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10 ótimas razões para votar em Aécio Neves

  1. Se você acha que o que é bom para os bancos é bom para o Brasil, vote em Aécio.
  2. Se você acha que o que é bom para Exxon, Texaco, Goldmann & Sachs e J.P. Morgan (o banco do Armínio Fraga) é bom para o Brasil, seu candidato é o Aécio.
  3. Se você pensa que os Estados Unidos são os protetores da paz no mundo e que o Brasil deve se alinhar à política norte-americana, tem mesmo de votar em Aécio.
  4. Se você acha que a educação e a saúde estariam em bem melhor situação se fossem privatizadas, apoie Aécio.
  5. Se você acha que o salário mínimo está alto demais, agravando o “custo Brasil”, vote em Aécio.
  6. Se você acha que o lugar de criança delinquente é no Carandiru, não deixe de votar em Aécio.
  7. Se você acha que os ricos, os fazendeiros, os empresários e os donos de supermercados pagam impostos demais, Aécio é seu candidato.
  8. Se você acha que o neoliberalismo demonstrou, na Europa, sua eficácia para enfrentar a crise econômica e o desemprego, Aécio é seu homem.
  9. Se você acha que a taxa de juros esta baixa demais, prejudicando os detentores da dívida pública, seu candidato é mesmo Aécio.
  10. Se você acha que a Reforma Agrária é coisa do passado e que o futuro de um Brasil moderno é o agronegócio produtor de commodities, por favor, vote em Aécio.



Se entretanto, por alguma razão obscura – ignorância, preconceito anticapitalista, esquerdismo, falta de confiança em nossas elites – você não acredita em nada disso, certamente votará na Dilma

A hora é de ocupar as ruas. E garantir nas ruas a vitória no domingo

Três pesquisas divulgadas ontem – Datafolha, CNT/MDA e Vox Populi – mais outras divulgadas entre a 6ª feira e o fim de semana pp., todas atestam o crescimento da candidatura da presidenta Dilma à reeleição. Ampliam-se, também, provam essas pesquisas, o apoio popular e a aprovação ao governo, bem como a queda da rejeição da nossa candidata, ao mesmo tempo em que sobe a do nosso adversário, o candidato da oposição demotucana, senador Aécio Neves (PSDB-MG).
Agora, então, é a hora da consolidação da maioria que temos no país, que se confirmará no voto no próximo domingo. Hora, portanto de dialogar com todos os segmentos, com a nação brasileira, e de defender nosso legado de 12 anos de governos bem sucedidos na inclusão social, na geração de empregos (mais de 20 milhões) e da renda. Hora de deixar para trás o neoliberalismo e o atraso representados pelo tucanato, pelo seu candidato Aécio neves.



Pesquisas mostram mudança, com Dilma rumo à vitória
É  hora de ir para as ruas de novo, visitar as casas e fábricas, toda a comunidade, as entidades, como tantas vezes nós do PT fizemos antes com a nossa militância que, quando mobilizada e motivada, constitui o que de melhor tem o nosso partido. É hora das carreatas, passeatas, caminhadas, hora de atos públicos, de distribuir material de campanha.
Como tantas vezes fizemos antes e em todas sempre contando com o engajamento e a participação entusiasmada da militância e dos brasileiros que nos apoiam. Hora de atos públicos como o de ontem à noite, no tradicional TUCA, teatro da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em que a presidenta Dilma foi apoiada, entusiasticamente  aplaudida, e dividiu com a militância o entusiasmo e esse momento de esperança que marca a reta final da campanha do 2º turno (vejam aqui).
Hora é de mobilização total. Vamos voltar às ruas e a todos os lugares
A hora é de conversar no trabalho, na escola, nos locais de lazer com os amigos, em todos os cantos. É hora dos abraços confiantes na vitória e no futuro.  A hora é de mostrar – e insistir nisso – as diferenças entre nós e eles, sim (e é isso que eles, tucanos e companhia, não querem) é hora de cotejar projetos, programas, a história de cada um. Não se vota sem rememorar a história – a nossa e a dos adversários, o que fizemos e o que eles fizeram e não fizeram.
É hora de ganhar votos e podemos ganhá-los expondo não apenas o que fizemos, mas também, e principalmente,  nossos planos para o Brasil. É hora da esperança e da vitória.
do blog do Zé



