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Luis Nassif - a melhor amiga do Banco Central é a inflação


À medida em que o poder presidencial foi corroído pela sucessão de erros cometidos no front politico e econômico, e que a imprensa passou a dar espaço a qualquer iniciativa pro-impeachment, o país tornou-se refém das corporações públicas.
Hoje em dia, é comum um Procurador do Tribunal de Contas da União questionar uma Medida Provisória da Presidente da República e receber espaço no Jornal Nacional. Ou um delegado federal afrontar o Ministro da Justiça e este, democraticamente, dar-lhe a honra de um bate-boca público – em vez de enquadrá-lo. Ou um procurador qualquer abrir uma representação qualquer contra qualquer autoridade baseado em um factoide qualquer de jornais.


Tudo isso é fruto de um vácuo de poder poucas vezes visto no país.

Luís Nassif - Algumas considerações sobre a estratégia política e econômica de Dilma Rousseff.

Sua avaliação é que a crise política é decorrência da crise econômica. Resolvendo o nó político, aprovado o pacote fiscal, as coisas se ajeitam da seguinte maneira:

1. O empresariado passará a acreditar na solidez fiscal.

2.  A política monetária do Banco Central reduzirá as expectativas de inflação.

3. Com a queda nas expectativas futuras de inflação, haverá uma diminuição no prêmio de risco das taxas de juros longa, o que poderá ocorrer em meados do próximo ano.

4. Com as taxas despencando, e com as novas condições das concessões públicas, o empresariado voltará a investir, permitindo à economia sair do buraco.

É uma aposta de alto risco, na qual não há  espaço para uma estratégia B.

Por que a taxa de juros é tão alta e a inflação não cai?

Prosseguindo na busca de respostas a duas perguntas aparentemente simples – Por que a taxa real básica de juros no Brasil é tão elevada? Por que, apesar da taxa nominal básica de juros ser tão elevada, a taxa da inflação permanece muito elevada? (leia o primeiro artigo sobre o tema)– vamos agora examinar o diagnóstico e a receita de doutores ortodoxos.
Obviamente, eles se pautam pela Hipótese 3: a taxa real básica de juros no Brasil é tão elevada por causa da esterilização do impacto monetário da ampliação das reservas cambiais em situação de escassez de poupança. Se o Banco Central intervém para evitar a apreciação excessiva da moeda, a necessidade de esterilizar os recursos monetários emitidos para a compra de reservas internacionais restabelece a pressão sobre a necessidade de financiamento do setor público. A existência de financiamento externo só aliviaria a restrição de poupança interna para o financiamento público se a moeda pudesse flutuar livremente e não houvesse intervenção esterilizadora para evitar a sua apreciação.

Luis Nassif: a ciência demência das metas inflácionarias





Nos anos 90, o fil
ósofo Olavo de Carvalho escreveu um artigo memorável, "Ciência e Demência", sobre as relações do intelectual com uma linha teórica que o consagrou.
O intelectual descobre determinada teoria. Graças a ela, torna-se conhecido, faz carreira, deve tudo a ela. Aí começa a olhar a realidade e percebe sinais incômodos, que desmentem a sua teoria. Mas, como ele é um intelectual, trata logo de desenvolver uma nova teoria para explicar que aquilo que ele está vendo não existe.
Essa parece ser a relação do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, e de toda a cadeia de economistas de planilha, com a teoria das metas inflacionárias.
Tombini foi o principal técnico a atuar na implementação da teoria das metas inflacionárias. Foi aos Estados Unidos, estudou a fundo a aplicação por lá da teoria, e a trouxe para o Brasil - sob as ordens de Arminio Fraga.
Dada às discrepâncias entre o macroambiente norte-americano e o brasileiro, muitas ideias que funcionam por lá, ao atravessar a linha do Equador desmancham-se como velhos discos de vinil expostos ao sol.
Mas aí entram em operação os mecanismos psicológicos-intelectuais descritos por Olavo. O sujeito monta teorias, planilhas, correlações e outras sofisticações para provar - ao mundo mas, principalmente, a ele próprio - que o que ele vê não existe, que é uma miragem a ser exorcizada a golpes de planilha.



Economia

Inflação de 2014 ficou abaixo da meta

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de dezembro apresentou variação de 0,78% e ficou acima da taxa de 0,51% registrada em novembro em 0,27 ponto percentual. É a segunda maior taxa mensal do IPCA no ano, superada pela taxa de março, quando atingiu 0,92%. O ano de 2014 fechou, então, em 6,41%, acima dos 5,91% do ano anterior. Em dezembro de 2013, a taxa havia ficado em 0,92%.

A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/inpc_ipca/defaultinpc.shtm

Transportes tiveram a maior aceleração no mês

A maioria dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados, conforme a tabela a seguir, mostrou aceleração na taxa de crescimento de um mês para o outro.

Dilma Roussef: Eu pretendo reduzir a inflação e não a meta de inflação

São coisas distintas.
Faremos uma política de combate a inflação que leve em conta também o fato que nós não vamos desempregar neste País. Ponham na cabeça isto!

Eu não estou falando que vou fazer o arrocho que eles - fariam - falaram. 
Pelo contrário, estou dizendo que vou manter o emprego e a renda.
Não falei que irei reduzir meta de inflação, que eles cantaram em prosa e verso.


Tão pouco concordo com choque de gestão.
Eu sei o estelionato que "choque de gestão" é.

Dilma - se sentindo confiante - Roussef

Economia: Psdb x PT






Inflação "sob controle" no desgoverno Fhc: 2002 = 12,53%

Inflação no governo Dilma: Roussef: *2014 = menos de 6,5%

E a inflação "fora de controle" é do governo petista

Durma-se com um barulho desse...





A imagem econômica de Aécio Neves e sua turma

O problema de quem embarca nessa canoa furada é que afunda o futuro das crianças do Brasil



O mantra global sobre descontrole da inflação para derrubar Dilma, por J. Carlos de Assis

A inflação tornou-se recorrente no discurso dos presidenciáveis Marina e Aécio. Não é porque a inflação esteja fora de controle. É porque está sob o controle de um governo do PT. A Rede Globo acha isso intolerável. Como consequência, se a inflação sobe 0,0001% no mês, haverá sempre um Sardenberg, um William Waak, um Bonner ou uma Patrícia Poeta - esta tão bonitinha, sempre pronta a citar “economistas” que não identifica -, para dizer com cara feia uma besteira qualquer anunciando aos quatro ventos a explosão inflacionária.

Claro, candidatos a Presidente querem ganhar as eleições, e para ganhar eleições é importante se entender com a mídia. Assim, em lugar de eles fixarem a agenda da campanha com o risco de pouca repercussão na televisão, eles seguem a agenda da televisão, confiando que isso rende exposição na mídia, sendo que essa exposição, supõe-se, rende votos. Simples assim. Tanto Marina quanto Aécio decidiram acabar com a inflação no Brasil. Não dizem como. A receita está provavelmente guardada a sete chaves nos cofres dos irmãos Marinho!




O estranho nisso tudo é que Marina e Aécio vão acabar com a inflação usando o mesmo receituário neoliberal de políticas monetária e fiscal do atual Governo. Esse receituário está sintetizado na fórmula metas de inflação, câmbio flutuante e superávit primário. Marina elogiou repetidamente o que chama de “tripé macroeconômico”. Pode-se perdoá-la porque na sua cara estão os sinais de quem não está entendendo nada do que está falando. Aécio é menos explícito, mas também não perde oportunidade de se alinhar à ideologia da Globo para ter patrocínio midiático.

Evidentemente que a Globo não ataca a inflação por razões acadêmicas. Nem por genuíno interesse público. O ataque está firmemente ancorado em razões fiscais, não significando isso propriamente a política fiscal do Governo, mas as tramoias fiscais da própria Globo e sua criatividade em tentar burlar as leis tributárias. Do ponto de vista técnico, em nenhum momento nos últimos meses e anos houve qualquer risco de a inflação ficar descontrolada. A Globo assumiu o discurso da inflação alta com o fim único de derrubar o Governo do PT, tendo cooptado para isso os dois candidatos principais da oposição.

Para os que têm memória curta é bom lembrar que o verdadeiro descontrole inflacionário mais recente no Brasil ocorreu no último ano do Governo Fernando Henrique. Foi algo como 14%, mais do dobro do patamar atual da inflação. Isso elimina qualquer credibilidade que o tucano Aécio possa ter ao anunciar sua “tolerância zero” para a inflação. Quanto a Marina, coitada, é difícil saber o que tem na cabeça como proposta realista nessa área, exceto os conselhos dos neoliberais militantes que voaram como mariposas em torno do PSDB e que decidiram migrar para ela.

J. Carlos de Assis - Economista, doutor em Engenharia de Produção pela Coppe/UFRJ, professor de Economia Internacional na UEPB.


Paulo Moreira Leite: Inflação cai pelo quarto mês consecutivo

E, agora?...
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Há quatro meses, quem ousasse dizer que a inflação apresentava uma tendencia de queda seria submetido a um corredor polonês pelos críticos do governo. Se fosse economista, seria definido como aparelhado pelo PT. Jornalista, seria chamado de chapa branca. Pois a inflação está em queda desde então e, em julho, atingiu a marca anual de 6,50%, contra 6,52% no mês anterior.
Milagre? Nem um pouco. A queda da inflação era previsível como a chegada do dia depois da noite. Os preços, no Brasil, sempre sobem mais no primeiro semestre do que no segundo. Lição de curso básico de economia para principiantes.
Bastava querer fazer boa economia — em vez de má psicologia, aumentando a carga sobre o governo em ano eleitoral.
Olha que coisa difícil. No começo do ano, as passagens de avião estavam em alta, bem como as diárias de hotel e transportes, de forma geral.
Era o efeito Copa.
A partir de julho, depois da Copa, era óbvio que a força que jogava os preços para cima iria diminuir e até acabar. O item transportes, por exemplo, teve queda de 0,018%.
Os alimentos ficaram parados, e até tiveram uma queda de ver no microscópio: 0,04% negativos. Uma decepção para quem torcia para que a inflação do tomate durasse o ano inteiro, prejudicando o bolso dos mais pobres e diminuindo o apoio ao governo.
Teria sido prudente fazer a lição de casa: apesar de todos os contratempos, o ano 2014 seria e foi um ano de safra recorde. Não foi um presente do céu, mas um planejamento que funcionou.
Se a energia elétrica não tivesse subido, julho teria registrado uma deflação de 0,10.
Daria para imaginar o que vemos hoje? Claro. Bastava encarar a realidade econômica como ela é — e não como se gostaria que fosse.
Interessada em criar um apocalipse econômico na véspera da eleição, a oposição e seus aliados colocaram o governo contra a parede. Exigiam alta da gasolina, de impacto direto nos preços, ao mesmo tempo em que denunciavam qualquer arranhão acima da meta.
Clamavam por juros altos, que implicam na transferência de bilhões de reais dos cofres públicos para o setor privado mas, ao mesmo tempo, denunciavam a falta de controle nos gastos oficiais.
É correto reconhecer que essa pressão teve algum efeito.
A inflação não subiu, mas o consumo se retraiu e o crescimento foi afetado. Os juros para o consumidor e para o empresário atingiram um patamar sem qualquer relação com o nível do PROCOM, mas apenas com possibilidade dos bancos retornarem com gosto à ciranda financeira, onde o ganho é alto e o risco é zero. O consumo foi dificultado pelos juros nas alturas.
Para os próximos meses, o governo deve reforçar a oferta de crédito nos bancos públicos, como uma tentativa de vitaminar o crescimento.
Pode-se prever a melodia do coral dos amigos do mercado contra a presença do estado na economia.
Com os números do IBGE, a oposição brasileira acumula uma terceira profecia fracassada no ano eleitoral de 2014. A primeira foi o apagão e a segunda, a Copa que não iria ocorrer.
A terceira era o risco de uma hiperinflação provocada pela alta descontrolada dos gastos do governo. A realidade está aí.
Para a população uma alegria. Para a oposição, um vexame.


Paulo Moreira Leite é diretor do 247 em Brasília. É também autor do livro "A Outra História do Mensalão". Foi correspondente em Paris e Washington e ocupou postos de direção na VEJA, IstoÉ e Época. Também escreveu "A Mulher que Era o General da Casa".

FGV aponta que inflação de Agosto dará desgosto à oposição

Fernando Brito - Tijolaço - publicou que o índice de inflação de julho, que ficou em 0,01%, era a pior pesquisa que a oposição poderia receber para seus planos eleitorais.
Pois, creia, continuam saindo, neste campo, pesquisas sombrias para Aécio Neves.
Ontem e hoje, foram duas.
A primeira, o IGP-M no primeiro decêndio, prévia inicial da medida de inflação da Fundação Getúlio Vargas.
Foi negativa, de 0,31%, pouco menos que os 0,5 negativos de há um mês, mas ainda em queda.
E com um dado importante: o Índice de Preços ao Consumidor, que mede a inflação do varejo caiu, como se previa ante as quedas anteriores: passou de o de 0,16% para 0,03%.
Destaque para o preço dos alimentos: de 0,01% em julho para – 0,23% este mês.
O segundo, também da FGV, saiu hoje: o IPC-C1.
Ele mede o consumo dos mais pobres, com renda até 2,5 salários-mínimos, aquele pessoal que o Aécio diz que tem “empreguinhos”.
Saiu de 0,35% para – 0,04%.
Com o destaque, espetacular, da queda do preço dos alimentos, de 0,08% para – 0,59%.
É o eleitorado mais sólido de Dilma, onde uma disparada de preços poderia fazer um estrago eleitoral.
E o Aécio falando em “realinhamento” de preços.


Economia e política

Inflação em queda é o pior pesadelo dos tucanos

por Fernando Brito - Tijolaço

Não é só com o aeroporto que a cúpula da campanha de Aécio Neves está preocupada.
A continuidade da tendência de queda dos índices de inflação, apesar do terrorismo diário dos jornais (a capa de O Globo, hoje, é um primor), vai eriçando as penas do tucanato.
A queda anunciada hoje pela Fundação Getúlio Vargas - deflação de 0,61% – é o dobro do que os -0,3% previstos pelo “mercado” no último Boletim Focus, uma publicação do Banco Central que se assemelha à cartinha do Santander.
Mais do que a queda, a terceira seguida – assusta o tucanato que tenha continuado a acontecer – o IGP do 2°  decêndio, fechado 10 dias antes, tinha registrado queda de 0,51% – e, sobretudo, que siga firme a queda no índice de preços ao consumidor, que caiu à metade em relação ao mês passado.
É um “terror”, porque a continuidade é que gera a percepção pública de que a alta dos preços “sossegou”, o que é seu mais importante termômetro de avaliação da economia, num quadro de desemprego baixo como o que temos.
Semana que vem, o IBGE divulga o IPCA, que deve ficar em torno de 0,15% e só não vai praticamente “zerar” por conta do brutal reajuste das tarifas elétricas, “cortesia” da Aneel que acredita na “petição de miséria” alardeada pelas geradoras, que choram  os lucros que previam com estiagem.
Uma delas, a Tratecbel, lucrou “apenas” R$ 73 milhões no segundo trimestre porque “guardou” energia para vender na segunda parte do ano, esperando preços mais altos.  É, como se lembram os mais velhos como eu, aquela história do “boi no pasto”.
Boi elétrico, claro.
A essa hora, no alto comissariado tucano para a economia, todas as esperanças se concentram numa mulher.
E claro que não é a Dilma, mas Janet Yellen, chefona do Federal Reserve americano.
Torcem para ela voltar atrás e retirar de uma vez só os estímulos à liquidez (conhecidos como “quantitative easing”) da política monetária americana e provoquem uma corrida – improvável – dos capitais aplicados aqui.
O FMI, sempre porta-voz dos interesses do capital financeiro, voltou com a lenga-lenga dos “cinco frágeis”.
A reação do governo brasileiro à essa história se explica como um recado na base do “não vem que não tem” para o Fundo.
Até porque, agora, no campo financeiro, a aliança dos Brics engrossou nossa voz.



