Pra desopilar

No Havaí, todas as sandálias são havaianas?
Mulher grávida reclama de barriga cheia.
As fitas são virgens porque o gravador é estéreo.

Turistas masoquistas

Eles sofreram tanto com a estrutura da "Copa" que prometeram voltar ao Brasil

Levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e divulgado pelo Ministério do Turismo mostrou que 83% dos turistas internacionais consideraram que a visita ao Brasil durante a Copa do Mundo atendeu plenamente ou superou as expectativas. Além disso, 95% desses turistas têm a intenção de voltar ao país.

É o caso de Lixiang Chen, 29 anos, engenheiro chinês radicado no Canadá. Ele assistiu à final do Mundial na Fifa Fan Fest, em Taguatinga, acompanhado dos amigos Shun Du, 28, que mora no Brasil há 3 anos, e Da Liu, 29, que mora em Londres. Ele chegou ao Brasil no dia 3 de julho para acompanhar a Copa. Antes de Brasília, ele visitou o Rio de Janeiro e São Paulo.

“Estou amando o Brasil, as pessoas são calorosas, amigas, mais abertas. Há mais interação entre as pessoas que no Canadá. Adorei a picanha, o guaraná e o açaí. Valem qualquer preço. Minha experiência no Brasil foi muito além do que eu esperava. Quero voltar com certeza e voltaria para o Rio, a cidade de que mais gostei”, disse o chinês que voltou hoje (14) para Montreal.

Ainda segundo o balanço do ministério, os serviços mais bem avaliados pelos estrangeiros foram o de hospitalidade e o de gastronomia, com aprovação de 98% e 93%, respectivamente. A segurança pública teve 92% de aprovação. Foram ouvidos 6.627 turistas estrangeiros.

Apesar de a Copa do Mundo contar apenas com seleções de 32 nacionalidades, turistas de 203 países desembarcaram no Brasil no período do Mundial de futebol. A Secretaria de Aviação Civil da Presidência da República aponta que cerca de 490 mil estrangeiros desembarcaram de voos internacionais no Brasil de 1º de junho a 1º de julho. Além disso, 3.056 brasileiros circularam pelo país durante a Copa. Leia a matéria completa »

*Antonio Lassance - Não existia combate à corrupção política antes do governo Lula

A corrupção ainda é um grave problema no Brasil porque o combate à corrupção ainda está em sua infância. Tem pouco mais de 10 anos.

É a partir do governo Lula que se cria a Controladoria Geral da União; a Polícia Federal multiplica seu efetivo e o número de operações; e as demissões de servidores envolvidos em ilícitos se tornam regra, e não exceção.

É bem verdade que, antes, já existiam a Polícia Federal, o Ministério Público e uma Corregedoria-Geral da União. Mas alguém conhece alguma estatística relevante dessa época? Não existe. O combate à corrupção no governo FHC é traço.

A única estatística mais polpuda daquela época é a do ex-procurador-geral da República de FHC, Geraldo Brindeiro, que, até 2001, tinha em suas gavetas mais de 4 mil processos parados - fato que lhe rendeu o apelido de “engavetador-geral da República”.

De 2003 a 2013, compreendendo os governos de Lula e Dilma, a expulsão de servidores acusados de corrupção quase dobrou, passando de 268, em 2003, para 528, em 2013.

Gráfico 1 - Servidores expulsos do serviço público (2003-2013)

Dados da CGU, disponíveis no Relatório de acompanhamento das punições expulsivas aplicadas a estatutários no âmbito da administração pública federal.http://www.cgu.gov.br/Correicao/RelatoriosExpulsoes/Punicoes_2003-2013.pdf


As operações da Polícia Federal saltaram de 9, em 2003, para mais de 200, a partir de 2008 (dados da Polícia Federal  http://www.dpf.gov.br/agencia/estatisticas).

Gráfico 2 - Operações da Política Federal e número de servidores presos (2003-2012)

 
Fonte: dados da Polícia Federal, em gráfico produzido em estudo do Instituto Alvorada:http://institutoalvorada.org/transparencia-e-combate-a-corrupcao-nos-governos-lula-e-dilma/

Antes de 2003, se os escândalos envolvessem políticos, aí é que não acontecia nada vezes nada. Apenas dois casos podem ser citados com algum destaque na atuação da PF.