Rodrigo Vianna: Dilma entra na reta final com leve favoritismo

A eleição entra na última semana  com um cenário ainda indefinido. Mas agora já não há “ondas” no horizonte. Em agosto, tivemos a “onda verde” de Marina. Depois, a “onda azul” de Aécio – que foi basicamente uma onda antipetista com forte sotaque paulista.
E a “onda vermelha” de Dilma? Não houve. Nem haverá. Mesmo assim, ela é quem entra na reta final com leve  favoritismo. Explico…
Ao contrário do que indicam as aparências, foi a campanha de Dilma quem ditou o ritmo do segundo turno. Na primeira semana, Aécio despontou com força, e tentou criar um clima de “fato consumado”: seus aliados chegaram a divulgar pesquisas falsas com o tucano bem à frente. Era fábula. E o PSDB parece ter acreditado na fábula, descuidando-se do mundo real.
Aécio contava com o bombardeio midiático contra Dilma no caso Petrobras. E ele veio. Por isso, o candidato passou dez dias “olímpico”, enquanto a Globo batia em Dilma. Mas, ao mesmo tempo, o PT desconstruía Aécio; e os próprios tucanos paulistas expunham seu elitismo e preconceito – com ataques ao Nordeste e ao povo mais pobre.
Eram dois movimentos simultâneos, em sentidos opostos. Na campanha oficial – midiática – Aécio parecia ter vantagem: tinha a Globo e mais seus dez minutos em horário nobre. Dilma tinha apenas seu horário na TV.
O que favoreceu Dilma? O mundo real, e a militância.
A campanha de “desconstrução” não pegaria em Aécio se ele fosse um candidato consistente. Ficou claro que não é. E tem enormes telhados de vidro na vida pessoal.
Mas o PSDB cometeu também o erro da soberba: FHC dizendo que PT tem só o voto “desinformado” fez coro com os tucanos paulistas berrando contra “nordestinos ignorantes”. Isso tudo criou no Nordeste (e entre os muito pobres de São Paulo, Rio e BH) uma muralha que segurou a onda aecista. Vi porteiros, frentistas e ambulantes dizendo nas últimas semanas: “está na cara que Aécio é candidato pra rico”.
Um amigo, que é do PSD de Kassab (portanto, está a meio caminho entre PT e PSDB), resumiu assim os fatos: “a campanha estava pra ele. Mas equilibrou tudo com as pancadas e o salto alto. Ele entrou de salto alto na Band, e dançou”.
Aécio acreditou que Dilma era uma idiota, uma “anta”, como dizem os sutis tucanos de São Paulo. Acreditou, e caiu do salto alto. Foi uma queda leve. Mas doeu.
No dia 14, Dilma começou a reagir, recuperando terreno. Aí, foi Aécio quem decidiu partir pro ataque. Perdeu as estribeiras no debate do SBT, mostrando dificuldades para lidar com as mulheres de igual para igual.
A partir dali, Aécio seguiu batendo, e Dilma reassumiu o papel de “técnica”, mostrado no último debate – na Record.
Resumo: Dilma bateu, Aécio achou que já tinha ganho. Quando o tucano foi reagir errou a mão. E Dilma mostrou-se mais serena. Só isso explica porque a rejeição de Aécio, em duas semanas, ultrapassou (levemente) a rejeição de Dilma (que apanha há 4 anos, sem parar).
Esse movimento pode ser decisivo para conquistar os indecisos. Por isso, digo que Dilma entra na reta final com leve favoritismo.
Fora isso, há o mapa eleitoral.
Aécio deve abrir boa frente em São Paulo (6 a 7 milhões), Sul (2 a 3 milhões), Centro-Oeste (1 a 2 milhões). Tudo isso, dá ao tucano cerca de 11 milhões de frente.
Mas só no Nordeste Dilma equilibra esse jogo, obtendo vantagem de 11 milhões – talvez um pouco mais.
No Norte do país, o PT projetava uma vantagem de mais de 1 milhão de votos para Dilma – que não deve se confirmar. Com segundo turno para governador no Pará e no Amazonas, Aécio colou seu nome a candidatos que estão fortes. A tendência é uma diferença de 500 mil votos apenas para Dilma, na soma dos dois estados.
Tudo isso indicaria uma pequena vantagem para Dilma. Mas ainda faltam Minas, Espirito Santo e Rio.
A tendencia é algo muito próximo de um empate em Minas. Na soma com Espirito Santos, talvez Aécio leve algum saldo positivo.
O Rio é que pode decidir. E lá há um leve favoritismo para Dilma.  O tucano deve ganhar na capital (Zona Sul, Zona Norte e Barra – especialmente) e no sul do Estado. Mas perde feio na Zona Oeste, na Baixada e no Norte do Estado.
O PSOL tem papel fundamental no Rio. E é significativo que Marcelo Freixo tenha ido à TV apoiar Dilma. Jean Willis está muito ativo nas redes sociais e tem participado de atos com a juventude no Rio e em São Paulo. Mostra que o PSOL amadurece. Bom sinal.
Se a (leve) vantagem para Dilma no Rio se confirmar, e se o PT recuperar um pouco do terreno perdido na periferia de São Paulo (reduzindo a vantagem aecista no Estado – de 7 milhões, para menos de 6 milhões), Dilma tende a vencer.
Brasil afora, há um movimento de baixo pra cima de apoio a Dilma. Não parte do PT propriamente. É um sentimento difuso de que Aécio representa uma onda conservadora, quase fascista, que deve ser barrada. Desde 89, eu não via tanta iniciativa militante nas ruas.
Mas Aécio está no jogo, e tem aliados poderosos na Justiça e na Mídia – além de uma militância de classe média com sangue nos olhos.
A última semana ainda guarda golpes midiáticos. A Globo e  aparato judiciário tucano vão agir. Não tenham dúvidas.
Mas minha impressão é de que nenhuma “onda” mais vai-se criar. Será eleição decidida no conta-gotas, voto a voto. Abstenção (se for alta no Nordeste e no Rio) pode atrapalhar Dilma.
Contra os tucanos, há a água que acaba em São Paulo. E a favor de Dilma, ainda há o Lula.
Façam suas apostas.
Minha avaliação, hoje, é de vitória de Dilma – com uma diferença entre 500 mil e 1,5 milhão de votos.

Agora, Dilma somos nós

Com as campanhas sob censura a pedido de Aécio, cresce a importância dos multiplicadores pelas redes

 Estamos na semana mais importante da história do Brasil neste desafiador Século XXI.  
De olho muito mais no que poderá vir de um novo governo Dilma oxigenado pela inquietação das ruas, pelas exigências de mudanças que levaram milhões a aguerridos protestos, o sistema de dominação de classes e preservação da pirâmide social injusta está jogando toda a sua máquina mortífera para eleger um celerado forjado na estirpe do sangue azul da política: um "herdeiro" que fez sua fortuna à sombra do patrimonialismo, ao ponto de construir com dinheiro público aeroporto em fazenda da família, isso depois de fazer o percurso da improbidade mais imoral.

Aos 17 anos, enquanto surfava em Ipanema, onde tem residência lúdica, recebia salário da Câmara Federal como fantasma do gabinete do próprio pai, um deputado federal medíocre do partido do sim, senhor da ditadura. Aos 25 anos já ocupava por INDICAÇÃO POLÍTICA o cargo de di retor da Caixa Econômica Federal.
 
Ao longo de seu envolvimento com os podres poderes esse desequilibrado dado a atos insanos (e mais outros) foi o que restou ao sistema para assestar o mais pérfido golpe para trazer de volta os insaciáveis grupos cuja maior marca foi a de 8 anos de privatizações-doações, junto com o lixo da ditadura que não aceita qualquer menção aos seus crimes hediondos, com ocultação de cadáveres, isto é, o desmascaramento para a história de um regime que fez da violência institucional sua base de sustentação.  
 
Não se iluda: há milhões de moeda sonante envolvidos nessa operação de retrocesso, há mercenários capazes de tudo, há um jogo de manipulações da mentira, inclusive com divulgação de pesquisas destinadas a influir na decisão dos eleitores, há expedientes torpes, há de tudo, por que derrotar Dilma é uma obsessão estratégica do sistema internacional, como escancarou a revista britânica The Economist, bússola do sistema financeiro internacional.
 
Por fim, já no apagar da luzes, esse mesmo poderoso esquema aterrorizou o próprio TSE e o obrigou a engessar a campanha, com o que Dilma não pode falar sequer do público e notório, como a construção do aeroporto no terreno da família e a noite em que o "presidenciável" se recusou a soprar o bafômetro numa blitz da Lei Seca no Rio de Janeiro, quando dirigia com carteira de motorista vencida.

Essa decisão sem precedentes foi objeto de um lúcido artigo de Jânio de Freitas na Folha de São Paulo:

"A partir de uma apelação de Aécio Neves, o Tribunal Superior Eleitoral tomou duas decisões que caracterizam censura à liberdade de informação jornalística e à liberdade pessoal de expressão, mesmo que para expor fatos. É no mínimo duvidoso que o TSE disponha de poderes para impor as duas medidas, que se incluiriam em atribuições do Congresso e, até onde se pode saber fora dos doutos tribunais, opõem-se a princípios da Constituição".

Com a propaganda eleitoral sob censura, só resta o "boca a boca" dos que não querem a volta ao império do sistema financeiro internacional, através do já brasileiro-norte-americano Armínio Fraga, um  dos mais fiéis serviçais do megaespeculador George Soros, cujo  Soros Investment Fund, passou a gerenciar em Nova York, depois de sua primeira passagem pelo Banco Central, ainda como diretor de assuntos internacionais do Banco Central. Foi de lá que foi catapultado para voltar ao BC em 1999, já como presidente e todo poderoso gestor da macroeconomia.

Dilma Indignada - Fhc fez escola




Diálogo da presidente Dilma Roussef com assessores num dos intervalos do debate da Record ontem (19/10)

- Gente, é horrível ter de debater com uma pessoa dessa. Ele faz uma pergunta sobre a morte de milhares de brasileiros causadas pela violência, uma coisa seríssima. Confiro os dados, vou apresentar minhas propostas e quando olho para o meu adversário ele está sorrindo, como se fosse a coisa mais engraçada do mundo. Sinceramente...Fhc fez escola.



Por que os debates agressivos são bons para a sociedade

Vi que alguns blogueiros progressistas ficaram chocados com o que seria o baixo nível do debate no SBT.

“Se Aécio e Dilma tiverem bom senso, estão com vergonha deste debate”, escreveu Leonardo Sakamoto.

“Todos perderam em um circo de horrores”, disse Nassif.

“Quem escreve agora não é o blogueiro, é o cidadão. Estou cansado de ver brigas entre Dilma e Aécio. Quero propostas”, afirmou Eduardo Guimarães.

Discordo inteiramente. Discordo 100%. Melhor: discordo 200, 300%.

A importância de um debate está em permitir ao leitor que conheça os candidatos. A alma dos candidatos, quero dizer.

Pope disse que não existe nada tão relevante, na história da humanidade, do que o estudo da essência do homem em si.

E nisso os debates, particularmente o de ontem, têm sido extraordinariamente ricos.

Conheça o homem, ou a mulher, e você terá plenas condições de votar com consciência.

Acho até engraçado esperar que se formulem propostas para um país em dois minutos para o adversário rebatê-las em um minuto, sob o cerco implacável dos moderadores.

Você não discute sequer o seu casamento, ou namoro, em um minuto, que dirá os caminhos da educação ou da saúde, os remédios para a economia ou para o meio ambiente, e por aí vai.

Mas em instantes, em fragmentos de instantes, você capta a alma do candidato, e isso acontece em geral em situações de tensão e confronto, quando a guarda está mais baixa e o nhenhenhém diplomático se esvai.

Vou falar de mim, pessoalmente.

Paulista, não conhecia Aécio. Ou conhecia superficialmente. Era, para mim, essencialmente, apenas um playboy, mais presente no Rio do que em Minas.

Os debates me mostraram que ele é muito mais que um playboy.

É um clássico demagogo: fala com desenvoltura e aparente segurança, mas não tem o menor pudor em mentir, simular indignação e tergiversar.

Se você espremê-lo, não vai sair uma gota de sinceridade.

Junte, por exemplo, todas as explicações que ele deu sobre o aeroporto de Cláudio. Não sobra uma linha que convença alguém de que aquilo não foi uso de dinheiro público para fins privados.

Repita o procedimento para o caso do nepotismo serial, algo particularmente grave para quem deu para falar compulsivamente em meritocracia.

Outra vez, não há nada de substantivo em suas perorações sobre o assunto.

