles são a nobreza opulenta.

O Brasil, senhores de Veja, é este negrinho.

Está cheio de deformações, de cicatrizes, de desvios de conduta, de desesperança e fatalismo.

Estas marcas, nele, foram você que as fizeram, abandonando-o à sua própria sorte, vendo crescer gerações nas ruas, ignorando-os, desprezando.


Tudo estaria bem se ele estivesse lá, no gueto das favelas, tendo uma existência miserável e conformada. Ou sendo um dos muitos que, por uma força até inexplicável, conseguem se sacrificar, como seus pais se sacrificam, para ter uma pobre escola pública, um trabalho mal-pago, uns bailezinhos funk por lá mesmo,  com as devidas arrochadas da PM, os capitães de mato, negros e pardos como eles, mas a serviço dos “buana”.

Não é isso o que diz um dos “civilizados” aos quais a Veja serve de megafone, como está lá em cima?

A pobreza em que os governos que vocês apoiam, as elites que vocês representam e os interesses a que vocês servem tem, entretanto,  destes efeitos colaterais.

Porque aquele menino, como o Brasil, vê o mundo como vocês mostram, canta as músicas que vocês tocam, pensa o que vocês martelam em sua cabeça, tem os desejos que vocês glamourizam.

É foda, foda é assistir a propaganda e ver/Não dá pra ter aquilo pra você 

E o que tem pra eles, mesmo um pouquinho, vocês combatem furiosamente: uma bolsa-família, um salário mínimo menos pior, uma cota para a universidade…

Populismo, dizem vocês…

Aquele menino e as mazelas de sua vida nunca tiveram de vocês o tratamento do “Rei dos Camarotes”, aquele idiota.

Ou como o “Rei dos Tribunais”, que vocês bajulam porque, politicamente, lhes é interessante explorar seu comportamento para atacar o Governo, embora ele tenha ficado quieto diante desta monstruosidade, quando gosta tanto dos holofotes para outros temas.

Aliás, quanto ele terá contribuído para a visão do “mata e esfola”, do pré-julgamento, do “não tem lei” para que eu ache bandido?

Vocês não fazem uma matéria sobre os monstros que andam em bando, encapuzados, de porrete na mão, para distribuir bordoadas no “lixo social”, lixo que o seu sistema de poder produz há séculos.

Aqueles que  tentam amenizar um pouco que seja isso é tratado como um primitivo, um arcaico, que não entendeu que só “o mercado” nos salvará.

Ou um “escravo”, como os médicos que aceitaram ir tratar dos negrinhos da periferia ou do interior, onde os coxinhas da Veja não querem ir.

O mercado do qual o menino terá – se tiver – a xêpa.

E ele tem direito a mais, porque ele brotou – feio e torto – desta terra. Não veio de fora para fazer fortuna entre nós e não ser um de nós.

O negrinho está acorrentado, Veja, e acorrentado por quem o domina.

O Brasil também, e também seu Governo que, se não se “comportar” para com os que de fato o dominam, levará mais bordoadas do que já leva, por sua insubmissão.

Acorrentado por uma cadeia mental, a mídia, uma corrente da qual vocês são um dos maiores e mais odiosos elos.

Aquele negrinho não pode ter um destino próprio, apenas o papel que lhe derem, como o Brasil não pode ter seu próprio destino, aquele que convém a vocês e não nos tira do mesmo lugar.

Esta corrente, entretanto, é podre.

Podre, podre de não se poder disfarçar o fedor que exala.

E está se esgarçando, para desespero dos que contam com ela para nos manter atados.

O “Brasil  equilibrado, rico em petróleo, educado e viável”  que vocês dizem que só o Governo enxerga, de uns anos para cá, surgiu diante do povo brasileiro, depois de décadas de fatalismo de “este país é uma merda mesmo” que vocês nos inculcaram, a nós, os negrinhos.

E ele nos atrai com tanta força que não será esta corrente imunda, de elos podres, que o deterá.

Por mais que vocês se arreganhem, como fazem os impérios em decadência, por mais que se comportem, nas bancas, como aqueles facínoras de porrete,  será inútil.

Vocês já não são a única voz, embora muitos ainda os temam e procurem, inutilmente, cair nas suas boas graças com juras de vassalagem ao que vocês representam.

O mundo de vocês é o passado, é o da escravidão, é o da aristocracia que, tão boazinha, até deixa entrar alguns negrinhos na cozinha, desde que se comportem e não façam sujeira.

É o passado, porque o futuro tem uma força tão grande, tão imensa, tão inexorável que, logo, vocês penderão de um poste.

Não, fiquem calmos, não estou sugerindo enforcamentos, como foi o do Mussolini…

Apensas penderão como um elo roto de um poste velho e carcomido, que não tem mais luz e serventia.

Rodrigo Vianna - a Veja é a barbárie: jornalismo justiceiro

A Veja é a barbárie. A Veja – se pudesse – prenderia o pescoço do povo brasileiro no poste. Mas não vai conseguir. Vai perder – de novo.”

por em O Escrevinhador, sugerido por Júlio César Macedo Amorim
Nas redes sociais, tarde da noite de sexta-feira, jornalistas afinados com o tucanato e militantes da esquerda extremada se esparramavam em elogios à capa da “Veja”. Eu, que procuro manter distância sanitária da revista, aproximei-me da capa. E só consegui enxergar um gesto de oportunismo barato.

A “Veja” expõe a imagem – chocante, lamentável, triste – do rapaz preso pelo pescoço num poste na zona sul carioca, e aproveita a cena não para refletir sobre a tradição oligárquica brasileira, não para pensar sobre nossa história de 300 anos de escravidão, ou sobre nossa elite que reclama de pobres nos aviões e clama sempre pela resposta fácil do liberalismo de araque e da violência de capatazes. Não. “Veja” usa a foto terrível em mais uma tentativa para desgastar a imagem do Brasil; e também – que surpresa – para culpar o “governo”. Que governo? Ah, não é preciso ser muito esperto pra descobrir…

Emoldurando a foto triste, “Veja” berra em letras garrafais: “Civilização” e “Barbárie”. E depois acrescenta a legenda malandra, velhaca: “A volta dos justiceiros, criminosos impunes, colapso no transporte, caos aéreo. Onde está o Brasil equilibrado, rico em petróleo, educado e viável que só o governo enxerga”.

Certamente, o Brasil “equilibrado” não está nessa revista. “Veja” pratica o jornalismo da barbárie, um jornalismo que escreve “estado” assim – com “E” minúsculo – numa espécie de bravata liberal fora de época. “Veja” envenena o país todos os dias, com blogueiros  obtusos, asquerosos, que falam para um Brasil pretensamente senhorial, como se ainda estivéssemos antes da Revolução de 30.

Curioso, também, ver a “Veja” falar em “barbárie” e em “criminosos impunes”. Logo essa revista, tão próxima do bicheiro Cachoeira, pautada pelo bicheiro, amiga do bicheiro. A tabelinha com Cachoeira é – sim – um exemplo perfeito desse Brasil de criminosos impunes.

A “Veja”, que tenta pegar carona na imagem do rapaz preso pelo pescoço, pratica um jornalismo justiceiro – que invade quartos de hotel, “julga” e “condena” sem provas, inventa fatos, publica grampos sem áudio, alardeia contas no exterior e dólares em caixa de whisky. Tudo falso, falsificado. Um jornalismo que acredita em boimate e Gilmar Mendes.

A revista não tem moral para falar contra a “barbárie”, nem contra os “justiceiros”. E não tem, precisamente, por praticar um jornalismo que é a própria encarnação da barbárie, da falta de escrúpulos, um jornalismo justiceiro.