Vendas

4 dicas para melhorar sua negociação
Alguns meses atrás, fui comprar colchão. A negociação estava bem difícil, não ia nem pra frente, nem pra trás. Eu estava prestes a sair da loja. A vendedora, pra tentar me segurar mais um pouco, perguntou:
– Com o que você trabalha?
– Eu vendo mídia.
– E como é vender mídia?
– Nunca se vende a preço de tabela. Você dá 20% de desconto logo de cara. Se ele pede mais desconto, você tenta bonificar com outro produto, ao invés de comer da sua margem. O comprador diz que seu concorrente tem com um preço melhor, você explica seus diferenciais. Ele chora, você dá mais um descontinho e por aí vai. Ela riu:
– Tipo vender colchão?
– Tipo vender colchão. Agora arranca esse travesseiro que você está me dando de brinde e melhora esse preço aí, vai.
A vendedora chamou o gerente, ele liberou um desconto maior, passei no caixa, paguei e em 7 dias o colchão novo estava entregue.
Eu fui pra casa feliz da vida.
Negociar é como fazer magia. Basta dizer uma sequência correta de palavras, no momento certo pra conseguir mudar uma situação.
Roudini

Imagine como seria Houdini negociando um colchão novo pra casa dele?
Esse post é um compilado de conversas que tive com alguns dos melhores vendedores e negociadores que conheço. Tentei separar por tópicos as idéias que cada um lançou.
Um agradecimento especial aos colaboradores: Eduardo Amuri, Rafael Vivolo, Guga Mafra e Felipe Ramos.

O jogo de posições, por Eduardo Amuri (Diretor Financeiro e de Operações do PapodeHomem)

Por aqui, o que mais funciona é ter clareza que negociações (e as relações, em geral) são totalmente dependentes de um jogo de posições. Temos, claro, características peculiares, técnicas, mas muito do nosso comportamento surge da base através da qual estamos operando. Se estou oprimido, se estou confortável, se estou me sentindo lesado, se desejo obsessivamente o objeto em questão, se estou num dia ruim, se estou bem vestido ou se estou com dor de dente. Tudo isso, em diferentes proporções, influencia em como a dinâmica vai funcionar.
Tendo isso claro, torna-se óbvio que determinadas atitudes podem bagunçar o jogo, possivelmente tornando-o mais favorável. Num caso de vendedor-comprador, é muito comum que o vendedor dite a frequência do papo. Ele está dentro da loja o dia inteiro, sabe onde estão as coisas, o quanto pode conceder de desconto. É o dominante.É com essa postura que a abordagem vai acontecer.
Muitas vezes um toque fora do protocolo – um aperto de mão calmo e seguro, por exemplo – quebra o ritmo, coloca o comprador em outra posição. É como se ele gritasse algo como “eu estou confortável por aqui, eu estou definindo o tom da conversa, é o meu dinheiro que vai pagar a sua comissão, eu tenho outras opções de loja para visitar”.

Genocídio Palestino

Já há uma semana Israel reiniciou os bombardeios à Faixa de Gaza, onde moram quase dois milhões de palestinos. Alguns dizem que é maior prisão a ceu aberto do mundo. Quase cem pessoas morreram, em especial crianças e idosos. E o mundo assiste alado a mais uma barbaridade cometida por esse governo fascista que governa Israel.


O povo palestino é milenar. Mora na Palestina e cultiva as suas terras há mais e dez mil anos. A cidade mais antiga do mundo, que é citada na Bíblia inclusive, Jericó, é palestina e tem dez milênios de existência. Esse povo descende dos antigos filisteus. Posteriormente, com o Império Árabe-Islâmico a partir de 630, toda a região foi sendo arabizada.

No entanto, um projeto de colonização da região foi traçado já a partir de meados do século XIX, cujo objetivo seria tomar a Palestina para o povo judeu. Segundo esses e o velho testamento eles seriam o povo eleito, escolhido por deus para ter aquelas terras. Costumo dizer sempre: nada contra que cada deus prometa terras para os povos que neles acreditam. O que não se pode fazer é prometer terras de um povo que mora nelas há milhares de anos.