Ardilosamente, ele quis no debate do SBT confundir os eleitores ao comparar sua irmã com o irmão de Dilma.

Não poderia haver duas situações mais diferentes. Mas Aécio não se constrange em misturar coisas para enganar os eleitores mais ingênuos.

Estes podem pensar, como disse Aécio numa frase certamente estudada, que Andrea Neves trabalha sem ganhar e Igor Rousseff ganha sem trabalhar.

Mas é uma falácia – e ele sabe que é. Mas isso não o detém.

Procure também uma justificativa decente sobre o dinheiro público posto em seu governo em rádios da família.

Você não vai encontrar. Sequer vai saber qual o montante, e isto partindo de um candidato que se diz um campeão da honradez e da transparência.

Vamos ser diretos: é abjeto político ser dono de concessão pública como rádio. É um palanque que funciona todos os dias, e todas as horas.

A questão do bafômetro, posta ontem, mereceu uma resposta que, no Twitter, alguém classificou como “a frase do debate”.

Aécio afirmou que não se submeteu ao bafômetro “inadvertidamente”. É uma das desculpas mais fajutas que alguém já apresentou na história da República.

Passemos a Dilma.

Ela está longe de ser uma campeã de oratória, uma réplica de Cícero, Demóstenes.

Mas, por não ser demagoga como Aécio, transmite muito mais sinceridade, ainda que tropece, aqui e ali, em algumas frases e cite demasiadamente números, um recurso enfadonho para o espectador.

Com seu jeito simples, nada afetado, Dilma consegue mostrar que seu projeto de governo dá foco aos desvalidos, aos excluídos, aos miseráveis.

Com sua fala de demagogo, Aécio tenta esconder – sem conseguir — que seu compromisso é com a plutocracia que fez o Brasil ser o que é, um campeão mundial da desigualdade.

Não teríamos um quadro tão claro quanto este não fossem os debates acirrados – daí meu elogio entusiasmado a eles.

Sobre o Autor

O jornalista Paulo Nogueira é fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.
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Para frente ou para trás? Você decide!

O destino do Brasil está em nossas mãos. Avançar ou retroceder? 
por Pedro Porfírio


Nunca foram tão claras, desde os idos tenebrosos da ditadura militar, devedora de centenas de mortos e cadáveres ocultos, as diferenças entre os caminhos almejados para o Brasil nestas eleições presidenciais.  


 À margem da avaliação de cada candidato, impõe-se o pleno conhecimento dos desdobramentos das eleições presidenciais deste ano: não carece usar lupa, nem mesmo óculos de grau: de um lado estão os que querem mudanças que beneficiem o povo brasileiro e assegurem maior poder decisório a todos, contestando o modelo político de operadores profissionais, em que uma inescrupulosa maioria parlamentar age exclusivamente no seu interesse pecuniário: de outro lado estão os que querem se aproveitar do sentimento de mudança para promover o retrocesso aos tempos do salário mínimo de menos de 100 dólares, das escolas superiores fechadas aos que não fossem das elites privilegiadas, preservando a qualquer custo a pirâmide social de castas.
O retrocesso apregoado sob o manto do neoliberalismo a gente sabe como começa, mas não tem como imaginar seus desdobramentos.
Ainda está na memória dos brasileiros a enorme frustração do governo de Fernando Collor, "o caçador de marajás", que levou o povo ao desespero com o confisco de seus depósitos bancários, da poupança e dos investimentos.  Essa receita não é muito diferente da ministrada hoje pelas correntes conservadoras, tendo à frente Armínio Fraga, já apontado como ministro da Fazenda de Aécio Neves, cujos vínculos com a especulação internacional se sustentam, inclusive, em sua dupla nacionalidade: em um novo fracasso, ser-lhe-á fácil pegar o jatinho particular e retornar aos Estados Unidos, cuja cidadania desfruta.
Para o seu entendimento isento, apenas como patriota e democrata, publicamos aqui dois documentos: o manifesto dos intelectuais e artistas e a posição oficial do Clube Militar, cidadela assumida dos nostálgicos da ditadura que não queremos admitir nunca mais.
Deixo a ser encargo a decisão. Só peço que se liberte dos seus ressentimentos pessoais, de sua dependência tétrica de um atavismo plasmado na sociedade dos demasiadamente desiguais, sociedade que se tornou anacrônica com a disseminação da informação e das tentações consumistas. Insistir em manter o abismo social selvagem torna infrutífera qualquer medida de Estado, seja no campo da segurança, seja no incentivo ao crescimento econômico: neste caso, lembre-se que não há crescimento sem mão de obra qualificada e remunerada dignamente, sem garantia de acesso a todos ao pleno conhecimento


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Veja os dois documentos:
 Leia matéria completa clicando em  Para frente ou para trás? Você decide  BLOG DO PORFÍRIO. 

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Luis Nassif - Aécio terá que enfrentar a contra onda

ou - é o cipó de aroeira no lombo de quem só sabia mandar -

A onda Aécio Neves começou na véspera e no dia da votação do primeiro turno. Cresceu, parecia irresistível e não se sabia aonde iria parar. Poderia ficar muito acima de Dilma, ou parelha.
Ficou parelha, levando os os grupos de mídia tentaram buscar um segundo salto em cima dos seguintes fatos:
1.     Com a ajuda dos Procuradores do Paraná e do juiz Sérgio Moro, os depoimentos seletivos de Paulo Roberto Costa.
2.     A adesão estrepitosa de Marina Silva e da viúva de Eduardo Campos.
As denúncias monopolizaram a discussão política por vários dias. Os grupos de mídia hipervalorizaram a adesão do PSB, sem dar destaque às reações internas; transformaram em pacto programático o suicídio político de Marina Silva, com pouco destaque para os protestos da cúpula da Rede.
Com todo esse investimento, Aécio não saiu do lugar. De lá para cá houve estabilização nas pesquisas – dois pontos a mais para Aécio no Ibope e Datafolha; dois a mais para a Dilma no Vox Populi; o resto não conta.
Superados os dois momentos pró-Aécio, ele terá agora que enfrentar a contraofensiva, com dois pontos altamente sensíveis:
1.     Nos debates da Band, entrou em uma estratégia de alto risco: toda denúncia ou crítica levantada por Dilma era rebatida com indignação – a ponta de taxa-la várias vezes de leviana. Sempre a mesma resposta. Nesse ponto mostrou ter assimilado à risca o estilo José Serra de sofismar: primeiro, mostre indignação; depois, transfira a responsabilidade para fatores externos, de preferência para o governo federal. Em um próximo debate, bastará uma comprovação cabal de que Aécio blefou para sua muralha de negativas ruir.
2.     A crise da água em São Paulo já está explodindo. Justamente no centro que representa o eleitorado mais pró-Aécio.
Como já antecipei algumas semanas atrás, o caso água representará para Geraldo Alckmin o mesmo que a desvalorização cambial para o segundo governo FHC. Rompe definitivamente a blindagem do governador. Nos próximos meses, haverá a dissecação honesta do seu governo, comprovando ter sido um dos mais desastrosos da história de São Paulo.
Se a campanha de Dilma souber aliar a crise de São Paulo com as promessas de campanha de Alckmin e, pelo veio do PSDB, chegar até Aécio, conseguirá desconstruir a candidatura Aécio.
Há pouco tempo de campanha pela frente e certamente os grupos de mídia tratarão de adiar a hora da verdade. Mas não poderão  bater de frente com os fatos.
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Rodrigo Vianna: Empate técnico no Ibope e Datafolha mas,

Vento sopra a favor da presidente Dilma Roussef

Vamos falar francamente: qual a probabilidade estatística de que duas pesquisas, de dois institutos diferentes, ao longo de duas semanas, tragam resultados absolutamente idênticos?

Estamos falando de um país imenso feito o Brasil. Estamos falando de uma pesquisa DataFolha que ouviu quase 10 mil pessoas, e de um levantamento do IBOPE que entrevistou cerca de 3 mil eleitores…

Ao fim e ao cabo, os dois institutos cravam resultados absolutamente iguais: uma semana atrás, Aécio tinha 46% e Dilma 44%. Agora (dia 15 de outubro), Aécio tem 45% e Dilma 43%.

Quando chegamos aos votos válidos, temos 51% a 49% tanto no DataFolha quanto no IBOPE.

Sempre com o tucano levemente na frente – pra manter algum otimismo nas hostes tucanas.

Hum…

Tirando isso, a tendência é de empate mesmo. Mas chama atenção que não haja nenhuma diferença entre os dois institutos, nenhum fiapo. Nada. Depois de apanhar, com tantos erros no primeiro turno, DataFolha e IBOPE estão agora jogando juntos. Se errarem, erram juntos.

Mas, afinal, como errar? Se há empate, ninguém se compromete. Se Dilma aparecer à frente no dia 26, está tudo em casa: margem de erro. Se Aécio ganhar, melhor ainda: vitória para o candidato da Globo.

A essa altura, depois de uma semana de bombardeio midiático contra Dilma, e depois das adesões do PSB, da família Campos e de Marina Silva ao tucanato, esperava-se que a “onda azul” ganhasse força. Isso não se confirmou.

Semana passada, eu já apresentara o mapa do voto, região por região (clique aqui para ler). Apontava que tudo indica uma eleição duríssima, que deve-se decidir no Rio – estado com o eleitorado mais fluído, menos marcadamente petista ou tucano. O texto foi publicado antes das primeiras pesquisas DataFolha e IBOPE do segundo turno – que contrariaram expectativas tucanas e mostraram empate.

O quadro segue o mesmo.

Mas agora há alguns dados a acender sinal amarelo para Aécio: a rejeição dele subiu 4 pontos em uma semana, segundo o DataFolha. Bateu em 38%, quase idêntica à rejeição de Dilma (42%) – que apanha sem parar há 4 anos.

De outra parte, a aprovação ao governo Dilma subiu para 43% – diz o IBOPE. Isso apesar do bombardeio contra ela.

Tudo isso leva a crer que até o fim-de-semana Dilma terá virado o jogo, ainda que por margem muito estreita. Blogueiros tucanos do G1 já tocam o alarme na campanha tucana… Ainda mais porque Dilma acertou golpes duros em Aécio durante o debate da Band.

Ainda assim, o equilíbrio seguirá. Não haverá uma onda Dilma. Nada disso. Dilma, se ganhar, terá obtido a vitória no conta-gotas – conquistando voto a voto.

MAPA DO VOTO

Analisando os cenários, estado por estado, temos um país absolutamente dividido – com o seguinte quadro:

- Aécio deve abrir vantagem de 11 milhões de votos confirmar a dianteira folgada em São Paulo (7 milhões), Sul (2,5 milhões) e Centro-Oeste (1,5 milhão).

- Dilma equilibra o jogo com uma frente de 11,7 milhões de votos obtidos no Nordeste (10,5 milhões) e no Norte (1,2 milhão).

Há duas incógnitas: Minas e Rio.

Aécio deve ganhar – com diferença pequena (inferior a 500 mil votos) - em Minas. E Dilma tende a ganhar (também por margem estreita, cerca de 500 mil votos) no Rio.

Isso tudo indica um equilíbrio extremo.

O que pode pesar no resultado final?

