Paulo Moreira Leite - Os bons moços da campanha

O aspecto mais curioso da campanha presidencial deste ano (2014) é o aparecimento de bons moços e moças dentro do PT

Não faltam exemplos. Os bons moços lamentam  que o governo  não tenha dado respostas aos protestos de junho – esquecendo que Dilma Rousseff foi a única política brasileira que pelo menos tentou, entre milhares do Congresso, nos governos estaduais, nas prefeituras, na oposição e na situação, em mais de 30 partidos, a apresentar um conjunto de projetos que respondiam a questões colocadas pelas ruas, a  começar pela  reforma política. As propostas tinham vários defeitos, todos sanáveis. Foram destroçados sem piedade pelos adversários em função de suas qualidades.  
O bom moço não cobra a responsabilidade de quem enterrou mudanças que todos diziam querer. Faz auto-crítica pelas falhas de seus aliados. 
O bom moço é assim. Se aparece um erro no lado adversário, corre para descobrir uma falha equivalente entre aliados.
Quando apanha numa face, mostra a outra.
Quer ser o melhor da classe, ainda que todos saibam que não é o queridinho da professora e sempre será colocado de castigo por razões injustas. 
Imagine um bom moço do PSDB. Começaria dizendo que o governo Fernando Henrique entregou uma inflação de 12% ao ano -- e que esse patamar nunca foi alcançado depois da posse de Lula. Também diria que a falta de reservas daquele tempo colocou o país de volta ao FMI. Falaria também da compra de votos para a emenda da reeleição. 
Este é o jogo real. 
Tenho certeza de que não sou o único brasileiro que tem estranhado o comportamento recente do ministro Gilberto Carvalho, uma liderança histórica do PT, com um papel imenso nas conquistas do governo Lula-Dilma.
Hoje me atrevo a questionar suas declarações recentes. 
E me atrevo  a dizer que sinto aí um espírito de bom mocismo.
Dias depois do VTNC do Itaquerão, Gilberto Carvalho considerou que era necessário colocar em seu devido lugar  a reação do partido – e de amplos setores democráticos sem relação com o PT e até seus adversários -- em defesa da presidente.
“No metrô vi muito moleque que nada tinha a ver com a elite branca gritando palavrão.”
 No inicio desta semana, quando faltam 72 horas para o Supremo rever medidas absurdas contra dirigentes  condenados da AP 470, que se dizem inocentes da maioria das denúncias apresentadas no julgamento, que também são rejeitadas por grandes mestres do Direito, Gilberto Carvalho faz questão de dizer a Natuza Nery, da Folha:  
Não nego atos de corrupção que tivemos. Infelizmente, eles aconteceram, têm de ser reprovados.”
Falando sobre a campanha eleitoral o ministro afirma é que necessário fazer uma “grande mobilização que não parta da ilusão de que o povo pensa que está tudo bem.”
É bom sublinhar alguns pontos.  O repúdio ao VTNC era necessário porque o xingatório, naquelas circunstancias, nada tinha a ver com eventual descontentamento da população. Era uma atitude de desrespeito a democracia que pretendeu, pela violência verbal, intimidar e silenciar seus adversários. Nada a ver com palavrões no metrô.  Quem esteve nos encontros recentes do PT sabe que o partido está longe de acreditar que o "povo pensa que está tudo bem." Dizer o contrário ajuda quem gosta de dizer que a campanha tem uma postura arrogante. 
Os votos de outubro irão definir se conquistas históricas dos últimos 12 anos serão renovadas a partir de 2015, se possibilidades novas de progresso podem ser mantidas. Ou se haverá um retrocesso, de duração imprevisível.
Num confronto dessa natureza, cada frase, cada palavra, cada vírgula e cada ponto de exclamação se traduz pelo valor político. E quem traduz são meios de comunicação em sua maioria engajados – como Gilberto Carvalho admite – em auxiliar os adversários de Dilma, de Lula e do PT. 
O horizonte  das palavras e dos silêncios é o mesmo – a disputa pelo poder. Falhas e erros devem ser admitidos com franqueza. O debate, interno e público, é necessário.
Mas cabe levar em conta um elemento básico das campanhas eleitorais: cada passo em falso prejudica aliados e dá conforto ao inimigo.
Essa é a questão do bom mocismo.