O movimento político que alguns judeus iniciaram para a tomada da Palestina leva o nome de “sionismo”. Isso nada tem a ver com judaísmo, também esta uma religião milenar. Aliás, boa parte dos 25 milhões de judeus no mundo nunca atenderam ao apelo dessa gente para mudarem-se para a Palestina. O que se chama Israel hoje tem em torno e sete milhões de judeus apenas e ainda assim vindo de mais de 70 países.

Mas, para que esses líderes sionistas pudessem levar adiante o seu projeto colonial de toda a região, eles precisavam aliar com o imperialismo inglês, que dominou a região entre 1920 e 1947. E foi o que fizeram. Um censo realizado por volta de 1910, atestou o que nós sempre soubemos: existiam morando na Palestina apenas 5% de judeus e todo o restante eram palestinos.

No entanto, essa realidade foi sendo alterada. Iniciaram inclusive perseguições de judeus em toda a Europa para forçar a migração judaica para a região. A situação foi ficando tão explosiva que a própria ONU – que também não era dona daquelas terras – decidiu dividir a Palestina e criar dois estados, o de Israel e o da Palestina. Os judeus ficaram com a maior parte, 54% e os donos da terra com 46%. Quando a Inglaterra se retira da Palestina em 15 de maio de 1948, imediatamente os sionistas proclamam a instalação de Israel. 

A partir daí, os sionistas iniciam uma guerra contra os árabes e palestinos para tomar o restante das terras. Abocanharam 76% do total. Quase 500 aldeias palestinas foram destruídas, suas casas demolidas e suas famílias expulsas. No mundo hoje são seis milhões de palestinos vivendo o exílio. Mas Israel nunca se contentou cm isso. Quer sempre mais.

Nesses 66 anos da Nakba (que significa em árabe “catástrofe”), as coisas s pioraram. Ninguém segura Israel. Nem mesmo os Estados Unidos. São mais de 300 resoluções da ONU contra Israel, mas este estado bandido não acata nenhuma. E em apenas duas os Estados Unidos votaram a favor: 228 e 334, que assegura aos palestinos o direito de retorno. Mas nunca foram cumpridas.

Não bastasse a ocupação, os sionistas perpetram periodicamente massacres contra a população palestina. São dezenas. Os mais famosos foram o de Deir Yassim em abril de 1947, Sabra e Shatila (Líbano), em 1982, Gaza em janeiro de 2009. Neste último, tal qual faz agora, Israel bombardeou aquela pequena região por 22 dias seguidos. 

Agora, mais uma vez, esse estado pária, governado por sionistas fascistas, ataca mais uma vez. As imagens nas TVs são impressionantes. Ficamos chocados com as crianças mortas. Destroem hospitais e escolas de forma proposital. São covardes, pois os pilotos que despejam bombas o fazem de avião e bem alto. Os palestinos são completamente indefesos. Não possuem seu exército, nem armas, nem bateria antiaérea. 

O mundo precisa parar Israel. A tal da comunidade internacional precisa dar um basta às barbaridades e ao genocídio que Israel vem cometendo. É preciso libertar os quase dez mil presos palestinos. É preciso derrubar o muro de 700 Km que Israel construiu embargado pela ONU e pelo Tribunal Internacional de Justiça. É preciso instalar o Estado da Palestina. Israel precisa ter suas fronteiras definidas. E a Palestina precisa voltar aos mapas escolares. Hoje, ela não existe, mas quase dez milhões de palestinos vivem naquelas terras. Por isso a nossa integral solidariedade a esse povo.

* Sociólogo, Professor, Escritor e Arabista. Colunista da Revista Sociologia da Editora Escala, da Fundação Maurício Grabois e do Vermelho. Foi professor de Sociologia e Ciência Política da UNIMEPentre 1986 e 2006. Presidiu o Sindicato dos Sociólogos do Estado de São Paulo de 2007 a 2010.Recebe mensagens pelo correio eletrônico lejeunemgxc@uol.com.br.
by Leujene Mirhan

Futebol - a limpeza deve começar pela CBF

Lições da Copa


Governo federal e governos não deveriam ter omitido ou mentido. Deveriam ter dito e debatido onde deveria haver, ou não, dinheiro público.