Saul Leblon

A "turma dos anos 90" e a pigarra da história

A convenção do PSDB  que oficializou  Aécio Neves como candidato  tucano, no último sábado, foi tão marcante que o  principal destaque ficou por conta do que não houve.
 
O partido adiou, mais uma vez,  o anúncio do  vice em sua chapa.
 
A 19 dias de esgotar o prazo para o registro das candidaturas, o problema de Aécio é saber quem desagrega menos.
 
Não é uma escolha  fácil.
 
O repertório vai  de um impoluto Paulinho ‘Boca’, da Força Sindical,  ao demo Agripino Maia, ou talvez o híbrido de  pavão e tucano, Tasso Jereissati , ambos, como se sabe, referências  de enorme apelo popular. Correndo  por fora, a opção puro sangue,  Aécio – Serra, reúne afinidades  equivalentes  à convergência entre o  fósforo e a pólvora.
 
O dilema não é novo no PSDB. O  ex-governador  José Serra viveu problema semelhante em 2010.
 
A indecisão quanto ao nome que o acompanharia na derrota para Dilma  começou justamente quando  Aécio tirou o corpo fora, recusando a vaga que hoje oferece ao rival.
 
Sem opções que agregassem voto, tempo de TV ou base no Congresso (caso, pelo menos, do marmóreo vice de Dilma, o peemedebista Michel Temer), Serra postergou a decisão até o limite final, para então protagonizar  o abraço de afogado com um jovem demo.
 
Tal qual emergiu, Índio da Costa (DEM-RJ) submergiria  para a eternidade do anonimato após a derrota.
 
A dificuldade com o vice é sintomática da representatividade dos aliados.
 
Mas não é o principal obstáculo  para ampliar o teto da candidatura conservadora.
 
Passada a fase alegre da postulação interna contra rivais destroçados,  Aécio  terá que dizer ao país a que veio.
 
Seu maior desafio  reside naquilo que fez  a convenção de sábado  parecer uma daquelas tertúlias típicas de  aposentados   gabolas.
 
O celofane da mocidade mineira talvez seja insuficiente para conter o cheiro de naftalina que irradia das imagens  sempre que a ‘turma dos anos 90’, integrada por Serra, FHC, Pimenta da Veiga, Agripino e assemelhados  se junta para renovar o formol do velho projeto.
 
Por mais que a palavra mudança seja evocada por entre cenhos franzidos, comissuras enérgicas e punhos  erguidos, não cola.
 
Não há pastilha Valda que conserte a pigarra da história.
 
A  esperança em um futuro crível  para a economia e a sociedade  é incompatível com a regressão  apregoada pelos defensores de um modelo  que, a rigor,  não dispõe mais de força nem de consentimento para se repetir.
 
Para entender o porquê  é preciso enxergar os ingredientes que fizeram o fastígio da hegemonia neoliberal no final do século XX.
 
A saber.
 
Três décadas de arrocho sobre o rendimento do trabalho nas principais economias ricas, facilitado pela ascensão industrial chinesa; um contrapeso de crédito farto ao consumo  –e em muitos casos, irresponsável, como se viu na gota d’água das subprimes e, finalmente, por sobre o conjunto, uma untuosa camada de mimos tributários que rechearam os cofres dos endinheirados , contribuindo para a superliquidez  que caracterizou a praça mundial  durante décadas.
 