Se o PT aumentar a diferença no Nordeste, e reduzir um pouco a diferença em São Paulo (a crise da água pode levar eleitores de áreas mais pobres do Estado – que apoiaram Marina – a migrar para o voto nulo ou até para Dilma no segundo turno), a balança pesa para o lado de Dilma.

Se Aécio consolidar São Paulo, e ainda abrir vantagem em Minas (conseguindo vantagem superior a 1 milhão de votos), a balança pende para o lado dele, e aí o PSDB pode vencer.

Uma nova investida midiática contra Dilma não está descartada na reta final. Mas o PT guarda munição pesada contra Aécio.

Abstenções altas no Nordeste ou em São Paulo tendem ainda a ter um peso decisivo.

Minha aposta, mantido o quadro atual: Dilma vence, com uma margem entre 200 mil e 2 milhões de votos.

Os institutos de pesquisa seguirão dando resultados idênticos? Talvez precisem corrigir nos próximos dias a estatística para um nível ainda mais dramático: 50% a 50%.

Pra eles, a melhor aposta talvez seja essa: o empate total.

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Aécio emprega a família dele. Dilma emprega 123 mil brasileiros e brasileiras

No acumulado do ano até setembro, a geração de emprego com carteira assinada somou 730.124

Nesta quarta-feira (15), a Presidenta Dilma Rousseff comentou os dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados hoje. “Nós geramos 123.785 empregos em setembro, diante de uma crise internacional. Só no meu período de governo, criamos mais de 5 milhões de empregos formais. Nós vivemos uma situação diferente. E nós criamos empregos em todas as áreas. Só caiu em extrativa mineral e agricultura por causa da sazonalidade”, disse Dilma, em São Paulo, sobre os empregos formais criados.

Ainda sob o clima do debate da última terça-feira (14), realizado pela Band, a Presidenta voltou a fazer duras criticas ao adversário Aécio Neves (PSDB), que disse ser vítima de mentiras do PT. A candidata à reeleição afirmou que o tucano quer evitar o confronto das candidaturas.

“Eu posso receber tudo o que é critica, escutar barbaridades e ter de achar que isso faz parte da democracia. Agora, o candidato não está acostumado a receber críticas porque tinha uma certa ‘blindagem’ quando foi governador de Minas”, opinou a petista.

“Acho que ele pensa que se ficar dizendo que está sendo perseguido, nós vamos deixar de confrontar os números dele. Não admito que se fale mentiras. Eu quero confrontar realidade com realidade, proposta com proposta. Porque o povo brasileiro merece”, continuou a Presidenta.

A questão surgiu após a petista revelar que a gestão de Aécio à frente do governo de Minas não investiu o que manda a Constituição Federal na Educação e na Saúde. “Quero registrar que todos os dados que eu falei são provados. Eles devem 7,6 milhões em saúde e R$ 8 milhões em educação. Não é conta da minha campanha, é do Tribunal de Contas do Estado”, ressaltou.

Como ontem, Dilma cobrou explicações do senador sobre a construção de um aeroporto em Cláudio (MG), em terras que pertenciam à família de Aécio, além de dados apresentados por ele sobre taxa de homicídios. “Quanto aos aeroportos de Cláudio e Montezuma (MG) estão nos jornais. Durante o governo Aécio, acresceu as taxas de homicídios, está no Mapa da Violência. Agora, todos os dados que eu falei são comprovados. Está tudo no site do Tribunal de Contas do Estado de Minas Gerais. Eles tiveram que assinar um termo de ajuste de gestão, porque não investiram o mínimo em saúde e educação”, prosseguiu a Presidenta.

Durante o embate na Band, a candidata sugeriu que os eleitores visitassem o site do Tribunal de Contas de Minas Gerais para obter informação sobre as acusações feitas por ela contra o oponente, porém, o endereço eletrônico ficou por horas fora do ar. “Se não conseguirem entrar no site do Tribunal de Contas, tem no meu site”, lembrou..

Por fim, a petista também falou sobre nepotismo, assunto abordado na última noite. “Ele tem vários parentes contratados. Aqui no governo federal é nepotismo. Inclusive, quero lembrar a vocês de olhar os sites. Nós temos uma dura lei contra nepotismo. Houve uma clara decisão no sentido de que não se deve contratar parente . Eu tenho uma retaguarda, que é o que eu fiz na vida”, falou, para finalizar: “Ele tem que explicar quanto de recursos foi passado para rádios da família do governador”, pediu.

No dia do professor, Dilma participa de ato com representantes dos profissionais. Abaixo, outras frases da Presidenta:

Todo mundo que quer ser presidente da república tem que debater

Acho surpreendente que essas discussões não sejam feitas de forma clara

Eu tenho números para confrontar

Ele chega a dizer

Não gosto do tom que ele fala. Eu quero que ele prove onde estão as mentiras. Assim, a gente discute.

Por que é importante saber que ele deve R$ 8 bilhões para a saúde e R$ 7 bilhões à educação?


Não é correto ele achar que pode falar tudo e nós não podemos falar nada.

Talvez o candidato seja assim porque tenha sido protegido a vida inteira


Eu acho que o Brasil tem que valorizar e a educação deve estar no centro de tudo

Para garantir que essa desigualdade se reduza e que modifique a distribuição de renda do Brasil é só através da educação

Todos nós que queremos a valorização do professor tem que entender duas dimensões: é importante ter salários adequados para os professores. No Brasil, faltam professores de matemática, física. E o país tem que transformar os professores em graduados ou pós-graduados

A educação tem um componente transformador e de construção do futuro muito grande

Nós demos um passo imenso quando aprovamos a lei que destina 75% dos royalties do petróleo para a educação

Boa notícia é que cresceu emprego em todas as áreas

No início desse ano, o G-20 divulgou q tem 100 milhões de desempregados no mundo

Alisson Matos, editor do Conversa Afiada



Política: por Cesar Maia

Dilma Roussef x Aécio Neve (PT x Psdb) por que o que mais os distingue está fora do debate?

