Emir Sader: Moro não é um juiz. É um inimigo político de Lula

A forma como atua, desde o começo, Moro contra o Lula, é a forma de atuar de um inimigo político. De um tucano, mais especificamente, porque ao mesmo tempo poupa completamente seus correligionários, a ponto que a própria FSP declara que Aécio não pode ser blindado como tem sido até agora. E a blindagem vem, antes de tudo, do Moro, que chegou a afirmar, cinicamente, nos EUA, que não tinha avançado nenhum procedimento contra os tucanos, porque nenhuma denúncia tinha chegado a ele. Porque da mesma forma que trata o Lula e os petistas como inimigos, trata os tucanos como seus correligionários.
Moro é um quadro político da direita, antenado com as linhas de ação dos EUA, como a revelação da reunião revelada pelo Wikileaks confirma com data e declarações explícitas de que se trata de uma guerra do império contra as forças populares da América Latina. Um quadro que se baseia nas teorias do Estado de exceção para, alegando que se vive uma situação excepcional, em que a corrupção permearia toda a história do país e que permitiria, por isso, atuar acima da lei, com formas excepcionais, a ponto de tentar impor aceitação legal formas de interrogatório que incluam até mesmo a tortura, com tal que se busque um objetivo considerado positivo.
As arbitrariedades das formas como acusa o Lula, da forma como atua contra o Lula, da maneira como trata o Lula – "nine", conforme textos escritos por ele para seus comparsas -, as formas autoritárias como encara os processos do Lula, confirmam evidentemente de que não se trata de um juiz, com a imparcialidade que se espera de um juiz, mas de alguém interessado, acima de qualquer coisa, acima de qualquer preceito legal, em destruir politicamente o Lula.
A forma como tentou prender o Lula e levá-lo para seu feudo em Curitiba, há exatamente um ano atrás, sem nenhum fundamento jurídico, já demonstra que sua ação é para tentar desmoralizar publicamente a figura do Lula. As acusações, para as quais não encontra nenhuma testemunha, sobre o tal do tríplex ou o sítio do pedalinho, são ridículas. Considerar o Lula como réu das acusações do power point mais grotesco da história jurídica do pais, revela como Moro está disposto a passar por qualquer situação insustentável, com tanto de tentar condenar o Lula.

Briguilinks de qualidade superior

Boa tarde!

Assim eu creio. Boa tarde amados!
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Investigação contra Aécio acaba ante de começar

Brasil 247 - Prescreve uma das frentes de investigação contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com base na delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que prestou depoimento em maio do ano passado; segundo o delator, o tucano teria recebido R$ 1 milhão em 1998, quando ainda era deputado federal; o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu investigação ao STF em outubro de 2016 e teve o retorno do pedido no mesmo dia, mas se manifestou novamente apenas nesta quinta-feira, quando pediu o arquivamento por prescrição
Mais uma canalhice para incluir na série: Judiciário, o mais corrupto dos poderes
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Margo Riemann: um projeto de governo sem um projeto de mídia, é perda de tempo

Camilo Prado:
Penso igual. E por conta disso, vou espalhar na internet a seguinte mensagem:
Que em toda e qualquer manifestação política pública, de comícios à manifestações (dos partidos de esquerda, do MST, MTST, GLBTs, sindicatos, movimento negro, de periferia e demais movimentos sociais e políticos alinhados contra o golpe, incluindo aí músicos, atores, artistas de maneira geral), se divulguem a mídia independente, os "blogueiros sujos" (BdB, DCM, GGN, PHA, Brasil 247, Vermelho, Vi o Mundo, Tijolaço, Mídia Ninja, Jornalistas Livres, TVT, Cafezinho, etc, etc).
Não descansarei enquanto não ver o Lula em comício pedindo para as pessoas acessarem os "blogueiros sujos", para entrarem na mídia independente, e dizer o nome dos blogues, e dar o endereço das páginas.
Se não for assim, se não bater de frente com a grande mídia, e nossas armas são as mídias independentes, estaremos todos fodidos.
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Elementos para uma discussão ampla por Margot Riemann