Foi sobre essa base de Estado mínimo com desonerações para os ricos, renda e trabalho esfacelados, que se deu o auge e o colapso do modelo. Um movimento inscrito dentro do outro, como em uma sinfonia.
 
O arranjo  só não desafinou  antes, repita-se, graças à válvula de escape de endividamento maciço de Estados e famílias, propiciado pela desregulação  que liberou a banca de controles e permitiu a lambança do crédito lastreado em derivativos tóxicos.
 
Era tanto dinheiro que permitia viver hoje como se não houvesse amanhã.
 
Em vez de salários e direitos, créditos sobre créditos para famílias quebradas.
 
Em vez de arrecadar  mais dos ricos, tomar  emprestado deles  na  forma de endividamento público, para suprir a anemia fiscal de Estados obrigados a dar conta de  serviços não lucrativos, por isso não privatizados.
 
O endividamento público lubrificado, no caso brasileiro,  por um juro real superior a 10% ao ano durante o ciclo do PSDB (hoje é de 5%), supria os cofres dos governos  e alegrava o rentismo.
 
 A tentativa atual de 'limpar’  a implosão do modelo removendo apenas seus ‘excessos  na ponta do crédito  resulta no filme de terror  em cartaz na Europa.
 
Preservar  para cima, com arrocho para baixo, associando à seca do crédito cortes sobre direitos e salários, ademais da retração do emprego, significa  uma carnificina econômica e social.
 
No caso brasileiro há  o inconveniente adicional de que  –nos marcos do regime democrático--   essa operação  talvez não seja mais viável depois de 12 anos de governos do PT.
 
A ‘mensagem mudancista ‘  de Aécio está visivelmente emparedada nessa encruzilhada.
 
De um lado, ele precisa atender o camarote vip que encarna e que o patrocina.
 
Engajado em uma cruzada de preconceito belicoso  contra  Dilma e o PT, os endinheirados exige compromissos com medidas  heroicas .
 
Aquelas que Aécio prometeu tomar  --‘se der, no primeiro dia’, como afirmou  às papilas empresariais famintas, reunidas  num regabofe na casa do animador de eventos, João Dória Jr, (conforme a Folha 02/04).
 
A esperança  conservadora é a de que a baixa atividade decorrente de uma paulada imediata no juro, com consequente recuo do crédito e compressão  do salários real,  devolva  a  senzala ao seu lugar.
 
E o país aos bons tempos.
 
O trânsito ficaria menos carregado; os aeroportos recuperariam o velho charme .
 
Não só.
 
Um desemprego ‘funcional’  de 12,5%, como no ciclo do PSDB (hoje é da ordem de 5%), estalaria a chibata da redução do custo Brasil nas costas de quem tem 500 anos de familiaridade com o assunto.
 
Mais quatro anos, que diferença faz?
 
Novidades  no front sugerem talvez não seja tão simples assim rodar  o modelo original  no azeite do arrocho.
 
Um Brasil formado por dezenas de milhões de famílias antes apartadas na soleira da porta, do lado de fora do país,  agora cobra  a sua vaga no mercado e na cidadania.
 
No seleto clube  do juro alto  essa gente figura como estorvo.
 
No ciclo de governos do PT o estorvo tomou gosto da mobilidade social.
 
No cálculo político do candidato tucano a precaução recomenda que não se diga em público aquilo que se afirma na casa do animador do ‘Cansei’, Dória Jr.
 
Instala-se assim um malabarismo de alto risco no picadeiro do circo conservador.
 
Aécio, ora assume  o estereótipo  de mineirinho afável, ora  tenta distrair  a plateia acusando  pecadores com o fogo dos savonarolas  de passado inflamável.
 
Enquanto isso, operadores de mercado que o representam  costuram  o peru recheado de arrocho servido nos regabofes  da plutocracia insaciável.
 
O principal personagem  dessas tertúlias é Armínio Fraga, espécie de ‘é com esse que eu vou lucrar até cair no chão’ da nação rentista.
 
O  prestígio não é obra do acaso.
 
