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Zuenir Ventura

Comendo o adversário


Zuenir Ventura, O Globo

Embora no Brasil ninguém mais coma ninguém por via oral, minha amiga Ceres costuma promover uma espécie de rito antropofágico nos dias em que a nossa seleção joga, com a degustação de pratos típicos do país adversário — não para absorver suas virtudes, como faziam os índios canibais, mas para secar o time.
Em geral dá certo, como deu esta semana com a Croácia. Depois de muitas pesquisas dos ingredientes, temperos e maneiras de cozinhar, foi oferecido o seguinte menu: “patiscada” (lagarto redondo, alho fatiado, bacon, cenoura e mais 15 componentes), “peka od hobotnice” (polvo cabeça limpa, com alho e batatas) “poriluk cuspajz” (alho-poró, toucinho defumado, batatas) e, como sobremesa, “povitica” (enrolado de nozes com farinha, gemas de ovo, semente de papoula).
Gostei mais da comida do que de tudo que o exigente “patrão Fifa” preparou, a começar pelo show de abertura, cafona e chinfrim, considerando que o Brasil, com festas como o carnaval e Parintins, já ensinou ao mundo como realizar emocionantes espetáculos populares.
Pior ocorreu com a cena em que um paraplégico conseguiu ficar de pé e chutar uma bola. Resultado de anos de estudos do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, a experiência, prevista para o centro do campo, acabou acontecendo num canto e quase não foi vista, já que os organizadores cortaram o tempo da apresentação.
Também não gostei da seleção num jogo em que a vitória, apesar de merecida, não refletiu o equilíbrio entre as equipes. Se houvesse lógica no futebol, o resultado seria de 2 a 0, já que tanto o gol da Croácia, feito por Marcelo, quanto o do pênalti, cavado por Fred, foram, digamos, atípicos.
Ainda bem que houve compensações para o mau desempenho. A principal delas foi ver Neymar jogar. Nada se aproxima mais de uma obra de arte do que os dribles, os passos de balé, os movimentos corporais desse artista genial de 22 anos, que ainda por cima costuma transformar essa coreografia em belos gols.

Oscar. Foto: Marcos Ribolli

Se ele foi indiscutivelmente o melhor em campo, o segundo lugar coube ao injustiçado Oscar, que calou os que queriam barrá-lo. Foi quem mais desarmou os adversários, segundo estatística do jogo, quem deu o passe para um dos gols de Neymar e quem fez o seu de bico. Se, como todo mundo diz, o importante é o resultado, que a seleção continue assim.
Um destaque para o que aconteceu fora do gramado no Itaquerão. A torcida demonstrou que é possível gostar de futebol e criticar a Fifa e o governo. Em seis cidades-sede houve manifestações de pequenos grupos com violência e vandalismo, resultando em 17 feridos e 70 detidos.
Será que esses protestos tiveram o efeito das vaias e xingamentos que o estádio dirigiu à presidente Dilma e a Joseph Blater, e que foram vistos e ouvidos por milhões de pessoas em todo o país?

Neymar não sabe o tamanho do Brasil

Eu imagino.
Mas tudo bem, acho que o Valdenor também não faz e confesso que, até ontem, eu também não fazia. Para quem vem de uma Padre Rossini Cândido e de uma Mateus Grou, assistir um jogo de Copa do Mundo em uma Rua batizada apenas com o número 3 é outra coisa.
Valdenor (Calheiros) Sousa. “Melhor não falar esse sobrenome, né? Vai  que o pessoal da rua acha que aqui em casa tem dinheiro”
Valdenor (Calheiros) Sousa. “Melhor não falar esse sobrenome, né? Vai que o pessoal da rua acha que aqui em casa tem dinheiro”
Aterrisei em Manaus às 13h08 de quarta-feira – ainda com São Paulo na cabeça e no corpo. Entre ontem e hoje, fui dominado aos poucos pelo calor, metereológico e humano, do Norte do país.
No bairro Alvorada, região humilde em que nasceu o lutador do UFC José Aldo, Copa do Mundo significa muita coisa: alegria, paixão churrasco, festa e dinheiro, pra começo de conversa. Em uma vaquinha coletiva e uma série de bingos que começaram bem antes da primeira seleção desembarcar no País, os moradores arrecadaram R$ 60 mil para cumprir a tradição de enfeitar chão, muros, calçadas e postes.
Na Rua 3, a Copa é outra: amanhã sai o resultado do concurso da Ana Maria Braga, e eles podem ser eleitos a rua mais bonita do Brasil no Mundial
Na Rua 3, a Copa é outra: eles esperam o resultado do concurso da Ana Maria Braga, e eles podem ser eleitos a rua mais bonita do Brasil no Mundial
É muito dinheiro? Sem dúvida. Mas é impressionante perceber que valor não se mede em notas. Na rua em que Ayrton Senna e David Luiz dividem espaço no colorido do asfalto, críticas à corrupção, à FIFA e à CBF também têm vez, mas não tiram o ânimo de quem investe R$ 400,00 só em cerveja para enxergar pouco mais de R$ 700,00 entrar no caixa improvisado e não vê problemas em distribuir latinhas como cortesias da casa.
Sim, é verdade que ativistas foram detidos para averiguação prévia no Rio antes mesmo da bola rolar. Também é verdade que manifestações em Belo Horizonte terminaram em porrada, tiro, bomba e uma biblioteca pública quebrada. Só nåo podemos esquecer que verdades são múltiplas, e o Itaquerão encerrou seu dia com um moleque de 22 anos rindo à toa – sorriso compartilhado de ponta a ponta na Rua 3.
Vai ter Copa? Está tendo, no campo e fora dele. O Brasil é tudo isso, para o bem e para o mal, mas fico feliz em perceber que, para o Neymar, o país é verde, retangular e tem quatro linhas.
rua3-3
– Eu sou o Neymar! – Eu também.
rua3-4
Até o tatu-bola fuleir… Fuleco teve seu lugar
rua3-6
Vai ter Copa. E vai ter barulho.
rua3-7
Unha e carne com a Seleção
rua3-8
“Capricha nesse penâlti, meu filho”
rua3-9
Na hora do jogo, qualquer televisão é telão
rua3-10
Fim do dia e fim de jogo na Rua 3.
* * *
As Copas são muitas, e existem mesmo para quem não tem ingresso na mão. Há a atmosfera de gritos e alegria. Um povo inteiro se veste de anfitrião. Joga bonito. E também joga-se feio. Existem desvios de verba, remoções, ausência de diálogo com a sociedade civil.
No proximo mês, vou percorrer boa parte do Brasil  – nove cidades-sede – em busca de entender como todas essas histórias coexistem e se desenrolam – às vezes dentro de uma mesma pessoa.
mapa
No Google Maps não parece tão complicado.
A missão, batizada de “PapodeCopa”, é ouvir, apreender e falar. Se tudo correr bem, entre texto, fotos e diálogos na caixa de comentários, teremos uma conversa sobre Brasil, futebol e pessoas.
Ismael dos Anjos

É mineiro, jornalista, devoto de Hunter Thompson e viciado em internet. Quanto mais abas abertas, melhor.

A diferença entre uma Mulher, uma veste-saias e três veste-calças

A Mulher
A presidente Dilma Roussef sabia que seria vaiada no Itaquerão.
Por que então compareceu ao evento de abertura da Copa e assistiu o jogo Brasil x Croácia?
Porque é uma mulher de fibra, uma mulher de coragem e uma presidente que respeita e honra a liturgia do cargo e os votos dos que a elegeram.

O vestes-calças
O governador Geraldo Alckmin sabia que seria vaiado no Itaquerão.
Por que então não compareceu ao evento, nem assistiu o jogo da seleção brasileira?
Porque é um veste calças, um covarde veste calça que não respeita e desonra o cargo e os votos dos que o elegeram.