Cesar Maia

Sun Tzu e a campanha eleitoral

  1. Sun Tsu (500 aC) é sempre atual, com seus ensinamentos em A Arte da Guerra. As analogias funcionam até hoje, no campo político, empresarial, social e pessoal. Numa campanha eleitoral –e a expressão campanha é uma expressão de guerra- a analogia é direta.
  2. Os destaques em A Arte da Guerra passam pelo conhecimento do adversário e seu próprio, pelos fatores espaço e tempo, pela unidade de comando, pelos objetivos e –principalmente- pela Estratégia. Sun Tsu lembra que a guerra não é um objetivo em si mesmo. Que o ideal seria vencer sem lutar, sem perdas humanas e sem custo.
  3. Conhecer o adversário e a si mesmo é ponto fundamental para saber que estocadas produzem dano eleitoral progressivo e que afirmações/ações produzem ganho. Sun Tsu não tinha pesquisas a sua disposição: contava com sua experiência, intuição e genialidade. Mas agora há. Um candidato que conhece de fato –com pesquisas de sustentação- seu adversário, e –claro- a si mesmo, não deve se preocupar com as batalhas –pesquisa de intenção de voto- durante a campanha. Deve avaliar se sua campanha está produzindo dano eleitoral em seu adversário e reforçando seus próprios pontos fortes –temáticos, sociais e locais.
  4. Num quadro de reeleição com visibilidades distintas entre candidatos, num quadro continua/não continua no primeiro turno, ter paciência. A opinião pública se forma por proximidade e por ondas –antípodas- que chegam e partem primeiro dos que têm mais informação. A onda começa a chegar aos setores de menor renda, em tempo bem maior. A propaganda pode acelerar ou atrasar, não mudar tendências cristalizadas.
  5. A ação da oposição –e os erros do governo, consequência da arrogância e sensação de ter todo o poder- produzem danos políticos.  As estratégias em uma campanha eleitoral têm dois focos gerais: no processo eleitoral –tática- e na política -estratégica. Mas deve prevalecer sempre a política/estratégia. Ela conduzirá a vitória.
  6. O History Channel, num documentário sobre A Arte da Guerra de Sun Tzu, destacou dois exemplos. Num primeiro –A Ofensiva do TET no Vietnam- em múltiplos locais: todos os confrontos/batalhas foram militarmente vencidos pelo exército americano. Mas os danos na auto-percepção do exército dos EUA, na percepção politica internacional, especialmente nos EUA e na moral dos vietnamitas, conformaram um ponto de inflexão.
  7. Em outro –e esse é um caso "suntzuano"- fundamental, o coronel “Summers” vai a Hanói negociar a retirada do exército dos EUA. Sentam frente a frente –o representante do governo do Vietnam e o coronel dos EUA. O coronel abriu a conversa dizendo: Bem, de qualquer forma nós, nessa guerra, não perdemos uma batalha sequer. E de bate pronto o vietnamita respondeu: E isso é absolutamente IRRELEVANTE. Por isso estamos aqui.
  8. Perder em pesquisas de intenção de voto é totalmente IRRELEVANTE, desde que a estratégia esteja avançando, produzindo danos progressivos no adversário e reforçando os próprios pontos vitais. E pesquisas feitas com um lastro na estratégia, que mensurem danos progressivos x afirmação dos pontos fortes permitem acentuar as tendências e aguardar com paciência os dias finais da campanha, com a certeza de um segundo turno inexorável.

Microsoft lança seu 1º smartphone com Android

Houve quem pensasse que a primeira atitude da Microsoft, depois de comprar a Nokia, seria acabar com a ideia da finlandesa de trabalhar com Android. Mas parece que isso não acontecerá, porque foi apresentado o primeiro smartphone com Android feito pela Microsoft.

