O termo correto é tucademopiganalhada

III - Vai anotando Laguardia


A liberdade de expressão permite que cada um fale o que quer e escreva como quiser mas às  vezes a literatura deve ceder seus direitos a matemática.

Trazida ao mundo político durante o governo Lula, o termo “petralha” é uma falsificação, revela um levantamento da Folha de S. Paulo.

Ao juntar PETista com metRALHA, dos irmãos Metralha, de Disney, aquele que tinha simpatias pelo fascismo, o que se pretende é sugerir que o Partido dos Trabalhados é, como diz o procurador-geral da República, uma “organização criminosa.”

Será?

Analisando os 317 políticos brasileiros que foram impedidos de se candidatar pela lei Ficha Limpa, a Folha de S. Paulo fez uma descoberta fantástica.

Os petistas tem 18 candidatos que a Justiça impediu de candidatar-se em função daquilo que em outros tempos se chamava de folha corrida. Não é pouco, certamente.

Homens públicos devem ter uma reputação sem manchas e seria preferível que nenhum candidato – do PT ou de qualquer outro partido – tivesse uma condenação nas costas.

O problema é que os supostos petralhas são apenas o 8o. partido em condenações. Se houvesse um campeonato nacional de ficha-suja, estariam desclassificados nas quartas-de-final e voltariam para casa sob vaias da torcida, que iria até o aeroporto jogar casta de laranja no desembarque da delegação.

E se você pensa que o primeiro colocado é o PMDB, tão associado às más práticas da política, símbolo do atraso, da fisiologia e da corrupção – em especial depois que se aliou a Lula, nunca antes —  enganou-se. O líder é o PSDB.
Está lá, na Folha. Os tucanos tiveram 56 candidatos rejeitados pela Lei dos Ficha Suja. Isso dá três vezes mais do que os petistas. Para falar em termos relativos: a porcentagem de ficha suja tucana entre seus candidatos é de 3,5%. Dos petistas, 1%.

Em sua entrevista em Paris, logo depois da entrevista de Roberto Jefferson onde ele denunciou o mensalão, Lula disse que o PT apenas fazia “o que os outros partidos sempre fizeram.”

Lula foi muito criticado por isso, na época. Vê-se que Lula  errou, mas por outro motivo: o PT fazia menos do que os outros partidos.

O levamento mostra, por exemplo, que até o PSD de Gilberto Kassab tem mais condenados do que os petistas. O PPS, que é infinitamente menor do que o PT, tem 9 condenados. O PMDB, tem 46.

E agora?
por Paulo Moreira Leite

Ou o Brasil acaba com o PT ou o PT acaba com o Brasil

II - Vai anotando Laguardia


Bill Clinton, que os tucanos adoram, disparou a seguinte aritmética na convenção que aclamou Obama a buscar um segundo mandato na Casa Branca: “De 1961 para cá, os republicanos governaram o país por 28 anos, e os democratas, por 24 anos. Nesse período, foram criados 66 milhões de empregos, assim: 24 milhões pelos republicanos e 42 milhões pelos democratas”. Curto e grosso, Clinton atingiu o fígado adversário.

Se fosse manejar a mesma aritmética demolidora no Brasil, Clinton ( que os tucanos adoram, repita-se) diria o seguinte: “De 1994 para cá, o PSDB governou o Brasil por oito anos, e o PT, por 9 anos e meio — 8 de Lula, e um ano e meio de Dilma. Nesse período, foram criados 18 milhões e oitocentos mil empregos: 800 mil pelos tucanos; 15 milhões por Lula e 3 milhões por Dilma”.

É por isso que FHC quando se manifesta é prolixo, mas foge dos números. Por isso, também, Serra recorre ao ‘mensalão’, na falta do que dizer diante do esfarelamento de sua candidatura.

Por conta desse flanco aritmético o PSDB, igualmente, quer interpelar Dilma que anunciou um corte de 16% da tarifa elétrica residencial e de 28% na indústrial em pleno Sete de Setembro. Pudera: no governo FHC, em 2001 – -diria a matemática de Clinton — o corte que houve foi no fornecimento.