A veste-saia e mais dois veste-calças
Eduardo Campo, Marina Silva, Aécio Neves também não compareceram ao evento de abertura nem assistiram o  jogo da seleção brasileira no Itaquerão.




Florestan Fernandes Jr. - Onde estavam os covardes?

Onde estavam ontem os políticos que festejaram a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de 2014? 
Onde estavam: 

  • Lula
  • Sérgio Cabral
  • Eduardo Campos
  • Aécio Neves
  • José Serra
  • Jaques Wagner
  • Yeda Crusius
  • Cid Gomes
  • Carlos Eduardo de Sousa Braga
  • Wilma de Faria
  • Roberto Requião
  • José Roberto Arruda
  • Blairo Maggi? 
Onde estava Marina Silva que queria uma sede no Estado dela, o Acre? 
Onde estavam os prefeitos, senadores, deputados, ancoras de televisão e rádio que queriam tanto a Copa do Mundo? 
Onde estavam os prefeitos e governadores responsáveis pelas obras exigidas pela Fifa? 

Ontem, coube a uma única mulher receber toda a agressão de uma torcida rica e privilegiada que conseguiu ingressos para o jogo de abertura em São Paulo. 

Uma elite raivosa que não perde a chance de destilar seu ódio de classe, seus preconceitos e sua falta de educação. 

Parabéns, presidenta Dilma, você não se escondeu nos palácios da República como fizeram os governadores, inclusive o senhor Geraldo Alckmin.


por Florestan Fernandes Junior

Charge da Copa

Copa 2014 - Dois momentos emblemáticos

por Francisco Andrade em comentário no NassifOnline

Tumulto na rua... 
black blocs quebrando tudo.... 
Câmeras de reportagem registrando tudo.... 
De repente,  a equipe de reportagem foca num pai indignado tirando o filho, fantasiado de black bloc, da bagunça.  O pai, indignado, chamava a atenção do filho dizendo: "quando você estiver trabalhando e ganhando o seu dinheiro, pode fazer o que quiser, mas agora e dizendo isso, afastou o filho da confusão, usando a autoridade e o exemplo de um pai.
 Dentro do estádio, uma grande parcela do público, devidamente instalada na área VIP,  por diversas vezes puxou um coro ofendendo uma senhora de 61 anos...
O filho de um trabalhador, ou talvez  um pequeno comerciante mas, com certeza, um cidadão, foi corrigido em público pelo exemplo e pela autoridade de um PAI. No estádio, os filhos da elite que, ofendendo uma senhora que havia viabilizado a festa que estava acontecendo, destilavam todo o preconceito, a falta de educação,  e o ódio de classe, resultado da baixa qualidade humanística e moral empregada na sua formação como seres humanos. Sentado no meu sofá, junto dos meus filhos vi aquela matilha uivante e pensei que a maioria daquela matilha, provavelmente nem sabe direito quem  é o seu pai.
Coitados!