Se olharmos para frente, para depois da eleição presidencial e, por hipótese, compararmos o que seriam as políticas públicas de Aécio e de Dilma, e graduarmos cada uma delas em mais ou menos para um e para outro, que política os distinguiria mais?
      
Certamente as diferenças seriam maiores ou menores conforme o tema: economia, inclusão social, educação, saúde, transportes, infraestrutura, política fiscal, política financeira, política ambiental, cambial, gestão, etc.
       
Mas restam poucas dúvidas que um tema oporia um e outro governo de forma radical, em cento e oitenta graus: suas políticas exteriores.
       
De um lado, Dilma e seus parceiros bolivarianos, suas provocações aos Estados Unidos, a questão do Oriente Médio, do Irã, as declarações sobre o terrorista EI na ONU, a Rússia no caso da Ucrânia, etc.
       
Do outro lado, Aécio que, para facilitar, adotaria posturas e políticas diametralmente opostas em todos estes temas e focos. As declarações dos ex-diplomatas e principais assessores em política externa de Aécio não deixam qualquer margem a dúvidas.  E dizem, falam e escrevem sobre isso de forma transparente.
       
E por que a política externa e as relações exteriores estão fora da campanha eleitoral? Há três possibilidades para tentar entender esse aparente mistério.
       
Uma é que ambas as candidaturas imaginam que a questão das relações exteriores está fora das preocupações e do acompanhamento das pessoas. Que não tira nem dá um voto.
       
As outras duas explicações são defensivas.  Dilma não toca nesse assunto por temor ao desgaste, especialmente em setores de classe média. Aécio não toca nesse assunto porque assessores políticos imaginam que isso pode situá-lo na cabeça do eleitor no campo de influência dos Estados Unidos o que sinalizaria para a direita.
       
Aliás, essa também não foi a preocupação de Marina, em seu documento e discurso de apoio a Aécio. O fato é que aquilo que mais antagoniza as duas candidaturas está fora do debate, fora da campanha.  Compreensível pelas razões? Ou estranho?

Eleição divide empresários no sertão do Piauí

"Na última seca, ninguém foi para a rua, ninguém foi para o supermercado saquear, ninguém invadiu para roubar comida. Isso tudo acabou."
imagem não exibida
Eleição divide empresários no sertão do Piauí
Simpatizantes de Dilma dizem que programas petistas favoreceram negócios no Semiárido; para comerciante pró-Aécio, tucano tem mais experiência.>>>



Quando a PF, o MPF, o Judiciário, a Mídia e a Bolsa interferem na eleição

Da Folha
JANIO DE FREITAS

Uma eleição de muitos

Eleição presidencial no Brasil pós-ditadura não se decide entre candidatos e respectivos partidos
As subidas e descidas da Bolsa e do dólar, a cada pesquisa ou a cada boato da eleição presidencial, mostram bem o que é a chamada "elite financeira" brasileira. E, por extensão, atingem a alardeada ética da imprensa, da TV e das rádios.
As altas por euforia e as quedas por desalento eleitoral são reações falsas. A Bolsa não espera mais do que um punhado de horas para provar a falsidade. E o faz do modo mais objetivo e inequívoco. Já no dia seguinte, a queda é sufocada por subidas, ou o inverso. Mas o motivo alegado para a reação na véspera não cessou, sendo frequente que até aumentasse, com resultados mais fortes do que o esperado das pesquisas e pelos boatos.
A eleição presidencial é transformada em pretexto, pelos manipuladores da Bolsa, para provocar os movimentos de alta e de baixa que alimentam o jogo especulativo, com as valorizações e depreciações de papéis que não precisam ser mais do que artificiosas. É o tal cassino, catedral do capitalismo que gira em torno de lucros com juros e renda de ações, não de produção. O capitalismo brasileiro.
Na imprensa, na TV e nas rádios, os movimentos da Bolsa a pretexto da eleição ganham o seu papel de influência eleitoral. As quedas e as subidas recebem destaque de fatos relevantes quando se prestam a significar repulsa por determinado candidato. Se a subida ou queda não trouxer tal possibilidade, a Bolsa terá o seu noticiário habitual.
Eleição presidencial no Brasil pós-ditadura não se decide entre candidatos e respectivos partidos. Integram a disputa os candidatos, os partidos, a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e até a Bolsa de Valores. Imprensa, TV e rádios também, claro, mas em outro diapasão, porque participam das eleições como de tudo mais o tempo todo.
Registre-se a nota social, aliás, do Judiciário como debutante na disputa eleitoral, em par com o Ministério Público (também chamado de Procuradoria da República). Daí resultou a interessante coincidência, no calendário, entre o primeiro turno eleitoral e a delação premiada sob um novo sistema: o de sigilo judicial com alto-falante. E, ainda melhor, esta outra obra do acaso, que foi o primeiro depoimento judicial de um delator, com o previsível vazamento, logo no primeiro dia da disputa de segundo turno.
Já que as coincidências estão aí, convém repor no seu lugar aquela com que Fernando Henrique prova continuar querendo que se esqueça o que disse, por escrito ou de viva voz. Em entrevista a Mário Magalhães e a Josias de Souza, para o UOL, disse ele que "o PT está fincado nos menos informados, que coincide de serem os mais pobres".
Não há como negar a interpretação de que a frase atribui o voto no PT a inferioridades culturais e sociais, não existentes nos eleitores de outros partidos. Ninguém, portanto, entre os muitos que viram na frase uma divisão preconceituosa do eleitorado, mentiu sobre a autoria, a própria frase e o seu sentido, como Fernando Henrique os acusa com virulência. O blog do Mário Magalhães ainda remete para a entrevista.
Entre o Bolsa Família e a Bolsa de Valores, há mais do que uma disputa eleitoral entre os mal informados e os bem deformados.