O ‘apagão’, conforme cálculos insuspeitos de Delfim Netto, custou R$ 60 bi aos brasileiros. O equivalente a um salário mínimo da época extraído de cada cidadão, assim: perda de 2 pontos do PIB ($ 50 bi, em valores de 2001, em empregos, produção, renda) e mais R$ 10 bi de ‘imposto apagão’ para financiar termoelétricas.
Hoje, no bunker do tucanato em SP, nem o setor industrial embarca no livre mercadismo anacrônico do PSDB, afrontado por uma saraivada de medidas do governo Dilma em defesa da industrialização brasileira.

Além do corte no preço da tarifa elétrica, 15 setores fabris já foram beneficiados pela desoneração na folha salarial; o financiamento do BNDES hoje tem juro real zero (TJLP de 5,5%) para incetivar o investimento; a Selic registrou uma qqueda de cinco pontos percentuais desde agosto de 2011; 100 itens importados sofreram taxação para defender a produção local; o corte no IPI da linha branca e setor do setor automobilístico foi prorrogado.

O governo Dilma exercer assim a sua discordância esférica em relação ao simplismo tucano, segundo o qual basta a ‘abertura dos portos’ para que a concorrência internacional promova automaticamente a ‘purga’ da eficiência na atividade manufatureira do país.

De novo, aqui, o que se evidencia é o conflito entre os que acham que os mercados são autossuficientes para promover ajustes e retificações de rota , e os que, a exemplo de Dilma, entendem que nada se fará sem políticas públicas ativas, comandadas por um Estado indutor e democrático.

Sobrou o quê ao discurso tucano? A agenda de uma desregulação financeira indefensável e o denuncismo udenista anti-PT, ao qual Serra se agarra com o desespero dos afogados em rejeição.

Saul Leblon

Joaquim Barbosa concordou?

A presidente Dilma Rousseff pediu licença ao Super-Próximo Presidente do Supremo, Joaquim Barbosa, para convidar o ministro do STJ, Teori Zavascki, para ocupar a vaga do ministro Cezar Peluso?...

É bom que tenha pedido permissão ao Justiceiro do Pig - Partido da Imprensa Golpista -, senão quando ele for presidente do STF, demite o nomeado sem autorização dele. 

A partir da posse do senhor Joaquim Barbosa os critérios de nomeação para o STF, serão impostos por ele.


E quando o Gurjô abrirá processo sobre a compra de votos da reeleição de FHC?

Quando:
1) Gaúcho deixar de curtir chimarrão e churrasco. 
2) Correr, em vez de água, leite nas cataratas do Iguaçu. 
3) Carioca detestar samba e paulista shopping. 
4) Criar formiga no Pão de Açucar. 
5) O Cristo Redendor baixar os braços de tanto cansaço. 
6) guaraná passar a ser a bebida predileta do Aécio Neves. 
7) A Pedra da Galinha choca em Quixadá botar um ovo.
8) Cearense abrir mão da rêde, da rapadura e da farinha. 
9) FHC esquecer o Lula. 
10) Serra for eleito presidente da República.

STF só julga casos de interesses de certas elites

Em entrevista a Frederico Vasconcelos, publicada na Folha, o ministro Joaquim Barbosa afirmou:

“O advogado pede audiência, chega aqui e pede uma preferência para julgar o caso dele. O que é essa preferência? Na maioria dos casos, é passar o caso dele na frente de outros que deram entrada no tribunal há mais tempo. Se o juiz não estiver atento a isso, só julgará casos de interesse de certas elites, sim” 

Parabéns digníssimo ministro. Mas, o Supremo pegar um processo e passar na frente de mais de 900 outros, por pedido do Pig, não é tão condenável quanto julgar processos de "preferência" de certas elites, ou o senhor acha a coisa mais natural do mundo?

Diante de Deus

Um velho vendia brinquedos no mercado. Alguns de seus fregueses, sabendo que ele estava com a vista ruim, de quando em vez em quando pagavam com moedas falsas.

O velho percebia - mas não dizia nada -,em suas orações, pedia a Deus que perdoasse os que lhe enganavam. "Talvez estejam com pouco dinheiro, e querem comprar presentes para os filhos", dizia consigo mesmo.

O tempo passou, e o homem morreu. Diante do portal do Paraíso, rezou mais uma vez:

- Senhor! - disse. - Sou um pecador. Fiz muita coisa errada, não sou melhor que as moedas falsas que recebi. Perdoai-me!