Paulo Nogueira - o que esperamos da Copa

FIFA-World-Cup-2014-Banner
E a Copa está aí, sob uma monumental, descarada torcida contra daquele grupo pequeno e poderoso que, ao longo dos tempos, fez o Brasil ser um campeão mundial da iniquidade e hoje continua empenhado para que nada mude.
O DCM não respeita esse grupo por ver nele um formidável obstáculo ao avanço do Brasil rumo ao que chamamos de “sociedade escandinava” – libertária, feliz, igualitária.
Respeitamos, no entanto, aqueles que se opuseram à Copa por razões humanitárias e sociais. Foram eles que deram voz aos removidos para as obras da Copa, um contingente de desvalidos que o governo calcula em 25 000 pessoas e ativistas em muito mais.
O DCM estende sua completa solidariedade a cada um dos removidos – brasileiros infelizmente ainda hoje invisíveis, ignorados e desprezados.
Lembramos também, com compunção, cada um dos operários mortos nas obras que permitirão a festa que começa hoje.
Tudo isso colocado, o DCM agora está de chuteiras.
Sabemos que o dinheiro corrompeu o futebol, sabemos que a Fifa é um antro de espertalhões, sabemos que a CBF é um horror.
Mas sabemos também que milhões de brasileiros – sobretudo os mais humildes – viverão momentos de extraordinária emoção neste mês de Copa.
É, com todos os defeitos que o dinheiro em excesso trouxe, uma festa popular, democrática, na qual os mais humildes não são segregados como de hábito.
Uma vitória do Brasil pode contribuir para mitigar o espírito de vira-latas tão alimentado, por razões escusas, pelos interessados na manutenção de um país bom apenas para uma pequena fração cheia de mamatas e privilégios.
As vítimas primordiais desse bombardeio anti-Brasil são aqueles inocentes úteis que enchem a internet com comentários nos quais dizem ter vergonha do país, ao qual se referem com expressões como Banânia.
Eles aprendem estes auto-insultos com jornalistas que são, para usar uma expressão do Nobel de Economia Paul Krugman, os “sicários da plutocracia” – aquele exército de colunistas pagos para defender os interesses do 1%.
Você não constrói um país com este tipo de espírito derrotista. Você, para avançar, precisa antes de tudo acreditar que pode avançar.
A Copa pode ajudar a fortalecer a fé do brasileiro em si mesmo, e em sua capacidade de construir uma sociedade mais justa do que esta que temos, na qual o Estado tem sido babá da plutocracia.
Por tudo isso, o DCM torce para que esta seja uma grande Copa, repleta de lances espetaculares que fascinem os brasileiros – e honrem, lembremos ainda uma vez, os removidos e os operários mortos.
Paulo Nogueira
Sobre o Autor
O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.

Coisas do Brasil brasileiro

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Esta imagem acima é do estádio que só estaria pronto em 2038
diziam os brazileiros do Brazil made em USA

#VerdeamareloazulanilcolorindoBrasil


#VerdeamareloazulanilcolorindoBrasil

Leônia Teixeira 

Fernando Brito

A alegria é do povo e ela vai driblar o ódio da direita
o Brito
alegria
Cadê o caos?
Cadê  o fracasso, a incompetência, a incapacidade brasileira de fazer o maior evento esportivo do mundo, ao lado das Olimpíadas?
Pergunte, pergunte isso a todos.
Algumas pessoas reagirão com espanto.
“É, falaram tanto que ia ser um desastre”.
Outras, empedernidas, vão gaguejar “é, mas”, “ah, mas” e outras rabugices do gênero.
Tentaram de tudo para tirar do povo brasileiro uma grande alegria.
Cobraram hospitais, escolas, tudo o que jamais lhe deram, nas décadas e séculos em que, quase ininterruptamente, estiveram no poder.
Tudo era mal-feito, atrasado, desajeitado.
O Brasil era uma vergonha.
E, não obstante, o Brasil hoje é uma festa.
Com direito a brincadeira, protesto, risada, unhas roídas, vaia, aplauso, tudo o que a diversidade humana tem guardado e se solta nas horas de festa.
Que é, na frase genial de Leonardo Boff, o tempo forte da vida, onde os homens dizem sim a todas as coisas.
Em que nos aceitamos, nos irmanamos, nos soltamos para sermos todos os defeitos e qualidade que trazemos em nós.
A direita, meus irmãos, é um bicho gordo e triste.
Sua alegria é só a dos camarotes, de seu mundinho privado e privilegiado.
A alegria do povo, como a encarnou Mané Garrincha, é desarrumada, tem as pernas tortas, toma umas e outras e mais outras ainda e muitas vezes não sabe arrumar direitinho as palavras.
Mas é genial, indomável, transbordante e linda, como a destas crianças cariocas que o fotógrafo Yasuyoshi Chiba, da France Press, teve a delicadeza de captar.
Só quem não ama as pessoas pode olhar para elas sem se emocionar.
Tivemos de suportar meses e meses de tristeza e do coro dominante da tristeza.
Mas agora a alegria vai inundar tudo isso.
E o povo brasileiro estará feliz, feliz como queremos que viva todos os dias, todos os anos, todos os séculos.