O aparelho, chamado Nokia X2, não apresenta muitas novidades para os consumidores, mas é uma surpresa por si próprio, porque embora a Microsoft já trabalhe com Android (no Nokia X original), ela ainda não tinha sido responsável pela fabricação de nenhum smartphone com o sistema.

O Nokia X2 custa o equivalente a R$ 298 (mas não há informações sobre lançamento no Brasil), tem tela de 4,3 polegadas, processador dual-core Snapdragon de 1,2 GHz e 1 GB de RAM - de resto, é praticamente igual ao antecessor. Tem entrada para dois chips e, embora venha com Android, segue o mesmo padrão visual do Windows Phone.

Status do amor

Cuida de mim
Por um dia
Uma semana
Um mês
Um ano...
A vida inteira

Fernando Brito - Pezão perdeu Dilma

Trocou-a por um Cesar Maia em fim de carreira

Achar que eleições no Rio de Janeiro são definidas com muita antecedência é erro que aprendi a não cometer desde que Leonel Brizola arrancou de seus “2% no Ibope” para a vitória retumbante de 1982.
Mas me arrisco, a esta altura, a dizer que  ela avança para um enfrentamento entre Lindbergh Farias e uma encarniçada disputa entre Garotinho e Pezão pela vaga remanescente no segundo turno.
Arrisco, porque nada pode servir de bússola eleitoral no meu Estado senão a intuição e as tendências que costuma assumir cada parte do eleitorado carioca e fluminense.
Tenho que concordar com o que diz Anthony Garotinho, ao afirmar que Sérgio Cabral renunciou apenas à derrota que se anunciava depois que Romário cedeu ao bom-senso e firmou uma aliança com Lindbergh.
A aliança com César Maia, que tem como consequência praticamente obrigar Pezão a dar palanque para Aécio Neves no Rio de Janeiro, é apenas mais um movimento na longa e triste trajetória de Sérgio Cabral, um colecionador de traições, da qual, aliás, se enche a política brasileira em geral e a do Rio de Janeiro, especialmente.
De certa forma, Dilma e Lula estão pagando aqui por algo que não devem nunca perder: a boa-fé.
Cabral, a quem Lula deu a chance de banhar-se no Rio Jordão em 2010, é um traste político, a esta altura, mas controla a máquina estadual e a máquina dá sempre algo entre 20 e 30%  numa disputa estadual.
O problema é que Cabral mostrou que não vai entregar isso a Pezão.
Acaba de rifar as possibilidade de que ele fosse o candidato da Dilma, ou um deles.
O que poderia lhe dar a legitimidade que não tem.
E empurra a presidenta para uma necessária composição com Garotinho, como a que já havia com Crivella, que corre em nicho próprio.
Ambos têm a liderança nas pesquisas, hoje, mas possuem reconhecidos limites de crescimento embora possuam um eleitorado sólido.
E Cabral, o que ganha com a adesão a Aécio e a perda de Dilma?
O eleitorado da Zona Sul e em outras parcelas da classe média, hoje um feudo tucano, já não estaria contabilizado como perda nas contas da candidata a reeleição?
E Cabral acha que isso redimirá seu candidato do desgaste que ele acumulou nessas áreas? Ao contrário, será o candidato do PT o principal destinatário dos votos aecistas que não toleram a ideia de votar em Cabral.
Terminou o que era impossível continuar: todos os candidatos a governador apoiarem Dilma.
E a aliança de  Lindbergh com o PSB desobriga-a, também, de ter um único candidato.
Terá três.
E Aécio, terá um ou ficará prisioneiro de assumir a rejeição de Cabral no eleitorado de classe média, o que lhe é cativo?
Porque Pezão, que nada é, corre o risco de não ser nada: nem o candidato de Dilma, nem o de Lula, nem o de César Maia, nem o de Eduardo Paes.
E nem o de Sérgio Cabral, que detonou completamente os discursos e as chances do “seu candidato”.
Pezão perdeu o chão.
Sua candidatura passou a ser, em todos os sentidos, a de Cabral, sobretudo o de não ter personalidade própria.
Cabral esquece que, por mais que duas décadas de traições e mesquinharias tenham apequenado a política no Rio de Janeiro, sobrevive aqui, como em poucos lugares, o sentido nacional dos embates.