Algumas considerações adicionais sobre o tabuleiro do xadrez político atual:
1)      O Brasil segue sendo um dos países mais desiguais do mundo graças a uma sofisticada engrenagem política, onde a mídia joga um papel central.
2)      No Brasil a distância entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres era em 2009 19 vezes (caiu em 2014 para 16 vezes); na União Europeia (25 países) essa distância é em média 5,5 vezes.
3)      A concentração de renda historicamente tem sido alavancada pelo Estado. Tivemos sempre um “Estado social para os ricos”. O maior exemplo é a política de juros, mas não apenas. As políticas educacionais, transportes, habitação, saúde etc. sempre foram de péssima qualidade quando destinadas aos pobres. Diferentemente do investimento público nos espaços dos ricos, receita federal, detrans, aeroportos, câmaras legislativas, tribunais. Por que são horrorosas as prisões? Porque lá só tem pobre.
4)      Na era da globalização, com uma competição cada vez mais acirrada, com renda sendo apropriada globalmente e em larga escala por diminutas e poderosas elites, a ascensão social está cada vez mais difícil. Para as classes altas e médias, o acesso direto às benesses do Estado e a manutenção da engrenagem da exclusão, passa a ser uma luta de vida ou morte. Não há na globalização um lugar ao sol para todos.
5)      O petismo ameaçou a engrenagem da concentração de renda e da exclusão. Democratizou oportunidades, aproximou os mais pobres dos mais ricos. São inúmeros os exemplos, a começar pelas cotas de 50% nas universidades. Um duro golpe para a classe média que se sacrificou anos a fio para colocar o filho no curso de medicina e agora disputa apenas metade das vagas e não tem dinheiro para pagar uma faculdade privada caríssima ... Por isso a classe alta e média é visceralmente antipetista. 
6)      Não foi a política conciliadora de Lula que fracassou, e sim o voluntarismo de Dilma que partiu para o confronto (baixando juros, tarifas de energia, taxas de cartão de crédito) sem ter articulação política que bancasse as medidas. A conciliação de Lula garantiu na verdade as três (re)eleições.
7)      O governante não é dono do Estado. Há uma tendência a superestimar a margem de manobra nos países da periferia porque aqui o Estado tem atuação decisiva em áreas nevrálgicas da economia (câmbio, infraestrutura, ordenamento jurídico ainda em construção, sem falar no peso das estatais). Mas, mesmo sendo mais atuante que nos países do centro, qualquer medida que confronte os grupos econômicos hegemônicos, ainda que marginalmente, exige uma mudança de correlação de forças no cenário político. Não existindo essa mudança, fatalmente o governante entrará num impasse e terá que se curvar ao status quo. E aí não adianta ser voluntarista.
8)      As teses do Ciro são boas. Mas não me parece um político muito talentoso. Não consegue sequer agregar o(s) partido(s) por onde andou. Não há comparação com o Lula. São anos luz de distância.
9)      O problema é que o Lula e o PT encarnam a luta pela inclusão social, tudo que as classes médias e altas não querem. Mas isso não deve ser um obstáculo intransponível, acertando-se a mensagem como um todo.
10)   Um programa de governo tem que conciliar interesses da grande maioria. Os confrontos devem alvejar pequeníssimas minorias. A política de juros; as mordomias dos legislativos; a desnacionalização.
11)   Quanto ao grande confronto dos historicamente excluídos, dos 50% mais pobres contra os 20% mais ricos, o protagonismo tem que ser do próprio povo e o mercado tem que ser trazido para o centro da briga. Não cabe ao governante encabeçar  essa luta, e sim apoiá-la.
12)   Juntamente com as igrejas, é a grande mídia que forma e molda os consensos políticos. Um projeto de governo sem um projeto de mídia é perda de tempo.
Comentário a postagem Lula, Ciro e a frente das esquerdas de Luis Nassif
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Fraco, governo parte para o "ou dá ou desce"

A manchete do Estadão de hoje é a confirmação do que se afirmou ontem, aqui, quando se comentou a chantagem publicitária dp PMDB como o “Sem Reforma da Previdência, Tchau Bolsa-Família”. É o “Sem Reforma da Previdência, Tchau Boquinha”.
A demonstração de força, como quase  sempre, é sinal da fraqueza.
Temer sabe que tem de correr, porque sente que sua situação política, apesar de todas as “mãozinhas” de delatores “La La Land” e um Judiciário acoelhado, vai se evidenciando desesperadora. Tem, portanto, de mostrar sua serventia, única: concluir a obra de retirada de direitos sociais que foi iniciada congelando os gastos públicos em tudo aquilo que serve á população, ainda que com precariedade.
Como lhe faltam, agora, Geddel Vieira Lima e Eliseu Padilha para a missão de cooptação e pressão sobre os deputados, escalou-se Henrique Meirelles, que não é absolutamente do ramo.
A ressaca pós-carnavalesca  dos depoimentos, por mais que Temer se esforce para dizer que o depoimento de Marcelo Odebrecht o inocenta, só não foi pior para quele do que foi para Aécio Neves.
E, no final de semana, mais assombrações. Hoje, na Veja, entende-se porque, uma semana atrás, uma nota de Lauro Jardim, em O Globo, dizia que havia gente de cabelo em pé no Planalto com a nota oficial que afirmava que ele jamais conhecera ou falara com o doleiro Lúcio Funaro, “mala” de Eduardo Cunha e, agora, entregador de pacotes para o “mula” José Yunes.
À Veja, Funaro desmente o presidente: ”Já estive com ele [Temer], já falei, mas não me lembro do contexto”.
Eduardo Cunha lembra, e muito bem. Que o diga as perguntas que ele fez a Temer e Moro impediu de serem respondidas, para proteger o Michê.

por Fernando Brito - Tijolaço