Verde, amarelo, azul anil, colorindo o Brasil

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Itaquerão e Seleção Brasileira estão prontos para estreia na Copa

Danilo Borges/Portal da Copa
Seleção reconheceu gramado da Arena Corinthians. Danilo Borges/Portal da Copa
Dentro do campo, apenas treinos físicos, de bola parada e troca de passes no centro do gramado para a Seleção Brasileira. Suficiente para a alegria dos voluntários na Arena Corinthians, que também tinham poucos ajustes a preparar no palco de abertura da Copa do Mundo 2014. Como garantiu o técnico Luiz Felipe Scolari, nesta quarta-feira (11), todos estão prontos para a enfrentar a Croácia, nesta quinta-feira (12), no pontapé inicial.
O time conhecido pela camisa Canarinho treinou com roupa nova e diferente. Cor verde-musgo, com detalhes em amarelo. Depois dos 30 minutos da entrevista coletiva, eles fizeram o tradicional reconhecimento de gramado por quase uma hora, no qual enfatizaram as repetições de bola parada, como faltas e pênaltis. Neymar foi o protagonista, tanto de fato nos tiros livres, como na atenção dos poucos fãs presentes.
A torcida mesmo fazia a festa do lado de fora. Mesmo sem acesso ao estádio, liberado apenas nesta quinta-feira (12) para quem comprou ingressos do jogo, brasileiros e turistas de várias partes do mundo já marcaram presença na Arena Corinthians para sentir o clima de Copa na véspera. Já chegou a hora do Mundial, como analisou o camisa 10 da Seleção.
“Chegou o momento em que todos os brasileiros e o mundo esperavam e, principalmente, nós jogadores e comissão técnica”, afirmou Neymar, numa mensagem parecida a do seu comandante. “Chegou a hora. Vamos todos juntos. É o nosso Mundial”, disse Felipão.
Brasil e Croácia jogam nesta quinta-feira (12), pela primeira partida do Grupo A da Copa, às 17h. Antes, às 15h, a Arena Corinthians testemunha o show da Cerimônia de Abertura do Mundial, com direito a atrações musicais e apresentações de dança.

Hoje é o dia

Lista de Convocados Seleção Brasileira 2014
Essa seleção pode não ser a melhor da história, mas talvez seja a mais simpática. A cena do Neymar correndo para resgatar o menino que estava sendo retirado de campo no treino é um exemplo. Julio Cesar pulando a cerca para dar autógrafo é outra. O sorriso de David Luiz com aquela cabeleira de anjo barroco revolta ao vento é irresistível.
Calazans e Renato, que entendem de futebol, me corrijam, se for o caso, mas acho que não há entre eles nenhum bad boy como Edmundo, nem marrento como Romário. Vamos ver como será recebida mais tarde.
O comportamento do paulista é uma incógnita para mim, pelo menos na política. A cidade e o estado estão, como se sabe, enfrentando muitas dificuldades: engarrafamentos de até 344km, violência urbana, greves, manifestações e até falta de água. Pois bem, nada disso abalou o prestígio do governador Geraldo Alckmin, que hoje venceria as eleições com 44% dos votos.
O segundo colocado, Paulo Skaf, teria 21%, e o terceiro, Alexandre Padilha, do PT, apenas 3%, segundo a pesquisa do Datafolha divulgada esta semana. Dilma em queda deve estar querendo desvendar o segredo do sucesso desse que o humorista José Simão já apelidou de “picolé de chuchu”.
Isso me lembra um colega de Simão, o casseta Bussunda, ao revelar numa enquete de jornal “o lugar mais estranho em que tinha feito amor”. As pessoas citavam: banheiro de avião, debaixo de uma escada, em cima do capô de um carro, num elevador em movimento. Ele respondeu: “São Paulo.”
Voltando ao futebol, os entendidos dizem que o time de Felipão só tem um craque, craque mesmo, que é Neymar. Os outros são bons jogadores, um ou outro até ótimo, mas que não fazem a diferença, o que não impediu, porém, que ganhasse brilhantemente a Copa das Confederações.
Quem sabe não vai acontecer agora o inverso de 78, 82 e 98. No primeiro caso, o Brasil terminou invicto, mas em terceiro lugar, e isso levou o treinador Cláudio Coutinho a se consolar com a declaração: “Somos os campeões morais.”
No segundo caso, a seleção de Telê Santana, de craques como Sócrates, Zico, Falcão, Júnior, Roberto Dinamite, grande favorita, também perdeu. O futebol-arte foi derrotado por três gols do italiano Paolo Rossi. E a de 98, que tinha tudo para ganhar, não fossem a polêmica convulsão de Ronaldo Fenômeno e o apagão do time, goleado pela França por 3 a 0.
Torço para que o resultado de amanhã seja pelo menos o mesmo do jogo contra a Sérvia, em que o Fluminense venceu por 1 x 0. Falando nele, consta que Fred comprou um apartamento na rua onde mora Alice, minha neta tricolor de 4 anos e sete meses. Metida como é, deve estar achando que é por causa dela.
por Zuenir Ventura