Já as oposições, as formais e a informal, não deveriam ter mentido e induzido.

Alardearam que a Copa seria um desastre, jogaram o país numa crise de baixo astral e baixa estima. 

Nada funcionaria: caos aéreo, urbano, e vergonha perante o mundo. 

A vergonha sobrou pra quem deu mostras de desconhecer o país onde vive e o povo que o habita. 

Ao aqui desembarcar a mídia estrangeira entendeu logo, e muito melhor, quem e como é o povo brasileiro.

Sem olhar ingênuo, sem patriotadas. Sem deixar de relatar disparidades, injustiça social, truculência fascistóide das polícias e o desperdício de dinheiro publico.

Sem deixar de anotar e mostrar que governo e oposição se irmanaram na farra dos estádios.

Na Copa espetacular, saudada mundo afora, o vexame se viu dentro de campo; com os 7 a 1, a maior das derrotas da história do futebol brasileiro.

Com a derrota, o festival de cinismo e hipocrisia habituais.

A encenação dos que usam e abusam do futebol e da seleção como alavanca para seus negócios. No futebol como na política.

Mandam e desmandam. Fazem e desfazem técnicos e ídolos, transformam em Big Brother a privacidade da seleção e dos jogadores.

Agora se dizem chocados. Trocam o oba-oba que embala os negócios pela caça aos "culpados" de ocasião. 

Jogam aos leões os parceiros de até ontem enquanto evitam os problemas decisivos, concretos.

A Itália perdeu e renunciaram todos, desde o comando da federação. A Alemanha começou sua mudança há anos com expurgos no ambiente de corrupção. 

Se o futebol brasileiro quer mudar, evitar novos vexames, deve se livrar dos que o usam para seus negócios.

por Bob Fernandes

Economia e Política - BRICS

Um ensaio de Bretton Woods no Ceará?
A expectativa é que nesse encontro seja oficializado a criação de um fundo de reserva contigente de 100 bilhões de dólares


O economista Paulo Nogueira Batista Jr, diretor executivo do Brasil e de mais dez países no FMI, costuma dizer que se tudo der certo na Cúpula de líderes dos Brics, que se reúne nesta terça-feira, em Fortaleza, a capital cearense passará à história como um ensaio de Bretton Woods do século XXI.

A expectativa é de que se oficialize nesse encontro a criação de um fundo de reservas contingente, com valor  inicial de US$ 100 bilhões (US$ 41 bilhões da China; Brasil, Rússia e Índia, com US$ 18 bilhões cada; e a África do Sul, com US$ 5 bilhões).

Trata-se de uma subscrição virtual, uma espécie de pacto de ajuda mútua. 
A partir de sua assinatura os cinco participantes se comprometem a garantir um socorro recíproco em caso de desequilíbrio cambial grave,  motivado , por exemplo, por uma fuga de capitais, como a que se ensaiou no colapso das subprimes, em 2008.

Outra iniciativa que deve ser oficializada em Fortaleza é a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) , que terá um fundo inicial de US$ 50 bilhões, subscrito em partes iguais pelos cinco integrantes do encontro.

A ideia é que o NBD possa operar globalmente, para além do perímetro do grupo, financiando projetos de infraestrutura em todo o mundo pobre e em desenvolvimento. Seria, assim, a principal ferramenta de influencia geopolítica dos Brics na construção de um novo polo de liderança mundial.

A sede do banco provavelmente será em Xangai, mas o Brasil pleiteia a presidência do novo organismo que deverá realizar seu primeiro financiamento em 2016.

Se o fundo de reservas guarda semelhanças com a função original do FMI, decidida em 1944 na cidade norte-americana de Bretton Woods, o  Novo Banco de Desenvolvimento seria a contrapartida bricsniana do Banco Mundial.