Armínio carrega no currículo o feito de ter elevado a taxa de juro brasileira de 25% para  45%, em março de 1999.
 
O colosso se deu  quando esse quadro reconhecido como ‘nosso homem no Brasil’  pela alta finança  internacional  –Timothy Gartner, ex-secretário do Tesouro americano, sugeriu o seu nome a Obama para presidir  o Fed -- assumiu a presidência do BC brasileiro, no governo Fernando Henrique Cardoso.
 
Em declarações para o público mais amplo,  Armínio, que também possui cidadania americana, procura demonstrar serenidade e comedimento. Veste o figurino do Aécio afável e apregoa um caminho gradual, ‘sem choque’, para  recolocar as coisas nos eixos.
 
Nas entrelinhas do comedimento, porém,  ressoa o  ‘matador dos mercados’, que parece falar diretamente ao camarote vip do ‘Itaquerão’.
 
Na hipótese de uma extrema eficiência na lavagem cerebral  promovida pela mídia, a ‘turma dos 90’ pode até vencer em outubro.
 
Mas conseguiria governar emparedada nesse duplo torniquete,  entre o compromisso com a alta finança, de um lado, e a pressão ascendente de um Brasil que tomou gosto pela cidadania, de outro? 
 
Confira, abaixo, trechos das dubitativas respostas de  Armínio , em entrevista ao Valor, nesta 2ª feira:

Esperando as previsões da Urubóloga se confirmarem

"Vai ter apagão
Hiperinflação
Recessão 
O desemprego vai aumentar
O Brasil vai quebrar"

Atacado recua mais que o esperado e IGP-M registra deflação em maio

igpm
Os preços no varejo  ainda sofrem pressão, mas  comportamento dos preços por atacado, regista a Fundação Getúlio Vargas, recuaram mais do que os adivinhos do “mercado” esperavam.
Conta as previsões expressas no malsinado Boletim Focus, do BC, onde as instituições finaceiras emitem seus palpites em geral aterrorizantes, o Índice Geral de Preços de Mercado – que mede a variação de preços entre os dias 21 de cada mês – marcou uma deflação de 0,13%, contra uma inflação de 0,78 % em abril e 1,86% em março.
O “mercado” confiava numa inflação de 0,23% no IGP-M e, há um mês, que o índice ficaria em 0,4%.
Não quer dizer que o país vai registrar deflação em seus índices oficiais. Embora os preços no atacado tenham caído e 0,65%, os cobrados ao consumidor tiveram alta de e 0,68%, em maio, frente a 0,82%, em abril.
O IPCA, que é a inflação oficial, deve vir perto de 0,5%, um pouco abaixo disso.
Mas quer dizer que as pressões sobre o preço do varejo deixaram de existir, na maioria dos produtos.
E que, como no ano passado, podemos ter uma taxa de inflação perto de zero em junho e julho, mesmo com as pressões sobre preço de serviços em algumas cidades que receberão jogos da Copa.
Existe uma carta regularidade – que, aliás, precisa ser quebrada – nas elevações de preço no início do ano, motivada pela soma do verão – que afeta preços de produtos de alimentação – e a elevação de despesas como educação, impostos e, este ano, tarifas de transporte coletivo.
O IGP-M não é uma “prévia” da inflação, mas é, com toda a certeza, uma “prévia” da tendência dos preços ao consumidor.
O que significa, para tristeza da oposição, que o exagero na dose de pessimismo e “urubulização” da economia pode ter efeito inverso ao que se esperava.
Retraiu-se tanto a demanda  que os preços perderam força e vão iniciar o segundo semestre perto da estabilidade.
Justo o período eleitoral.
A oposição, cuidado, pode sofrer de “overdose”.