Não quero ser o melhor, quero ser campeão, Neymar

Neymar Jr
Com esta frase Neymar demonstra qual o espírito dele e o dá seleção brasileira 

Charge do dia

Corrigindo os coxinhas

A Copa das Copas

A partir desta quinta-feira, os olhos e os corações do mundo estarão voltados para o Brasil. Trinta e duas seleções, representando o melhor do futebol mundial, estarão disputando a Copa do Mundo, a competição que de quatro em quatro anos transforma a todos nós em torcedores.

É o momento da grande festa internacional do esporte.  É também o momento de celebrarmos, graças ao futebol, os valores da competição leal e da convivência pacífica entre os povos. É a oportunidade de revigoramos os valores humanistas de Pierre de Coubertin. Os valores da paz, da concórdia e da tolerância.

A “Copa das Copas”, como carinhosamente a batizamos, será também a Copa pela paz e contra o racismo, a Copa pela inclusão e contra todas as formas de preconceito, a Copa da tolerância, da diversidade, do diálogo, do entendimento e da sustentabilidade.

Organizar a Copa das Copas é motivo de orgulho para os brasileiros. Fora e dentro de campo, estaremos unidos e dedicados a oferecer um grande espetáculo. Durante um mês, os visitantes que estiverem em nosso país poderão constatar que o Brasil vive hoje uma democracia madura e pujante.

O país promoveu, nos últimos doze anos, um dos mais exitosos processos de distribuição de renda, aumento do nível de emprego e inclusão social do mundo. Reduzimos a desigualdade em níveis impressionantes, elevando, em uma década, à classe média 42 milhões de pessoas e retirando da miséria 36 milhões de brasileiros.

Somos também um país que, embora tenha passado há poucas décadas por uma ditadura, tem hoje uma democracia vibrante. Desfrutamos da mais absoluta liberdade e convivemos harmonicamente com manifestações populares e reivindicações, as quais nos ajudam a aperfeiçoar cada vez mais nossas instituições democráticas.

Em todas as 12 cidades-sedes da Copa, os visitantes poderão conviver com um povo alegre, generoso e hospitaleiro. Somos o país da música, das belezas naturais, da diversidade cultural, da harmonia étnica e religiosa, do respeito ao meio ambiente.

De fato, o futebol nasceu na Inglaterra. Nós gostamos de pensar que foi no Brasil que fez sua moradia. Foi aqui que nasceram Pelé, Garrincha, Didi e tantos craques que encantaram milhões de pessoas pelo mundo. Quando a Copa volta ao Brasil depois de 64 anos é como se o futebol estivesse de volta para a sua casa.

Somos o País do Futebol pelo glorioso histórico de cinco campeonatos e pela paixão que cada brasileiro dedica ao seu clube, aos seus ídolos e a sua seleção. O amor do nosso povo por esse esporte já se tornou uma das características de nossa identidade nacional. Para nós o futebol é uma celebração da vida.

Em nome de 201 milhões de brasileiras e brasileiros, estendo as boas-vindas aos torcedores estrangeiros e a todos os visitantes que vierem ao Brasil compartilhar conosco a “Copa das Copas”.

por Dilma Roussef

Nelson Rodrigues e a Copa

Neste ano em que o Brasil, depois de 64 anos, volta a sediar e assediar a Copa do Mundo, nada mais justo que retomar as linhas de Nelson Rodrigues, esse amante possesso, dionisíaco, do melhor futebol. Me acompanhem por favor e olhem se tenho razão. Em outra oportunidade, já escrevi que não conhecia na literatura mundial alguém que fosse tão magnífico quanto Nelson Rodrigues na crônica esportiva.
Se pensam que me enganei, curtam e amaciem na boca feito fruta rara o que Nelson Rodrigues escreveu sobre um jogo de Pelé, antes de começar a Copa do Mundo de 1958. Antes. Para não dizê-lo um profeta, devo dizer: a sensibilidade, a genial arte de um escritor descobriu e revelou um fenômeno:
“Depois do jogo América x Santos seria um crime não fazer de Pelé o meu personagem da semana. Grande figura que o meu confrade Laurence chama de ‘o Domingos da Guia do ataque’. Examino a ficha de Pelé e tomo um susto: – 17 anos! Há certas idades que são aberrantes, inverossímeis. Uma delas é a de Pelé. Eu, com mais de 40, custo a crer que alguém possa ter 17 anos, jamais. Pois bem: – verdadeiro garoto, o meu personagem anda em campo com uma dessas autoridades irresistíveis e fatais. Dir-se-ia um rei, não sei se Lear, se ‘Imperador Jones’, se etíope. Racialmente perfeito, do seu peito parecem pender mantos invisíveis. Em suma: – ponham-no em qualquer rancho e sua majestade dinástica há de ofuscar toda a corte em derredor.
O que nós chamamos de realeza é, acima de tudo, um estado de alma. E Pelé leva sobre os demais jogadores uma vantagem considerável: – a de se sentir rei, da cabeça aos pés.
Quando ele apanha a bola, e dribla um adversário é como quem enxota, quem escorraça um plebeu ignaro e piolhento. E o meu personagem tem uma tal sensação de superioridade que não faz cerimônia. Já lhe perguntaram: – ‘Quem é o maior meia do mundo?’. Ele respondeu com a ênfase das certezas eternas: – ‘Eu’. Insistiram: – ‘Qual é o maior ponta do mundo?’ E Pelé: – ‘Eu’. Em outro qualquer, esse desplante faria rir ou sorrir. Mas o fabuloso craque põe no que diz uma tal carga de convicção que ninguém reage e todos passam a admitir que ele seja, realmente, o maior de todas as posições. Nas pontas, nas meias e no centro, há de ser o mesmo, isto é, o incomparável Pelé.
Vejam o que ele fez, outro dia, no já referido América x Santos. Enfiou, e quase sempre pelo esforço pessoal, quatro gols em Pompéia. Sozinho, liquidou a partida, liquidou o América, monopolizou o placar.
Ao meu lado, um americano doente estrebuchava: – ‘Vá jogarbem assim no diabo que o carregue!’
De certa feita, foi, até, desmoralizante. Ainda no primeiro tempo, ele recebe o couro no meio do campo. Outro qualquer teria despachado. Pelé, não. Olha para frente e o caminho até o gol está entupido de adversários. Mas o homem resolve fazer tudo sozinho. Dribla o primeiro e o segundo. Vem-lhe, ao encalço, ferozmente, o terceiro, que Pelé corta, sensacionalmente. Numa palavra: – sem passar a ninguém e sem ajuda de ninguém ele promoveu a destruição minuciosa e sádica da defesa rubra. Até que chegou um momento em que não havia mais ninguém para brilhar. Não existia uma defesa. Ou por outra: – a defesa estava indefesa. E, então, livre na área inimiga, Pelé achou que era demais driblar Pompéia e encaçapou de maneira genial e inapelável.
Ora, para fazer um gol assim não basta apenas o simples e puro futebol. É preciso algo mais, ou seja, essa plenitude de confiança, de certeza, de otimismo que faz de Pelé o craque imbatível.
Quero crer que a sua maior virtude seja, justamente, a imodéstia absoluta. Põe-se por cima de tudo e de todos. E acaba intimidando a própria bola, que vem aos seus pés numa lambida docilidade de cadelinha.
Hoje, até uma cambaxirra sabe que Pelé é imprescindível na formação de qualquer escrete.
Na Suécia, ele não tremerá de ninguém. Há de olhar os húngaros, os ingleses, os russos de alto a baixo. Não se inferiorizará diante de ninguém. E é dessa atitude viril e, mesmo, insolente de que precisamos. Sim, amigos: – aposto minha cabeça como Pelé vai achar todos os nossos adversários uns pernas-de-pau.
Por que perdemos, na Suíça, para a Hungria? Examinem a fotografia de um e outro times entrando em campo. Enquanto os húngaros erguem o rosto, olham duro, empinam o peito, nós baixamos a cabeça e quase babamos de humildade. Esse flagrante, por si só, antecipa e elucida a derrota. Com Pelé no time, e outros como ele, ninguém irá para a Suécia com a alma dos vira-latas. Os outros é que tremerão diante de nós”.