FHC atribui o sucesso da Copa aos êxitos do seu governo

Universo paralelo - Em mais um artigo publicado e republicado nos jornais, revistas, rádios e tvs piguistas, o ex eterno melhor e mais competente que o Brasil já teve (Fernando Henrique Cardoso) - a Ofélia da política brasileira -, voltou a destacar os irretocáveis feitos de seu governo em prol da Copa do Mundo. "Meus amigos e minhas amigas, é com muito orgulho que venho aqui dizer que o Brasil que multiplicou a classe média também é o Brasil que multiplicou a média de gols em uma Copa do Mundo", disse, sorrindo, enquanto beijava o escudo da CBF. 

"Graças a mim, o brasileiro passou da miséria para a classe média e também passou da primeira para a segunda fase", completou.

FHC prometeu escrevet um novo artigo caso a seleção se classifique para as quartas de final. 
"Será uma mesa redonda com os comentaristas José Serra, Geraldo Alckmin, Tasso Jereissati  e meu querido pupilo Aécio Neves", destacou. 
Em seguida, apresentou o calendário de pronunciamentos caso o Brasil seja campeão.
No final da tarde, o Itaú e o Bradesco exigiram duas vagas na lista de artilheiros da Copa.

Paulo Henrique Amorim - Barbosa e o MP

Um mensalão para matar o PT
Expulsa os 40 ladrões e mantém o Ali Babá sob controle

Barbosa se aproxima do fim.

Para evitar os 10 a 1, ele abriu mão até da relatoria do mensalão do PT (sim, porque o dos tucanos prescreveu antes de existir).

Cabe voltar um pouco atrás e tentar entender como se deu o – incompleto – Golpe de Estado do mensalão do PT.

(Até que, no terceiro turno, na Justiça Eleitoral, que precisa ser extinta, os trabalhistas deixem o poder.) 

O Golpe do mensalão do PT começa na denúncia inepta contra Collor.

(Clique aqui para ler o que disse Paulo Nogueira sobre o pecado capital de Mario Sergio Conti, e aqui para examinar os vínculos entre Conti, a Fel-lha (*) de SP – de mau hálito insuportável – e Dantas.)

Collor começou a cair não foi no detrito sólido de maré baixa, mas com uma denúncia inepta do MP de Aristides Junqueira.

Tão inepta que o Supremo sequer recebeu para julgá-la.

O mensalão do PT se revigora com o trabalho do Padim Pade Cerra, aliado ao MP, de destruir a candidatura de Roseana Sarney, em 2002.

Nesses dois episódios, Ministério Público se equipa e legitima para desempenhar o papel que a Elite dele espera: moralizar a política.

“Moralizar a Política”, numa sociedade até recentemente escravocrata, significa depurar a política dos “tarados” mestiços, geneticamente corruptos e, portanto, dos trabalhistas e seus aliados, como as organizações sociais e os sindicatos.

O MP se tornou a tutela dessa eugenia política.

Como disse Sepúlveda Pertence do Ministério Público, “criei um monstro”.

O Ministério Público não responde a ninguém, investiga quem quer e tem à disposição um coletivo de aparelhos do tipo “Guardião” para bisbilhotar quem bem entender – como diz o Conversa Afiada, o MP é o DOI-CODI da Democracia.

O MP não precisa mais denunciar ninguém.Basta um “procurador” da chamada “República” convocar uma coletiva da imprensa piguenta (**), dizer que tem sérios indícios de que alguém é ladrão, que o serviço está feito – sem oferecer denúncia…