O Brasil do lulismo tem muitos problemas. Isso é evidente. Mas não venha a “Veja” querer apresentar a receita de “Civilização” ao Brasil. A receita da “Veja” é a mesma que os EUA oferecem à Ucrânia.

Está claro, por essa capa oportunista e velhaca, qual é a pauta dos setores que não aceitam o Brasil um pouquinho mais avançado dos últimos anos: é jogar tudo no “caos”, na “barbárie”, na insegurança. O Brasil é a jóia da coroa na América Latina em 2014. Tão importante quanto a Ucrânia no leste europeu, tão estratégico quanto a Síria no Oriente Médio.

Não sejamos ingênuos. A velha imprensa brasileira – que se reúne com embaixadores dos EUA às escondidas (isso desde 64, mas também em 2010 – como nos revelou o Wikileaks) – é parte decisiva no jogo pesado que veremos em 2014.

A oposição brasileira não tem programa. A economia não afunda como gostariam os urubulinos. Portanto, é preciso produzir a pauta do caos. Esse é o caldo de cultura em que podem prosperar candidaturas “justiceiras” que a “Veja”, os mervais e outros quetais estão prontos a lançar.

Para retomar o Estado brasileiro, eles pouco se lixam se o preço a pagar for a ebulição social. Aécio e Eduardo não darão conta dessa pauta da “ordem contra a barbárie”. A pauta do caos e do Brasil “inviável” (que está na capa da “Veja”) é boa para aventuras autoritárias – semelhantes ao janismo de 1960.
Quem pode encarnar esse figurino? Quem? O terreno vai sendo preparado…

Não creio que o povo brasileiro – equilibrado, sim! E que trabalha duro para construir um país “viável”, sim – não creio que a maioria de nosso povo embarque na aventura da “ordem contra a barbárie” – proposta pela revista. Mas a direita asquerosa e velhaca vai tentar.

O roteiro está claro. É preciso estar atento. E não cair na esparrela de acreditar que a “Veja” – de repente – converteu-se à “Civilização”.

A “Veja” é a barbárie. No jornalismo, na política, na vida do brasileiro comum.

A “Veja” – se pudesse – prenderia o pescoço do povo brasileiro no poste. Mas não vai conseguir. Vai perder – de novo.

E agora, o que se espera do Barroso?

por Glória no Nassif On Line

Que ele volte à curva original do STF (como ele disse, o julgamento do PT foi um ponto fora da curva) dando ao Azeredo o direito de defesa, que ouça os advogados, que não julgue com base em Domínio do Fato e muito menos em  suposições, adjetivações baratas e agressões ao réu? Que mesmo com o processo desmembrado ele ignore a quadrilha que atuou em Minas?
Isso seria correto, se Barroso tivesse a honradez de usar o processo de Azeredo para apontar as barbáries cometidas na AP 470, e com isso pedisse a reabertura  do processo do Mensalão  do PT, para julgá-lo com base na mesma jurisprudência que será aplicada no julgamento do Mensalão tucano.
Agora, se ele não quis rediscutir a AP 470, qdo tinha legimidade para isso , na hora dos embargos de declaração e, ao contrário, fez questão de discursar bonito sobre direitos...mas ser tão injusto como os outros haviam sido no julgamento., deixando tudo como estava...não pode ser novamente o rei dos discursos bonitinhos. E da falta de coragem para agir como ministro do STF.
Se é realmente um constitucionalista,  um garantista, se tem a consciência de que direitos têm que ser respeitados, que "todos são inocentes, até que se prove sua culpa", então , que use a mesma régua para os dois casos.
Isso não é pedir vingança, é pedir justiça.  Ou ele  foi conivente com a "nova jurisprudência do Supremo" que legitimou as condenações na AP 470,  e tem que seguir usando essas novas regras, em que cabe ao réu provar que é inocente e  aos ministros demonstrarem que pessoas de um ou vários partidos , nesse caso, formam uma quadrilha. Ou ele tem que  trazer o ponto fora da curva para ser revisto, ao demonstrar que um caso semelhante, mas com provas substanciais de desvio  de dinheiro público para beneficiar, diretamente, um,partido, não  pode ter julgamento diferente do que já foi estabelecido pela côrte.  Afinal TODOS SÃO IGUAIS PERANTE A LEI...OU TUCANOS SÃO MAIS IGUAIS?
É aguardar para ver quem realmente é o Min.Barroso. Se um  Jurista ou um   juristinha a mais desse supreminho.

Administrando o tempo

Como aproveitar um dia de folga 
Temos uma rotina de incontáveis coisas e situações e o tempo só querendo a gente o tempo todo, gritando por nossa atenção. É o Facebook, o Twitter, o vídeo de só 5 minutos no Youtube, uma passada de olho na timeline do Instagram. É mãe ligando, chefe pedindo refação porque o cliente reprovou, a Ana Maria Braga chamando aquela reportagem de dicas de decoração que sua irmã disse ser legal.
Isso porque você ainda nem saiu de casa.
Uma hora e meia de ida, uma hora e meia de volta.
Uma hora e meia de ida, uma hora e meia de volta (imagem: Dan Park)
Talvez gerenciamos o nosso tempo bem demais, já que estamos aí, fazendo tudo isso ao mesmo tempo e ainda levando o cachorro para passear e tirando selfies no espelho do elevador indo pra academia. Nossa geração conseguiu acelerar tanto que, em 24 horas, fazemos 72.
Faz muito sentido quando temos um domingo sem nada na agenda ou o feriado abençoado de meio de semana — que não emenda — e tudo o que queremos é uma hibernação repentina.
Ficar de preguicinha, colocar as séries em dia, ficar de pijama o dia todo, ver filmes, dormir de conchinha, zerar — finalmente! — o jogo preferido da vez. Um feriado de quarta-feira, descompromissado, acaba servindo só para o seu relógio, que está fazendo hora extra nos dias normais, chegar no zero a zero.
Mas e se encarássemos esse feriado, esse dia solitário, como algo especial? Se tratássemos o dia como “Parabéns! Você é o humano 105.373.322.919! Você acaba de ganhar um dia a mais de vida. Como quer gastá-lo?”
Eu sei como gostaria de gastar esse dia. Adoraria fazer coisas que nunca fiz antes e acharia fantástico se você fizesse o mesmo. Uma coisa que te dê medo, qualquer coisa que nunca pensou em fazer antes. Algo que, lá no fundo, você sabe que seria marcante na sua própria história.

Enfrente algo

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Eu morro de pavor — fobia mesmo — de altura. Tenho medo até de elevador panorâmico.
Imagine o que significaria na minha vida pular de paraquedas. É um Muro de Berlim que eu quebraria, algo significativo de verdade que eu poderia planejar uma semana antes — afinal, com o tanto de tempo que temos, dá pra tirar meia horinha para isso — e usaria esse dia para algo significativo para mim.
Você, que sempre teve vontade de fazer um almoço especial para demonstrar para sua família o quanto você os ama, mas nunca teve coragem ou tempo para preparar. Um feriado de meio de semana ou um domingo. Aí é perfeito!
Tire uns minutinhos daquelas 36 horas e escolha a receita. Entrada, prato principal e sobremesa (por favor). Compre os ingredientes e surpreenda todo mundo. Se tiver muito medo ou nenhuma habilidade, faça um teste escondido antes. Ninguém nasce sabendo cozinhar e poucas coisas são tão deliciosas quando alguém gosta do que você fez com suas próprias mãos.

Livre-se de algo

Doe livros, cara
Doe livros, cara
Não aguenta mais o tanto de CDs inúteis que a vida pré-MP3 te fez comprar? Esse é o dia certo para arrumar as tralhas, jogar tudo fora ou vender em um sebo qualquer. O mesmo com os filmes, livros e aquele tanto de papel que você acumulou da faculdade.
Livre-se disso. Dê uma arrumada na casa, mude os móveis de lugar. Você vai dormir com dor no corpo todo e morto de cansado, mas, ao apagar as luzes, estará completamente renovado.