Dilma estará na abertura da Copa

A presidenta Dilma Rousseff estará presente na abertura da Copa do Mundo, dia 12, em São Paulo, na partida entre Brasil e Croácia. A informação foi confirmada hoje (9) pelo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, durante coletiva de imprensa, no Centro Aberto de Mídia, no Forte de Copacabana.
"A presidenta Dilma, com certeza, estará na abertura da Copa. Sem falta, estará lá, confirmada. E também mais de uma dezena de chefes de Estado", disse Aldo.
Segundo o ministro, há também a possibilidade de a presidenta acompanhar outros chefes de Estado em partidas de suas seleções.
O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Thomas Traumann, ressaltou que em nenhum momento se cogitou a ausência da presidenta na abertura da Copa. Segundo ele, Dilma também estará presente na partida final, no Estádio do Maracanã.
Também participaram da coletiva a ministra da Cultura, Marta Suplicy, e o governador do Rio, Luiz Fernando Pezão.
Agência Brasil

O legado da Copa, por Edmar Lima Melo

Nenhum legado é da Copa
Diz Dilma em inauguração
Pois nesse caso o legado
É só da população
Não se faz aeroportos
Arena, transporte e portos
Do tipo FIFA padrão.

Aqui no meu Ceará
Está tudo preparado
Com obras da nossa arena
Bem abaixo do orçado
A mobilidade urbana
Tá uma coisa bacana
Pra jogos com feriado.

Vamos rumo a esse hexa
Mostrar que o trauma acabou
Que da Copa de cinquenta
Tudo de ruim passou
Somos o penta do mundo
E o sentimento no fundo
É que a gente já ganhou.

Complexo de vira lata
Nossa Seleção não tem
E nessa Copa do Mundo
Não vai ter para ninguém
Vamos ganhar da Espanha
Da Itália e da Alemanha
E da Argentina também.

Nesta Copa vamos ter
O Messi contra o Neymar
Nessa luta de gigantes
Vamos ver quem vai brilhar
Mas vendo por outro lado
Tem Cristiano Ronaldo
Que pode os dois superar.

Só que Neymar tem a Bruna
Como se diz “É o amor”
E isso em Copa do Mundo
É melhor que torcedor
Qualquer um apaixonado
Com sua amada de lado
Vira um goleador.