Qual o candidato que melhor representa/defende os interesses dos?...

Ricos
Bancos
Empresários

Resposta: Aécio Neves (Psdb)

Qual o candidato que melhor representa/defende os interesses dos?...

Pobres
Jovens
Aposentados
Trabalhadores

Resposta: Dilma Roussef (PT)

Resumindo: Nesta eleição os campos estão bem definidos. Sabemos para quem o candidato eleito vai governar. Portanto, se situe, se encaixe na sua condição social e econômica e vote consciente, para depois não se arrepender.


Mídia usou, e a descartou Marina Silva

É assim que a mídia sempre faz, usa e abusa dos traíras, depois passa na moenda e joga no lixo. Se ilude com essa gente os fracos de espírito e cegos pelos holofotes. Confira (abaixo) o exemplo do que afirmo, no texto do Josias de Souza:

Coreografia demorada esvaziou o papel de Marina

No mundo dos negócios, tempo é dinheiro. Na política, tempo é poder. Há uma semana, derrotada na sua pretensão de passar ao segundo turno da disputa presidencial, Marina Silva tornara-se uma poderosa terceira colocada. Seu apoio era cobiçado por todos. Que fez Marina? Matou o tempo, em vez de vivê-lo.
Antes mesmo da abertura das urnas, Marina comentara, em privado, que jamais cogitaria apoiar Dilma. A campanha de desqualificação lhe deixara marcas na alma. Restavam Aécio ou o voto nulo. Qualquer que fosse a decisão, haveria uma justificativa plausível.
Com Aécio, Marina poderia sustentar que a política baseada apenas nos bons sentimentos, por estéril, não muda as coisas. Optando pelo voto nulo, diria que não se pode enxergar apenas os objetivos-fim, sem considerar os objetivos-meio. Ou, por outra: política sem sonho não vale a pena.
Aprisionada em algum lugar entre o ideal e a prática, Marina girou por uma semana como um parafuso espanado. Reuniu-se com correligionários. Deitou sobre o papel um lote de compromissos que queria impor a Aécio. Divulgou nota para desmentir que houvesse decidido. Prometeu dizer algo na quinta-feira. Cancelou. Visitou FHC. Conversou com fulano. Recebeu beltrano. Ouviu sicrano. E nada.
Súbito, Beto Albuquerque, o número 2 da chapa de Marina, fez uma declaração pró-Aécio. Os partidos que integravam a coligação derrotada formalizaram apoio ao tucano —primeiro o PPS; depois o PSB. Até a família de Eduardo Campos —a viúva Renata e os filhos— aderiram ao rival de Dilma.
Em Pernambuco, Aécio absorveu parcialmente neste sábado as teses de Marina. Divulgou uma carta. Em São Paulo, a esfinge mandou dizer, por meio do porta-voz Walter Feldman: “Em relação ao conteúdo do debate programático do primeiro turno, avança de maneira consistente. Mas não há que se imaginar que seja o programa da Rede.'' Nem poderia. O eleitor não quis.
Marina anunciará sua decisão neste domingo. Dará entrevista às 10h30. A importância da decisão, seja qual for, será inversamente proporcional ao espaço que ocupará nas manchetes. O Datafolha informou há dois dias: 66% dos eleitores que declaram ter votado em Marina no primeiro turno já migraram para Aécio. Apenas 18% dizem preferir Dilma no segundo round.
Marina ainda não se deu conta. Mas o tempo, por vingativo, não perdoa quem tenta matá-lo. A posição da candidata que diz representar a “nova política” tornou-se politicamente irrelevante.




Fernando Brito: “Carnaval” da mídia não garantiu vantagem a Aécio. É daí para baixo, agora

Ibope e Datafolha fecham um resultado em comum na primeira pesquisa: 51% para Aécio, 49% para Dilma.
Estes números, que seriam os votos válidos, correspondem a 46 a 44%, com 4% de nulos e 6% de indecisos, em ambas as pesquisas.
Com a “margem de erro” revelada nas pesquisas finais do primeiro turno, isso quer dizer…absolutamente nada.
Ou melhor, quer dizer, sim.
Aécio está, com o surpreendente resultado que obteve no primeiro turno e ruidosa comemoração da mídia deste fato, no seu melhor momento.
Aliás, com a permanência de Marina, até as pesquisas finais, de adversária mais provável de Dilma, Aécio vinha se livrando de questionamentos mais diretos.
E os dias seguintes, era saudado como o que iria receber todos os apoios, o que só em parte se confirmou, com a relutância de Marina Silva em passar-lhe um cheque em branco.
Aécio está naquela mesma condição em que estava a ex-senadora Marina Silva quando se tornou candidata, aparecendo do nada a que estava relegado como “grande esperança” de vitória contra o governo Lula-Dilma.
E, ainda assim, não lhe puderam – bem que a Época tentou, com uma pesquisa marota, feita para ser exibida no programa de TV de Aécio, hoje – dar-lhe uma vantagem na disputa.
E olhe lá se tem estes números…
Quem estava pessimista, se olhar que nem neste momento conseguem disparar com Aécio.
Aécio vai minguar depois de sua festa de ressurreição que pareceu a muitos um milagre e a mim, apenas, a reafirmação de que a política real – não os nossos delírios – é a que acaba prevalecendo.
E Dilma, refeita do baque que foi perceptível na sua entrevista pós-eleição, vai crescer, se alimentando da mobilização que seus dois primeiros dias de campanha de rua.