As  instituições originais surgiram da necessidade de se proteger as economias dos desequilíbrios devastadores da lógica capitalista, cujo desdobramento totalitário nos anos 30/40 cobraria da humanidade  o custo sangrento de uma Segunda Guerra.

Bretton Woods foi um pedaço dessa tentativa de reconstruir a institucionalidade destruída pelo colapso bélico, erguendo amortecedores que diluíssem a repetição de suas causas no futuro.

O papel coordenador do Estado no desenvolvimento tornar-se-ía possível a partir daí,  graças à reconstrução de uma ordem econômica internacional regulada e estabilizada pelos acordos assinados em 1944.

 A meta era alcançar o pleno emprego, a estabilidade dos preços internacionais e certa paridade fixa entre as moedas –com ajustes cambiais periódicos, sem golpear o comércio com a guerra  protecionista.

 Foi esse mundo que os 730 delegados de 44 países reunidos em Bretton Woods idealizaram depois de  três semanas  de debates.

Contrariando visões mais arrojadas como a de Keynes, que defendia a criação de uma moeda comum independente, o bancor, convencionou-se que o dólar faria o papel de referência cambial básica, ancorado em uma paridade fixa de US$ 35 por onça-troy ( 31,1 gramas de ouro).

 Na retaguarda funcionaria o Banco Mundial, como ferramenta auxiliar da reconstrução e do desenvolvimento.

O mundo imaginado em  Bretton Woods  funcionou até agosto de 1971, quando o governo norte-americano, afogado em gastos imperiais impostos por guerras e intervenções, mas premido também pela própria concorrência comercial que o sucesso de Bretton Woods ajudou a fomentar, rompeu unilateralmente o vínculo dólar/ouro negociado vinte e sete anos antes.

A ruptura da ‘paridade-mãe’ desencadearia um efeito dominó devastador.
Ajustes cambiais cada vez mais agressivos e contraditórios instauraram o salve-se quem puder no sistema monetário internacional.

Eram os dobrados fúnebres do chamado ‘anos dourados do capitalismo’ –um período de relativa estabilidade e crescimento contínuo, ancorado em uma ordem pós-guerra que se esgotara, a exemplo do poder absoluto da potência hegemônica que hierarquizara o mundo sob as asas –ou garras—até então.  

Um sistema monetário internacional marcado pela mobilidade de capitais e a desordem cambial, feita de paridades flutuantes e unilaterais, não gera apenas incerteza contábil.

Oscilações bruscas no valor da moeda de um país  –impostas, não raro,  por mudanças internacionais alheias a sua vontade--  alteram as relações de trocas no comércio exterior; destroem parques fabris (vide o efeito asiático sobre a industrialização brasileira);  devastam empregos e podem, da noite para o dia, liquefazer o poder de compra de nações inteiras ceifando a subsistência e o futuro de milhões de famílias e assalariados.

Num mundo desprovido de qualquer outro poder reconhecido, que não o Conselho de Segurança da ONU, a supremacia das finanças desreguladas substituiu o frágil espaço da coordenação e da cooperação pela ideologia dos mercados autorreguláveis, consagrada no credo neoliberal.

A crise de 2008, antes de sepultar, agravou a instabilidade e a entropia intrínsecas à lógica de um capitalismo afogado em sua própria liberdade.

É nesse ambiente conturbado, em que a mobilidade dos capitais instituiu um poder sem paralelo, dotado de turquesas para impor interditos  e obrigações a Estados, partidos e projetos de desenvolvimento, que deve ser avaliada a importância da cúpula dos Brics, que se reúne nesta 3ª feira, em Fortaleza.

 Sua real dimensão só pode ser efetivamente ponderada a partir da compreensão histórica da desordem planetária implantada pelo capitalismo, em 40 anos de esfarelamento de Bretton Woods.

Leia a seguir uma análise do economista Luiz Gonzaga Belluzzo sobre a transição em curso no sistema econômico internacional. Escrita em 1995, antes, portanto, da crise das subprimes, ela antecipa com clareza o desfecho da desordem que a reunião dos Brics  tenta agora superar.

O declínio de Bretton Woods e a emergência  dos mercados “globalizados” 

Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo