São Paulo em risco de afogamento

Marco Antônio Leite

A Prefeitura de São Paulo nega que problemas de varrição tenham contribuído para as enchentes. Caso elas voltem a ocorrer nos próximos dias, porém, a situação nas ruas pode piorar. 

Isso porque os garis prometem entrar em greve a partir da próxima semana, em resposta à demissão de quase 2 mil dos 8.500 trabalhadores da área. O prefeito Gilberto Kassab (DEM) anunciou o corte de 20% no Orçamento para varrição.

A ameaça de paralisação é do Sindicato dos Trabalhadores de Empresas de Prestação de Serviços em Limpeza Pública (Siemaco). O presidente da entidade, José Moacyr Malvino Pereira, diz que o número de trabalhadores dispensados caracteriza demissão em massa e, por isso, a medida deveria ter sido discutida com a categoria. Ele diz acreditar que a paralisação deverá pressionar a Prefeitura.

Serviço terceirizado

Hoje, o serviço de varrição é terceirizado, com cinco empresas contratadas: Unileste, Delta Construções, Qualix, Paulitec e Construfert. "Os trabalhadores demitidos têm vínculo com as empresas e, portanto, a greve será contra as empreiteiras", explica. Pereira quer levar a discussão para a Justiça.

Mas, para o presidente do Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur), Ariovaldo Caodaglio, a atitude não deverá resultar na recontratação dos trabalhadores. "As empresas não demitiram porque quiseram. Elas foram motivadas pelo corte no orçamento. Temos de analisar que o principal prejudicado com tudo isso é o munícipe." Com as demissões, a capital passa a ter um gari para cada 1.743 habitantes.

Bursite e velhinho



Foto
O presidente Lula havia confirmado, no início do mandato, que não iria operar a bursite, já que não pretende lutar boxe ou carregar peso. E brincou:
- A não ser que eu precise de força para dar um soco no Ricardo Kotscho.
Seu veterano assessor de imprensa não deixou por menos:
- Se fizer isso, o senhor será enquadrado no Estatuto do Idoso, que prevê 11 anos de cadeia para quem agredir um velhinho...

Imoralidade Brasileira

Se o menor abandonado
Está nas ruas da cidade
Junto à criminalidade,
É culpa única do estado?

Também é da sociedade,
Que ao eleger um político
Não usa seu senso crítico
Pra votar com seriedade.

Ainda que certo o escolhido
Ele sempre, muito esquecido,
Não gosta de ser lembrado.
Do discurso de campanha
Ao se cobrar, ele estranha,
Mesmo se tendo gravado.

Segurança é o que queremos,
Porém, todo dia, bem cedo,
Sempre saimos com medo
Sem saber se voltaremos.

E o fim de semana esperado
Pra muito lazer e cerveja
Peço a Deus que me proteja
De ser novamente assaltado.

Do solto que já foi preso
Nem prefeito escapa ileso
Mesmo em carros blindados.
Por bandidos reincidentes
Armados até os dentes
Dois já foram assassinados.

Hoje em toda a cidade
A prostituição se revela
Não só na pobre favela
Mas também na sociedade.

Ainda na tenra idade
As meninas de programa
Levam homens pra cama
Pra pagar a faculdade.

Pior ainda é o deputado
Que se prostitui calado
E renega o seu estado.
Vende a alma pro diabo
E, liso como um quiabo,
Ainda cobra adiantado.

A falta de boas escolas
De norte a sul do Brasil
Transformam o ócio infantil
Em pedidos de esmolas.

E antes a cola da escola
Que se cola na cadeira
Do que a cola que se cheira
Depois de ganhar esmola.

Mas o colar mais viciado
É do membro do senado
Que não tem opinião.
Fica olhando parado
O seu colega do lado
E aperta o mesmo botão.

E por último, a corrupção,
Um problema tão sério
Que já, desde o império,
Impera em nossa nação.

A pessoa, mesmo séria,
Cobra como descarada,
E ao ser desmascarada
Diz ser vítima da miséria.

Mas a pior corrupção
Que causa preocupação
E rola, não só em Brasília...

É a do parlamentar
Que já, antes de entrar,
Emprega toda a família.


RSanchez
 (7/3/2002)

Papel de Trouxas


De Elimande Cantanhêde:
A francesa Dassault e a sueca Saab gastaram milhões de dólares para disputar a seleção de renovação da frota da FAB.
E eis que de repente, não mais que de repente, Lula vai comer uma moqueca com Obama e ambos anunciam ao mundo a escolha dos caça F-18E, da Americana Boeing.
O anúncio, num texto em diplomatês e à parte do comunicado conjunto longamente negociado, correspondeu a dizer que o processo não era para valer. Era só para franceses e suecos verem.
Isso, evidentemente, criou problemas na Aeronáutica, que comanda a indicação com seu jeito militar de ser: tudo tem regra, cronograma, informação técnica. Ou, como explicou Jobim no Planalto, processos de seleção, principalmente internacionais e na área de defesa, seguem "prazos e ritos".
Então, como explicar para a milicada, aqui dentro, e para os países e empresas concorrentes, lá fora, que a decisão foi tomada antes da conclusão do parecer técnico? Esse tipo de voluntarismo cabe bem em lutas sindicais, mas pode criar problemas em negociações muito mais complexas.
Na segunda, Lula e Obama anunciaram a escolha dos caça F-18E. Na terça, Jobim, em nota, deu o dito pelo não dito. Ontem, foi a vez do contorcionismo retórico para explicar o inexplicável, enquanto Lula tentava reduzir tudo a uma brincadeira: "Daqui a pouco eu vou receber de graça". (Atenção ao "eu". Não tem graça nenhuma.)
OK. Há muito mais do que vã filosofia, questões técnicas e até mesmo de preços por trás da preferência do Brasil pelos aviões americanos - ou melhor, pelos americanos. Mas não precisava esculhambar.
Bastava seguir os "trâmites normais", deixar a FAB concluir o seu trabalho, pressionar por melhores preços e juros e anunciar o negócio com os EUA com profissionalismo e compostura, para conferir ar de seriedade ao país e evitar questionamentos, até jurídicos, depois.