Crie algo

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Há anos você diz que vai escrever um roteiro de longa-metragem, começar um romance, criar o seu blog. Os amigos já cobram e você sempre arruma uma desculpa. Desligue o modem, a TV, o celular e enfrente a página em branco. Escreva algo novo para alguém, nem que seja para você mesmo, mas coloque essa roda em movimento. Vai que tem um bestseller aí louco para nascer, uma série, um filme!
As possibilidades são infinitas e a desculpa do tempo não cola mais.

Aprenda algo

Link YouTube | Como aprender qualquer coisa: as primeiras 20 horas
Quer aprender uma língua nova? Quer aprender a tocar Ukulele? Quer aprender a fazer embaixadinha?
Você pode.
Esse cara aqui ensinou no TED que aquela história de 10.000 horas para aprender alguma coisa é balela. Você só precisa de 20 horas para aprender algo. O Messi precisou dessas 10.000 horas para ser o que ele é e você não precisa ser o Messi. Procure uma vídeo-aula ensinando cantonês, ou alemão, um site colaborativo como o Livemocha, um lugar que te ensine algo em um dia, como os cursos do Cinese.
O Ukulele tem quatro cordas, não é tão difícil.
Nós temos tempo. Nós fazemos o nosso tempo e podemos usá-lo para assistir 33 temporadas deDoctor Who ou aprender algo novo — não que você não aprenda com o Doutor, Alons-y! — fazer algo que você nunca fez.
Se nós já fizemos uma ode à preguiça, hoje quero que você vença o monstro da procrastinação e produza algo. Não para o seu chefe, não para a empresa que você trabalha, não para seu parceiro ou parceira. Para você.
Me diz aí:, o que você gostaria de fazer e nunca “teve tempo”?

Mecenas: Nivea Men

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Todos os dias, ao acordarem, homens fazem o que precisa ser feito. A insatisfação existe, é verdade, mas  aprendemos, trabalhamos, caímos e nos levantamos. Suamos a camisa, em contínuo aperfeiçoamento.
Neste canal especial do PapodeHomem, teremos diálogos e debates sobre diversas questões do homem. A conversa também acontece no Facebook oficial de Nivea Men, eles tem dito coisas bem interessantes por lá.
Mecenas PdH: Você leu um texto apoiado por uma empresa. Conheça nossa política de transparência e conteúdo livre de amarras.
Pedro Turambar

Pedro tinha 25 anos e já foi publicitário. Ganha a vida fazendo layouts, sonha em poder continuar escrevendo e, quem sabe, ganhar algum dinheiro com isso. Fundou o blog O Crepúsculo e tem que aguentar as piadinhas até hoje. No Twitter, atende por @pedroturambar.

