18/02/2010 - 18h59
O Paulo Henrique Amorim afirma que Lula vai pendurar o FHC no pescoço do Serra.
O PIG quis pendurar o Paulo Octávio no pescoço do Lula.
E – ao que parece, na versão do PIG – conseguiu.
Na última semana O PIG alardeou que Paulo Octávio poderia ser expulso do PFL e até mesmo renunciar ao cargo interino de governador do DF, sendo condicionada a primeira sugestão ao resultado da reunião que teria nesta quinta feira com Lula.
A reunião se deu.
E tudo aconteceu do jeitinho que o PIG previu.
O PIG disse que o Demóstenes não quer saber se Lula se solidarizou com Paulo Octávio. E que Lula aconselhou que não renunciasse para que não tornasse mais fácil a possibilidade de uma intervenção federal.
É o ápice da ironia e do deboche.
Um achincalhe.
Quem devia aconselhar Paulo Octávio seria o Serra que o queria para ser seu vice.
Paulo Octávio precisa da solidariedade do PSDB e do PIG.
Não do Lula.
Quem mandou Lula se meter com a gente do Zé Serra?
GABRIELA GUERREIRO
da Folha Online, em Brasília
Interlocutores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva negaram nesta quinta-feira que o petista tenha aconselhado o governador do Distrito Federal, Paulo Octávio (DEM), a permanecer no cargo. No pronunciamento em que anunciou sua decisão de ficar no comando do DF, Paulo Octávio disse que Lula o teria aconselhado a esperar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a possível intervenção federal no DF antes de decidir renunciar ao governo.
Ministros que acompanharam a reunião de Lula com Paulo Octávio, realizada esta manhã, negaram que o presidente tenha feito essa recomendação. A Folha Online apurou que Lula ficou irritado com a declaração do governador.
No encontro, segundo fontes do Palácio do Planalto, Lula disse a Paulo Octávio para discutir a situação com os seus colegas de partido. "Essa é uma decisão de foro íntimo. Ouça os seus pares", disse Lula segundo relato de participantes da reunião.
Ao anunciar a decisão de permanecer no governo, Paulo Octávio disse que seguiu uma recomendação de Lula para evitar deixar o cargo vago -- o que forçaria a intervenção federal no DF.
"Na próxima semana, decisões importantes no STF poderão mudar a vida de Brasília, Por isso, apesar de ter a minha carta de renúncia pronta e entregue à deputada Eliana Pedrosa, líder do meu partido na Câmara Legislativa, aguardo mais alguns dias como me recomendou o presidente Lula para que possamos ter o quadro das decisões que a Justiça deverá apresentar na próxima semana. Aí sim tomaremos as decisões que serão necessárias", afirmou Paulo Octávio.
Mais cedo, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) disse em nota que o governo federal tem e terá na crise do DF uma postura "estritamente institucional".
"Ele não veio pedir apoio ao presidente, que não pode se posicionar até a Justiça tomar uma decisão. Não cabe ao presidente apoiar uma situação ou outra. Cabe ao presidente aguardar decisão da Justiça. Citou sim ao presidente que pensa na possibilidade de renúncia", afirmou.
Segundo o ministro, não cabe ao presidente interferir no assunto até que o STF julgue o pedido de intervenção federal no DF feito pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Definida a situação pelo Judiciário, o governo federal estará pronto para tomar as atitudes cabíveis visando à normalização da situação de administração e gestão do DF", disse Padilha.
Reação
Assim como Lula, parlamentares do DEM reagiram às palavras do governador. O líder do DEM na Câmara, deputado Paulo Bornhausen (SC), disse que o partido não vai "passar a mão na cabeça" do governador.
"Se o presidente Lula acha que o DEM vai andar de mãos dadas e passar a mão na cabeça de mensaleiros, está muito enganado. Vamos fazer cumprir a resolução de que todos os integrantes do DEM devem deixar o governo do DF", afirmou.
O senador Demóstenes Torres (DEM-GO) disse que o partido não vai compactuar com nenhum esquema de mensalão, por isso defende o afastamento de Paulo Octávio dos seus quadros. "Se ele tem a solidariedade do Lula, maravilhoso. O Lula já se solidarizou com o mensalão [do PT], agora é mais com o qual se solidariza", afirmou.