#Éacrise - inflação despenca

IGP-10
média de índices avaliados até o dia 10 de cada mês, recuou de 1,19%, em 10 de abril, para apenas 0,13%, em 10 de maio

Dedico as viúvas de FHC

Para quem tem saudades dos tempos bicudos

Conversa Afiada reproduz trecho de texto da Folha (*), de 2002, no governo do Príncipe da Privataria:

País tem 11,454 milhões sem emprego e perde só para a Índia, com 41 milhões; há 20 anos, Brasil estava em 9º

BRASIL É O 2º DO MUNDO EM DESEMPREGO


CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial do desemprego em números absolutos, com 11,454 milhões de pessoas sem trabalho em 2000. Perde apenas para a Índia, com 41,344 milhões de desempregados.

Há 20 anos, o país estava na nona posição, com 964,2 mil desempregados. Em 90, ocupava o sexto lugar, com 2,368 milhões. Em 2000, havia 164,4 milhões de desempregados no mundo.

Borra humana, de Neno Cavalcante

É impressionante como tem cretino brasileiro e de fora torcendo (e fazendo por onde) que a inflação volte com força total, massacrando novamente os trabalhadores. São os incorrigíveis gananciosos de sempre, que adoram ganhar dinheiro na especulação, acumulando as chamadas fortunas parasitárias. E, por outro lado, a ação desavergonhada de políticos impatrióticos desejosos do retorno ao poder para entregar o que resta do patrimônio público, que não tiveram tempo de fazer quando estavam no governo.

O texto acima cai como uma luva para a oposição tucademopiganalha.

Tomate "vilão da inflação"

Eu o cidadão, peço uma explicação aos economistas sobre a metodologia que mede a inflação no Brasil. No ano passado, aqui em Fortaleza - Ceará, neste mesmo período - começo do ano - a vilã tomate chegou a 5 reais o quilo. Pois bem, esse ano, até hoje sábado 22/2014, ainda não chegou a isso. Ontem pesquisei, e encontrei preço da tomate, para todos os bolsos, de 2 a 4 reais.

  • Pois bem, dá para explicar como o IBGE tabula a vilã com aumento se, comparado com o pico de preço do ano anterior, ela está 25% mais barata?
  • Por que produtos sazonais não tem seus preços medidos e comparados pelo prazo de pelo menos hum ano?
  • Quem se beneficia com essa metodologia de medição de inflação atual?
Aguardo resposta deitado, porque sentado canso.


IGP-M 2013, é 30% menor que o de 2012

Passamos dois terços do ano ouvindo que a inflação "estava descontrolada" e que o Brasil vivia, nas palavras de Marina Silva, o risco de "perder as conquistas do Plano Real. Aécio Neves dizia que isso fazia o Brasil chorar copiosamente de saudades de vovô FH…
Pois bem: hoje fechou-se o primeiro índice de inflação anual de 2013, o IGP-M da Fundação Getúlio Vargas, cuja coleta de preços encerra-se sempre por volta do dia 20.
Ele subiu 5,51%. Talvez você não se recorde, mas em 2012 o índice elevou-se 7,82%, uma queda relativa de 30%.
Agora, imagine se fosse o inverso: se os 5,51 passasse a 7,82%…
Nas manchetes: Inflação cresce 50% em um ano, diz FGV
Tudo devidamente acompanhado das caricaturas de dragões, monstros e quejandos…
Tem aí o amigo e a amiga como se faz, no jornalismo econômico o terrorismo político que a gente vem sempre apontando aqui e que levou o ex-presidente Lula a dizer que, depois que lê o jornal, nem tem vontade de sair de casa.
Não se quer dizer, é obvio, que não exista inflação e que ela não seja algo sério. É, sobretudo porque está concentrada em áreas extremamente sensíveis ao nosso povão, como os alimentos.
Mas nem mesmo aí há uma "explosão inflacionária", como tanto tempo se alardeou.
O terrorismo não conseguiu trazer de volta a inflação, mas "ordenhou" fartamente essa monstruosidade, extraindo dela o "leitinho" dos juros.
É aí, não no tomate, que está o núcleo da inflação brasileira: nossa condição de reféns do rentismo.
Que não ganha eleição, mas que está sempre no poder, quando se trata de finanças públicas.