Brasil é o que sai melhor da crise


 Um levantamento do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral, aponta o Brasil como país que melhor sairá da crise financeira mundial, em termos de competitividade.

A pesquisa, realizada com 16 economistas de todo o mundo, foi divulgada nesta terça-feira, como um anexo ao Relatório de Competitividade Global 2009.


Os especialistas avaliaram se a atual crise terá um impacto negativo (nota zero) ou positivo (nota sete) sobre um grupo de 37 países.


O Brasil obteve a melhor média, seguido de Índia, China, Austrália e Canadá. Ou seja, para os economistas entrevistados, a crise financeira terá um impacto positivo sobre esses países.(Da BBC Brasil)

As cinzas de São Paulo


CRÓVIS ROCI
- Carlos Tramontina, o apresentador da segunda edição do “SP-TV”, da Rede Globo, tinha toda a razão ao alertar o espectador de que não estava mostrando cenas de guerra e, sim, das enchentes que rapidamente engolfaram São Paulo no fim da tarde de ontem.
O que se via, pelo menos na avenida Aricanduva, era, de fato, o retrato de uma cidade derrotada. Carros amontoados uns sobre os outros, passageiros subindo nas capotas para escapar, o lixo amontoado -enfim, cenas idênticas às do ano passado, do ano retrasado, de cinco anos atrás, dez anos antes.
Com certeza, vai começar de novo o joguinho de distribuir culpas. A prefeitura dirá que a enchente é federal, o Estado dirá que a enchente é federal, e sempre haverá algum chato para culpar o presidente Lula e a Dilma.
É um pouco como o caso da dengue no Rio, em que não se sabe direito se o mosquito é estadual, federal ou municipal. Seria tudo tão ridículo, não fosse tão trágico. Os políticos brasileiros parecem empenhados em imitar a Argentina, ou seja, em convidar ao repúdio a todo o sistema político-partidário.
5 anos atrás, os tucademos José Serra e Gilberto Kassab ainda podiam tirar o corpo fora e dizer que assumira recentemente e, portanto, a enchente não era deles, mas dos antecessores.
Agora, não dá mais. 5 anos de (indi)gestão é tempo suficiente para, pelo menos, começar um trabalho que evitasse as cenas dantescas que a televisão mostrava no começo da noite. Ainda mais que a chuva não parece ter sido tão formidável para que toda a culpa seja jogada para o velho e bom são Pedro.
Afinal, não é segredo para ninguém que a cidade é, digamos, “inundável”.
Todo mundo sabe quais são as áreas mais sujeitas a risco.
O fato é que São Paulo tornou-se um inferno, e ninguém mostra talento e competência para levá-la pelo menos para o purgatório.

Tucanos e o pré-sal


Por Filipe Mazzini

Parece que o PSDB entendeu a sinuca de bico que foi colocado no caso do Pre Sal. Se fizer oposição cega corre o risco de ser acusado de anti nacionalista, ou entreguista, nas próximas eleições.
Abaixo notícia da Agência Estado:
PSDB decide não fazer oposição radical a projeto
O PSDB anunciou a decisão de não fazer oposição radical no Congresso aos projetos do governo que definem as regras para a exploração do petróleo do pré-sal. Em vez de se opor à adoção do novo modelo de partilha ou à criação da nova estatal do petróleo - a Petro-Sal -, o partido exigirá do PT que explique as vantagens concretas da mudança, anunciando, por exemplo, quando a Petrobras “capitalizada” baixará os preços da gasolina e do gás de cozinha.
Embora sem fazer oposição ao modelo de partilha, o PSDB assumirá a defesa do sistema atual de concessão, adotado no governo Fernando Henrique Cardoso, mas admite rever o modelo. Os tucanos lembrarão, durante as discussões do pré-sal, que o sucesso do modelo de concessão, de 1998 para cá, foi tão grande que a capacidade de investimento da Petrobras saltou de US$ 4 bilhões anuais para US$ 29 bilhões ao final do ano passado.
“Vamos defender o modelo que julgamos absolutamente exitoso, mas consideramos a hipótese de atualizá-lo e vamos insistir em uma discussão democrática”, declarou o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE). Foi o que ficou acertado em reunião da Comissão Executiva Nacional com líderes do partido da Câmara e do Senado.
Comentário:
Não demora, ano que vem na eleição presidencial oposição vai ser  Lulista desde criancinha kkkkk. É o desespero batendo a porta.