Neste momento o portão se abriu, e uma Voz disse:

- Perdoar o que? Como posso julgar alguém que, em toda a sua vida, jamais julgou os outros?
 


Porque a vida é assim


Um monte de porquês
A. CAPIBARIBE NETO - capi@globo.com

Sem querer ser repetitivo, mas sendo, já disse algumas vezes que tudo na vida se resume em dois "porquês": um, escrito separado, precisa de um sinal de interrogação, por que é o que pergunta; e o escrito junto, é o que responde. Pode até ser que as perguntas sejam indiscretas, indevidas, imbecilizadas, fora de hora, constrangedoras, inocentes, maliciosas, mas quem pergunta quer saber, tem uma razão que pode transcender a uma simples curiosidade e mergulhe nas águas perigosas das segundas intenções. Quem responde pode inventar uma resposta, fugir pela tangente, começar com o "veja bem" tão em moda, responder com uma mentira, uma insinuação ou com outra pergunta. Todo mundo quer saber quem ganhou, quem perdeu, com que gastou, por que comprou, por que vendeu, se foi golpe do baú, se é Maria chuteira, se entrou, se saiu, se deixou lá, rendendo juros, se é corno, se já foi, se foi demitido, se pediu demissão, por que foi demitido, se foi contratado, se roubou, se faz parte do mensalão, enfim, um mundo de coisas, incluindo-se aí até as milhares de milhares de perguntas, sobre o Bóson de Higgs, a Teoria da Relatividade do Einstein, o espaço, as estrelas, a origem de tudo, se Deus existe, se o pastor obra realmente milagres ou se é um embusteiro e o que faz com o dinheiro inocente dos carentes de um rumo. Tudo pode ser perguntado, mas bem menos pode ou deve ser respondido.

"O que está acontecendo com você, Adamastor?" - pergunta indiscreta quando o Adamastor no caso não conseguiu comparecer e deixou a mulher vencida na mão, literalmente. "Isso nunca aconteceu comigo antes" é apenas uma frase solta, evasiva, uma viela das respostas, uma fuga. 

"Cadê o dinheiro que estava aqui?" "Não tenho a menor ideia" - respondido assim, com a maior cara de pau do mundo. 

"Senhor Cachoeira, o senhor roubou tudo o quanto dizem que o senhor passou a mão?" "Veja bem, doutor..." e a resposta está implícita mas não é explicita ou, mais grave, "reservo-me o direito constitucional de permanecer calado", embora tenha sido tão falante ao telefone enquanto engendrava suas ideias para lesar os outros ou o cofre farto, padrinho e madrinha dessa grande nação. Indo por essa linha, comecei a fazer-me mil perguntas...

No princípio, pensei que podia mentir. Não deu. Senti vergonha de olhar-me no espelho porque encontrei um brilho incriminatório próprio do óleo de Peroba. Era muita cara-de-pau querer mentir para mim mesmo. Quando me dei as respostas certas assumi meus próprios dedos acusadores e me fiz promessas de nunca mais repetir, embora nesse contexto específico esteja uma mentira distante. "A ocasião é que faz o ladrão", mas isso não significa tacitamente que se trate de um roubo, mas de uma oportunidade de pecar igual, do mesmo jeito que ficou pendurado num arrependimento descoberto numa confissão íntima. No fundo, no fundo mesmo, cada bandido do colarinho branco sabe por que está sendo tão desnudado diante do País inteiro, os Nardonis sabem por que estão presos; só não sabe de nada é quem já morreu, mas morrer tem uma causa, nem que seja de velhice. Morreu porque foi flagrado pelo marido cuja mulher ele estava terceirizando, porque a parada não deu certo, porque estava acima do limite de velocidade, porque bebeu e foi dirigir pensando que era imortal, essas coisas. 

A vida é um festival de perguntas e um concerto de respostas às vezes enfadonhas e pouco convincentes. "Por que estou escrevendo sobre perguntas e respostas?" Sei lá, deu vontade. Por que você está perguntando?" Veja bem, você conhece a Silviamara? - Quem? Eu sabia, mas me fiz de surpreso, principalmente porque... É a vida. 

Por que a vida é assim?