Outros artigos escritos por 

Nem em novela Dirceu seria condenado

A ditadura conseguiu mais do que impor a censura cultural no país. Conseguiu, também, uma coisa amarga, que foi cortar a solidariedade entre os artistas. Essa é uma lembrança que o teatrólogo, roteirista de cinema e autor de novelas Lauro César Muniz guarda até hoje do período de 21 anos do regime militar. Neste 2014 em que se completam 50 anos da quartelada de 1º de abril no país, em entrevista que gentilmente concedeu a este blog, Lauro faz um balanço do legado maldito do golpe de Estado na produção artística brasileira.
Antes de se tornar um dos mais conhecidos autores de novela do Brasil, Muniz era um grande agitador cultural dos anos 60. Produziu peças marcantes e que ficaram na historia do teatro brasileiro. É dele uma das principais peças censuradas pelos militares, “Sinal de Vida”. Lauro fez parte do que Augusto Boal – o fundador do “teatro do oprimido” – consagrou como “guerrilha teatral”, uma forma de resistência da classe artística à ditadura.
Poucos autores de novelas – se é que há algum – foram tão felizes e precisos quanto Lauro em expor, apenas num titulo de uma de suas novelas uma das mazelas a que os brasileiros muitos vezes se expõem – a de votar em salvadores da pátria. Ele é o autor da novela Salvador da Pátria exibida pela Rede Globo, em que o personagem de Lima Duarte, Sassá Mutema foi muitas vezes visto como uma parábola positiva de Lula. Isso incomodava a direita que queria eleger Collor.
Lauro já fez novelas com tramas complexas, surpreendentes, repleta de reviravoltas e fatos inusitados. Mas nunca ousou fazer o que, em suas palavras, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez: construir a figura de um vilão sem nenhuma prova, sem nenhum fato concreto.
Em conversa com este blog, Lauro critica a condenação de Dirceu com base na teoria do domínio do fato. “Nessa teoria, a justiça se faz a partir da subjetividade de um juiz?! Nem em dramaturgia eu convenço ninguém usando apenas o fator subjetivo em um personagem. Tal personagem é negativo se eu provar ao espectador que as ações objetivas dele são criminosas ou absurdas!”, afirma o autor. “Os juízes deveriam ler um pouco de teatro para conhecer melhor como devem julgar”, acrescenta Lauro.
Nesta entrevista, parte de uma longa série que o blog programa publicar, Muniz também conta algumas passagens de sua intensa juventude vivida sob os anos de chumbo.
Você teve uma peça, Sinal de Vida, proibida pela ditadura militar. Na prática, qual o impacto da censura no resultado do que se produzia na época? Ainda mais para você, que vinha do PCB?
[ Lauro César Muniz ] Sinal de Vida ficou proibida de 1972 até 1979. Premiada em um concurso promovido pela Companhia Teatral de Beatriz e Maurício Segall, a peça chegou a ter programação encenada, no entanto a situação do companheiro Maurício era bastante complicada na época. Enviada depois por Ruth Escobar à censura, foi proibida. Com a abertura (gradual), foi liberada em 1979 com cortes. Com Antônio Fagundes no papel central foi um grande sucesso, permanecendo um ano em cartaz no Auditório Augusta.
Foi uma das primeiras peças liberadas, juntamente com “Rasga Coração”, do Oduvaldo Vianna Filho, e muitas outras que sofreram a mesma interdição. O teatro político permaneceu anos sufocado pela ditadura. Mesmo as peças que buscavam disfarçar a postura antirrepressiva usando linguagem metafórica. Alguns empresários abandonaram projetos mais arrojados, substituindo-os por peças leves, que não se expressavam sobre a realidade mais contundente do país.
Como era a relação entre teatro e o movimento estudantil na época? Quem alimentava quem? E com o movimento operário?
LauroCesar4[ Lauro César Muniz ] Durante a ditadura militar e principalmente depois de dezembro de 1968, com a implantação do AI-5, o movimento estudantil – assim como o teatro político e reuniões de grupos – foi vigiado e sufocado. A primeira peça de Consuelo de Castro, “À Prova de fogo” sobre o movimento estudantil, foi proibida pela censura, mas foi encenada várias vezes, clandestinamente, em claro sinal de desobediência civil. Houve um espetáculo lindo de Tim Urbinatti que a polícia chegou a invadir!

Gilmar Dantas pagou sócio com dinheiro da Bahia

Em 2010 Gilmar Mendes, Ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), desentendeu-se com Inocêncio Mártires, seu sócio no IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), instituição de ensino.

Um dos motivos foram os constantes saques feitos por Gilmar nas contas do IDP, que teriam depauperado as finanças do instituto. A alegação de Gilmar é que, com seu prestígio, ele ajudava a captar clientes para os cursos, e precisaria ser reembolsado pelas despesas.

Seguiu-se uma briga societária pesada que terminou em 2012 com Gilmar adquirindo a parte do sócio por R$ 8 milhões. Não se soube onde Gilmar teria conseguido o capital.

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Naquele ano, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) mirou sua lupa no Tribunal de Justiça da Bahia.

Em 21 de abril de 2012, por ato do seu presidente desembargador Mário Alberto Simões Hirs,  o TJ-BA contratou os serviços do IDP por R$ 10.520.754,54  Em outubro, um aditivo elevou o valor total para R$ 12.996.811,00. O objeto do contrato eram cursos de capacitação para juízes e funcionários, para se adaptarem às resoluções do CNJ.

No dia 29 de junho foi a solenidade de celebração do contrato. O evento contou com a presença de Gilmar e mereceu uma aula magna do Ministro Ayres Britto, na época presidente do STF e do CNJ.

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Em 9 julho de 2012, a Corregedora Nacional de Justiça do CNJ, Ministra Eliana Calmon, publicou relatório de inspeção. O relatório anuncia a instauração de uma sindicância, “visando apurar a responsabilidade dos gestores” na compra de um imóvel sem licitação.

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No início de novembro de 2013, o presidente do TJ, Mário Hirs, e a ex-presidente Telma Brito foram afastados pelo CNJ, por suspeita de liberação de pagamento superfaturado de precatórios.

Seguiu-se nova inspeção do CNJ, agora sob o comando do novo Corregedor Francisco Falcão.

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Na segunda-feira, dia 3, o Ministro Falcão concedeu entrevista dizendo que tudo seria apurado com todo rigor, “doa a quem doer”.

Além do levantamento dos precatórios, segundo Falcão, o CNJ irá apurar “a promoção de diversos serviços sem licitação”, que, segundo ele, “parece corriqueiro”. Anunciou para hoje a conclusão do inquérito.

Em alguns dos relatórios do CNJ servidores criticam os cursos, por terem pouca aderência com as necessidades reais dos tribunais.

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No dia seguinte, dia 4, Gilmar “causou”, com suas declarações sobre suspeita de lavagem de dinheiro na “vaquinha” dos militantes do PT para pagamento das multas dos “mensaleiros”.

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Alguns anos atrás, quando se viu sob fogo cruzado da Operação Satiagraha, Gilmar protagonizou o conhecido episódio do “grampo sem áudio” – um suposto grampo com conversa sua com o ex-senador Demóstenes Torres.

Depois, o gabinete de Gilmar denunciou grampo no Supremo, gerando uma CPI. A informação era falsa Na época, um dos assessores de Gilmar era o araponga Jairo Martins que, assim como Demóstenes, trabalhava para o bicheiro Carlinhos Cachoeira.

Esses factoides livraram-no de dar as explicações necessárias sobre seus atos.

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Nos próximos dias se verá qual o grau de autonomia do CNJ. Se abrirá inquérito ou, ao menos, cobrará explicações de Gilmar. Ou se as “denúncias” sobre lavagem de dinheiro de terceiros foi suficiente para blindar novamente Gilmar.

Como escapar de golpes na web

Este não é um tutorial sobre como instalar o último anti-vírus, é um guia para abrir a mente e reconhecer ameaças que se dão, muitas vezes, fora dos computadores.
Apesar da fiscalização e punição de crimes digitais terem crescido bastante, a internet tem algumas características que dificultam bastante o processo.
Toda informação pode ser replicada rapidamente, de forma praticamente instantânea, sendo assim, no momento em que um site nocivo é fechado, vários outros quase idênticos estão nascendo.
Outro problema é dificuldade de controle geográfico. Muitos sites maliciosos estão hospedados em servidores localizados fisicamente em países onde existe pouca ou quase nenhum tipo de legislação que responda por crimes eletrônicos, como por exemplo a Rússia.
Se alguém faz uma denúncia sobre um site que está coletando dados de cartão de crédito, a polícia brasileira vai apurar, chegar aos detalhes do servidor e pode acabar esbarrando num país que não faz a mínima questão de colaborar. O site vai continuar no ar por um bom tempo.